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11 março 2016

Charlatanice Juliana: Ricardo Serrado outra vez?!

11 março 2016 20 Comentários
RICARDO SERRADO OUTRA VEZ?! JÁ ENJOA!


NOTA INICIAL: O texto ficou muito longo (até porque foi necessário colocar justificações coevas - da época em que ocorreram - para mostrar as mentiras e inexactidões) mas eu jamais iria gastar mais que um dia com este assunto. Até um dia me custou!!


Para não iniciar o texto de hoje com uma negação decidi escrever esta frase. Não esperava voltar ao assunto “Ricardo Serrado e as suas aldrabices” tão cedo. Talvez quando ele voltasse a escrever um livro acerca do Benfica, sendo previsível que esse livro tenha incorrecções como é habitual nele. Mas eis que recebo neste blogue o seguinte comentário:


Comentário que não me deixava alternativa. Eu não sou de esconder-me ou protelar aquilo que deve ser feito. Por uma questão de respeito pelos leitores deste blogue – se fui eu que andei a escrever acerca do dito historiador, agora terei de estar atento, no mínimo, ao que se passa. Não tendo lido a entrevista tive que a conseguir ler. E dei disso conhecimento ao leitor. Depois recebi o retorno que estou agora a satisfazer. Podia ter sido mais cedo mas entretanto houve o "Dérbi de Lisboa" tal como a brilhante vitória na Rússia. E isso é prioritário. Hoje também tinha outro assunto acerca do qual queria escrever, mas isso obrigava começar a ficar fora do prazo aceitável a minha promessa:


Ainda recebi outro comentário de um outro leitor mas acerca deste não consegui saber de que assunto o dito falava. Ainda procurei nas gravações tentar localizar o assunto mas em vão. Depois de gastar dez minutos nas gravações de A Bola TV e não encontrar o programa ... desisti.
Regressando ao comentário inicial. Não tendo lido a entrevista em papel e já tendo passado essa possibilidade (comprar o jornal), consegui no blogue Benfiquista Benficaholic (quem a quiser ler como uma página - é na página 8 - pode fazê-lo no mesmo local – clicar) para obter a informação que o leitor “Grão Vasco” referia. Quem não quiser passar por esse blogue pode consultá-la, na íntegra, logo após este texto explicativo, pois a seguir vou ter de a “esquartejar” para mostrar como se consegue alterar a História, ou pelo menos tentar alterar pormenores da História envolvendo logo três clubes de uma penada: SL Benfica, Sporting CP e CF “Os Belenenses”. E não faz sentido quem está interessado neste assunto não a ler “de fio-a-pavio” primeiro. Até porque são assuntos antigos - 1907, 1912 e supostamente início de anos 20 - que poucas pessoas dominam:


Começa a “cheirar a bafio”
Eu da última vez que escrevi acerca desta personagem (29 de Janeiro de 2016: Cosme? Ata? Serrado?: clicar) até pensava que não voltaria em breve a escrever acerca dele. Pois não?! Pouco mais de um mês depois! Irra! É que ele não consegue passar despercebido não produzindo erros. Que o faça à vontade. Deixe é de falar do Benfica! Eu mesmo que detecte erros em relação a outro clube nada direi ou escreverei. Agora o Benfica? Alterar a História? Mesmo que sejam pormenores? Jamais passarão impunes (desde que tome conhecimento deles). Ou este blogue não se denomine "Em Defesa do Benfica".

Mentiras factuais
Há três mentiras graves - qualquer mentira é grave - mas estas ultrapassam os limites que envolvem três clubes de Lisboa.
1. Artur José Pereira não deixou o Benfica para jogar no Sporting CP em 1912. Mas sim... dois anos depois no final da temporada de 1913/14;
2. O primeiro Benfica-Sporting, em 1 de Dezembro de 1907, não se disputou em Belém, nas terras do Desembargador, onde o Benfica costumava jogar mas em... Carcavelos;
3. O jogador referenciado na fotografia de CF "Os Belenenses" não é Artur José Pereira, mas sim... Eduardo Azevedo! Uma fotografia de uma época muito posterior à ultima em que Artur José Pereira jogou!
Vamos justificar:


Isto é o que ele afirma:



1.



