UM DOS GRANDES ENIGMAS DO FUTEBOL É QUANTO RECEBEM OS FUTEBOLISTAS.
Eis que no início desta semana foi divulgada uma ligação com todos os vencimentos - por semana e anual - de vinte clubes em Portugal, mas até deve ser a nível mundial embora não tenha vasculhado" mais que todo o Benfica e "picado" os restantes 19 emblemas.
Não sei o grau de credibilidade do portal que divulga essa informação
Por isso vi e li com a devida reserva (clicar)
Causou espanto a primeira vez (deve ter sido) que se soube quanto ganhavam os melhores futebolistas
E foi ainda nos Anos 20 que um jornal (talvez "Os Sports") ou uma revista (talvez "O Eco dos Sports") publicou a informação. Os principais futebolistas tinham um salário equivalente a um director de serviços no Estado, Bancos ou Seguradoras. Escândalo. Com alguns futebolistas analfabetos estes recebiam tanto com empregados bem qualificados com o chamado "quinto ano dos Liceus". Alguns sabiam mas nunca se atreveram a divulgar. Era Segredo de Estado.
Estado Novo
Com carreiras profissionais curtas - aos 30 anos estava-se "velho" - legislou-se para obrigar os futebolistas (para o serem) a terem a terceira classe (saber ler, escrever e contar). E depois a quarta classe. Os futebolistas foram sempre considerados dos trabalhadores mais bem pagos ou pagos acima da média para as habilitações que tinham, académicas ou de um qualquer ofício. Durante muitos anos os clubes para conseguirem suportar as despesas conseguiam empregos que pudessem libertar com alguma facilidade os futebolistas para treinos, estágios e jogos. Muitas vezes eram empregos em organismos do Estado ou de algum dirigente ou adepto mais endinheirado com lojas ou negócios.
Diferenças salariais elevadas
Entre futebolistas que faziam parte dos mesmos plantéis. Foi sempre assim e continua (considerando que as verbas indicadas estão certas). Além que as grandes dedicações bem como a aptidão para jogar a um nível elevado durante muito tempo permitiam depois fazer festas de despedida que tinham enorme valor. sentimental e monetário, pois as receitas revertiam para o futebolista homenageado permitindo-lhe enquanto trintões ter alguma segurança para o resto da vida se soubessem aplicar o dinheiro. Aliás se tivessem poupado - e como se disse um bom jogador, mesmo que analfabeto ganhava bem - podendo ter um resto de vida sem necessitar de "mendigar". Os futebolistas com negócios também beneficiavam da popularidade tendo sempre enorme clientela que queria ter por perto os seus ídolos de uma vida. Era assim o "Mundo da Bola".
Eugénio Salvador
Grande vedeta do teatro e do cinema foi futebolista do Benfica. E vendo/ouvindo uma sua entrevista causa alguma perplexidade ele dizer que num dado momento teve de optar. Pois foi, mas já caminhava para o final de carreira, além de nunca ter sido um futebolista excepcional. Era, sim, dedicado do «Glorioso».
Clicar para reportagem acerca dele na RTP
Eugénio Salvador nasceu em 31 de Março de 1908 iniciando-se no futebol do Benfica pelo grupo infantil (Juniores) quarta categoria (foi ele que marcou o primeiro golo na inauguração do estádio das Amoreiras, em 13 de Dezembro de 1925, com 16 anos e nove meses, num SLB - Casa Pia AC, vitória por 8-1), terceira, segunda e primeira (estreia em 11 de Setembro de 1927, com 19 anos e seis meses). Após sete temporadas consecutivas na primeira categoria, jogou com o «Manto Sagrado» pela última vez, em 15 de Julho de 1934, aos 26 anos e quatro meses. Quando deixou de jogar, no final de 1933/34 apenas dois futebolistas tinham mais antiguidade que ele: Luís Costa (desde 1922/23) e Jorge Tavares (desde 1923/24). Ambos, também, fizeram a última temporada no «Glorioso»: Luís Costa a 12.ª (embora em 1932/33 não tenha jogado na primeira categoria) e Jorge Tavares a 11.ª. E outros dois tanta antiguidade quanto Eugénio Salvador, pois também se estrearam em 1927/28: Guedes Gonçalves e Vítor Silva. Em 1933/34, o Benfica utilizou 33 futebolistas para jogar 43 encontros. Guedes Gonçalves (também nascido em 1908) despediu-se em 1935/36 (duas temporadas depois) e Vítor Silva (nascido em 1909) despediu-se, também, em 1935/36, com "Festa de Despedida e Homenagem" em 1936/37.
