Depois de uma primeira sugestão para responder a um texto de
um blogue portista um leitor deste blogue relembrou-me mais recentemente (2 de Outubro de 2015 às 00:40, para o texto: Não! Não! Não) com
o seguinte comentário:
Já agora Alberto, chegou a escrever algum texto, como afirmou
ser sua vontade, a contestar este artigo
http://dragaoatento.blogspot.pt/2015/06/historias-antigas-com-algumas.html ?
O texto do blogue portista
Interessou-me desde logo quando me foi sugerida a leitura.
Por estar numa primeira parte bem fundamentado e por conter algumas informações
acerca do Benfica que a generalidade dos Benfiquistas desconhecem mas o(s)
portista(s) que fizeram o texto sabiam! E quando falo de Benfiquistas estou a
falar de alguns com os quais até fiquei incrédulo por não saberem dos assuntos!
Um texto que “dá luta”
Ao contrário da maioria dos blogues, até de Benfiquistas, em que
muitos a coberto do anonimato, mas não só, não passam de propaganda barata ou
aproveitam a Liberdade que há na internet – e que até por isso devia ser mais
respeitada - para achicalharem-se uns aos outros. Como se o insulto gratuito
sirva para o que quer que seja a não ser para perceber que quem deita lama da
boca para fora (ou com o teclado de um computador) apenas revela o grau de
educação que tem ou que lhe deram. Mas deixando estes considerandos moralistas
vamos ao que interessa.
Quem quiser ver (e ler) o texto que será criticado pode encontra-lo em:
Dragaoatento/datado de 2 de Junho de 2015 (clicar)
Vou reproduzir integralmente o texto
Embora transformando-o num texto possível de ser criticado,
dividindo-o em nove partes:
Histórias antigas com...
actuais
1/06/2015 –
SALAZARISMO NUNCA MAIS – (Salazarismo a saudade dos benfiquistas )
1. O Jornal O Benfica, órgão oficial do clube, em 28 de Julho de 1970, na sua edição nº 1449. MORREU O PRESIDENTE SALAZAR (Titulo). O país está de luto.com a morte do presidente Salazar (…), Portugal perdeu uma das mais eminentes figuras da sua historia. Curvamo-nos sentidamente perante a memória de um notável português, cujo nome faz parte da galeria de honra dos grandes de Portugal. Para além do génio politico que se impôs ao respeito e à admiração do mundo, o presidente Salazar traçou as linhas de ressurgimento do país numa altura em que as convulsões internas enfraqueciam as forças da nação e ameaçavam o seu futuro. A solidez da sua doutrina política reconduziu o país a uma fase de revitalização surpreendente, recolocando Portugal ao nível do prestígio internacional a que os oito séculos da nossa história dão pleníssimo direito. Profundamente patriótica nas suas determinações, a política do presidente Salazar difundiu-se pelos mais variados sectores da vida nacional. (…) acompanhou sempre com grande atenção o fenómeno desportivo nacional (…) daí o seu inegável interesse pela construção de recintos desportivos, que sempre acompanhou com especial carinho não só ao nível governamental como também no sector privado dos clubes. (…) durante a construção do estádio da Luz, o presidente Salazar inteirou-se frequentemente do andamento da obras visitando inclusivamente o local onde o Benfica erguia com esforço notável (…) diante da memória da figura ínclita (ilustre; célebre; egrégio) de português que foi o presidente Salazar, o Benfica associa-se dolorosa e sentidamente ao luto nacional que envolve o País (fim de citação).
1. O Jornal O Benfica, órgão oficial do clube, em 28 de Julho de 1970, na sua edição nº 1449. MORREU O PRESIDENTE SALAZAR (Titulo). O país está de luto.com a morte do presidente Salazar (…), Portugal perdeu uma das mais eminentes figuras da sua historia. Curvamo-nos sentidamente perante a memória de um notável português, cujo nome faz parte da galeria de honra dos grandes de Portugal. Para além do génio politico que se impôs ao respeito e à admiração do mundo, o presidente Salazar traçou as linhas de ressurgimento do país numa altura em que as convulsões internas enfraqueciam as forças da nação e ameaçavam o seu futuro. A solidez da sua doutrina política reconduziu o país a uma fase de revitalização surpreendente, recolocando Portugal ao nível do prestígio internacional a que os oito séculos da nossa história dão pleníssimo direito. Profundamente patriótica nas suas determinações, a política do presidente Salazar difundiu-se pelos mais variados sectores da vida nacional. (…) acompanhou sempre com grande atenção o fenómeno desportivo nacional (…) daí o seu inegável interesse pela construção de recintos desportivos, que sempre acompanhou com especial carinho não só ao nível governamental como também no sector privado dos clubes. (…) durante a construção do estádio da Luz, o presidente Salazar inteirou-se frequentemente do andamento da obras visitando inclusivamente o local onde o Benfica erguia com esforço notável (…) diante da memória da figura ínclita (ilustre; célebre; egrégio) de português que foi o presidente Salazar, o Benfica associa-se dolorosa e sentidamente ao luto nacional que envolve o País (fim de citação).
2. Nos
corredores da Luz andou muitos anos um tal de Silva Pais “só” o responsável
pela PIDE.
3. Mas mais, quando na ONU Portugal foi
condenado pela Ocupação das Colónias, foi precisamente o SLB que via
FPF criou um movimento de apoio ao Estado com o argumento de Portugal
ser um Todo, negando dessa forma o direito à independência dos Estados
ilegalmente Ocupados. Essa iniciativa, foi concluída, recorde-se, com a leitura
de um comunicado aos microfones da Emissora Nacional com o patrocínio do
presidente do Benfica e perante o então Ministro da Educação. O SLB usou
e foi usado pelo regime.
4. Mário Morais de Oliveira. Este Ministro Adjunto de Caetano, era conhecido por ser um fanático benfiquista. Após o sinal do 16 de Março que obrigou Caetano a refugiar-se em Monsanto, foi este Ministro Adjunto que promoveu a manifestação a favor do regime, promovendo uma ovação de 80 000 pessoas num Sporting/Benfica realizado no dia 31 de Março de 1974. Era o cantar do cisne! De um regime opressivo, sonegador da Liberdade mas tão apreciado pelos adeptos destes 2 clubes!