Mas... em 1913/14 ainda há registos de Artur José Pereira (A. Pereira) a jogar pelo Benfica frente ao Sporting CP. Ora vejam:

Jornal "O Sport Lisboa" n.º 30; página 6; 14 de Março de 1914. Parte final com a constituição das equipas da crónica iniciada na página 5 do jogo realizado em 8 de Março de 1914, no campo do Lumiar, em que o Benfica, venceu por 3-0, o Sporting CP na última jornada do campeonato Regional de Lisboa que o "Glorioso" conquistou pela 4.ª vez, terceira consecutiva
Aliás nem o Sporting CP na sua história tem dúvidas acerca do ano em que Artur José Pereira começou a representar o clube, como se pode ver em (clicar) cuja digitalização segue abaixo:


Ao contrário da mentira inventada por Ricardo Serrado, Artur José Pereira rumou ao Sporting CP no Verão de 1914 e não em 1912. Dois anos depois. Após mais duas épocas com o "Manto Sagrado"!

2.



Ao contrário daquilo que ele diz o jogo não foi "em Belém, onde jogava o Benfica, nas terras do desembargador". Mas em Carcavelos como ilustram as crónicas da época:



Revista "Tiro e Sport" (clicar para ver o original)



Jornal "Os Sports"


A mentira grosseira não compensa dando a entender que o Benfica foi derrotado "em casa". O jogo foi em campo neutro, mesmo que entre Belém e Carcavelos distem apenas uma escassa dezena de quilómetros e sejam ambos à beira-Tejo. Aliás eu podia colocar aqui toda a notícia (cinco vezes mais extensa que a digitalização publicada) - por ser "deliciosa" - do relato do primeiro "Dérbi de Lisboa" mas era estar a estragar o "pitéu". Alías nesse tempo o "Dérbi de Lisboa" era o Benfica frente ao Internacional/CIF. Mas...prometo divulgar essa crónica, em 1 de Dezembro de 2017, neste blogue, ou não se assinalassem nesse dia os 110 anos do primeiro Benfica-Sporting!


3.




A mentira tem perna curta como a fotografia mostra. O suposto Artur José Pereira equipado à Belenenses fazendo parte de um "onze" de Belém afinal não passa de um outro futebolista - Eduardo Azevedo. Aliás estando Pepe (a maior referência como jogador na História do Clube) na fotografia NUNCA poderia estar Artur José Pereira pois nunca jogaram juntos. Artur José Pereira deixou de jogar em Abril de 1922 enquanto Pepe (José Manuel Soares) se estreou em 28 de Fevereiro de 1926 (uma data fácil de fixar para os Benfiquistas, ou não fosse o dia do 22.º aniversário do "Glorioso" e 1926 o ano do início da Ditadura que terminou em 25 de Abril de 1974). 


Incongruências inaceitáveis
Mas então se o historiador considera que o Benfica surge em 1908 como pode ter jogado em Dezembro de 1907? Quer dizer que o Benfica jogou antes de existir? Ou admite que o Benfica é o Sport Lisboa (de 1904)? Se admite porque afirma que o SLB surge em 1908 da fusão entre o Sport Lisboa e Sport Benfica? Trapalhadas à Serrado!


Ou se alguém quiser ser "mauzinho" dirá. Pois para um sportinguista a fundação do Benfica convém ser em 1908 (dois anos mais tarde que o SCP, ou seja, o clube sportinguista é dois anos mais antigo, surgindo primeiro) mas também interessa que seja em 1904 quando se trata do jogo, em 1 de Dezembro de 1907, porque assim o Sporting CP até ganhou o primeiro jogo ao Benfica! Ora! Querem "comer-nos" dos dois lados! Decidam-se! Nós - Benfica e Benfiquistas - há muito que sabemos e conhecemos a Gloriosa História!

Interpretações grosseiras
Afirmar o seguinte é um "abuso" naquilo que sempre se disse, incluindo quem conheceu Cosme Damião, Artur José Pereira e o futebol desse tempo, além de mais mentiras:

1.


