Com troca de treinadores, saindo Mortimore para entrar Skovdhal,
a sensação de início de temporada foi o retorno de Chalana ao «Glorioso» após
três épocas em Bordéus.
Skovdal e Chalana: Levanta-te, aquece e desfruta! |
“Reforço” de
um clube com «dobradinha”
Além de Chalana (do FC Girondins) os dirigentes do Benfica
alteram a política de contratações percebendo a ameaça que representava o FC
Porto ter sido campeão Europeu na temporada anterior. Tendo Jorge Brito como “fundo
de maneio” decide-se contratar futebolistas internacionais consagrados, com
destaque para Mozer (do CR Flamengo, com 23 internacionalizações pelo Brasil) e
Magnusson (do Malmö FF, com seis internacionalizações pela Suécia), mas também
Hajry (do Raja CA (Casablanca) com duas internacionalizações por Marrocos). Depois
a continuação da necessidade de aquisição de esperanças (alguns dos
futebolistas que mais se tinham evidenciado durante a temporada anterior) como
Augusto (do Portimonense SC com Pacheco incluído no “pacote”), Fonseca (do FC
Tirsense, com Tó Portela incluído do “pacote”), Dias Graça (do Gil Vicente FC),
Nuno Damas (do SCU Torreense) e Eurico Santos (do GD Bragança). Além de ter como
reserva a excelência da Formação do Clube: Abel Silva, Valido, Vasco Maia, Paulo
Sousa, José Xavier, Luís Mariano e Resende. De assinalar ainda mais três
regressos: Delgado e Carlos Pereira (dos empréstimos ao SC Farense) e Padinha (do
empréstimo ao Portimonense SC).
Agosto e
Setembro de 1987
Sem condição física mínima, nem capacidade emocional para a
enfrentar fica a “marinar” até meados de Outubro.
Outubro a
Novembro de 1987
Da quarentena (agora na ordem do dia) para ser utilizado, aos
82 minutos, entrando para a saída de Chiquinho, em 17 de Outubro de 1987, no
encontro da 8.ª jornada, na recepção ao SC Salgueiros já com o resultado em
2-0. E assim ficou. O treinador Skovdhal integra-o nos convocados para a
deslocação à Dinamarca, para primeira mão dos oitavos-de-final da Taça dos
Clubes Campeões Europeus, mas não sai do banco de suplentes. Depois, continuou
a “dar-lhe minutos” em mais quatro jogos consecutivos, respectivamente, 16, 36
e um, em jogos para o campeonato nacional – 9.ª e 10.ª jornadas – e na recepção
ao Aarhus GF (segunda mão dos oitavos-de-final). Não sai do banco de suplentes
em Espinho (11.ª jornada) e é suplente utilizado (30 minutos) na estreia do
«Glorioso» na Taça de Portugal, frente ao FC Paços de Ferreira. Naquele que
seria o último jogo do treinador na sua passagem pelo Clube, Chalana não sai do
banco de suplentes (empate a dois golos, com o SC Farense, na «Saudosa
Catedral», para a 12.ª jornada do campeonato nacional). Com Toni, Chalana é
titular nos dois jogos seguintes: 55 minutos e 73 minutos, respectivamente, na
Arábia Saudita (V 4-0, frente ao Al-Ahly FC) e Supertaça “Cândido de Oliveira”
(D 0-3, frente ao Sporting CP, na «Saudosa Catedral»). Seguem-se 16 jogos
consecutivos sem jogar.
Dezembro a Fevereiro de 1988
O crédito de Chalana era imenso. Passavam-se os meses e esperava-se por ele.
Março e
Abril de 1988
Em catorze jogos realizados pelo Benfica, eis Chalana a
participar em doze, com dez a titular e dois como suplente utilizado (os dois
das meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus, frente ao FC Steaua
Bucareste). Regressa, em 9 de Março, num jogo inacreditável. Nos
16-avos-de-final da Taça de Portugal, o Benfica recebeu o SC Estrela Portalegre
(6.º classificado da zona Centro/ II Divisão) e não consegue vencer nos 90 minutos.
