Começo a recear que um dia já nem eu dê importância à
aldrabice. Torna-se hábito. É a vida… O que impressiona é a semelhança (igualando-se em erros e nos mesmos) entre a informação do Almanaque e do zerozero! Quais Dupond e Dupont!
Aqui há dias publiquei dois textos
Um até foi ontem acerca de Arsénio (clicar) e outro acerca de Félix (clicar). Como
gosto de comparar a minha informação com outra já existente apanhei assim, como
do nada, dois erros que alteraram a história do Clube. E da responsabilidade
dos actuais (ir)responsáveis pelo Clube.
O primeiro é acerca de Eusébio
Quem “almanacar” ou “zezozerocar” vai pensar (com toda a
razão) que este quadro está mal feito. E está porque o Almanaque é Produto
Oficial do Clube.
CINCO GOLOS DO SL BENFICA MAIS RÁPIDOS NO
CAMPEONATO NACIONAL
Futebolista
|
Min.
|
Época
|
Res.
|
Adversário
|
Sit
|
Arsénio
|
27
|
1950/51
|
V 7-0
|
GD Estoril Praia
|
F
|
Eusébio
|
37
|
1967/68
|
V 8-0
|
Varzim SC
|
C
|
José Águas
|
41
|
1956/57
|
V 6-0
|
GD CUF
|
C
|
Eusébio
|
44
|
1969/70
|
V 8-0
|
Boavista FC
|
C
|
Eusébio
|
45
|
1963/64
|
V 10-0
|
Seixal FC
|
C
|
NOTAS:
1. Eusébio oficialmente “gastou” 42 minutos em 1967/68 para marcar cinco golos.
Na realidade (pela maioria dos jornais gastou 37); 2. Em relação aos três
outros valores não gastei tempo a almanacar e zezozeroar!
RESUMO DOS JORNAIS (1967/68)
Golos
|
Mundo
Desportivo
|
A Bola
|
O Benfica
|
Record
|
1.º
|
52
|
52
|
52
|
52
|
2.º
|
62
|
63
|
62
|
63
|
3.º
|
79
|
80
|
79
|
80
|
4.º
|
82
|
82
|
82
|
87
|
5.º
|
89
|
89
|
89
|
90
|
Jornal "O Benfica"; Página 5; 14 de Maio de 1968 |
Toca a despachar
Quem fez a recolha da informação percebe-se que foi sem
critério. Deve ter consultado apenas o “Record” (o jornal onde os Tovares
trabalhavam) despachou os minutos, entendeu que o último era ainda o 89 e
seguiu para outra. Só que ninguém consegue enganar a Gloriosa História. Nem os
Tovares, os zerozeros ou os marquetingueiros do SLB que aprovam tudo o que
cheire a euros!
O segundo envolve a notável recuperação de um resultado de 0-1 para 2-1
Quando fiz o texto acerca do “Caso Félix” deparei-me com uma
incongruência. Sabia que o jogo em “casa” frente ao SC Braga tinha sido
complicado, mas não tanto como o Almanaque e o zerozero faziam crer: que o
Benfica apenas nos dois últimos minutos teria passado de vencido a vencedor. Ao
contrário daquilo que a minha informação indica que a recuperação (1-1) tinha
começado aos 78 minutos.
RESUMO DOS JORNAIS (1953/54)
Golos
|
Mundo
Desportivo
|
A Bola
|
Diário de
Lisboa
|
O Benfica
(2)
|
Record
(2)
|
0-1
|
?
|
37
|
37
|
-
|
-
|
1-1
|
78
|
78
|
(1)
|
-
|
-
|
2-1
|
?
|
88
|
88
|
-
|
-
|
NOTA:
(1) À
entrada do último quarto de hora/ Depois dos 75 minutos; (2) Os jornais “O
Benfica” e “Record” não discriminam os minutos
Parece mais difícil errar que acertar
Como foi possível inventar um golo para José Águas aos 88
minutos e para Du Fialho aos 90? Teria sido mais fácil colocar a informação
correcta e não enganar os leitores!
Trapalhões encartados
O que
impressiona é a facilidade com que se detectam/encontram erros no Almanaque e
no zerozero. Não é preciso andar à procura. Eles caem-nos a ritmos impensáveis.
Só prova que na Gloriosa História a mentira tem perna curta. E quando são aos
milhares a mentira parece-se como folhas no Outono. Tombam com facilidade.
Há 30 anos nunca pensei
Que tendo cuidado em verificar a informação em mais de um
jornal (três tinham de dar a mesma versão dos acontecimentos) ocupando mais
tempo, muito mais, que chegar, copiar e andar, copiando de apenas um, um dia,
três décadas depois teria de continuar a gastar mais tempo e dinheiro para
justificar os erros de quem gastou muitíssimo menos tempo e poupou dinheiro.