1. "Cosme Damião foi buscá-lo...". Cosme Damião não ia buscar nenhum futebolista. Nem em 1904, 1908 (Artur José Pereira estreou-se no "Glorioso" em 15 de Março de 1908) ou 1926. Por isso - não querer «andar atrás dos jogadores, eles é que deviam querer jogar no Benfica e procurá-lo para nele jogar» - é que se afastou como dirigente do Clube em 1926;
2. "... ao então União Belenense para jogar no Benfica". Muitas dúvidas acerca de ter sido este o clube. Há quem o tenha conhecido e vivido esses tempos que diga (escrito) que Artur José Pereira veio do Football Cruz Negra;
3. "Artur José Pereira foi logo campeão pelos encarnados". Era bom era. Nem na primeira época (1907/08), nem na segunda (1908/09), mas só na terceira (1909/10). Nas duas iniciais o campeão foi o Carcavellos Club, os "mestres ingleses do Cabo Submarino", como os apelidava Cosme Damião. 

Como é possível um historiador inventar tanto!

2.



Então não! Tanto ganhava que o Sporting CP em 1915/16, 1916/17 e 1917/18 contava com ele e quem ganhou? Que clube foi campeão? O Benfica! O Benfica não necessitava de ter Artur José Pereira para ser campeão, tal como o Sporting CP não era por ter Artur José Pereira que foi campeão regional.


Subsídios para a História da AFL; 1960; Edição da AFL

Era bom que Ricardo Serrado ponderasse bem o que diz em vez de induzir leitores em erro!


3.




Não foi bem assim! Antes pelo contrário. A saída de oito futebolistas (sete titulares indiscutíveis na 1.ª categoria) no Verão de 1907 e cerca de duas dezenas de associados para o Sporting CP provocou "indigestão" embora muitos dos que ficaram no "Glorioso" compreendessem que iam rumo a um clube que tinha campo próprio. Desertavam para melhor. Mas não deixavam de desertar. Aliás eu um dia hei-de descobrir uma entrevista feita nos anos 30 (penso que a Félix Bermudes) publicada num jornal actualmente inexistente em que ele afirmava, qualquer coisa deste tipo (não vou utilizar aspas pois não sei se estas são as palavras exactas): Claro que os que resistiram em 1907 não gostaram da atitude dos que saíram para o Sporting. Um de nós até fez um quadro colocado por cima da porta de entrada da Sede, do lado de dentro, onde estava escrito o seguinte: Indesejados aqui dentro, amigos lá fora! Quando a encontrar - sei "mais ou menos" onde encontrá-la mas vai levar algum tempo de pesquisa na BNP - hei-de publicá-la aqui no EDB.



4.



Nem na História do Sporting CP vão tão "longe"! O Sporting CP só teve atletismo no Verão de 1910. O críquete nunca passou de intenção, pois não há registos. Ténis sim, mas recreativo. Futebol é o que se sabe. No que restava de 1905/06 (fundados em 8 Maio de 1906) não há registo de jogos. Em 1906/07 só se inscreveram em torneios para 2.ª categoria (onde jogavam os seus melhores futebolistas) e 3.ª categoria e foram copiosamente derrotados nos dois torneios em que participaram, conquistados pelo "Glorioso", entre Fevereiro e Abril de 1907. Apenas em 1907/08 (depois de receberem os oito desertores) tiveram Futebol (a sério). Mas... não consta que algum dos seus 36 fundadores alguma vez tenha feito desporto a sério (como "sportsmen"). A não ser os Stromp (António e Francisco) e Nóbrega de Lima. Três em 36! Aqui aplica-se na perfeição a frase "a excepção à regra"! Os principais fundadores: José de Alvalade e os dois irmãos Gavazzo (José e Francisco) não praticavam qualquer desporto! Nem nenhum dos outros dez principais fundadores. No SCP, em 36 fundadores, foi criado um sub-grupo de dez que eram os únicos que podiam dirigir o clube cujas direcções eram compostas por cinco elementos (presidente, vice-presidente, tesoureiro, 1.º e 2.º secretário) que se iam revezando conforme as indisponibilidade e disponibilidade de cada um desses dez que ainda tinham, individualmente, a possibilidade de vetar a admissão de novos associados além dos 36 iniciais. Nestes dez nenhum praticava desporto, ainda que o mais velho dos Stromp (José) o único Stromp que fazia parte desta elite, em tempos tivesse jogado futebol- sempre em categorias inferiores (2.ª e 3.ª) e feito atletismo noutros clubes. O tal eclectismo no SCP é tardio. Excepto o Futebol, Atletismo (anos 10), Ténis de Campo e Ginástica, mas estas duas como actividades recreativas, só nos anos 20 se desenvolvem modalidades desportivas no Sporting CP. Muito mais tardio que no Benfica!



