Fotografia da autoria do Benfiquista - tripeiro por empréstimo de Trás-os-Montes - Conde de Vimioso |
Um acidente terrível durante as férias, em 20 de Julho de 1978, atirou-o para a morte de onde foi resgatado quase por milagre. Actualmente é possível conviver e ouvi-lo contar histórias deliciosas como ilustra a fotografia que abre este texto onde está acompanhado pelo director José Alves, da Casa do Benfica na Cidade Invicta.
Último jogo no Canadá
Em 27 de Junho de 1978, há precisamente 41 anos, o Benfica fez o derradeiro encontro da temporada e também o terceiro dos três jogos na digressão de final de época ao Canadá. O primeiro (23 de Junho, em Edmonton, jogando os últimos dez minutos), o segundo (25 de Junho, em Toronto, no qual marcou dois golos, aos 79 minutos (5.º golo) e 89 minutos (7.º golo), depois de ter entrado aos 75 minutos para a saída de Rui Lopes) e depois o terceiro (27 de Junho) em Montreal, jogando a titular, frente ao MS Castors. Celso jogou os últimos 64 minutos com o «Manto Sagrado» entrando José Luís. Vinte e três dias depois ocorreria o fatídico acidente junto à traiçoeira (actualmente inexistente) ponte de Corroios. E esta efeméride, a "BOA", que este blogue comemora. O último Glorioso Jogo de Celso pelo Benfica. Há 41 anos. Grande Celso. Ai... aquele acidente. Só ele te parou! Podias ter chegado tão longe e levado o «Glorioso» para tão perto do Céu! Continuas no coração dos adeptos que sofreram o choque da notícia do teu acidente e a angústia a tua prolongada hospitalização. Só quando o último de nós partir para o «Quarto Anel» terminará a memória real que temos de ti. Mas, ao contrário de nós, tu ficarás sempre e para todo o sempre na Gloriosa História. Ainda bem!
NOTA: Barros (Castors) é o nosso Barros que até foi colega de Celso na categoria Reserva nesta mesma temporada (1977/78) jogando, por exemplo, em Riade, a 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro |
A tal «roubalheira» das Antas
Antes da digressão, Celso distinguiu-se em dois jogos consecutivos para o campeonato nacional. No FC Porto (28 de Maio de 1978; 28.ª jornada; suplente utilizado aos 78 minutos; estádio das Antas; empate a um golo) e no CD Feirense (4 de Junho de 1978; 29.ª jornada; titularidade até aos 77 minutos com um-a-zero no marcador; «Saudosa Catedral»; vitória por dois-a-zero). No jogo frente ao FC Porto só a "trupe de árbitros" comandada por Manuel Vicente impediu que Celso tivesse quase a cem por cento a possibilidade de fazer o 2-0 (e o Benfica seria Tetracampeão) antes do 1-1 como já se escreveu neste blogue, em 28 de Maio deste ano (clicar). Com os 12 minutos de excelência frente ao FC Porto, no estádio das Antas, o treinador Mortimore entregou-lhe a titularidade no jogo seguinte pois jogou com ataque reforçado em relação ao FC Porto. Enquanto frente ao FC Porto jogou Néné apoiado por Chalana (com Celso a substituir este aos 78 minutos) no jogo com o CD Feirense a linha avançada foi Rui Lopes, Néné e Celso (depois Jorge Silva) com Chalana a médio-ala-esquerdo. Que ataque alargado! E só "ficou" 2-0! É o Futebol. O mais importante são equipas equilibradas e não tanto jogar com dez avançados!
Em busca do tempo perdido
Antes da "tal" 28.ª jornada, em 28 de Maio, no 26.º aniversário do estádio das Antas, Celso foi o "pronto-socorro" de Mortimore em dois jogos: SC Braga (7 de Maio de 1978; 25.ª jornada; suplente utilizado aos 61 minutos para a saída de Néné, «Saudosa Catedral»; empate sem golos) e Vitória FC Setúbal (14 de Maio de 1978; 26.ª jornada; suplente utilizado aos 80 minutos para a saída de José Luís; estádio do Bonfim; vitória por um-a-zero). Neste jogo o Benfica acabou o encontro com dez jogadores em campo após expulsão do guarda-redes Bento, aos 82 minutos! Com as duas substituições já efectuadas coube a António Bastos Lopes vestir a "camisola um" de Bento e fazer de Bento!
