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30 agosto 2022

Ti Emílio no Quarto Anel

30 agosto 2022 2 Comentários

DEVIDO À IDADE AVANÇADA (101 ANOS) FALECEU O ASSOCIANO N.º 1 DO CLUBE.



Sempre que fui ao seu Restaurante fui recebido À Benfica. Ou seja, muito bem.

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05 maio 2020

Colheita 1920 Reserva

05 maio 2020 2 Comentários
HÁ CEM ANOS NASCEU UM BENFIQUISTA QUE TODA A VIDA FOI EXEMPLO PARA OUTROS. 





NOTA INICIAL: Não foi um exímio futebolista - embora conquistasse títulos regionais da AFL, na Reserva e 2.ª categoria - mas "perdendo-se" um futebolista ficou o funcionário inexcedível e exemplar. 

Nasceu, em 5 de Maio de 1920, há 100 anos, na cidade de Lagos. Começou a jogar na filial do Benfica, Sport Lisboa e Lagos (SLL), no campo da Trindade. Uma filial À Benfica (integradora, sem fazer distinção social) ao contrário do clube local ligado ao Sporting CP, o CF Esperança de Lagos.

Em 1936/37, com 16 anos, já jogava na primeira categoria do SLL na esquerda (interior-esquerdo). 

Em Lisboa, o Benfica procurava um extremo-esquerdo com as características de um outro (Eugénio Salvador) que estava "irremediavelmente perdido" do Futebol para o Teatro. Teve que optar, aos domingos, entre as matinés num dos teatros do «Parque Mayer» e as dos estádios, geralmente nas Amoreiras. Venceu o «Parque Mayer».

Em Lagos havia um miúdo que jogava como gente grande, apesar de franzino. A filial apercebeu-se que a solução podia estar em Lagos. E era desejo do miúdo Joaquim José Macarrão deixar a pobreza endémica, com dificuldades mas "sempre comida na mesa" tendo muitos irmãos e um pai ausente por ser pescador.

Em breve, Macarrão estava em Lisboa treinar, mas só podia ficar se lhe garantissem um emprego. E assim foi. O treinador Lipo Herczka que ele sempre elogiou (ao contrário de Janos Biri) pediu para ficar como jogador e afirmou que teria o emprego que necessitava. O Benfica cumpriu a promessa e empregou-o na Secretaria, na rua Jardim do Regedor.


Estreou-se com o "Manto Sagrado", em 6 de Março de 1938, como interior-esquerdo, num encontro da Reserva, disputado no estádio das Salésias, para a Taça Dr. Sá e Oliveira, onde vencemos, por 3-1, a equipa visitada, o CF "Os Belenenses". Em 1938/39, com 19 anos e onze meses, em 2 de Abril de 1939, jogou na 11.ª jornada do campeonato nacional, na difícil deslocação ao estádio das Salésias, onde o "Glorioso" venceu, por 3-2, o CF "Os Belenenses", com Macarrão a marcar dois golos (ambos legais, mas só um foi validado pelo árbitro). Um jogo que teve três dificuldades, o adversário, o campo e o momento. É que ainda estava bem presente o velório e funeral de um antigo colega e Glória do Benfica, Augusto Diniz que morreu tuberculoso aos... 28 anos, com uma vida profissional excelente para a época, sendo Futebolista era, também, empregado bancário. 



Apesar de haver melhores, muito melhores crónicas, o confinamento a menos obriga (clicar).

Alberto Miguéns

NOTA FINAL: Depois da abertura das Bibliotecas e Hemerotecas vai ser possível melhorar este texto e fazer mais dois com os jogos que faltam, entre eles este (clicar) e a sua actividade como funcionário. Com destaque para guardião de grande parte do espólio documental que o Benfica possui e que ele por, pelo menos, duas vezes "salvou" documentos únicos que se iam perder por desleixo e incúria.



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17 outubro 2017

Artur Dyson Em Discurso Directo

17 outubro 2017 1 Comentários
UMA ENTREVISTA EM 1950 DAQUELE QUE É, PROVAVELMENTE, O GUARDA-REDES MAIS NOVO A ESTREAR-SE COM O "MANTO SAGRADO" NA GLORIOSA BALIZA.