Chalana sai aos 99 minutos entrando Tó Portela que vai fazer o golo da vitória
e passagem à eliminatória seguinte aos 115 minutos. Não é utilizado em Elvas (empate
sem golos na 25.ª jornada, frente ao CAD – “O Elvas”) e na deslocação a
Bruxelas (derrota por 0-1, frente ao RSC Anderlecht, para a segunda mão dos
quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, depois de uma vitória
por 2-0 na primeira mão). Seguem-se onze jogos consecutivos, com nove a titular
e seis completos, incluindo um de 120 minutos, para a Taça de Portugal, no
terreno do SC Salgueiros. No jogo de desempate, em 3 de Maio de 1988, na «Saudosa Catedral» é herói,
com dois golos – 45 e 60 minutos – saindo aos 65 minutos para não voltar a
jogar nesta temporada. Nem convocado para os jogos... quanto mais jogar!
Além dos
jogos e minutos, averbou quatro golos
Marcou um golo ao GD Chaves (26.ª jornada; empate a um golo;
«Saudosa Catedral»), Rio Ave FC; vitória por 1-0; Estádio dos Arcos) e os dois
golos ao SC Salgueiros, para a Taça de Portugal.
Que Chalana em 1988/89?
Alberto Miguéns
O Chalana que regressou ao Benfica não era o Chalana que conhecíamos, era uma sombra do jogador que tinha sido, naquela altura não tinha lugar no Benfica, dizer isto de um jogador com a categoria dele, mostra o que era o Chalana jogador em 88.
ResponderEliminarSó vi o Chalana fazer um jogo que me fez acreditar que ainda podíamos ter o Chalana de antigamente, foi contra o Espinho na Luz, de resto foi muito pouco, ainda teve uns lampejos no inicio da época seguinte com o Toni, mas que rapidamente acabou
Como disse num comentário anterior o mal do Benfica foi o Porto ter sido campeão europeu, foi o ponto de viragem, eles tinham sido aquilo que já tínhamos sido, mas que tanto ansiávamos voltar a ser e continuamos a ansiar.
Chalana não foi sequer convocado para a final de Estugarda e que jeito teria dado o velho Chalana, porque se lesionou antes ainda do final da época e não jogou mais
Foi uma pena acabar como acabou não merecia isso, mas talvez não tenha tomado as melhores decisões a nível particular e se calhar profissional, merecia melhor que o Bordéus, apesar do Bordéus daquela época ter uma grande equipa, mas o lugar dele era em Itália o campeonato mais apaixonante de sempre.
Chalana foi o melhor jogador português que vi a jogar à bola até aos dias de hoje
Excelente esta sua série de posts sobre a carreira de Chalana. Queria perguntar-lhe a sua opinião sobre o livro de Luís Lapão que aborda a vida de Chalana e que foi editado há uns meses com a chancela do Benfica. Sei que já se referiu negativamente a esse livro há uns tempos mas, segundo creio, não fez uma análise aprofundada. Eu li o livro e, embora não me tenha agradado a forma como o livro está organizado, não vi ali nada de especialmente negativo. Acha que devo recomendar o livro a amigos e conhecidos?
ResponderEliminarCaro Benfiquista Claudio Filipe
EliminarO que disse que iria revelar (e vou fazê-lo quando as Bibliotecas abrirem) é numa apreciação acerca do autor (e de umas tiradas dele no livro). Autor que jurava com o Ricardo Serrado que Cosme Damião se chamava Júlio, por exemplo. E que Cosme Damião não era fundador do SLB. Depois recuou nesta ideia (quando passou a ser politicamente incorrecta) mantendo a do Júlio, tanto que o Museu foi inaugurado com o Júlio. Entre muitas outras. Esta teimosia leva a que depois se façam tropelias. Que aparecem no livro. O livro está orientado em função de um objectivo ou de objectivos. Quanto a mim o livro está mais organizado para evidenciar o autor que o biografado. Mas isso são opiniões. E cada um tem a sua. Mas se quer a minha opinião, deve ser lido. Por mim recomendava-o a amigos e conhecidos, embora seja mais útil para quem já conhece o que foi e fez Chalana. Se forem leigos não sei se ficam com uma ideia. Mas vale bem o dinheiro que custa. Recomende. É sempre bom.
Gloriosíssimas Saudações
Alberto Miguéns