Não se percebe onde foi o historiador buscar esta ideia. Um Mito! 


 
Falta de rigor
E se ele se decidisse. O Benfica foi fundado por um grupo de 10, 11... É tipo ir à padaria e pedir «dê-me aí umas 10 ou 11 carcaças!» A Gloriosa História é feita com rigor. Está há muito documentada. Sabemos quantos fomos de início. Fomos 24. Sabemos quantos associados temos na actualidade. Não é do tipo "uns 10 ou 11!". 


Mesmo assim um "avanço" (em números) em relação à forma abjecta como tentou tirar da fundação do clube - quando trabalhou no Benfica - 14 associados, entre eles Cosme Damião, a Farmácia Franco como local e mesmo o dia 28 de Fevereiro de 1904 é "apenas um dia de treino" afirmando que o clube se foi fundando e lá para Agosto estava com "uma identidade mais ou menos completa":


Pelo menos começou em 10. Já vai em 11. Para 24, ainda faltam 13. Lá chegará! Quantos anos levará! Imprevisível. Ou será por entender que dez nem uma equipa completa de futebol o Benfica conseguiria apresentar.

Um historiador pode ter este comportamento?
Como é que alguém que é historiador pode ter um comportamento tão pouco rigoroso?! Displicente! Diz o que lhe apetece sem confirmar as fontes. Será excepção ou a regra na formação universitária dos historiadores em Portugal? Estou como me disse "o outro". Se fosse advogado, engenheiro, e principalmente, médico e cirurgião ficava muito preocupado! Historiador trapalhão?! Bahhhhhhhhhhhhhh


E eu que queria hoje falar de assuntos mais interessantes fui obrigado a "despachar" mais uma trapalhada daquele que um dia se lembrou que Cosme Damião afinal tinha um nome próprio que nunca ninguém soubera. Nem a família. Júlio!

Assim se perdeu um dia na vida do “Em Defesa do Benfica”

Alberto Miguéns

NOTAS FINAIS:

      1.     Admira-me que um jornal como "A  Bola" alinhe numa situação destas dando voz a alguém que não consegue acertar em acontecimentos históricos que até são básicos - Artur José Pereira trocando o SLB pelo SCP e Carcavelos como local do primeiro "Dérbi" - que muitas pessoas (as que se dedicam a estes assuntos mais do passado) conhecem, por serem há muito do domínio comum, não se tratando de trazer algo de novo. A não ser truncar e viciar essa informação básica. Apesar de perceber que quem credibilizou o "Historiador Surrealista" foram os actuais dirigentes do Benfica (impensável até alguns anos atrás) - ao dar-lhe emprego, importância, protagonismo e visibilidade. No jornal, provavelmente, aceitaram sem reservas as suas opiniões por ter "Certificação Made in Benfica". Mas mesmo assim é "A Bola". É que eu quando ouço falar de "A Bola" lembro-me logo destes valorosos:

1. Nuno Ferrari; 2. Aurélio Márcio; 3. Jorge Schnitzer; 4. Homero Serpa; 5. Carlos Pinhão; 6. Carlos Miranda; 7. Cruz dos Santos; 8. Vasco Rocha; 9. Mário Macedo; 10. Vítor Santos; 11. Carlos Sequeira; 12. Moniz Pereira; e 13. Alfredo Farinha 