Cinco seguidos para alargar a frente de ataque
Para justificar os dois jogos da 25.ª e 26.ª jornadas, o «Glorioso Futebolista», algumas vezes suplente não utilizado, esteve em boa actividade durante um mês com cinco jogos, entre 15 de Março e 16 de Abril de 1978. Ou seja, desde a segunda mão dos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, com 23 minutos jogados em Anfield (D 1-4 com o Liverpul FC) até quatro jornadas - entre a 20.ª e a 23.ª jornada - para o campeonato nacional da I Divisão. Foi uma opção válida para o Benfica colocar mais um avançado em troca, geralmente, com defesas. É neste "período" ao segundo jogo, primeiro para o campeonato que marca o segundo golo para esta competição. Vejamos o "desenvolvimento celsiano" por ordem cronológica:
Liverpul FC - entra aos 67 minutos para sair Pietra (médio-centro-defensivo);
Boavista FC - entra aos 79 minutos para sair Eurico (defesa-central-esquerdo) marcando um golo aos 89 minutos na vitória, por 2-0;
SC Espinho - entra aos 80 minutos para sair Rui Lopes (avançado-de-apoio) com Néné na frente;
Portimonense SC - entra aos 75 minutos para sair Eurico (defesa-central-esquerdo);
CS Marítimo - entra aos 75 minutos para sair António Bastos Lopes (defesa-lateral-direito) com Sheu a fazer, aos 77 minutos, o resultado final, numa vitória por 1-0.
Liverpul FC - entra aos 67 minutos para sair Pietra (médio-centro-defensivo);
Boavista FC - entra aos 79 minutos para sair Eurico (defesa-central-esquerdo) marcando um golo aos 89 minutos na vitória, por 2-0;
SC Espinho - entra aos 80 minutos para sair Rui Lopes (avançado-de-apoio) com Néné na frente;
Portimonense SC - entra aos 75 minutos para sair Eurico (defesa-central-esquerdo);
CS Marítimo - entra aos 75 minutos para sair António Bastos Lopes (defesa-lateral-direito) com Sheu a fazer, aos 77 minutos, o resultado final, numa vitória por 1-0.
Dois jogos completos e consecutivos
Se Celso esteve em Anfield também já antes, defrontara o clube Campeão Europeu na «Saudosa Catedral». O primeiro de dois jogos consecutivos como titular jogando os 90 minutos. Liverpul FC (1 de Março de 1978; primeira mão dos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus; «Saudosa Catedral»; derrota por 1-2) e Sporting CP (5 de Março de 1978; quartos-de-final da Taça de Portugal; estádio José Alvalade; derrota por 1-3). Nestes jogos o ataque, com Celso, Néné e Cavungi, sem Chalana foi incapaz. Celso e Cavungi "apanharam por tabela" havendo quem criticasse a falta de soluções na linha avançada, por um estar pelo primeiro ano no Clube (Celso) e outro ser jovem promessa (Cavungi), por isso com falta de "estofo" em jogos considerados de maior exigência. Mas quer Mortimore (como demonstrou até final da época), quer os adeptos (nunca puderam saber até onde poderia chegar o jovem tripeiro Benfiquista, devido ao fatídico acidente) mantinham a confiança em Celso.
Boavista FC - entra aos 11 minutos para sair lesionado Néné (avançado) com Victor Batista (ponta-de-lança) a "não conseguir estar" mais que 38 minutos em campo;
B 1903 Copenhaga - entra aos 59 minutos para sair Victor Batista (ponta-de-lança). Estávamos em 19 de Outubro de 1977. O sonho era do tamanho do mundo para Celso.