Eugénio Salvador dizer que teve que optar pelo teatro em vez do Futebol por incompatibilidade parece um pouco "forçado". Acredito que o tivesse feito mas já se aproximava o final de carreira, como Guedes Gonçalves e Vítor Silva provariam. A diferença estava em Eugénio Salvador ter feito poucos jogos (102) quando comparado com todos os outros: Luís Costa (168), Jorge Tavares (206), Guedes Gonçalves (139) e Vítor Silva (236). Mas isso devia-se, essencialmente, às digressões das companhias de teatro, pois quanto à qualidade comparativamente aos outros é sempre difícil avaliar. Só Vítor Silva era claramente superior. Aliás foi considerado o melhor futebolista português (a par de Pepe, nasceu em 1908, e Pinga, embora Pepe com carreira mais curta, pois morreu, envenenado negligentemente pela esposa ou talvez não...aos 23 anos, em 1931) até Rogério Lantres de Carvalho o(s) suplantar. Eugénio Salvador um Benfiquista que dava gosto ouvir falar do Benfica!
Jardel no meio de tudo isto!
Como Benfiquista percebo que o tempo das "Festas de Homenagem e Despedida" tenha passado, mas no início da pré-temporada seguinte às Glórias do Benfica abandonarem o Clube gostava de as ver, nem que fossem os últimos cinco minutos, no primeiro jogo particular disputado na «Catedral» com o «Manto Sagrado».
Os salários dos futebolistas...esse enigma de sempre!
Alberto Miguéns
Caríssimo,
ResponderEliminarEsse é mesmo um tema tabu, fico-lhe grato, porque isto também é serviço público. Porque razão, tenho o hábito de visitar o seu blog diáriamente? Aqui está um belo exemplo, e não me sentiria bem, se não lhe fizesse este merecido agradecimento, e reconhecimento!
Bem haja!
Estes ordenados são completamente desproporcionados com a qualidade e rendimento dos atletas, Gestores do Absurdo, Direção completamente incapaz. Isto também contribui para a falta de rendimento global da equipa, a desproporção e a enorme diferença entre funcionários.
ResponderEliminarUma adenda o gonçalo ramos ganha num mês aquilo que eu, herói (pausa para gargalhada), não ganho num ano, não deixa de ser... Fantástico, fabulosa a vida milionária dos futebolistas.
ResponderEliminarEstá aqui explicada a razão do amuo de alguns jogadores o ano passado. Um jogador (Weigl) que não é carne nem é peixe, que não impulsiona o nível da equipa (mas ok, não falha passes), veio ganhar mais que o dobro do jogador mais influente e o dobro que o melhor ganhava na altura. E não me admira nem um pouco que tenha assinado com alguma cláusula que obrigue a que jogue sempre, pelo menos pelo que se viu neste ano e meio, por mais porcaria que faça ou nulidade que seja em campo, nunca sai do 11.
ResponderEliminarAtenção, nada contra se efectivamente fizesse a diferença positivamente e se a equipa subisse de nível com ele em campo, mas os resultados e o nível regressivo da equipa e de todos os outros jogadores mostram o contrário. Gestão danosa é o que é.
Digam-me 1 jogador que jogue com Weigl em campo ou que se tenha valorizado. Expliquem o impacto positivo que ele tem nos resultados da equipa. Desvalorizou todos à sua volta, por isso até financeiramente (que esta direcção tanto gosta) é uma catástrofe.
weigl é um excelente jogador para uma outra ideia de jogo, mas qual é a nossa ideia de jogo mesmo? A do Porto é intensidade, jogo pelos extremos e aproveitamento da força física dos avançados, a do SCP o controlo do jogo e da posse de bola e a nossa???? Pois é.
EliminarTudo dito (na tabela de vencimentos) sobre os insucessos recentes do nosso clube, caro Alberto. A discrepância entre os salários dos 7 primeiros e os restantes, podem explicar muito dos insucessos e das tristezas que nos têm dado. Custa a crer como há tanto benfiquista a apoiar a trupe que (des)governa o nosso Sport Lisboa e Benfica. Não terão olhos na cara e raciocínio para verem e perceberem o abismo para que temos caminhando? Os meus agradecimentos por mais este serviço prestado ao Benfica e aos benfiquistas.
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