5. O Estádio do Benfica, chamado de Carnide,
então é bom que nem falem nele. Basta só lembrar que os terrenos onde foi
construído o tal Estádio foi expropriado pela CM de Lisboa, doado ao clube e os
expropriados nunca viram a cor do dinheiro. E só uma curiosidade: a primeira
sede do Benfica foi, curiosamente, ocupada ilegalmente após a queda da
monarquia e da fuga atribulada destes. Salazar servia-se do Benfica, e o
Benfica servia-se de Salazar para exibir o portuguesismo dos nascidos nas
colónias, que nos anos 60 na equipa do Benfica, eram aos pontapés.
6. O Xenofobismo e a subserviência a Salazar
continuou mesmo após a morte deste. E só em 1975, depois do 25 de Abril, da
revolução, o Benfica contrata um “estrangeiro”, Jorge Gomes ao Boavista. Mesmo
assim foi necessário uma Assembleia Geral para permitir a sua contratação e
terminar com a equipa de “portugueses”. Foram décadas de Xenofobia pura e dura
para agradar a Salazar. E disso tirarem proveito. Para quem não se recorda, o
Benfica jogava nas Amoreiras.
7. Por causa da Construção da Auto-Estrada
Lisboa/Cascais, Salazar expropriou o Benfica dando-lhe uma choruda indemnização
e a utilização do Parque de jogos do Campo Grande uma renda irrisória. Como o
Benfica estourou o dinheiro que deveria usar para comprar os terrenos em
Monsanto, foi desta vez a CM de Lisboa que expropriou os terrenos e os doou ao
Benfica para que lá fosse construído o Estádio de Carnide, Luz mais
popularmente. Os subsídios foram de tal forma díspares na construção dos
estádios do Benfica e Belenenses que Acácio Rosa considera que foi aí o início
do fim do Belenenses.
8. Em pleno apogeu de Eusébio, este recebe de
Itália uma proposta fabulosa para a época: Eusébio quer abandonar o Benfica. De
emergência, o Ministro dos Desportos reúne com os dirigentes do Benfica e faz o
acordo: Salazar “obriga” Eusébio a permanecer em Portugal e o Benfica
aumenta-lhe significativamente o salário. E assim foi, Salazar promoveu aquilo
que foi conhecida por “Nacionalização de Eusébio”.
9. Para quem não se recorda, em plenos anos 60,
o Benfica foi jogar uma eliminatória a Viena, contra o Áustria. O que teve de
particular essa partida foi o facto dos adeptos do Áustria de Viena terem
perseguido, em pleno relvado, os jogadores do Benfica, enquanto os austríacos
gritavam por “Fascistas, Fascistas, Fascistas” e só a intervenção policial não
permitiu um linchamento que se adivinhava. Só por aqui dá para ter a ideia de
como o Benfica era conotado e representava o Regime.
RESPOSTAS
Tem
verdades, interpretações falaciosas e mentiras grosseiras, facilmente
desmontadas por serem trapalhonas, até nas datas apresentadas:
1. O jornal
"O Benfica" fez um elogio a Salazar aquando da morte do Ditador como todos os jornais
publicados em Portugal incluindo um jornal que existia à época "O
Porto" que além de elogiar Salazar e lamentar a morte do Ditador, também fez
muitos outros elogios a figuras do Regime ligados ao FC Porto;
Sporting n.º 1017; Primeira página; 29 de Julho de 1970 |
O Porto n.º 781; Página 3;1 de Agosto de 1970 |
2. NOTA:
Também tenho ideia que Silva Pais era sócio do Benfica mas apenas porque
recordo uma reportagem na RTP em 1974 onde se fazia o contraponto. O Benfica
era um clube tão popular que tinha como simpatizantes aqueles que eram
considerados, em 25 de Abril de 1974, os portugueses ideologicamente mais
opostos: Silva Pais (director da DGS) e Álvaro Cunhal (secretário-geral do
PCP).
Fernando
Eduardo da Silva Pais era o Director da DGS (ex-PIDE), a que no blogue
denominam "responsável pela PIDE" nunca andou pelos corredores da Luz
no sentido de ser dirigente. Andou pelos corredores da Luz como qualquer
Benfiquista que necessitava de os utilizar para ter acesso às bancadas. Onde
coexistiam comunistas, anarquistas, fascistas, etc. Tal como em qualquer clube
em Portugal pois ninguém que não estivesse preso podia ser impedido de
frequentar as bancadas de um estádio. Provavelmente sentou-se em muitos jogos
junto de democratas, até comunistas, ambos sem saberem, pois antes do 25 de
Abril de 1974 havia muito menos mediatismo visual e os agentes da PIDE/DGS
primavam por quererem passar incógnitos. A diferença é que no Benfica, ao
contrário do Sporting CP e FC Porto, coexistiam como dirigentes figuras ligadas
ao Regime e outras da Oposição. Impensável no FCP e no SCP. Só figuras do
Regime e por vezes com promiscuidade, ou seja, em simultâneo eram dirigentes do
SCP ou FCP e ocupavam cargos nos organismos dirigentes do Estado Novo. No
Benfica não se discriminavam dirigentes por qualquer tendência, incluindo a
ideologia. Mas a promiscuidade era raríssima e nunca em presidentes da Direcção,
ao contrário do SCP e FCP;
3. Essa
história do comunicado na Emissora Nacional desconheço. Só situando no tempo
com rigor (Portugal foi várias vezes condenado na assembleia geral da ONU) poderia
tentar saber mais. Mas parece-me uma historieta sem nexo. Nem acredito que o
Benfica se envolvesse ou que o Governo precisasse (e quisesse) apenas o
Benfica. Se pedisse através da DGD (organismo do Ministério da Educação) que
tutelava a FPF pedia a todos os clubes. E facilmente obteria apoio no FCP e SCP
com deputados no partido único União Nacional, ao contrário do SLB, com assento
na Assembleia Nacional que eram, em simultâneo, dirigentes desses clubes: Urgel
Horta (do FCP) e Francisco Cazal-Ribeiro (do SCP), por exemplo;
4. Mário
Ângelo Morais de Oliveira foi um grande Benfiquista. Presidente da Mesa da
Assembleia Geral desde 3 de Julho de 1971 (na presidência de Borges Coutinho). Não tinha cargos no aparelho corporativo, repressivo ou administrativo do Estado Novo, pois era Governador do Banco de Angola.