Celso nasceu Benfiquista na cidade do Porto - benfiquista tripeiro, em 22 de Fevereiro de 1954. Formado no Boavista FC e futebolista no Varzim SC (1974/75) sonhava jogar de vermelho indo parar ao SC Salgueiros (1975/76). Depois regressou ao Boavista FC (1976/77) para ingressar no seu/nosso «Glorioso».
Dois em quatro
Celso continuava a mostrar o que poderia dar - com "meia-temporada" realizada - em qualidade ao Benfica. Em 31 de Janeiro de 1978 (Digressão à Arábia Saudita; selecção A da Arábia Saudita, em Riade; entrou aos 80 minutos saindo Chalana; derrota por 0-1) e 19 de Fevereiro de 1978 (CF "Os Belenenses"; 17.ª jornada; no estádio do Restelo; suplente utilizado aos 70 minutos para a saída de Cavungi). Pelo meio dois jogos em que foi suplente não utilizado, ambos na «Saudosa Catedral» para a Taça de Portugal (SC Régua) e no «Dérbi de Lisboa» para o campeonato nacional no "célebre jogo" em que Victor Batista perdeu o brinco, dando pela falta deste, depois de marcar o único golo do jogo.
Titular na "Reserva internacional"
Na digressão de final de Janeiro (30 e 31) e início de Fevereiro (1) foi um dos 28 futebolistas que o Benfica fez deslocar ao Médio Oriente. Dos 28 jogaram 25 e Celso foi o único que disputou os três jogos em três dias consecutivos! Aqui Celso foi mesmo único! E apenas três jogadores fizeram dois jogos em três encontros (além de Celso, como é óbvio que até fez três!) um na Reserva e outro na Honra: Cavungi (30 e 31), António Bastos Lopes (31 e 1) e Eurico (31 e 1). Houve mais sete futebolistas a fazer dois jogos mas ambos os da Reserva, em 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro. Por isso, Celso em 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro de 1978 fez parte dos dois «onzes titulares da categoria Reserva» jogando em qualquer deles os 90 minutos. No primeiro desses jogos, frente à selecção B da Arábia Saudita (D 2-3) marcou um golo aos 37 minutos, fazendo o 2-0. No último jogo, frente a um clube, o Al-Nasr Riade (V 2-0) assistiu Rui Lopes que fez os dois golos. Entre estes, o jogo na categoria de Honra com Celso a jogar os últimos dez minutos após a saída de Chalana.
E o Benfica conquistou a Taça de Honra de Lisboa
Tendo Celso como um dos mais influentes. Marcou, em 21 de Dezembro de 1977, o golo que colocou o «Glorioso» na final e foi de uma utilidade extrema na final (28 de Dezembro de 1977), frente ao Sporting CP. Na final acabou expulso a dois minutos dos 120, mas deu sempre resposta "adequada" aos defesas violentos do adversário, nunca se intimidando ou resguardando. O Benfica conquistou o troféu regional oficial com Celso a ser preponderante.
Entre o muito e o pouco
Dois jogos consecutivos depois de um período difícil com presença a jogar apenas em três jogos, todos para o campeonato nacional - 6 e 20 de Novembro e 4 de Dezembro nos nove disputados pelo Benfica. Eis o "relatório":
Portimonense SC - entra aos 80 minutos para sair Victor Batista (ponta-de-lança) com José Luís (à direita) e Chalana (à esquerda);
CS Marítimo - entra aos 81 minutos para sair Cavungi (extremo-direito);
SC Braga - entra aos 63 minutos para sair Pereirinha (médio-defensivo) num jogo que terminou sem golos, apesar do Benfica ter jogado 27 minutos em 4.2. (Toni e Pietra) 4. (Néné, Celso, Victor Batista e Chalana). Em três jogos, os dois primeiros para "refrescar dando mais poder físico" a linha avançada e o do estádio 1.º de Maio (Braga) para forçar o ataque e o golo que nunca apareceu.
