Aviso: Texto semelhante ao anterior, se bem que já tenha os comentários aos quadros
Luís Fialho "O Benfica" página 31 em 18.Maio.2012 |
Os números dão para tudo, até para serem manipulados. Há verdades e verdades. Umas mais do que outras. Tal como as mentiras.
Gostar ou não gostar eis a questão
Eu não gosto de indexar os títulos conquistados pelo Clube a ninguém, mesmo aos jogadores. Para mim os jogadores, treinadores e restante grupo de trabalho contribuem para a sua conquista. Mas não é cada um deles que o conquistou. Todos contribuem, uns mais do que outros, mas isso é outra questão.
Ainda mais absurdo é indexar as conquistas de títulos a seccionistas, dirigentes ou presidentes. Aos jogadores e treinadores enquanto componentes de um colectivo que iniciam e terminam uma competição ainda é aceitável. Mas, que fazer de competições iniciadas num mandato e terminadas noutro mandado? Pertencem a “quem”?Não podem pertencer aos dois… se não as contas não batem certas! Os dirigentes (em particular os presidentes da Direcção) criam as condições para o Benfica conquistar. É para isso que estão dirigentes, porque ninguém é dirigente. O que há são associados, que durante determinado período, estão dirigentes.
O que importa é o Benfica
É o Benfica que conquista, através das condições criadas pelos dirigentes e do desempenho de jogadores e treinadores. É nestes pressupostos que se construiu o“Glorioso”. Durante muito tempo foi tradição no Clube não atribuir títulos a ninguém, ainda que se agradeça o contributo de todos. Eu como conheço, um pouco da história do Clube, revejo-me nesses (e partilho esses) princípios.
O “problema”começou quando outros clubes sem a cultura do nosso começaram a conquistar mais do que nós e a criar o seu presidente como protagonista atribuindo-lhe títulos conquistados. A tendência foi para os media divulgarem esses valores, continuarem a propagá-los e os benfiquistas começarem a “presidencializar” os títulos do Benfica. Tal como fazem os andróides, se bem que estes 30 anos sejam um tempo infindável, por isso sem comparação com outras presidências, até com as de outros clubes. Afirmar que Pinto da Costa é o presidente do futebol português com mais títulos de campeão nacional, ultrapassando Borges Coutinho, é uma falácia, pois Borges Coutinho “apenas” foi presidente durante oito anos. Como é possível comparar oito com 30 anos?!
Primeiro os factos…
O que é válido para a comparação entre Borges Coutinho e Pinto da Costa também o é para a comparação entre presidentes do “Glorioso” com mandatos temporais diferenciados. Repito que é um absurdo atribuir títulos a um presidente, cujo início de competição ocorreu numa presidência e o seu final numa outra. Mas, a fazê-lo há que estabelecer um critério: o título é atribuído ao presidente em cujo mandato o clube se sagrar campeão, mesmo que seja apenas numa jornada, a última em que se conquistou o título. É absurdo… é! Mas, o “problema” está na ideia de indexar títulos aos presidentes, cujas eleições e tomadas de posse ocorrem durante o desenrolar das competições.
… depois os argumentos
E o número de anos nas presidências não contam?! Podem-se comparar títulos conquistados entre presidências com um ano e outras com dez?! É justo?! É correcto!? Valem o quê?!
Por absurdo, um presidente pode tornar-se o "mais titulado do Benfica", com sete títulos de campeão - "ultrapassando" os seis de Borges Coutinho -, mesmo que o clube conquiste um título de cinco em cinco épocas, se estiver na presidência do "Glorioso" durante 36 anos! Ridículo! De pequeno clube!
Por absurdo, um presidente pode tornar-se o "mais titulado do Benfica", com sete títulos de campeão - "ultrapassando" os seis de Borges Coutinho -, mesmo que o clube conquiste um título de cinco em cinco épocas, se estiver na presidência do "Glorioso" durante 36 anos! Ridículo! De pequeno clube!