Mas, era amigo de longa data de Marcello Caetano (Presidente do Conselho). Quando este sentiu que o governo era um “grupo em que muitos não tinham sentido de Estado” pediu-lhe para ser seu adjunto (Ministro de Estado Adjunto do Presidente do Conselho) tomando posse em…15 de Março de 1974. Ou seja, foi ministro durante 40 dias! Vivia no “Bairro Azul” em Lisboa, considerando-se o “homem mais azarado do Mundo”. Nunca fora uma figura importante do Regime, respondeu a um pedido de ajuda sentida de um amigo (que era o equivalente ao actual primeiro ministro, foi ministro do Regime durante 40 dias e por isso saneado da função pública). Morreu num estado de indignação abjecta por tudo o que se passara. Chegaram a dizer-lhe durante o PREC: “40 dias ou 40 anos é igual. Bastava ser um dia fascista, para ser toda a vida fascista”. Mário Ângelo Morais de Oliveira é um Grande Benfiquista, injustamente esquecido. Teve o azar de ter um amigo (Marcello Caetano), que até era sportinguista, com um cargo político no País que estava em dificuldades liderando um grupo em quem não confiava na plenitude e anuiu em ajudá-lo. Por 40 dias ficou marcado para toda a vida;
Compare-se a "ficha" dele com a de outros dois portistas (só para amostra):
Olhem agora para estas duas vedetas do Estado Novo (também presidentes da Direcção do FC Porto)
Urgel Horta foi presidente da Direcção do FCP em:
1928-1929; 1951-1954.
Ângelo César foi presidente da Direcção do FCP entre 1938 e 1940.
E este? O Benfica nunca teve um presidente de Direcção com um "estatuto" destes!
Mas, era amigo de longa data de Marcello Caetano (Presidente do Conselho). Quando este sentiu que o governo era um “grupo em que muitos não tinham sentido de Estado” pediu-lhe para ser seu adjunto (Ministro de Estado Adjunto do Presidente do Conselho) tomando posse em…15 de Março de 1974. Ou seja, foi ministro durante 40 dias! Vivia no “Bairro Azul” em Lisboa, considerando-se o “homem mais azarado do Mundo”. Nunca fora uma figura importante do Regime, respondeu a um pedido de ajuda sentida de um amigo (que era o equivalente ao actual primeiro ministro, foi ministro do Regime durante 40 dias e por isso saneado da função pública). Morreu num estado de indignação abjecta por tudo o que se passara. Chegaram a dizer-lhe durante o PREC: “40 dias ou 40 anos é igual. Bastava ser um dia fascista, para ser toda a vida fascista”. Mário Ângelo Morais de Oliveira é um Grande Benfiquista, injustamente esquecido. Teve o azar de ter um amigo (Marcello Caetano), que até era sportinguista, com um cargo político no País que estava em dificuldades liderando um grupo em quem não confiava na plenitude e anuiu em ajudá-lo. Por 40 dias ficou marcado para toda a vida;
Compare-se a "ficha" dele com a de outros dois portistas (só para amostra):
Olhem agora para estas duas vedetas do Estado Novo (também presidentes da Direcção do FC Porto)
Urgel Horta foi presidente da Direcção do FCP em:
1928-1929; 1951-1954.
Ângelo César foi presidente da Direcção do FCP entre 1938 e 1940.
Faltou dizer que foi através de Urgel Horta que o FC Porto conseguiu ser Instituição de Utilidade Pública em 1928 (era presidente da Direcção do FC Porto), 32 anos antes do SLB, num pacote de cinco clubes
E este? O Benfica nunca teve um presidente de Direcção com um "estatuto" destes!
5. O texto
portista que está bem estruturado até aqui depois é uma caldeirada sem nexo,
misturando Sedes, Estádios (Amoreiras, Campo Grande e Carnide) com a tradição
do Benfica só utilizar portugueses e da impossibilidade de Eusébio ser exportado. Como tal não se consegue responder com
eficácia. Só “desfazendo a caldeirada” o que não é gostoso porque ninguém come
uma caldeirada separando os ingredientes. Mesmo assim separei, ou tentei
separar, como foi possível a embrulhada fazendo parágrafos nessa “diarreia
mental” ordenando a minha resposta por ordem cronológica.
a) 1904: O Benfica
já utilizava apenas jogadores portugueses desde 1904 (não foi para agradar a
Salazar que só chegou ao Poder depois do 28 de Maio de 1926). E esta tradição
não foi uma ideia xenófoba. Foi porque em 1904 quem fundou o “Glorioso” pensava
– e estavam certos – que mesmo indo contra o que estava estabelecido nos clubes
existentes em Portugal, mesmo apenas com portugueses, sem recorrer a ingleses,
era possível fazer bons resultados e até, um dia, conseguir derrotar clubes só
de ingleses, como era o caso do Carcavellos Club;
b) 1908: O
Benfica nunca ocupou uma Sede depois da debandada de monárquicos após 5 de
Outubro de 1910. Aquando da implantação da República, tinha uma Sede na Estrada de Benfica (alugada entre 1 de Fevereiro de 1910 e 1 de Agosto de 1912) e depois – a partir de 1912 - alugou vários quartos na Baixa – por necessitar
de responder às solicitações dos associados que habitavam e trabalhavam
essencialmente mais perto da Baixa que do bairro de Benfica - até regressar a
Benfica (1916) mas passou a ter uma Secretaria na Baixa. Quem fez o texto deve
estar a referir-se a um episódio após o Regicídio (1 de Fevereiro de 1908) em
que alguns dos partidários de João Franco desistiram de continuar o Partido
Regenerador Liberal/PRL (de João Franco) deixando de frequentar a sede local
(actual travessa do Rio, em Benfica) desse partido e aqueles que eram do PRL e em simultâneo associados do
Sport Benfica, continuaram a utilizá-la. Como já não tinha ocupação para a
actividade política e estava livre, continuaram a pagar o arrendamento,
utilizando-a para exclusividade do Clube. Deve ser este episódio, mas em 1908,
nada tem a ver com 1910 ou 1911. Trapalhadas portistas;
c) 1939: O
governo (através do ministro das Obras Públicas, eng.º Duarte Pacheco) até
queria dar uma ninharia pela expropriação das Amoreiras. Foram negociações
duras. Os dirigentes do SLB foram inteligentes. Sabiam quanto estavam a dever à
CGD pelos empréstimos para comprar o terreno, edificar e equipar o estádio das
Amoreiras, mandaram fazer as contas de quanto custava fazer bancadas num novo
campo e pediram junto da CML para lhes arrendar provisoriamente o antigo campo
ocupado pelo Sporting CP, no Campo Grande, até uma solução definitiva para o “Glorioso”.