        2.  Uma nota que por nada ter a ver com o texto surge depois dele terminado. Através do trabalho incansável de "Master Groove" será possível em breve disponibilizar a todos os leitores deste blogue vários PDF´s com o projecto que elaborei a pedido dos dirigentes do SLB, em 4 de Setembro de 2013, mas que ainda hoje continuo à espera que digam se interessa ou não. Nunca se pronunciaram. Nem sim, nem não! Zero! Se os dirigentes não querem que se faça a História do Clube (ano-a-ano) e do Futebol (época-a-época) não há razão para o projecto que fiz - embora apenas esboços, ainda que praticamente finais, e das épocas/anos iniciais e dos últimos anos e últimas épocas, por servirem apenas de modelos de um projecto à procura de condições para avançar - não ficar à disposição dos Benfiquistas, em vez de apenas estar reservado numa pasta no meu "desquetopas"!;


     3.  Outra nota que por não ter directamente a ver com o assunto abordado merece destaque à parte. Um dia Artur José Pereira merecerá aqui um texto neste blogue pelo que fez enquanto "Glorioso". Nas sete temporadas foi dos melhores futebolistas do Clube, dos que mais contribuíram para o Glória do Benfica. A traição dele no final de 1913/14 foi uma "facada nas costas" para Cosme Damião. Este contava com ele para o substituir como médio-centro (AJP era obrigado a jogar a médio-direito ou esquerdo por Cosme Damião ser médio-centro). Houve quem dissesse que a saída de Artur José Pereira obrigou Cosme Damião a jogar mais tempo do que queria. E que apenas o feitio irascível travava a substituição dele, mesmo em 1914/15, pois Cosme Damião esperava que ele "assentasse" para poder substituí-lo como futebolista (médio-centro) e capitão. Além disso - embora não se pudesse exigir na entrevista de uma página de Elsa Bicho a Ricardo Serrado - a saída de Artur José Pereira foi muito mais que uma traição. Foi muito mal digerida por todos os clubes. Não pela mudança. Havia sempre mudanças de alguns jogadores que trocavam de clube no final de cada temporada. Mas o que Artur José Pereira fez (e o Sporting CP aceitou) foi violar um pacto de honra que existia entre todos os clubes: Não aceitar futebolistas castigados por motivos disciplinares, principalmente, por desrespeito ao clube onde pertenciam ou por faltarem ao respeito a dirigentes. Artur José Pereira estava suspenso por um desses motivos mas o Sporting CP "quebrou" o código de honra. Com uma "agravante" que causou espanto! Fez tábua rasa do pacto de honra entre clubes para com um futebolista que era alvo frequente das críticas dos sportinguistas nos jornais nos dias seguintes aos "Derbies de Lisboa" por ter sido, durante o jogo, na opinião verde-e-branca «demasiado duro, indisciplinado e desleal». De nada valeu! A ânsia de ter aquele que era considerado o melhor futebolista português de sempre, até aos anos 10, foi mais forte que a Honra! 


     Jornal "O Sport Lisboa" n.º 65; página 4; 14 de Novembro de 1914. NOTA: Pequeníssimo excerto de uma polémica que demorou dias e fez páginas e páginas em pelo menos três jornais. Só neste, a página 4 foi-lhe dedicada na totalidade!




20 comentários
  1. Mais do mesmo. Datas, nomes, locais, imagens. Tudo com interpretação bem pessoal. As vítimas mais recentes são o Benfica (a do costume) e agora Artur José Pereira. Baptizado em 1924 de Eduardo Azevedo.

    Já tínhamos "Júlio Cosme Damião" agora é a vez de "Artur Eduardo Pereira de Azevedo". Jogador de assaz longa carreira. Começou algures em 1906/07 e acabou carreira lá para a década de 30. Deve ter sido o "Stanley Matthews Português".

    Faça-se luz que estamos sempre a aprender.

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  2. obrigado por estas golfadas de ar fresco. pensar que esta criatura trabalha ou trabalhou no Benfica, dá calafrios. como é possível...

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  3. Caro Alberto,

    Nunca é demais agradecer-lhe a dedicação e precisão.