CLASSIFICAÇÕES DO SL BENFICA NOS
78 CAMPEONATOS NACIONAIS
Presidente Direcção
|
Época
|
Classificação
Camp. Nac.
|
Vasco Ribeiro
|
1934/35
|
3.º
|
1935/36
|
1.º título
| |
Manuel Conceição Afonso
|
1936/37
|
2.º título
|
1937/38
|
3.º título
| |
Júlio Ribeiro Costa
|
1938/39
|
3.º
|
Augusto Fonseca Júnior
|
1939/40
|
4.º
|
1940/41
|
4.º
| |
1941/42
|
4.º título
| |
1942/43
|
5.º título
| |
1943/44
|
2.º
| |
Félix Bermudes
|
1944/45
|
6.º título
|
Manuel Conceição Afonso
|
1945/46
|
2.º
|
João Tamagnini Barbosa
|
1946/47
|
2.º
|
1947/48
|
2.º
| |
Mário Gusmão Madeira
|
1948/49
|
2.º
|
1949/50
|
7.º título
| |
1950/51
|
3.º
| |
Joaquim Ferreira Bogalho
|
1951/52
|
2.º
|
1952/53
|
2.º
| |
1953/54
|
3.º
| |
1954/55
|
8.º título
| |
1955/56
|
2.º
| |
1956/57
|
9.º título
| |
Maurício Vieira Brito
|
1957/58
|
3.º
|
1958/59
|
2.º
| |
1959/60
|
10.º título
| |
1960/61
|
11.º título
| |
António Fezas Vital
|
1961/62
|
3.º
|
1962/63
|
12.º título
| |
Adolfo Vieira Brito
|
1963/64
|
13.º título
|
1964/65
|
14.º título
| |
António Catarino Duarte
|
1965/66
|
2.º
|
José Ferreira Queimado
|
1966/67
|
15.º título
|
Adolfo Vieira Brito
|
1967/68
|
16.º título
|
1968/69
|
17.º título
| |
Borges Coutinho
|
1969/70
|
2.º
|
1970/71
|
18.º título
| |
1971/72
|
19.º título
| |
1972/73
|
20.º título
| |
1973/74
|
2.º
| |
1974/75
|
21.º título
| |
1975/76
|
22.º título
| |
1976/77
|
23.º título
| |
José Ferreira Queimado
|
1977/78
|
2.º
|
1978/79
|
2.º
| |
1979/80
|
3.º
| |
1980/81
|
24.º título
| |
Fernando Martins
|
1981/82
|
2.º
|
1982/83
|
25.º título
| |
1983/84
|
26.º título
| |
1984/85
|
3.º
| |
1985/86
|
2.º
| |
João Santos
|
1986/87
|
27.º título
|
1987/88
|
2.º
| |
1988/89
|
28.º título
| |
1989/90
|
2.º
| |
1990/91
|
29.º título
| |
Jorge Brito
|
1991/92
|
2.º
|
1992/93
|
2.º
| |
Manuel Damásio
|
1993/94
|
30.º título
|
1994/95
|
3.º
| |
1995/96
|
2.º
| |
1996/97
|
3.º
| |
João Vale Azevedo
|
1997/98
|
2.º
|
1998/99
|
3.º
| |
1999/00
|
3.º
| |
Manuel Vilarinho
|
2000/01
|
6.º
|
2001/02
|
4.º
| |
2002/03
|
2.º
| |
Luís Filipe Vieira
|
2003/04
|
2.º
|
2004/05
|
31.º título
| |
2005/06
|
3.º
| |
2006/07
|
3.º
| |
2007/08
|
4.º
| |
2008/09
|
3.º
| |
2009/10
|
32.º título
| |
2010/11
|
2.º
| |
2011/12
|
2.º
|
NOTA: O critério da classificação atribuída tem como referência, a presidência na jornada da conquista do título ou a jornada em que, matematicamente, o Benfica deixou de poder conquistar o título
Tabelas para todos os gostos
Num clube grandioso e que se considera (e bem...) o maior e melhor de Portugal o que deve preocupar os dirigentes (mas também os associados) é porque não se ganha mais do que os outros, se isso ocorrer em períodos longos. Se somos maiores e melhores não há razão para não sermos os mais titulados. Se não ganhamos mais é porque algo está mal. E há que mudar o que está mal para ficar bem. Seja no "interior" (alterando) seja no "exterior" (forçando). Ser incapaz é o pior que pode acontecer a quem se considera o melhor. Porque passa a ser motivo de chacota.
Num clube mítico como o "Glorioso" podemos olhar para os sucessos com alegria e para os insucessos com preocupação. Porque estamos vacacionados para vencer e conquistar. Só nos tornámos míticos porque acumulámos ao longo da história "riqueza" em títulos e troféus, alguns apenas ao alcance dos melhores, grandeza em adeptos, respeito pelos simpatizantes de outros clubes nacionais e reconhecimento internacional (resultantes das conquistas).
Podemos destacar os sucessos (que são maioritários), mas também os insucessos (que por escassos) merecem reflexão.