O ministro Duarte Pacheco percebeu que os Benfiquistas tinham razão. Só fazia
sentido indemnizar um terreno ocupado por um estádio que era privado se
houvesse compensação equivalente para reerguer outro estádio que até seria
provisório. A indemnização recebida pelas Amoreiras, em 1940, foi
integralmente gasta para liquidar os empréstimos que ainda existiam devido à construção do estádio das Amoreiras e fazer as bancadas de madeira no estádio do Campo
Grande, inaugurado em 5 de Outubro de 1941, Foi assim e não como o trapalhão
portista conta;
As nossas Amoreiras já dilaceradas por uma "estrada maldita" numa fotografia aérea de 1945 |
d) 1954: Os terrenos do estádio da
Luz foram expropriados ao mesmo preço de todos os outros que foram expropriados
na mesma época para construir a Segunda Circular. Por isso o Estádio da Luz
fica junto da Segunda Circular. Não é por acaso. Tal como o estádio do Campo
Grande tinha sido expropriado pela CML por ficar em terrenos junto ao local
onde seria construída a Segunda Circular. Os dirigentes do "Glorioso" até desconfiaram, em 17 de Maio de 1946 (a fotografia em baixo retrata esse momento), quando o ministro das Obras Públicas lhes disse que havia terrenos disponíveis para erguerem um estádio com grandeza à medida do Clube. Disseram que podiam não ter dinheiro para adquirir tanto espaço. O ministro disse-lhes que estivessem descansados, pois seriam baratos por terem sido expropriados para fazer uma via rápida e a construção de um estádio e instalações desportivas nos terrenos adjacentes eram compatíveis com a construção de uma segunda circular rodoviária em Lisboa.
O Benfica nunca gastou um “tusto” em Monsanto. Como é que os Benfiquistas depois chegariam a Monsanto (um ermo nos anos 30/40/50) para ver os jogos? Nem podia se quisesse comprar. Em 1934, Duarte Pacheco expropriou todas as propriedades privadas a favor do Estado para florestar e transformar num Parque Florestal Municipal (ver aqui). Como poderia o Benfica comprar terrenos cuja venda estava (e continua a estar...) proibida? Quem queria fazer estádios estatais em Monsanto era Duarte Pacheco, não era o Benfica.
De regresso à Segunda Circular! Note-se que em final dos anos 40 foram expropriados todos os terrenos agrícolas a 50 metros (para ambos os lados do local onde seria construída a Segunda Circular, não podendo os terrenos ser urbanizados (construção de prédios de habitação) por se considerar a Segunda Circular uma via equivalente a uma auto-estrada. Na realidade os terrenos expropriados foram-no a preços baixos, mas foram todos, não só onde o Benfica construiu o seu Estádio. Porque era proibido construir prédios de habitação. Simples. Mas teve uma contrapartida que foi dolorosa – pois a construção da Segunda Circular foi sendo adiada - para quem o frequentava no início, entre 1954 e 1962. O estádio da Luz ficou durante uma década isolado, sem acessos adequados, à espera que fosse construída a Segunda Circular. O primeiro troço construído para a Segunda Circular, entre o Calhariz de Benfica e o Campo Grande foi inaugurado em 20 de Agosto de 1962! Verão de 1962! Já depois do Bicampeonato Europeu! E se o Benfica acabou por poder construir um estádio em terrenos mais baratos, também ficou impedido de fazer qualquer prédio. Por isso nunca pode fazer uma “Torre da Luz” como foi feita uma “Torre das Antas”;
O Benfica nunca gastou um “tusto” em Monsanto. Como é que os Benfiquistas depois chegariam a Monsanto (um ermo nos anos 30/40/50) para ver os jogos? Nem podia se quisesse comprar. Em 1934, Duarte Pacheco expropriou todas as propriedades privadas a favor do Estado para florestar e transformar num Parque Florestal Municipal (ver aqui). Como poderia o Benfica comprar terrenos cuja venda estava (e continua a estar...) proibida? Quem queria fazer estádios estatais em Monsanto era Duarte Pacheco, não era o Benfica.
De regresso à Segunda Circular! Note-se que em final dos anos 40 foram expropriados todos os terrenos agrícolas a 50 metros (para ambos os lados do local onde seria construída a Segunda Circular, não podendo os terrenos ser urbanizados (construção de prédios de habitação) por se considerar a Segunda Circular uma via equivalente a uma auto-estrada. Na realidade os terrenos expropriados foram-no a preços baixos, mas foram todos, não só onde o Benfica construiu o seu Estádio. Porque era proibido construir prédios de habitação. Simples. Mas teve uma contrapartida que foi dolorosa – pois a construção da Segunda Circular foi sendo adiada - para quem o frequentava no início, entre 1954 e 1962. O estádio da Luz ficou durante uma década isolado, sem acessos adequados, à espera que fosse construída a Segunda Circular. O primeiro troço construído para a Segunda Circular, entre o Calhariz de Benfica e o Campo Grande foi inaugurado em 20 de Agosto de 1962! Verão de 1962! Já depois do Bicampeonato Europeu! E se o Benfica acabou por poder construir um estádio em terrenos mais baratos, também ficou impedido de fazer qualquer prédio. Por isso nunca pode fazer uma “Torre da Luz” como foi feita uma “Torre das Antas”;
Compare-se o que foi feito para o estádio da Luz com a vigarice para construir o estádio das Antas do FC Porto
Páginas 1090 e 1091 do Volume III da História dos 50 anos do FC Porto (1906-1956) de António Rodrigues Teles, editada em 1958
e) 1961: Chamaram
“Fascistas” aos jogadores do Benfica (e a Portugal), nesse jogo da 2.ª mão das
meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1960/61, em Viena de Áustria,
porque eram os que mais jogavam (ultrapassavam eliminatórias) nas competições
europeias. E o adversário não foi o FK Áustria, foi o SK Rapid! Trapalhões portistas que não têm Mundo a não ser no umbigo! Já agora, o FC Porto teve essa “sorte”. Como não passava da primeira
eliminatória (e na Taça das Cidades com Feiras) ninguém lhes ligava;
e) 1962/1966 (uma das maiores
mentiras do futebol português) Eusébio não saiu no início da
década de 60 porque o Benfica não quis. Havia a “Lei da Opção” em que os clubes
podiam manter os futebolistas “eternamente”. Estes se quisessem abandonar o
clube tinham de ficar uma época sem jogar como federados. A pressão de Eusébio
a meio da década, para sair, foi tão grande que o Benfica consentiu. Só que o
azar de uns é a sorte de outros. O FC Inter Milão tinha tudo acertado com
Eusébio para depois do Mundial de 1966 o “melhor futebolista português de
sempre” jogar pelo clube milanês. Só que a escandalosa eliminação da Itália,
pela Coreia do Norte nesse Mundial foi atribuída ao excesso de estrangeiros no campeonato
italiano que dificultavam a capacidade de selecionar bons futebolistas
italianos. A federação italiana proibiu a inscrição de estrangeiros. Eusébio
foi obrigado a ficar no Benfica. Ainda bem! Nada teve a ver com Salazar. Isso é
lenda que convém ir repetindo.