Eu, nos anos 80, só gastei tempo porque ocupei-o por paixão. Outros pouparam
dinheiro porque gastaram muito menos do que deviam para terem a preocupação de
não vender mentiras aos compradores. Ora bolas. Má sorte ser Benfiquista. E interessar-se pela
Gloriosa História. E querer honrar os ases que nos honraram o passado.
Aldrabar (I)
Há uma impossibilidade evidente na própria existência do
Almanaque. É que sabendo-se do processo moroso nunca será possível fazer um
trabalho decente de recolha apenas com objectivos comerciais. Porque jamais
quem o fizer será financeiramente recompensado. É uma impossibilidade. Um trabalho
criterioso de recolha da informação é demasiado moroso (por isso dispendioso) para que
seja feito com intuito comercial. Foi esse o erro crasso dos dois
sportinguistas Rui Tovar (pai) e Rui Tovar (filho). Pensar que podiam vender aos
Benfiquistas uma recolha dos jogos do “Glorioso”. E venderam. Só que numa
recolha “às três pancadas, rápida e atabalhoada” para embaratecer os “custos de
produção”. Mesmo com custos em 15/20 mil erros. Que viciam a história.
Aldrabar (II)
E hoje os erros até são pormenores (minutos) pois o motivo é
esse. O “tal” recorde de menos tempo para marcar cinco golos nos campeonatos
nacionais. Muito mais grave são as trapalhadas de atribuição aos futebolistas
de títulos (a mais e a menos), épocas (a mais e a menos), jogos (a mais e a
menos) e golos (a mais e a menos), por exemplo.
Agora
Por enquanto nada se pode fazer a não ser esperar. Os
dirigentes do Clube com responsabilidade em poder resolver este assunto – corrigir
erros que provocam injustiças – não têm sensibilidade para isso. Entre cinco
minutos a mais e cinco euros a mais, optam pela segunda.
Futuro
Esperar que num dia, quanto mais próximo possível melhor,
surjam no “Glorioso”, Benfiquistas que pensem como eu e muitos dos leitores
deste blogue. O que está certo é o que deve ser dado como certo. O que está
correcto é o que deve ser transformado em informação prestada. Para não enganar
o futuro e honrar o passado.
Um dia, acredito, será possível dar rigor
(e verdade) à História do “Glorioso”
Alberto Miguéns
MANUAL DE
SOBREVIVÊNCIA ATÉ AO JOGO COM O SC VIANENSE
(provisório
como é evidente)
De 12 de
Setembro a 16 de Outubro de 2015 (Sempre pela meia-noite)
Segunda-feira
(de 11 para 12): Vai-te catar, portista!;
Terça-feira
(de 12 para 13): O Lar dos Jogadores;
Quarta-feira
(de 13 para 14): Os treinos com Otto Glória;
Quinta-feira
(de 14 para 15): O Campo Grande como nunca o viu;
Sexta-feira
(de 15 para 16): O “Glorioso” e o SC Vianense
Caro Alberto:
ResponderEliminarSão os sinais dos tempos!
Se na vertente do desporto, de propósito ou não, por dinheiro ou por simples incompetência, se erra assim, se altera a história, como não serão nas outras vertentes da sociedade?
A nível laboral, debato-me com o mesmo problema.
A falta de rigor, o riscar a verdade, o polir a mentira.
E, no final, eles é que ganham, como você bem diz, pela repetição da canalhice e pelo baixar dos braços de quem ainda tem coluna e memória!
Viva o Glorioso!
Mais nada...
ResponderEliminarJá agora Alberto, e porque não o sei, qual foi o critério para escolherem os tovares como"construtores do almanaque?
Em relação ao bolerolero (muita música dão eles - azulados), já lá deixei comentários quanto baste para que eles corrijam os erros... Mas é como o Alberto diz: Demora tempo e dinheiro. Qualquer dia, o doping do porto (clube) era afinal cal!
Saudações Gloriosas
Caro Alberto, da minha parte agradecimentos e votos de que nunca baixe os braços...《Para não enganar o futuro e honrar o passado.
ResponderEliminarCumprimentos
Aldrabices e inverdades a passarem pelo pente fino do Miguéns? Isso é que era bom....
ResponderEliminarTal como no dia 16 de Dezembro de 1383 o povo de Lisboa aclama o Mestre de Avis Regedor e Defensor do Reino, os Benfiquistas aclamam o Alberto Miguéns como Defensor da nossa Gloriosa História!!!
Este sim é um sítio que vale a pena visitar com tempo.
ResponderEliminarFiquei fã!
Os meus parabéns e os meus sinceros agradecimentos!