FALECEU UM DOS MELHORES AVANÇADOS DO BENFICA.
Artur Jorge Braga Melo Teixeira nasceu em 13 de Fevereiro de 1946 falecendo nove dias depois de completar 78 anos, em 22 de Fevereiro de 2024.
FUTEBOLISTA
Chegou ao Benfica, transferido da Associação Académica de Coimbra (ainda secção de futebol da maior e mais prestigiada associação estudantil portuguesa) no final de 1968/69, com 23 anos. Estava lesionado (ainda durante 1968/69) e assim continuou até final de Setembro. Estreou-se pelo «Glorioso», em 27 de Setembro de 1969, entrando aos 66 minutos, para a saída de Eusébio, na 4.ª jornada do campeonato nacional, encontro realizado na «Saudosa Catedral».
Esteve seis temporadas no Benfica, entre 1969/70 e 1974/75, com 14 430 minutos (174 jogos) marcando 152 golos, com o «Manto Sagrado». Em média, um golo a cada 95 minutos.
No «Glorioso» sagrou-se Campeão Nacional em quatro temporadas (1970/71, 1971/72, 1972/73 e 1974/75), conquistou duas Taças de Portugal (1969/70 e 1971/72) jogando a final de 1969/70 e uma Taça de Honra de Lisboa (1972/73) jogando a final.
Era um ponta-de-lança completo (embora frágil) que marcava golos a qualquer adversário, sem complexos.
Foi o melhor marcador do campeonato nacional, em 1970/71 (24 golos em 26 jogos/2299 minutos, num campeonato com 26 jornadas; um golo a cada 96 minutos) e 1971/72 (27 golos em 26 jogos/2246 minutos, num campeonato com 30 jornadas; um golo a cada 83 minutos) muitos com assistências de Eusébio.
Revelou-se um avançado com "codícia" (como se dizia no seu tempo, ou seja, com intuição para adivinhar o desenrolar das jogadas e estar no sítio certo para marcar golo ou assistir para golo) fazendo uso da sua habilidade, mais em jeito que em força, a rematar com o pé ou de cabeça. Especializou-se num remate à meia-volta que atrapalhava os guarda-redes contrários, o «pontapé-de-moinho». De perfil para a baliza, com o pé assente no relvado e perna esquerda tensa recebia a bola a "meia-altura" e rematava com o pé direito aproveitando o movimento da perna direita tensa, em 90 graus, dando a ideia de uma das traves que segura as velas dos moinhos.
O último jogo foi em 13 de Abril de 1975 transferindo-se para o CF "Os Belenenses".
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| Eusébio e Artur Jorge: de colegas nos plantéis de futebol nos anos 60 (final) e 70 (até meados) à equipa técnica do Clube, em 1994/95 e 1995/96 (início) |
TREINADOR
Regressou ao Clube como treinador para a época de 1994/95, estreando-se em 14 de Julho de 1994 num jogo de pré-temporada, na Suíça. Depois de uma época pouco conseguida teve "carta branca" para fazer muitas alterações para 1995/96, mas os resultados pioraram e 74.º jogo, em 9 de Setembro de 1995, após um empate a um golo com o Vitória SC Guimarães, na 3.ª jornada do campeonato nacional, no estádio do Benfica, foi substituído por Mário Wilson. 74 jogos, com 36 vitórias, 20 empates e 18 derrotas, com 121 golos marcados para 69 sofridos. Na temporada (1995/96) em que se propôs fazer um "Benfica à Porto": 13 jogos, com 4 vitórias, 4 empates e 5 derrotas, em golos: 13/15! Horripilante. Desresponsabilizou-se certamente ao perceber que como treinador do Benfica jamais teria a «proteção extra» com que foi treinador do FC Porto!
(em actualização até próximo da meia-noite)
Que Descanse em Paz
Alberto Miguéns
Foi um grande avançado. Um dos melhores da nossa história. Talvez se não fossem as lesões ainda teria tido melhores números de águia ao peito. Jogou numa das equipas mais extraordinárias de sempre a quem faltou alguma sorte para atingir a glória europeia.
ResponderEliminarComo treinador foi mau. Entrou em circunstâncias infelizes e contribuiu para tempos de degradação do clube. Assuntos que serão para relembrar noutras alturas.
Que descanse em paz.
Condolências á família.