Entre o muito e o pouco
Dois jogos consecutivos depois de um período difícil com presença a jogar apenas em três jogos, todos para o campeonato nacional - 6 e 20 de Novembro e 4 de Dezembro nos nove disputados pelo Benfica. Eis o "relatório":
Portimonense SC - entra aos 80 minutos para sair Victor Batista (ponta-de-lança) com José Luís (à direita) e Chalana (à esquerda);
CS Marítimo - entra aos 81 minutos para sair Cavungi (extremo-direito);
SC Braga - entra aos 63 minutos para sair Pereirinha (médio-defensivo) num jogo que terminou sem golos, apesar do Benfica ter jogado 27 minutos em 4.2. (Toni e Pietra) 4. (Néné, Celso, Victor Batista e Chalana). Em três jogos, os dois primeiros para "refrescar dando mais poder físico" a linha avançada e o do estádio 1.º de Maio (Braga) para forçar o ataque e o golo que nunca apareceu.
Estreia a marcar
Em 23 de Outubro de 1977, frente ao SC Espinho, na «Saudosa Catedral», aos 31 minutos, fazendo o resultado final (V 2-0), com 90 minutos a titular, pela 6.ª jornada do campeonato nacional. O culminar, em beleza, de três jogos consecutivos a honrar o «Manto Sagrado». Vejamos os outros dois, um para a 5.ª jornada do campeonato nacional e outro para a primeira mão dos oitavos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus:Boavista FC - entra aos 11 minutos para sair lesionado Néné (avançado) com Victor Batista (ponta-de-lança) a "não conseguir estar" mais que 38 minutos em campo;
B 1903 Copenhaga - entra aos 59 minutos para sair Victor Batista (ponta-de-lança). Estávamos em 19 de Outubro de 1977. O sonho era do tamanho do mundo para Celso.
Estreia a titular
Em 10 de Setembro de 1977, frente ao CF "Os Belenenses", na 2.ª jornada do campeonato nacional, na «Saudosa Catedral». Uma vitória por 2-0 já consumada, aos 81 minutos, quando Celso saiu para a entrada de Cavungi.
Estreia no campeonato nacional, como titular, na 2.ª jornada depois de ser suplente utilizado (nos derradeiros 11 minutos) na primeira jornada, frente ao Sporting CP, no estádio José Alvalade |
Estreia em Sevilha
Uma pré-temporada exigente com passagem por Sevilha (dois jogos para o VII Torneio Cidade de Sevilha seguindo-se o campeonato nacional e o primeiro jogo para a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Seriam sete jogos consecutivos sempre a ser utilizado, os três primeiros como suplente e os outros quatro como titular e, destes, o último (24 de Setembro de 1977) jogando os 90 minutos. Vamos ao "Deve e Haver do Celso de todos nós":
Sevilha FC - entra aos 64 minutos para sair José Luís (médio-direito) numa tentativa - trocando um médio por mais um avançado - de corrigir um jogo (com o marcador em 0-2), das meias-finais, em que o resultado final foi de 0-3, numa linha avançada com Néné, Victor Batista e Chalana;
Vasas SC Budapeste - entra aos 68 minutos para sair José Luís (médio-direito) numa tentativa - trocando um médio por mais um avançado - de corrigir um jogo, já com 1-2 desde os 44 minutos, do apuramento do 3.º classificado, em que o resultado final foi de 1-2, numa linha avançada que mantinha Néné, Victor Batista e Chalana;
Sporting CP (estádio José Alvalade) - entra aos 79 minutos para sair José Luís (médio-direito) numa tentativa - trocando um médio por mais um avançado - de corrigir um jogo empatado a um golo desde os 20 minutos, numa linha avançada que insistia em Néné, Victor Batista e Chalana;
CF "Os Belenenses" - estreia a titular numa linha avançada com Celso, Victor Batista e Chalana, saindo aos 81 minutos para entrar Cavungi;
FK Torpedo (Moscovo) - titular numa linha avançada com Celso, Néné e Chalana, saindo aos 75 minutos para entrar Cavungi;
Vitória SC (Guimarães) - titular numa linha avançada com Celso, Néné e Chalana, saindo aos 73 minutos para entrar José Luís;
Varzim SC - titular numa linha avançada com Celso, Néné e Chalana, jogando 90 minutos;
Sevilha FC - entra aos 64 minutos para sair José Luís (médio-direito) numa tentativa - trocando um médio por mais um avançado - de corrigir um jogo (com o marcador em 0-2), das meias-finais, em que o resultado final foi de 0-3, numa linha avançada com Néné, Victor Batista e Chalana;
