A vinte dias de completar 24 anos eis Coluna - entre Francisco Palmeiro e José Águas - "acabadinho" de conquistar mais uma Taça de Portugal, a terceira desde que envergava o "Manto Sagrado" |
Mário Coluna com 23 anos, comemorados em 6 de Agosto de 1958 era considerado o melhor futebolista português do seu tempo, a par de José Águas, depois do sportinguista Travassos ter abandonado o futebol.
Outro campeonato inconsequente
E não é que o Benfica voltou a não conquistar o título de
campeão nacional em 1958/59 depois de o ter perdido também na temporada
anterior, em 1957/58. Um campeonato marcado pelas diatribes do campeão FC
Porto, principalmente na segunda volta, com goleadas estranhas, golos validados
duvidosos e golos contra invalidados sem critério, a não ser proteger o FC
Porto. Tudo a culminar na última jornada em que o Benfica venceu por 7-1, no
tal jogo de Calabote, mas foi o FC Porto em Torres Vedras, com dois torreenses expulsos
a conquistar o título, em igualdade pontual com o "Glorioso" mas mais
um golo na relação entre marcados e sofridos. Por um golo se tirou um título ao
Benfica e menos um para o palmarés de Coluna. NO Benfica, o interior-direito
(camisola 8) foi o quatro futebolista mais utilizado (2250 minutos em 25 jogos
com oito golos marcados. Dois anos de seca! Nunca mais Coluna ficaria duas
temporadas consecutivas sem consagrar o "Glorioso" com o triunfo no
campeonato nacional.
A Taça de Portugal foi conquistada aos 13
segundos
Coluna foi um dos sete totalistas na Taça de Portugal com
cinco golos em nove jogos (810 minutos). A par de Cavém foi o melhor marcador,
com José Águas a não fazer mais que três tentos nos nove jogos. Na final Coluna
não foi só um dos onze magníficos. Foi protagonista no golo decisivo mais madrugador
numa final da Taça de Portugal. Frente ao campeão nacional o pontapé de saída
pertenceu ao Benfica. O nosso avançado-centro José Águas endossou o esférico a
Coluna (interior-direito), que galgou terreno em vertiginosa corrida até à
grande-área portista, onde desferiu um remate rasteiro que embateu no poste
direito da baliza de Acúrsio. Cavém antecipa-se ao defesa-direito Virgílio e
aproveita o ressalto para rematar por alto fazendo o golo aos... treze
segundos.
Um troféu a abrir
Após o falecimento do Mestre Cândido de Oliveira, em 23 de
Junho de 1958, em Estocolmo quando, enquanto jornalista de "A Bola",
fazia a cobertura do Campeonato do Mundo de Selecções, realizou-se um
"Dérbi de Lisboa" a duas mãos, primeiro no campo do adversário e
depois na Saudosa Luz, com D 0-2 e V 1-0. Lá se foi o troféu!
E uns jogos particulares a encerrar
O Benfica aproveitou a campanha na Taça de Portugal para
realizar vários encontros, entre eles uma recepção ao sempre gigante
brasileiro, SC Corinthians, num empate a um golo, com Coluna a jogar como... extremo-esquerdo
(camisola 11).
1958/59
Competições
|
Jogos
|
Golos
|
Adversários
|
Golos
|
TOTAIS
|
45
|
13
|
||
Campeonato Nacional
|
25
|
8
|
||
Taça de Portugal
|
9
|
5
|
||
Taça "Cândido
de Oliveira"
|
2
|
-
|
||
Particulares
internacionais
|
3
|
-
|
||
Particulares
nacionais
|
6
|
-
|
NOTA: A vermelho troféus (e/ou) títulos conquistados
Alberto Miguéns
NOTA: Em Defesa do Benfica declara luto pelo
falecimento de Coluna, com um fumo negro sobre o rosto do EDB. E em homenagem
ao Eterno Capitão o EDB evocará de hora a
hora durante as próximas 18 horas o percurso desportivo de um futebolista
inigualável.