    Grato,
    Isaías

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  4. Caro Alberto,

    Acrescento ao comentário anterior, de agradecimento, a nota de que publicitei este artigo no meu blog, por forma a atrair a atenção da audiência do mesmo (ainda que parca), para este assunto que considero muito importante.

    Grato, uma vez mais,
    Isaías

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  5. De Profeta a 10.03.2016 às 22:07
    Pois eu tenho sérias dúvidas. Contrataram-se mais de 50 jogadores muito fracos, e o Inácio sabe como elas se fazem. O Marco Silva e o Jardim não tinham dedo nenhum nas contratações... É evidente que não posso estar a dizer que andaram a beneficiar de comissões, mas parece-me haver fogo. Porque demasiado fumo, já ele há...



    "O Vaslui respondeu aos comentários do treinador Augusto Inácio, proferidos após ter sido despedido recentemente do emblema romeno. O diretor-geral do Vaslui, Daniel Stanciu, concentrou a resposta em comunicado, enviado para A BOLA.

    «As declarações públicas de Augusto Inácio foram uma surpresa para mim. Com todo o respeito pelo futebol português e as pessoas que trabalham na área, as suas opiniões são uma má publicidade para todos os treinadores, não apenas na Roménia, mas em toda a Europa. Devo mencionar que em cinco meses em que trabalhou no Vaslui, ganhou muito mais do que Vítor Pereira numa temporada inteira no FC Porto, apesar de não ter o mesmo sucesso, nem ter conquistado qualquer troféu, embora estivesse ao comando de uma forte equipa e com forte apoio financeiro», aponta aquele responsável do Vaslui, especificando:

    - Augusto Inácio desviou-se da atividade de treinador, mas revelou-se um agente de jogadores excecional. Ficou aborrecido por nos termos oposto à transferência de alguns jogadores da 2.ª Liga de Portugal, que custariam ao clube centenas de milhar de euros, ou de atletas livres, dos quais os seus agentes pediam comissões exorbitantes. Transferimos jogadores que ele pediu, mas não pelo valor proposto, dos quais os emails de negociação servem de prova. Daquilo que tomamos conhecimento pelas pessoas envolvidas, ele definia os preços e, também, estabeleceu os cortes nos ganhos.

    Relativamente a este tema, Daniel Stanciu recorda um episódio:

    - É bem conhecido um incidente num hotel do Porto, quando ele e um agente português tiveram uma acesa discussão, testemunhada pelo agente de jogadores Gaspar [Freire], pelo antigo futebolista Ioan Timofte e o presidente da Olhanense. Haveria muitas mais coisas a dizer, mas tenho algum pudor em referi-las."

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  6. Mais um texto de História do Benfica para partilhar Alberto.

    Com sempre obrigado...

    PS: Vou enviar-lhe o artigo desta jornalista Elsa Bicho por email

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  7. Alberto, espero que um dia disponibilize esses pdf com a história do Benfica, pois adorava depois compilá-los e presentear o meu pai com um exemplar, qual Bíblia!

    Quanto ao Ricardo Serrado, acho absolutamente incrível o que se faz. Pessoas com visibilidade, com responsabilidades na educação da população, pois se têm tempo de antena e são vistos as suas palavras são logo assumidas como factos, no entanto não fundamentam o que dizem, contradizem-se e reescrevem a história. Isto é muito grave, pois daqui a uns anos, sem Albertos Miguéns, são artigos como este no jornal a bola que vão perdurar e que vão induzir em erro futuros benfiquistas. É UMA GRANDE IRRESPONSABILIDADE E AS PESSOAS DEVIAM PENSAR BEM NO QUE ANDAM A FAZER.