NOTA: O
problema do CF “Os Belenenses” não foi o preço dos terrenos, foi quererem fazer,
em 1956, um estádio gigantesco (40 mil lugares com pista de atletismo,
iluminação artificial e cobertura) para um clube que era tão pequeno. Nem o
Benfica, dez vezes com mais adeptos que o CF “Os Belenenses”, se atreveu a
sequer imitá-los! O estádio da Luz (o dos dois anéis de 1954, sem cobertura, nem
iluminação artificial ou pista de atletismo) foi considerado caro! E ficou por
metade, em 1954, do custo do Restelo, em 1956! “Os Beleneneses” é que foram “garganeiros”
dando um passo maior que a perna!
Está dada a resposta
Com o essencial. Como se pode constatar, o Benfica é um clube
Glorioso. Grandioso. Limpo. Transparente. Com classe e nível. Como representantes do
Benfica, quando o estamos a representar, temos de pensar sempre em Cosme Damião, Félix Bermudes, Januário
Barreto, Alberto Lima, António Ribeiro dos Reis, Joaquim Bogalho, Maurício
Vieira de Brito, Borges Coutinho e Jorge de Brito. São estas as referências! A classe! Para
responder a portistas e sportinguistas não é necessário ser como muitos deles. E
baixar o nível. Não é preciso ser histérico, estéril, excitado e incitado.
Apenas expor factos. Contra factos não há argumentos.
Espero ter honrado o Benfica com a
resposta devida ao blogue portista!
Alberto Miguéns
MANUAL DE
SOBREVIVÊNCIA ATÉ AO JOGO COM O SC VIANENSE
(provisório
como é evidente)
De 13 de
Setembro a 16 de Outubro de 2015 (Sempre pela meia-noite)
Terça-feira
(de 12 para 13): O Lar dos Jogadores;
Quarta-feira
(de 13 para 14): Os treinos com Otto Glória;
Quinta-feira
(de 14 para 15): O Campo Grande como nunca o viu;
Sexta-feira
(de 15 para 16): O “Glorioso” e o SC Vianense
Muito bem, Eles vivem e sobrevivem das mentiras e deturpações projetando aquilo que gostavam que fosse verdade e por isso repetem até à exaustão os chavões do costume. Faltou destacar que receberam das mãos do Salazar um estádio novinho cuja inauguração comemorava o dia da implantação do regime fascista em Portugal. Até video há no youtube.
ResponderEliminarHonrou sim Senhor. Notável Alberto, notável.
ResponderEliminarUm grande serviço ao Benfica.
Obrigado.
Caro Alberto, Bem haja pela sua excelente e exaustiva exposição!
ResponderEliminarUm enorme abraço, pleno de admiração e agradecimento!
VIVA O GLORIOSO DO NOSSO CORAÇÃO !!!
Paulo Martins
Um adendo: Qatar é mais com o sporten hehehe
ResponderEliminarO Glorioso não dorme e ainda mais agora.
ResponderEliminarMais uma vez Caro Alberto muito obrigado pelo que tem feito na defesa do Benfica.
ResponderEliminarCertamente que dará um livro para breve...
Gostava de parabenizar o caro Alberto Miguéns e que continue na defesa intransigente do nosso BENFICA.Grande classe.
ResponderEliminarUma honra para o Benfica, uma honra para qualquer benfiquista.
ResponderEliminarContinue com a defesa do Benfica e muito obrigado!
Muito prazer mesmo... Obrigado pela defesa do nosso SLB!
ResponderEliminarCaro Alberto,
ResponderEliminarAntes de mais, e uma vez mais, apresento gratidão pelo trabalho minucioso.
Penso que uma das falácias em que muitos Portistas caem, que é a de que eles só passaram a poder ganhar mais quando caiu o regime (também dizem que o Benfica passou a ganhar menos, o que é mentira, quem passou a ganhar menos foi o Sporting), baseia-se numa questão de contexto social que poucos têm a coragem de assumir: é que durante o regime de Salazar ou de Marcelo teria sido impossível a implementação das tácticas inflamatórias e baixas de Pinto da Costa e Pedroto.
A liberdade que de repente surgiu foi abrangente e, por isso, permitiu que se fizesse tanto o útil como o inútil, tanto o elevado como o reles. Mesmo assim, em 1980, a dupla do norte teve uma resposta inesperada, pela última vez, na união de Benfica e Sporting contra o que era visto como uma postura porca e suja por parte dos representantes do Porto. A realidade é que foi por terem beneficiado de uma liberdade que não julgava moralmente, ao contrário do que se vivia no regime anterior, que o Porto, através dos seus dois guerrilheiros, conseguiu tomar de assalto o poder da estrutura do futebol Português (completamente impreparada para esta postura) e transformá-la de tal forma, que não sei se alguma vez o nosso futebol voltará, verdadeiramente, a ser honesto e transparente: há hábitos que já se instalaram, por costume, e que serão de difícil erradicação. Mais a mais, quando "eles" pensam que nós somos iguais em postura.
Portanto sim, o Porto passou a poder ganhar mais, mas porque aproveitaram o natural enfraquecimento das instituições durante a transição entre um regime e outro, para, através de métodos desonestos e desonrosos, passarem a ser eles os ditadores no desporto. Cada um vive a liberdade à sua maneira.
Cumprimentos,
Isaías
Mais nada Alberto!
ResponderEliminarTalvez falte falar da questão da contratação de Jorge Gomes e, por consequência, da forma como o conceito de democracia foi aplicado pelo Benfica de modo a que a decisão de um (clube) partisse da opinião de muitos (sócios).