Ouvi algumas histórias dele contadas por quem o conheceu enquanto futebolista do Benfica (Perlico Dias) ou conviveu com ele (Guilherme Espírito Santo e Joaquim Macarrão).

Vou contar duas
Mas antes o mais importante. A entrevista publicada na página 6 e 9 do jornal "Record" n.º 11 em 4 de Fevereiro de 1950. É bom recordar que aquando da publicação desta entrevista o Benfica não era campeão nacional desde 1944/45 (1 de Abril de 1945) e ainda não tinha conquistado a Taça Latina (18 de Junho de 1950).



Alberto Perlico Dias
Foi um associado dedicado ao clube. Ele começou por ser do União Futebol Lisboa (que juntamente com o Carcavelinhos FC deu origem ao actual Atlético CP) onde jogou mas apaixonou-se pelo Benfica e inscreveu-se como associado ainda jovem. Foi ele - por ser bancário numa dependência das Relações Internacionais - que sabendo inglês foi a Inglaterra contratar um treinador inglês e trouxe Ted Smith que à chegada causou uma história hilariante mas fica para outro dia para não misturar o que não deve estar misturado. Foi a única pessoa que conheci e com quem falei acerca de Artur Dyson que o viu jogar com o "Manto Sagrado".

Joaquim José Macarrão
Antigo futebolista e dedicado funcionário sabia milhares de histórias envolvendo sócios, atletas de todas as modalidades e dirigentes. Até de outros clubes. Só as histórias contadas pelo Macarrão davam para fazer 500 Vitórias e Património. Gostava de contar as histórias, mas era cuidadoso graduando-as à medida do interlocutor. Com apenas a 4.ª classe (em Lagos) e tentativa de prosseguir os estudos no 5.º ano (em Lisboa, creio que na Escola Industrial Afonso Domingues) era um Doutor. Na Vida e no Benfica. Um Enorme Benfiquista (se houvesse Benficómetro). Um dos Melhores de Todos Nós!

Em 28 de Novembro de 1937, a 36.ª selecção nacional, no XIII Espanha/Portugal, em Vigo (estádio dos Balaídos), na primeira vitória da selecção portuguesa (2-1) sobre a selecção espanhola, que talvez não fosse, pois era mais a selecção franquista devido à Guerra Civil. A FIFA não reconhece este jogo mas para a FPF e para a Imprensa portuguesa (uma espécie de massa associativa da selecção) conta tudo e mais alguma coisa... Em baixo, à esquerda, Artur Dyson (suplente não utilizado) e à direita Guilherme Espírito Santo (estreia na selecção, aos 18 anos e 29 dias)

Guilherme Espírito Santo
Foi colega (na selecção nacional) e adversário do guarda-redes. Reservado como sempre pouco consegui saber de Dyson, mas riu-se com as histórias contadas por Perlico Dias e Macarrão, anuindo com a cabeça.


Olhem que trio no Relatório e Contas do SLB em 1994!

O trio reunido na "Saudosa Catedral"
A mais completa história que ouvi acerca de Dyson foi num dia em que estava eu e o trio que descrevi. Falou-se da atitude e personalidade de Dyson que provocou a sua saída do "Glorioso". Perlico Dias avançou e Macarrão deu os pormenores. Dyson era um pantomineiro (Perlico Dias dixit) e o sucesso subiu-lhe à cabeça quando foi considerado um dos pilares do Bicampeonato de Portugal. O Glorioso Guarda-redes tinha 19 anos, cinco meses e 19 dias, em 28 de Junho de 1931 quando o Benfica derrotou, por 3-0, o FC Porto, em Coimbra. No Verão desse ano de 1931, Dyson chegou junto dos dirigentes do Benfica dizendo que ia jogar para o Sporting CP por que estes tinham-lhe dado um terno (calças, colete e casaco) e luvas. Ribeiro dos Reis soube e chamou-o ao gabinete onde estava um terno, um cinto, uma gravata, um lenço e umas luvas, dizendo que o Benfica oferecia-lhe mais que o SCP. Artur Dyson foi buscar as luvas, abriu-as e disse que estavam vazias! Ribeiro dos Reis respondeu-lhe que no Benfica só havia luvas daquelas. As adequadas para um guarda-redes usar e fazer boas defesas! Artur Dyson foi para o Sporting CP!