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  8. Graças ao grande Miguéns podemos dizer que só não sabemos a história do nosso clube porque não queremos, pois este blog é uma lufada de ar fresco, história com factos e provas e não com diz-que disse!
    Parabéns grande Alberto Miguéns|

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  9. Alberto, li no blog "és a nossa fé" as origens dos nomes lagartos e lampiões.
    Dizem eles que lagartos eram os títulos de subescrição para a construção do estádio José de Alvalade, mostrando um dos títulos, mas sem que em nenhum local do documento o nome lagarto apareça.
    Já quanto aos lampiões, dizem ter sido o nome dado nos anos 30 a um famoso ladrão brasileiro.
    Bem sei que o Alberto tem mais o que fazer, e tem mais serrados para desmentir, mas quando tiver tempo, gostava de saber se tem alguma informação acerca da origem destes nomes.
    O maior elogio que lhe podem fazer é perguntar-lhe sobre assuntos do passado, embora seja um elogio que dá trabalho.
    obrigado

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    1. Caro Rukka,

      Sabe que as alcunhas são como os palavrões é difícil detectar o sua origem quando ela não é criada por decisão oficial, como Dragões (após a final perdida na Taça das Taças), Panteras (se o FCP tinha o Boavista FC passava a ter), Castores (por ser a Capital do Móvel), Guerreiros, Conquistadores, etc. Estas são recentes. As antigas são mais difíceis.

      O que é que lhe posso dizer acerca disto? Nos anos 30 (pelo menos já existiam). Contou-me o Macarrão (excelente funcionário do Clube desde 1937).

      Hipóteses mais verosímeis.

      Sporting CP - o termo "lagarto" não foi criado com esses títulos. Foi utilizado por quem idealizou a campanha que foi um fracasso. Pensavam que iam ter uma grande adesão em 1954/55/56 tal como o Benfica conseguira em 1952/53/54. Mas não. Tiveram pouca adesão tanto que nem conseguiram fechar a bancada oposta à Central. Só nos anos 80. E houve quem culpasse disso a ideia idiota de utilizar um termo jocoso para ilustrar os títulos.

      O que me disse o Macarrão (nascido em 5 de Maio de 1920): Os Benfiquistas chamavam-lhes lagartos por ser a cor verde dos mesmos e aparecerem só em dias em que ganhavam e esconderem-se quando perdiam, tal como os lagartos que aparecem quando há Sol e desaparecem quando está mau tempo;

      Lampiões - Eram as luzes avermelhadas dos dois círios que anunciavam os funerais. Hoje os funerais já não são a pé. Mas eu na minha aldeia assisti a muitos funerais destes. À frente da urna, como que anunciar a quem vinha ao longe em algazarra, por não saber que alguém ia ser sepultado, viam-se duas luzes avermelhadas, uma de cada lado - esquerdo e direito - das ruas, à frente da urna, por onde passava o funeral. Mesmo longe percebia-se pelo cerimonial que era um funeral. Estas luzes avermelhadas no topo de uma vara (tinha um nome que já não recordo) eram conhecidas por lampiões (as luzes vermelhas) no topo do tal varapau. Penso que o conjunto: lampião + varapau, tinha outra designação. A luz de uma mecha a arder em azeite com um papel vermelho a forrar a campânula de vidro designava-se na minha aldeia (e certamente por todo o País: Macarrão era de Lagos e vivia em Lisboa e também se denominava assim) lampião.

      Estas são as explicações que lhe posso dar. Mas é difícil saber se são mesmo assim, pois os jornais só muito recentemente começaram a descrever os nomes. Durante os anos 60, 70 e mesmo 80 eram assunto tabu em termos públicos oficiais.

      Gloriosíssimas Saudações

      Alberto Miguéns

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  10. Caro Alberto Miguéns, quando se defende a História do Gloriosíssimo Sport Lisboa e Benfica como você faz não há dias perdidos. Tal como já fiz anteriormente, com outros artigos, irei partilhar este artigo na minha página do Facebook.
    De Todos Um!
    Um Abraço

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  11. Eu se fosse ao Serrado, cerrava com um enorme cadeado com fechadura à prova de bomba, a boca,lingua e dentes, para não bolsar mais atoardas, e depois deitava as chaves ao mar.