Como é normal, este artigo do Alberto vai ser difundido. Como é normal, vou pensar em regressar aqui brevemente uma vez que o sporting clube do porto (clube que teve um hiato na sua existência de cerca de um ano) voltou a utilização e repetição de mentiras.
Pura história de Portugal que acabei de ler mais uma vez. Por isso, e mais uma vez como sempre, o meu sincero agradecimento a si Alberto.
Saudações Gloriosas.
Obrigado pelo trabalho fantástico na defesa da verdade. Saudações benfiquistas.
ResponderEliminarExcelente!!
ResponderEliminarCum caraças! Que blogue extraordinário! Parabéns e que continue!
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ResponderEliminarCaro bicampeão Alberto,
Mais uma vez o nome do Benfica foi honrado por si.
Obrigado
Saudações Benfiquistas
"e) 1961: Chamaram “Fascistas” aos jogadores do Benfica (e a Portugal), nesse jogo da 2.ª mão das meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1960/61, em Viena de Áustria, porque eram os que mais jogavam (ultrapassavam eliminatórias) nas competições europeias. "
ResponderEliminarNão percebi.
Nas meias-finais da edição de 1960/61 da Taça dos Clubes Campeões Europeus o Benfica jogou frente ao SK Rapid. Na 1.ª mão (Luz) vitória por 3-0. Na 2.ª mão, em Viena, José Águas marca, aos 66 minutos, o golo que coloca o SLB a vencer por 1-0. O empate surgiu aos 71 minutos. A um minuto do final houve invasão de campo. Os jornais portugueses apenas escreveram que os invasores gritavam "Morte ao árbitro" e "Morte aos portugueses". Como pode ser lido em:
Eliminarhttp://www.fmsoares.pt/aeb_online/visualizador.php?bd=IMPRENSA&nome_da_pasta=06542.080.17284&numero_da_pagina=17
Admito que chamassem fascistas. Nunca tinha lido/ouvido esta versão. Mas isso podia ter ocorrido. E num jogo com o Benfica. Numas meias-finais. Se o Benfica jogava mais jogos, avançava mais nas competições e na mais prestigiada prova da UEFA é normal que quem quisesse insultar os portugueses aproveitasse estes jogos "mais mediáticos" do Benfica. Ninguém ligava ao futebol português, incluindo a selecção nacional, a não ser ao Benfica. O melhor clube europeu durante a década de 60.
Já percebeu?
Alberto Miguéns
Apenas uma questão: sendo referido no jornal oficial do Estado um documento do Ministério da Instrução Interna que refere "Considerando que o Foot-Ball Clube do Porto fundado em 1906...", e ainda no jornal oficial daquele clube (edição nº, 781, de 01/08/1970) é publicada a notícia "Faz precisamente em 2 de Agosto corrente, 64 anos de existência o nosso Futebol Clube do Porto...", como é que o tal clube diz que foi fundado em 1893 ?.
ResponderEliminarÉ coisa que ainda não percebi.
Cumprimentos, caro Alberto Miguéns.
Não está só em não perceber.
EliminarTodos os honestos (incluindo os do FCP) também não percebem!
Já os vigaristas estão à vontade e entendem o porquê. Aldrabices. Quem vicia o passado e nega o fundador, José Monteiro da Costa - é capaz de tudo! Incluindo viciar jogos!
AM
Caro Alberto,
ResponderEliminarÉ sempre um prazer ler os seus textos. Confesso que tenho aprendido muito da História do nosso Benfica consigo. Pena que os actuais dirigentes não queiram saber da nossa verdadeira História com dados provados.
Ainda assim, era capaz de "exigir-lhe" que editasse um ou mais livros não oficiais da História do Benfica, com cada década a merecer a sua História.
O meu muito obrigado!
Saudações Benfiquistas
Assim se cala um portista...
ResponderEliminarAgora, ontem calou-se um lagarto... Ou melhor, Diamantino calou ze eduardo.
http://borregodascartas.blogspot.pt/2015/10/programa-campeonato-nacional-tvi24.html?m=1
Grande, enorme Diamantino!
Excelente trabalho.
ResponderEliminarFantástico, parabéns e obrigado, como sempre.
ResponderEliminarNunca "conheci" alguém com tamanho conhecimento do Nosso Querido Clube.
...SR DR ALBERTO......simplesmente GENIAL......não só A VERDADE COM PROVAS ,que nos apresenta.....MAS COMO AS APRESENTA........permita-me INCLINAR-ME perante A CLASSE COM QUE AJOELHA......um adepto do clube comprovadamente corrupto.....abraço
ResponderEliminarEnquanto as chaves da História do nosso GLORIOSO estiverem nas mãos do Alberto Miguéns, nada há que temer dos ataques vindos de quem, por sermos os MAIORES, nos têm inveja!!!
ResponderEliminarEnorme!
ResponderEliminarEnormérrimo Alberto Miguéns, Companheiro,
ResponderEliminarUma vez mais e como sempre, os argumentos de um verdadeiro investigador da História "esbardalharam" completamente aqueles que a pretendem manipular, com objetivos contrários à própria epistemologia.
Geralmente, eu sou dos que entendem que não vale a pena debater com andruptos e osgalhada, mas tu, Companheiro, tens este soberbo talento com o qual o consegues fazer sem descer ao nível da cambada. Por isso e mesmo sem ser invejoso, quase poderia invejar-te.
Parabéns, Companheiro.
Obrigado, Companheiro!
Viva o Benfica!
Meu caro Alberto, apenas lhe direi que honrou os Ases que honraram o nosso passado!
ResponderEliminarCurvo-me, eu sim honrado, por ter entre nós tão civilizado defensor, não só do Benfica, mas da Verdade.
Viva o Benfica!
Alberto
ResponderEliminaraquui há uns tempos o Sr visitou o museu do portoe ficou de fazer uns artigos a comparar o mesmo ao do Benfica. Eu fiquei interessado nessa comparação, mas reparei que só fez a primeira parte e acho que seriam três. Podia dizer-me se e quando pensa trazer as restantes duas?
Obrigado e continue o seu trabalho.