Campeonato de Portugal (1930/31). Equipa da final, em 28 de Junho de 1931, em Coimbra, no estádio do Arnado, propriedade do SC Conimbricense, numa vitória por 3-0, com a equipa treinada por António Ribeiro dos Reis, frente ao FC Porto: Artur Dyson; Ralf Bailão e Luís Costa; João Correia, Aníbal José e Pedro Ferreira; Augusto Dinis (1 golo), Emiliano Sampaio, Vítor Silva (capitão, 2 golos), João Oliveira e Manuel Oliveira

Na sua vivenda, na Costa da Caparica, Perlico Dias contou outra história
Num dos primeiros jogos - embora eu nunca tenha "encalhado" com esta história, mas também nunca fiz uma pesquisa exaustiva - de Dyson pelo Sporting CP, no nosso estádio das Amoreiras, o guarda-redes entrou em campo com uma cinta vermelha (tipo campino) para espanto de todos - público e ex-colegas de equipa - irritando, particularmente, Vítor Silva que até era um futebolista calmo e ponderado. Numa jogada no decorrer do encontro, Vítor Silva (com "ela fisgada") isola-se, dá um nó no Dyson, coloca-o deitado no pelado e corre para a baliza. Na linha de golo coloca a bola em cima desta e senta-se. E chama Dyson que não vai. Nem os outros defesas do Sporting CP. Tudo parado até que o capitão do Benfica (ou um dos mais antigos no plantel) segreda-lhe algo ao ouvido. Vítor Silva faz com que ao levantar-se a bola role para dentro da baliza. Quando os colegas e adeptos perguntaram ao nosso Glorioso Avançado-centro porque tinha feito aquilo, pois nem era nada uma "atitude à Vítor Silva" este respondeu: «Mas quem é ele para vir para aqui tourear-nos!»



Enorme Dyson. A idade (19 anos-e-meio, no Verão de 1931) não perdoou. O tempo, sim!

Alberto Miguéns
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12 março 2017

Macarrão, Amigo Querido, Benfiquista. És Inigualável. Para Sempre

12 março 2017 5 Comentários
QUAL MIGUÉNS QUAL QUÊ! O SENHOR MACARRÃO É QUE ERA! ESSE TAL MIGUÉNS AO PÉ DELE SERÁ SEMPRE UM APRENDIZ. HUMILDE PERANTE O MESTRE.


Eis um empregado modelo. Não por ser fiel que não era, a não ser ao Benfica! Respeitava as hierarquias, era leal, sabia estar e dizer o que devia ser dito e devia ser feito! (clicar)


Dedicado, competente, sabedor
Foi muito para lá do que um escriturário de Secretaria devia ter feito e produzido! Andava com o Benfica 24 horas. Fazia o que tinha a fazer no seu dia-a-dia como qualquer um de nós, mas era muito mais que um empregado. Juntava Benficas e mais Benficas por tudo quanto era sítio. O Museu não devia ter nome, mas se tivesse que ter um - e ele recusaria como é apanágio de qualquer Benfiquista -  devia ser o nome dele! Era O FUNCIONÁRIO!

Funcionava mesmo
Com poucas habilitações académicas fez-se Homem a viver o Benfica. Entre o Bairro Alto e a Secretaria. Depois entre o Campo Santana e a Luz. A saber mais. A querer saber mais. Sempre à procura do impossível. No limite. «O Benfica não tem fim!? Só tem princípio», dizia-me ele! Eu retorquía: «Pois é, Senhor Macarrão. O "Glorioso" é tão grande que não conseguimos ver o tamanho. Só imaginá-lo. No Benfica quando queremos escolher, só conseguimos excluir!»