Vasas SC Budapeste - entra aos 68 minutos para sair José Luís (médio-direito) numa tentativa - trocando um médio por mais um avançado - de corrigir um jogo, já com 1-2 desde os 44 minutos, do apuramento do 3.º classificado, em que o resultado final foi de 1-2, numa linha avançada que mantinha Néné, Victor Batista e Chalana;
Sporting CP (estádio José Alvalade) - entra aos 79 minutos para sair José Luís (médio-direito) numa tentativa - trocando um médio por mais um avançado - de corrigir um jogo empatado a um golo desde os 20 minutos, numa linha avançada que insistia em Néné, Victor Batista e Chalana;
CF "Os Belenenses" - estreia a titular numa linha avançada com Celso, Victor Batista e Chalana, saindo aos 81 minutos para entrar Cavungi;
FK Torpedo (Moscovo) - titular numa linha avançada com Celso, Néné e Chalana, saindo aos 75 minutos para entrar Cavungi;
Vitória SC (Guimarães) - titular numa linha avançada com Celso, Néné e Chalana, saindo aos 73 minutos para entrar José Luís;
Varzim SC - titular numa linha avançada com Celso, Néné e Chalana, jogando 90 minutos;
Estreia na Taça dos Clubes Campeões Europeus (logo como titular) também na estreia do Benfica nas competições europeias nesta temporada |
Antes do «Glorioso»
Até posso adaptar o texto que inventei "sob pressão" na NOTA FINAL do texto publicado em 28 de Maio de 2019 (clicar) e que daria origem a uma promessa cumprida hoje!
NOTA FINAL PARA DESTACAR CELSO: Um dos mais infortunados futebolistas do «Glorioso». No final de 1977/78 além de lhe roubarem poder ser campeão nacional foi vítima de um acidente brutal. Como se aproxima a meia-noite fica desde já prometida uma homenagem deste blogue a Celso aquando da data do seu último jogo com o "Manto Sagrado»: 27 de Junho de 2019 (1978). Mas vou contar o que for possível para hoje.
Celso nasceu Benfiquista na cidade do Porto - benfiquista tripeiro, em 22 de Fevereiro de 1954. Formado no Boavista FC e futebolista no Varzim SC (1974/75) sonhava jogar de vermelho indo parar ao SC Salgueiros (1975/76). Depois regressou ao Boavista FC (1976/77) para ingressar no seu/nosso «Glorioso».
Só fez uma temporada (ainda ajudou a conquistar a Taça de Honra) e numa noite fatídica em que na antiga e traiçoeira ponte de Corroios (Margem Sul) um furo o obrigou a sair do automóvel para ser colhido por uma camioneta. Perda de "massa encefálica" temendo-se o pior. A morte ou ficar inutilizado, paralisado, para o resto da vida. Depois deixei de saber dele. Um dia estava na cidade do Porto, na Casa do Benfica, para ver uma final da Taça de Portugal em Basquetebol, penso que com o Galitos FC Barreiro, em 16 de Março de 2014. E estava no Porto com o António Melo que tinha ido representar uma peça ao Teatro Sá da Bandeira. Tenho ideia que o António Melo também estava na Casa do Benfica no Porto no momento em que chega um Benfiquista para também assistir à final. Dizem-me ou dizem-nos que era o Celso. Perguntei ou perguntámos: O Celso do Benfica? SIM, respondem. Bem... foi como se tivesse marcado um golo. Senti ou sentimos uma alegria de o ver ali, ainda que com dificuldade, mas estava ali. O Celso! Foi como vê-lo a marcar um golo. Não é demagogia. Foi mesmo alegria por ser inesperado. Eu pensava que ele era um "vegetal" e afinal tinha ali o Celso do Benfica e a possibilidade de o "entrevistar". Contou o drama, a força que ele e o pai tiveram para o arrancar da morte, da invalidez e do desespero. Conseguir ver o Celso (quando pensava que estava paralisado algures num qualquer Lar) falar com ele (logo do "tal jogo", como é evidente, ele que foi protagonista roubado) da paixão dele pelo Benfica. E saber que ele era presença assídua na Casa do Benfica no Porto foi um momento que jamais esquecerei. Ainda consigo visualizar a sua silhueta ao cimo das escadas e depois numa das mesas. Só o Benfica. A forma como recuperou da morte para a vida foi quase um milagre. Grande Celso. Espero que um dia leias este bocadinho de texto e o que será editado em 27 de Junho deste ano!
