Coluna com 24 anos, entre José Águas e Cavém, a interior-esquerdo (camisola 10) na "equipa-mãe-de-todas-as-conquistas" para o domínio europeu nos Anos 60 |
Mário Coluna na entrada dos Anos 60, numa década
que seria fabulosa para o Futebol Benfiquista, o nosso pintor de telas do jogo,
era já uma certeza do futebol português, considerado por alguns
"entendidos" como o melhor futebolista português de sempre, a par de
Artur José Pereira, Vítor Silva, Rogério de Carvalho ou Travassos. Coluna era
mesmo isso uma coluna: forte mas que sabia a direcção a tomar; atrás para
contemporizar ou à frente para decidir. Um pilar do futebol português, no
Benfica ou na Selecção Nacional.
Sagrar-se campeão nacional invicto para
perder a última jornada
Coluna foi um dos esteios do campeonato nacional
quase-invicto. O Benfica conquistou o título na 25.ª (e penúltima) jornada. Na
última recebia na Saudosa Luz o CF "Os Belenenses"(já) 3.º
classificado. A final a "pressão" esteve do lado do campeão que após
25 jornadas invicto - 20 vitórias e cinco empates - cedeu o único desaire na
derradeira jornada, ao perder por 1-2, depois de estar a vencer até aos 43
minutos por 1-0! Coluna foi o 8.º
futebolista do "Glorioso" com mais tempo jogado: 2065 minutos, em 23
jogos, marcando dez golos. Apenas José Augusto (com 19), José Águas (com 18) e
Cavém (com 13) fizeram melhor.
Mais uma Taça de Portugal aziaga
Na Taça de Portugal as meias-finais foram o cais de
desembarque. Coluna foi um dos três totalistas (900 minutos em dez jogos com
sete golos) a par de Mário João e Artur Santos. Mais de sete golos só dois
goleadores: José Águas (12) e Santana (8). Pensar que a "dobradinha"
foi impedida pelo 2-º classificado que ficara, no campeonato nacional, a...
dois pontos!
Estreia a capitanear o
"Glorioso"
Com a nova Taça de Honra implementada nesta temporada para
preparar os clubes de Lisboa para o início do campeonato nacional coube a
Coluna capitanear pela primeira vez a equipa do "Manto Sagrado" no
primeira jogo (meias-finais) da competição. Com o capitão Artur Santos impedido
e o veterano José Águas renitente em aceitar tal cargo, o miúdo Coluna, com precisamente
24 anos e um mês, em 6 de Setembro de 1959, foi incumbido de capitanear a
gloriosa equipa de futebol do Clube. Ele que chegara a Lisboa em 1954, há cinco
anos! E que entretanto fizera 210 jogos pela equipa de honra do "Glorioso"
e onze jogos (e dois golos) pela selecção nacional.
1959/60
Competições
|
Jogos
|
Golos
|
Adversários
|
Golos
|
TOTAIS
|
38
|
17
|
||
Campeonato Nacional
|
23
|
10
|
||
Taça de Portugal
|
10
|
7
|
||
Taça de Honra de Lisboa
|
2
|
-
|
||
Particulares internacionais
|
2
|
-
|
||
Particulares nacionais
|
1
|
-
|
NOTA: A vermelho troféus (e/ou) títulos conquistados
Alberto Miguéns
NOTA: Em Defesa do Benfica declara luto pelo
falecimento de Coluna, com um fumo negro sobre o rosto do EDB. E em homenagem
ao Eterno Capitão o EDB evocará de hora a
hora durante as próximas 18 horas o percurso desportivo de um futebolista
inigualável.