Macarrão e eu
Conheci-o dia 12 de Março de 1993. Nunca me hei-de esquecer dessa data. Já tinha todos os jogos da equipa sénior de Futebol registados em consultas nas Bibliotecas até 1986/87 e depois desta data registados por mim (nos estádios ou nas televisões). Os raros que não se podiam ver levavam-me à Hemeroteca Municipal (então no Bairro Alto). Estabeleceu-se uma amizade eterna. Enquanto eu viver ele continua meu amigo. Penso tantas vezes quando estou a escrever um texto - até neste blogue - como gostaria o Macarrão que eu escrevesse? Ele gostava da verdade, do rigor, sem mentiras e trapalhadas. Nem floreados ocos. Por isso adoptou-me quase como um filho que nunca teve. Levei-o muitas vezes - até deviam ter sido mais, mas quando damos por isso já é tarde - a casa (quando deixou de poder conduzir) ali para um prédio junto da rua da Fé (a chegar ao Campo Santana). 


A «papelada macarrónica» (como eu lhe chamava) fazia sempre dobrar em número de folhas os documentos do Clube, pois para ele faltava muita informação que devia constar e não estava!

Conheci-o porquê?
Porque depois de ter os jogos queria fotografar as taças correspondentes a conquistas dotadas de troféus. À porta da Sala de Taças recambiaram-me para o Macarrão! Nem sabia que existia. Conhecia de nome um Glorioso Futebolista de final dos anos 30 e meados da década de 40! «O Senhor Macarrão não é o futebolista do "Glorioso" que nas Salésias, para o campeonato em 1938/39, marcou dois golos (e só contou um) ao CF "Os Belenenses"?» Olhou para mim com aquele jeito que só ele sabia fazer, por ser genuíno, e exclamou! «Como é que sabe isso!» Contei-lhe! Passei a ser o Doutor! O Historiador! Para mim eu era apenas o ajudante dele. A aprender embevecido todas as palavras e histórias. Mais organizado por ter formação científica, mas ele é que sabia. Ele é que tinha vivido. Eu só lido ou ouvido! Naquele tempo - Verão de 1993 - o Benfica não tinha dinheiro nem para "mandar cantar um cego" pois não havia BES, nem Salgados e outros que tais a sacar ma$$as até falir bancos (que nunca vão à falência, excepto os bancos de jardim) nem vendas de milhões de milhões, nem prójectes fáinances! Era Jorge de Brito e a sua classe/credibilidade que permitia crédito depois devidamente pago! Ou tinha e havia que o contar bem contadinho! Ou não havia e cada um ajudava como podia e com o que sabia. Eu historiador? Sabia a história! Era de borla! À Benfica! «Já por aqui vieram "historiadores" mas queriam mamar e fazer ronha» (dizia ele). Ainda ele nem imaginava o Júlio que chegaria mais tarde! Com medo que se perdessem alguns documentos únicos disse-lhe para ele fazer cópias de boa qualidade, coloridas, na "Rank Xerox", da rua do Crucifixo. «O Benfica não quer pagar!» queixou-se ele. «Isso não é problema», disse-lhe eu!



Ele conheceu e falou com...
Todos os sócios número um do SLB até falecer em Lagos. No filme o sócio n.º 1 é o Dr. Pagarete, advogado em Lagos, seu conterrâneo. E falou com Cosme Damião, Germano Vasconcelos, José Domingos Fernandes, Luís Vieira, Félix Bermudes (conseguiu-me o telefone de D. Cesina Bermudes), Ribeiro dos Reis, Bogalho, Júlio Ribeiro da Costa (que orador! dizia ele), Manuel da Conceição Afonso, dezenas de dirigentes, centenas de futebolistas e milhares de atletas. Foi por ele que conheci Rogério Carvalho, Julinho, Guilherme Espírito Santo, Rosário, Bastos, Corona, Jacinto, Fernandes e tantos outros. Foi com ele que contactei com Rogério Jonet (sócio n.º 1 em 1993 e 1994). Foi dele que ouvi histórias maravilhosas que Francisco Ferreira, Albino, Gaspar Pinto, Vítor Gonçalves e Valadas, entre outros, lhe contaram. E já outros haviam contado a estes, histórias de 1903 e 1904 e 1905 e 1906 e por aí fora pelo tempo a dentro... Foi com Macarrão que descobri como Mário de Oliveira e Rebelo da Silva haviam feito a História do Clube (1904 a 1954). Como fizeram todos eles "directas", na rua Jardim do Regedor, à procura de documentos que estavam encaixotados e esquecidos.