E amanhã continua
Com uma entrevista a Celso e ao seu extremoso pai publicada em 1983.
Que orgulho Celso em teres vestido o «Manto Sagrado» e ver-te jogar (e marcar) no estádio do Restelo
Alberto
Miguéns
NOTA: Só espero é que os responsáveis pelo dinheiro do «Glorioso» não se tenham esquecido de Celso. Celso pode não ser "mediático" como muitos outros jogadores - para os media já nem existe - e dar pouca visibilidade na comunicação social às acções de apoio. Mas a solidariedade até deve ser exercida de modo anónimo e discreto. Celso necessita de tudo menos caridade. Celso é um Homem À Benfica: pacato mas orgulhoso. Ama o seu Benfica e, dos Benfiquistas, apenas quer o nosso carinho. Gostaria que o Clube lhe desse um pouco mais que sendo ínfimo para o SLB... para ele é muito! QUASE TUDO!
NOTA DE AGRADECIMENTO: Aos Benfiquistas Mário Pais e Victor Carocha que possibilitaram melhorar o texto. Mário Pais como "uma espécie de enviado especial do «Em Defesa do Benfica» às bibliotecas e hemerotecas deste País. A Victor João Carocha que é «uma espécie de arquivista fotográfico para este blogue a desenrascar À Benfica, ou seja, mesmo que tenha de ser no último minuto!». Obrigado.
Pela descrição do acidente foi um milagre ter sobrevivido. Não sei se o nosso Clube alguma vez teve um gesto de apreço, de carinho para com Celso.
ResponderEliminarAquele jogo das Antas foi uma vergonha. Um roubo de múltiplas dimensões. Aquela arbitragem manipulou não apenas um jogo e com isso um título mas também, vistas as coisas, roubou a Celso a possibilidade de ter sido um herói recordado para a História. Hoje lembramos o papel de César Brito quando em 28 de Abril de 1991 entrou para a História do Glorioso com aqueles dois golos memoráveis. Celso bem merecia ter hoje sobre ele uma memória colectiva similar.
Celso teve a honra e o gosto de jogar de Águia ao peito. Jogou num período em que o SLB tinha grandes jogadores e grandes equipas. Soube brilhar e com certeza que com tempo teria mais condições e oportunidades para brilhar. Ao invés, o destino deu-lhe um lugar ao lado de casos infelizes de jogadores perdidos para o futebol por razões trágicas. Entrou numa galeria triste mas ilustre: Luciano, Augusto Silva, Artur Correia, Vítor Martins, e outros que agora não me lembro.
Bonita homenagem. Espero que Celso tenha a oportunidade de ouvir a leitura deste texto e assim de sentir o orgulho do trabalho bem feito e de que há Benfiquistas com memória.
Concordo que seria muito bonito e justo que o Clube tivesse um gesto oficial para com Celso. Presumo que há muitos anos que Celso não verá um jogo ao vivo na Luz. Pensem nisso Senhores dirigentes.
Isto é para guardar, não se pode ler tudo de uma só vez.
ResponderEliminarPelo que já tresli, trata-se de mais um belo naco de História, escrito por quem sabe!
O Benfica não pode ser sempre José Augusto, José Augusto ....(com todo o respeito)
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