Só existem para atirar areia para os adeptos de Futebol e para dar indicação entre clubes do valor que têm os futebolistas para o emblema que tem determinado futebolista contratado.
Funcionam mal mas ainda funcionam
É que há uma espécie de "Código de Negócio" entre os clubes pois todos vivem da especulação da habilidade humana para jogar futebol. Uma forma de exploração das pessoas que continua a ser politicamente correcta. Ninguém que trabalha noutra actividade tem cláusulas de rescisão. Tem contratos de trabalho que a não serem cumpridos provocam indemnizações previstas nas Lei Gerais do Trabalho ou na contratação colectiva.
Se um clube quiser paga zero cêntimos mesmo que a cláusula de rescisão seja de mil milhões
Não o faz pois sabe que isso desregulamentava o mercado, marginalizava esse clube dos restantes e depois deixava de haver agentes, empresários, dirigentes a mamar uma boa mamada em comissões, transmissões, transfigurações, "adiantamentos" e separações.
Se um clube dos mais poderosos do Mundo financeiro quiser verga sempre um clube menos poderoso
Contacta um futebolista, com por exemplo, uma cláusula de 50 milhões ou 500 milhões ou 5 mil milhões e diz-lhe que lhe dá dez milhões ou 100 milhões (depende de quanto já tem esse futebolista na conta bancária e rol de investimentos) se ele forçar a saída do clube. E é tão fácil. O futebolista começa a correr menos nos treinos, a correr menos nos jogos, a arriscar menos e a arriscar-se menos, passa a ser menos influente, a perder a titularidade, a ser um peso contabilístico, até porque se tem cláusulas elevadas é porque tem mordomias altas. Um clube pode penalizá-lo mas não aguenta muito tempo. Até porque põe o balneário em polvorosa. O "espectro" de ser castigado em só treinar ou jogar num escalão inferior se esse clube tiver Equipa B é sempre transitório. Repito. Só não acontece porque todos os clubes, os empresários e os futebolistas (entre o ingénuo e a fidelidade a princípios da "palavra dada é palavra honrada" até porque sabem que a partir dos 35 anos podem necessitar de um emprego noutras funções) vivem para esse sistema. E os responsáveis pelas administrações do futebol dos clubes que sacam muitos milhões com os milhões dos futebolistas. Todos ganham. Convivem com este sistema e não querem provocar rupturas.
Além disso (I)
Os clubes mais poderosos ainda não têm dificuldades financeiras pois contam com a conivência da FIFA/UEFA (o "fairplay financeiro" é uma treta por causa disso). Sabem que há milhões de adeptos fanáticos que vêem futebol de manhã à noite, permitindo canais desportivos pagos, publicidade, vendas e compras. Eu conheço adeptos que mal têm dinheiro para comer alimentos "saudáveis" ou comprar um livro, dvd's, cd's, ir a Museus ou viajar, mas compram todas as bugigangas que os clubes vendem. São pobres mas fazem um esforço monumental para fazer dos ricos ainda mais ricos. Querer ou ser «-ista» tem custos elevados. E se isto é assim em Portugal então onde há ainda mais dinheiro há mais verbas, principalmente das televisões que vendem para todo o Mundo onde adeptos que nada os liga a esses clubes vêem os jogos. Milhões geram milhões. Mas vai haver um choque frontal, um dia destes.
Além disso (II)
Os políticos dos países não têm força (junto das pessoas que amam os clubes e odeiam os políticos) nem moral (também são adeptos ou corruptos) para impor-se às trafulhices tributárias. Deixam o sistema em "roda livre". Sabem bem que nem um por cento das verbas do Futebol, à semelhança da droga, tráfico de mulheres e armas, são devidamente tributados. Sabem mas não agem. Mas sabem...
Vamos só esperar pela Lei Bosman II
É uma questão de tempo!
No Futebol enganam-se muitas pessoas mas não se consegue enganar todas!
Alberto
Miguéns
Na mouche !!!
ResponderEliminarFantástico. Agosto destes posts políticos. De que choque frontal fala? Abraço.
ResponderEliminarCaro
EliminarPenso que as cláusulas de rescisão vão ser abolidas. Vai ser impossível continuar uma escalada de gastos de milhões. Aliás só existe porque a FIFA/UEFA ameaçam mas recuam. Talvez numa fase intermédia os clubes façam como nos EUA ao criarem um tecto salarial. E para isso ocorrer terá de haver um Campeonato Europeu de Clubes para concentrar riqueza em 20/30 clubes.
Até pode receber dos dois lados. Tivemos um no Glorioso. Sabes a quem me refiro, não sabes?
ResponderEliminarBelíssimo texto! Colocou nos termos certos aquilo que já penso há muito. Gostei particularmente do modo como adjectivou os políticos.
ResponderEliminarNem sempre um jogador sai à revelia.
ResponderEliminarBasta ver o Ramirez que está encostado até fim de contrato.