Aqueles fins de tarde de Primavera/Verão (com Roland Oliveira) ao cimo da escadaria de acesso ao relvado
A contemplar o Monumento com as bancadas vazias. Ainda mais belo (embora menos vibrante) que com elas a transbordar. A brisa fazia do betão e granito uma sinfonia de cornucópia e canto de sereia. Às vezes devemos ter ficado 10/15 minutos, enfeitiçados, sem conseguirmos dizer uma palavra. Impossível falar. Era violentar a obra-prima. Quando virávamos costas, eu e o Roland continuávamos calados, esmagados. Macarrão como bom algarvio lacobrigense tinha de falar de imediato. «Aquele Bogalho tinha que fazer esta Obra. Fazia-me estar horas à procura do porquê de faltarem cinco tostões nas contas se tinham entrado para o Clube! Teve como aliado o arquitecto João Simões que soube passar de jogador a artista. Resultado?! Esta beleza. Não deve haver mulher no Mundo mais bela que este estádio. Nem a Greta Garbo se assemelha!»

A sina dele. Aos 38 anos (Maio de 1958) já era "velho"!!!!!!!

Eterno Macarrão
Lembro-me de me pedir "ajuda" porque iam da RTP filmar! «Ajuda? O Senhor Macarrão só tem de ser o senhor Macarrão! Chega e sobra para eles!» Deste documentário já não me lembrava. Só depois de o ver, consegui recordar o pedido dele. Há ainda um outro filme com José Hermano Saraiva (JHS) a falar do valor simbólico da Águia: segundo ele (JHS), "o único ser vivo que consegue olhar o Sol de frente". Também esse programa foi filmado na Sala das Taças com o Senhor Macarrão. E eu, qual emplastro (embora novamente a pedido do Senhor Macarrão) também devo aparecer! Ver NOTA FINAL N.º 7!

Grande Macarrão. Enquanto eu como Benfiquista viver, continuará ele vivo como Benfiquista dentro de mim!

Alberto Miguéns

NOTA1: Todos os pretextos são poucos para se falar de Joaquim Macarrão;

NOTA2: Ele é peremptório, aos 13:40 do programa: «pavilhão número dois que não é Borges Coutinho que nós não damos nomes às instalações». Macarrão?! Continua aí no Quarto Anel para não te exaltares;

NOTA3: E aquele sonho lindo que ele teve e depois contagiou-me. O Benfica ter um pavilhão na Expo'98! Que  tamanha ilusão! Está bem está. Veio logo um mandante desiludir. Se os outros clubes não têm nenhum porque razão vai o Benfica querer ter um!;

NOTA4: As paredes da Sala das Taças (trabalhadas a madeira) estavam depois forradas com os galhardetes, por ordem cronológica, dos clubes com quem o Benfica tinha disputado jogos para competições oficiais na Europa e galhardetes do Resto do Mundo. Mas faltava um! Do Sevilha FC saltava para o Ujpest FC! Ele tantas vezes me disse que faltava o do «Hearts» que eu um dia pensei. Vou dar-lhe uma prenda de aniversário (5 de Maio de 1920). Vou escrever para o Heart of Midlothian FC, explicar-lhes que o galhardete trocado em 1960 se extraviou e se podem enviar outro. E assim foi. E enviaram de Edimburgo, na Escócia! No dia 5 de Maio de um mil novecentos e noventa e qualquer coisa cheguei com um embrulho. Ele a agradecer pensando que era uma gravata ou lenço ou cachecol ou outro objecto pessoal. Delirou. Eu disse-lhe. «Não é uma prenda pessoal». Ele. «O quê?! Esta é uma prenda pessoalíssima. A melhor de sempre que recebi depois de sair de Lagos ainda jovem!» Espero que o galhardete de 1960 conseguido nos anos 90 ainda por lá «ande»! 

NOTA5: Em 28 de Fevereiro de 2004, foi ele (já "expulso"do Benfica) que fiz questão de convidar para me colocar na lapela o meu "Emblema de Dedicação dos 25 anos"!


Ainda lá está! Pena tenho eu que ele - ou o engenheiro Abreu Rocha - não me coloquem o dos "Cinquenta"! Em 2029! Se lá chegar...