Saudações Benfiquistas
Caro Daniel Alves,
Eliminaré verdade. Cheguei a ter praticamente em condições de serem editados os outros dois textos. Perdeu-se a oportunidade e agora tenho de voltar ao Museu do FCP para conseguir fotografar umas «peças interessantes» que não fotografei da outra vez. Recordo que a ideia (mantém-se) era fazer três "postas":
1. Comparar com o do Benfica;
2. Perceber como é tratado/ utilizado o SLB nesse Museu;
3. Perceber como é utilizada a história do FCP no seu Museu.
A 1.ª está feita (e editada em 27 de Abril de 2014) mas vou redefini-la e avançar com as outras. Penso que na próxima paragem para jogarem as selecções - se entretanto conseguir/ter tempo, ir ao Porto vou conseguir cumprir a promessa.
Obrigado
Saudações Benfiquistas
Alberto Miguéns
Pronto... O Alberto já me deixou cheio de sede!
Eliminar"peças interessantes"...
Convém não esquecer que a inauguração do recinto daquele grémio, bem como a inauguração da electrificação do dito cujo, foram em datas gloriosas do antigo regime...
ResponderEliminarA verdade em estado puro e não em estado dragarto.
ResponderEliminarCarrega Benfica!
Acho que devia re(colocar) o texto sobre a polémica do Eusébio quando defrontou o Benfica ao serviço do Beira-Mar.
ResponderEliminarCaro,
EliminarTivemos o mesmo pensamento. Refiz o texto, acrescentei o vídeo e copiei os relatos dos jornais acrescentando mais um, o do Diário de Lisboa.
Já está pronto e programado para ser editado pela meia-noite.
Agradeço a lembrança porque podia não a ter tido. Se isso tem acontecido teria feito uma ligação para o tal texto que recorda.
Obrigado
Alberto Miguéns
É bom termos no Sport Lisboa Benfica, pessoas com este nivel e conhecimentos
ResponderEliminarObrigado Alberto Miguens
A minha vênia!!!!!
ResponderEliminarNão é que houvesse grandes dúvidas sobre a mentira da tese ''Benfica = Clube do Regime'' mas foi óptimo ter desmascarado o texto ''corrupto'' ponto por ponto.
ResponderEliminarSaudações benfiquistas
Com todo o respeito, impõe-se uma correcção, que estou certo terá a coragem de fazer: o jornal A Bola publicou na sua edição online em 12/4/2010, numa série de artigos sobre Portugal nos tempos da transição Monarquia-República, um artigo em particular onde a história da sede dos franquistas é contada de maneira talvez mais completa:
ResponderEliminar“D. Manuel assumiu a coroa – e atirou João Franco para o exílio. Alguns dos membros do Centro Regenerador Liberal da Cruz da Pedra, o braço político franquista, que tinha a sua sede na Travessa de Sanches de Baena, eram também sócios do Sport Benfica - e Faria Leal contou não muito tempo volvido: «Porque os franquistas haviam abandonado, na retirada, armas e bagagens –numa simulada assembleia geral, aprovámos acta testamentária a considerar por herdeiro o Sport Benfica, que assim se viu pomposamente instalado, com uma sala de bilhar e um decente e moderno mobiliário...»”.
Naturalmente, este longínquo episódio não deverá forçosamente envergonhar todos os milhões de benfiquistas, mas a omissão de pormenores deste tipo pode fazer levantar a suspeita de que “quem omite um facto, omite uns quantos…” Cumprimentos desportistas
Caro,
EliminarMais pormenor, menos pormenor (esta história é contada pelo major Faria Leal no jornal O Benfica em 4 de Junho de 1953 numa longa e excelente entrevista, que A Bola devia ter citado em vez de truncar. Mas o essencial é situar as datas. Que é o porMaior. Esse episódio é referente a 1908, nada tem a ver com a queda da Monarquia (1910) vou citar a verdadeira entrevista (em 1953), ou melhor, um pequeno enxerto dela referente a este assunto:
"Dera-se em 1908 (a 1 de Fevereiro) o regicídio, e o Partido Regenerador Liberal, de que o ditador João Ferreira Franco fora o chefe, sumiu-se. Sucedia, porém, que alguns sócios daquele centro político (Centro Regenerador Liberal da Cruz da Pedra), que tinha a sua sede na Travessa do Visconde Sanches de Baena (actual travessa do Rio, n.º 4, 1.º andar), eram já sócios do Sport Benfica. Fácil foi, então, numa reduzida, senão simulada assembleia-geral - porque os franquistas haviam abandonado, na retirada, armas e bagagens - através de uma acta testamentária, considerar por herdeiro o Sport Benfica, que logo se viu pomposamente instalado, com sala de bilhar e um decente mobiliário. O Benfica, envaidecido então com a sua nova sede, tomou o pomposo nome de Sport Clube de Benfica."
Não foi contado por Faria Leal "não muito tempo volvido". Foi numa entrevista ao semanário "O Benfica" publicada em 4 de Junho de 1953, quase...50 anos depois de um acontecimento ocorrido em 1908. Que Mário de Oliveira e Rebelo da Silva na História do SLB (1904-1954) dão mais pormenores. Mas que agora não interessa.
O que interessa é desmentir o que está escrito:
«E só uma curiosidade: a primeira sede do Benfica foi, curiosamente, ocupada ilegalmente após a queda da monarquia e da fuga atribulada destes.»
A Bola devia citar as fontes quando transcreve. Ficava-lhes bem. O EDB que não é "oficial" faz sempre isso.
Saudações
Alberto Miguéns
Caro Alberto
ResponderEliminarLeio o seu blog frequentemente mas não costumo responder. Desta vez não podia deixar passar em claro este brilhante artigo sobre o nosso querido Benfica e agradeço-lhe a resposta com factos reais e não manipulados contra o que provêm desse clube odioso que é o FCP.
Com este blog conhece-se a historia do Benfica e a partir dai, de alguns pedaços da história de Portugal. Depois de ler o artigo dei por mim a procurar no google os acontecimentos que levaram à construção do Parque de Monsanto etc.
Saudações benfiquistas
Caro Alberto Miguéns, muitos parabéns pelo texto, pelo blog, pelo programa, enfim, por toda a defesa que tem feito em prol do nosso Benfica. Para um clube como o Benfica, onde as verdades não doem, não temos fantasmas ou esqueletos nos armários, ter quem esclareça a verdade com suporte como você faz, é extremamente importante. Parabéns!!! E viva o Benfica!!!
ResponderEliminarCaro,
EliminarObrigado. Nada há de melhor que sermos reconhecidos e percebermos que temos a confiança daqueles que são tão Benfiquistas quanto nós.
Eu agradeço e espero nunca o desiludir.
Viva o Benfica!