    Mas ó Miguens, quem é que adivinhava que este "cerrado" lhe sairia na rifa!
    Foi um erro histórico a nossa direcção ter chamado este sapóide para fazer a história do nosso Museu.
    O nosso Presidente gosta de se rodear de lagartinóides e o resultado é este!!!
    Ainda falta o Miguens enumerar as muitas inverdades "serradas" que foi lá encontrar, quando há última hora o chamaram para dar uma ajuda ao Museu.
    -----------
    Não caríssimo Miguéns, não foi um dia perdido. Foi um dia ganho porque tivemos a oportunidade para saborearmos mais um belo naco de história do nosso Gloriosíssimo Clube.

    Quando o Glorioso tiver um Presidente que seja Benfiquista de gema, o Miguéns será por certo convidado para percorrer todas as CASAS DO BENFICA, explicando com toda a minúcia e rigor, a nossa esplendorosa e Gloriosa História. Os associados, adeptos e simpatizantes, ficarão depois ainda mais repletos de Chama Imensa!!!

    Forte abraço deste seu fã!

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    Respostas
    1. Ó viriato cada vez estás pior! (para não dizer outra coisa, bem pior!)

      Neste post falou-se de um historiador. Não do Presidente do Benfica!
      Duvidares do Benfiquismo de Luís Filipe Vieira, é duvidares que és filho do teu verdadeiro pai.
      Aqui enaltece-se a competência do Caríssimo Alberto e criticam-se as trapalhadas de um pseudohistoriador. Só!
      Vê lá se começas a ir ao sítio, e não te digo mais nada!

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    2. Já foi convidado pela Casa do Benfica no Seixal e tivemos muito gosto em recebê-lo

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  12. Agradecido pelo seu contributo para a História do Sport Lisboa e Benfica. Bem haja Alberto(desculpe trata-lo por tu mas para mim você é da minha família, a benfiquista)

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  13. Caro Companheiro Alberto Miguéns,

    Muito Obrigado pelo seu artigo.
    Muito Obrigado!

    Um Abraço com estima e consideração...
    ...E Saudações Gloriosas!
    GV (CA)


    PS. Não deixe de enviar por e-mail, para A BOLA e para o seu director, o "link" desta página do seu blogue com os devidos alertas, relativos a imprecisões, erros e trapalhadas cometidos pelo RC e dizer-lhes que deveriam reescrever o artigo com as correcções feitas pelo Caro Companheiro.

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  14. OBRIGADO, MUITO OBRIGADO SR.MIGUÉNS POR MAIS ESTE GRANDE TRABALHO/LIÇÃO, ISTO PARA NÓS, BENFIQUISTAS, PARA O PSEUDO-HISTORIADOR sr.("JÚLIO" RICARDO SERRADO UMA ENSABUADELA DAS ANTIGAS.
    Põe -se a questão, é intenção ou...é "simplesmente" mau na sua "profissão"?! Talvez muito de ambos.
    Saudações e Agradecimentos

    uma palavra de agradecimento também para para GRÃOVASCO(PINCELADAS GLORIOSAS) por ter reparado e "entregue" o assunto a quem de direito, admito k deixei de comprar pasquins por motivos óbvios.

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  15. Confirmo que digo lá em cima e que tanto azedume proporcionou ao Grão Vasco.
    Vieira é o ÚNICO culpado na entrada desse sapoide Serrado, nas Sagradas Instalações do Benfica!!!
    Neste caso do Museu/Serrado, deu ouvidos aos lambebotas que o rodeiam e que detestam a espinha direita do Ilustre Miguéns.

    EU SEI DO QUE ESTOU A FALAR !!!

    É proibido duvidar do Benfiquismo do Vieira? Era o que faltava!!!

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    1. E ser-me-à permitido duvidar do seu?

      Eu por exemplo nunca duvidei do Benfiquismo dedicado e extraordinariamente meritório do nosso Miguéns - sim que o Alberto já é nosso e faz parte do nosso património Benfiquista - mesmo quando acidamente critico de decisões dos dirigentes e da estrutura. É assim um Benfiquista com todas as letras acima de tudo indefectível d'O Clube.
      Também nunca me restaram duvidas do Benfiquismo do Grão Vasco.

      Já o seu é menos claro, percebe! Fico sempre na duvida sobre o que é que o move? O Clube o os seus interesses?

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