NOTA6 (pela 01:23): Óh Senhor Macarrão. Ai, ai. A foto dos finalistas da Taça de Portugal não é de 1949 é de 1939! Vi o filme pela terceira vez, já por puro deleite sem necessidade de perceber os pormenores. Já me fartei de rir uma dúzia de vezes (ou sorrir que já é tarde)! Foste mesmo tu! Cada tirada ímpar e desenvoltura única. Senhor Macarrão a cem por cento! Até a cantarolar! Inigualável! Benfiquismo elevado à potencia máxima!;

NOTA7 (pelas 02:11): O Senhor Macarrão tinha, claro, razão. Isto hoje não tem fim...Um leitor do blogue acabou de fazer chegar o programa da autoria de José Hermano Saraiva (clicar)

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28 julho 2015

Histórias À SLB Mal Contadas

28 julho 2015 7 Comentários
APERITIVO PARA MAIS TARDE PEGAR NO ASSUNTO.


Esta é boa!



Nasceu em 5 de Maio de 1920 na cidade de Lagos. Começou a jogar na filial do Benfica, Sport Lisboa e Lagos (SLL), no campo da Trindade. Uma filial À Benfica (integradora, sem fazer distinção social) ao contrário do clube local ligado ao Sporting CP, o CF Esperança de Lagos.

Em 1936/37, com 16 anos, já jogava na primeira categoria do SLL na esquerda (interior-esquerdo). 

Em Lisboa, o Benfica procurava um extremo-esquerdo com as características de um outro (Eugénio Salvador) que estava "irremediavelmente perdido" para o Teatro e para o Parque Mayer. Em Lagos havia um miúdo que jogava como gente grande, apesar de franzino. A filial apercebeu-se que a solução podia estar em Lagos.

Em breve Macarrão estava em Lisboa treinar, mas só podia ficar se lhe garantissem um emprego. E assim foi. O treinador Lipo Herczka que ele sempre elogiou (ao contrário de Janos Biri) pediu para ficar como jogador e afirmou que teria o emprego que necessitava. O Benfica cumpriu a promessa e empregou-o na Secretaria, na rua Jardim do Regedor.

Estreou-se com o "Manto Sagrado", em 6 de Março de 1938, como interior-esquerdo, num encontro da Reserva, disputado no estádio das Salésias, para a Taça Dr. Sá e Oliveira, onde vencemos, por 3-1, a equipa visitada, o CF "Os Belenenses". Em 1938/39, com 19 anos, em 2 de Abril de 1939, jogou na 11.ª jornada do campeonato nacional, na difícil deslocação ao estádio das Salésias, onde o "Glorioso" venceu por 3-2 o CF "Os Belenenses", com Macarrão a marcar dois golos (ambos legais, mas só um foi validado pelo árbitro). Obrigado Macarrão!

Macarrão dizia que ver Eugénio Salvador a jogar era como vê-lo a ele. Só que, dizia o inimitável Macarrão, o actor jogava mais!




Esta é boa! (parte II)



Deixou como quem diz. Foi empurrado para fora do Clube com o pretexto que o estádio da Luz "ia abaixo". Já não foi dos funcionários que transitoriamente trabalharam nas instalações da LisboaGás, em Cabo Ruivo. Foi "despedido" (estava reformado) em 31 e Março de 2003.

Desgostoso, morreu de raiva ao Benfica. A quem no Benfica o desprezou. Primeiro em Lisboa (no Torel onde vivia) depois em Lagos onde num Lar acabou por viver os últimos dias de uma Vida 100 por cento Benfiquista ao contrário daqueles que o humilharam.

Visitei-o em Lagos, a última vez, no Natal de 2007. Doente e desgostoso. Faleceu em 25 de Janeiro de 2008. No funeral não vi ninguém do Benfica. Mas era por ter os olhos embaciados. Hipocrisia.

Obrigado Macarrão. Foste o meu melhor professor na disciplina ou cadeira universitária de "Benfiquismo". No Quarto Anel perdoa-lhes que eles não sabem o que dizem!

Alberto Miguéns

NOTA: Um dia destes vou dizer o "que ele dizia" de João Salgado, Luís Lapão e Alcino António.
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