Alberto Miguéns
Ao ler a sua resposta ao intitulado ponto 1, confesso que fiquei com algumas duvidas que gostaria de ver esclarecidas, se possivel.
ResponderEliminarDesde logo, vejo digitalizada as noticias dos Jornais O Sporting e o Porto mas nao encontro a digitalizaçao do que é invocado, curiosamente. Poderia o Sr Alberto Migueis fazer o favor de colocar a respectiva digitalizaçao do numero em causa do Jornal O Benfica para que todos tivessemos oportunidade de constar algumas diferenças possiveis?
Outra coisa que chama à atençao no texto de lamento pelo morte de Oliveira Salazar, são as palavras utilizadas. Vejamos expressoes como "A solidez da sua doutrina política reconduziu o país a uma fase de revitalização surpreendente" ou "acompanhou sempre com grande atenção o fenómeno desportivo nacional (…) daí o seu inegável interesse pela construção de recintos desportivos(...) durante a construção do estádio da Luz, o presidente Salazar inteirou-se frequentemente do andamento da obras visitando inclusivamente o local onde o Benfica erguia com esforço notável (…). Pergunto, Oliveira Salazar tambem visitou as obras em construçao do Estadio de Alavalade e das Antas? Nos textos que exibe retirados dos jornais do Sporting e Porto encontramos algo de equivalente, relativamente á proximidade entre o clube e Oliveira Salazar ou mesmo no invocar dos meritos politicos deste? É que lendo os diferentes textos fico com a impressao que algo nao bate certo com as suas conclusoes. Gostaria de saber a sua opiniao. Obrigado.
Não publiquei a noticia digitalizada porque sendo relacionada com o SLB escrevi o texto, Este é um blogue do Benfica tanto respeito merecem palavras acerca do Clube proferidas em relação a Salazar como em relação a qualquer comunista, a menos que seja em discurso directo o que não era o caso.Era alguém a escrever acerca de Salazar. O que faz toda a diferença pois não sabemos o que Salazar pensava do assunto,mas sim o que outros entendiam ele saber dos assuntos.
EliminarSalazar acompanhou todas as grande obras de construção de grandes infraestruturas de Norte a Sul. em relação a estádios preocupou-se com o Estádio Nacional (1944) e com o 28 de Maio/Braga (1950). Salazar/Duarte Pacheco não autorizaram a construção estatal a 100 por centro dentro dos concelhos de Lisboa e do Porto. Em relação ao Porto - devido ao fracasso iminente na angariação de fundos entre simpatizantes - autorizou expropriações escandalosas e dádivas avultadas. Como pode ler neste blogue. Os Relatórios do Benfica têm todas as verbas discriminadas e não há um tostão de dádiva governamental. é evidente que não vou gastar tempo com aquilo que se pode considerar NADA. Mas os leitores têm acesso aos relatórios dos Clubes na BNP - Biblioteca Nacional (Campo Grande/Lisboa).
Saudações
Alberto Miguéns
Boa Tarde.
ResponderEliminarAgradeço antes de mais a sua enorme disponibilidade ewm responder à questao. É de facto um prazer poder falar com alguem que conhece tanto da vida de uma instituiçao como o Sport Lisboa e Benfica.
Sobre as minhas duvidas, confesso, sinceramente, que nao fiquei esclarecido. Por varios motivos. Desde logo a diferença do teor das mensagens dos clubes. Lendo o que foi escrito do Blogue portista e os conteudos que deixou aqui relativamente ao pesar pela morte de Oliveira Salazar no Jornal O Sporting e o Porto, desculpe que lhe diga, mas é perceptivel uma maior "colagem" ao regime pela parte do Benfica que do Sporting ou do FC Porto. Digo isto pela força das palavras. Expressoes como "Para além do génio politico que se impôs ao respeito e à admiração do mundo", " traçou as linhas de ressurgimento do país numa altura em que as convulsões internas enfraqueciam as forças da nação e ameaçavam o seu futuro" ou "A solidez da sua doutrina política reconduziu o país a uma fase de revitalização surpreendente, recolocando Portugal ao nível do prestígio internacional a que os oito séculos da nossa história dão pleníssimo direito" nao me parecem ter paralelo nas manifestaçoes de pesar dos rivais, nos referidos jornais. Disto, se possivel, gostaria de saber se concorda, discorda ou..algo mais :)
Relativamente à digitalizaçao da pagina do Jornal O Benfica, sua ediçao 1449 de 28 de Julho de 1970, na altura Director Baptista Rosa, fiz eu proprio uma pesquisa e encontrei a digitalizacao da referida edição. E relativamente a tal, permita-me que constante o seguinte: ainda nos dias de hoje, os clubes de futebol atraves dos seus canais oficiais, determinam o seu pesar ou lamentos de perdas extraordinarias de pessoas ligadas ao clube, por ediçoes a negro, em sinal de luto.
O que posso constatar, independentemente do periodo temporal entre o obito e a publicacao, é que os Jornais O Sporting e o Porto, fizeram pequenas caixas nas suas ediçoes onde referiam e lamentavam a morte de Oliveira Salazar.
A ediçao do Jornal O Benfica, vai um pouco mais longe. Toda a ediçao é feita a negro, em sinal de luto. Desde logo se nota o contraste com as ediçoes dos rivais. Mas mais, alem do teor da mensagem de lamento ser muito mais incisiva na perda esta faz clara referencias à politica seguida seus meritos e consequencias. Acrescentando que na continuaçao da noticia dada pelo Jornal O Benfica, no seu interior aparecem fotos de 2 momentos: uma de Salazar com Mario Coluna quando da conquista da Taça dos Campeoes outra com a visita de Salazar às obras que se desenvolviam no Estadio do Sport Lisboa e Benfica.
A questao que lhe coloco, seguindo ou tentando seguir a logica do texto do blogue portista, é se de facto pela forma, conteudo e enfase dada à noticia da morte de Oliveira Salazar, não lhe parece existir aquele sentimento de perda de um dos nossos (pela ediçao ser toda ela a negro, em sinal de luto), um sentimento de perda de alguem querido ou proximo (pelo conteudo do texto e imagens anexas)?
Nao leve a mal pelas questoes mas de facto, acho que é percebendo os diferentes pontos de vista (do blogue) e de alguem com o seu conhecimento do clube com o Sr Alberto, podemos nós proprios formar a nossa ideia, tendo por base testemunhos de quem sabe o que diz e fala como o seu caso.
Obrigado
Cumprimentos