Num clube mítico como o "Glorioso" podemos olhar para os sucessos com alegria e para os insucessos com preocupação. Porque estamos vacacionados para vencer e conquistar. Só nos tornámos míticos porque acumulámos ao longo da história "riqueza" em títulos e troféus, alguns apenas ao alcance dos melhores, grandeza em adeptos, respeito pelos simpatizantes de outros clubes nacionais e reconhecimento internacional (resultantes das conquistas).
Podemos destacar os sucessos (que são maioritários), mas também os insucessos (que por escassos) merecem reflexão.
Presidentes com “mais campeonatos”
Os principais dirigentes de um clube, são os presidentes da Direcção, porque têm funções executivas. São o principal motor dos sucessos (se continuados, e não episódicos, revelam brilhantismo), tal como a principal fonte dos fracassos (se continuados, e não episódicos, revelam incapacidade).
O presidente Borges Coutinho é há muito - desde 1977 - aquele, em cujos mandatos (prefiro pensar assim... porque os Órgãos Sociais não se reduzem ao presidente), se conquistou mais títulos de campeão nacional, com dois tricampeonatos, em quatro mandatos bienais (oito épocas). Segue-se depois Adolfo Vieira de Brito, com três mandatos repartidos por dois períodos: o primeiro com dois mandatos anuais e o segundo com a estreia do mandato bienal. Quatro anos... quatro títulos. Depois é seguir o quadro.
O presidente Borges Coutinho é há muito - desde 1977 - aquele, em cujos mandatos (prefiro pensar assim... porque os Órgãos Sociais não se reduzem ao presidente), se conquistou mais títulos de campeão nacional, com dois tricampeonatos, em quatro mandatos bienais (oito épocas). Segue-se depois Adolfo Vieira de Brito, com três mandatos repartidos por dois períodos: o primeiro com dois mandatos anuais e o segundo com a estreia do mandato bienal. Quatro anos... quatro títulos. Depois é seguir o quadro.
CAMPEONATO NACIONAL (valores absolutos)
DEZ PRESIDENTES COM MAIS TÍTULOS
Nome
|
N.º
|
Duarte Borges Coutinho
|
6
|
Adolfo Vieira Brito
|
4
|
João Santos
|
3
|
Manuel Conceição Afonso
|
2
|
Augusto Fonseca Júnior
|
2
|
Joaquim Ferreira Bogalho
|
2
|
Maurício Vieira Brito
|
2
|
José Ferreira Queimado
|
2
|
Fernando Martins
|
2
|
Luís Filipe Vieira
|
2
|
Há dois dirigentes, que enquanto presidentes da Direcção, nunca perderam qualquer campeonato, se bem que em situações distintas, Félix Bermudes com um mandato anual e Adolfo Vieira Brito. Segue-se o enorme Borges Coutinho (seis conquistados e dois perdidos, que correspondem a 75 por cento). Depois é seguir o quadro.
CAMPEONATO NACIONAL (valores relativos)
ONZE PRESIDENTES COM
MELHOR PERCENTAGEM
EM TÍTULOS CONQUISTADOS
Nome
|
%
|
Félix Bermudes
|
100
|
Adolfo Vieira Brito
|
100
|
Duarte Borges Coutinho
|
75
|
Manuel Conceição Afonso
|
67
|
João Santos
|
60
|
Vasco Ribeiro
|
50
|
Maurício Vieira Brito
|
50
|
António Fezas Vital
|
50
|
Augusto Fonseca Júnior
|
40
|
José Ferreira Queimado
|
40
|
Fernando Martins
|
40
|
Presidentes com “mais campeonatos perdidos”
Como os quadros (e os números) permitem realçar valores como a "história do copo" - meio cheio ou meio vazio, conforme as expectativas e vontades -, num clube como o Benfica que em 1993/94 conquistou o 30.º título em 60 edições da competição, podemos ver as presidências do lado do insucesso, que neste momento não é de 50/50, mas de 41/69, ou seja, 32 conquistados e 46 perdidos. O presidente com mais insucesso é o actual (Luís Filipe Vieira), com sete, seguindo-se Ferreira Bogalho (quatro). Seguem-se vários presidentes, é só ver o quadro seguinte.
CAMPEONATO NACIONAL (valores absolutos)
CATORZE PRESIDENTES COM
MAIS TÍTULOS PERDIDOS
Nome
|
N.º
|
Luís Filipe Vieira
|
7
|
Joaquim Ferreira Bogalho
|
4
|
Augusto Fonseca Júnior
|
3
|
José Ferreira Queimado
|
3
|
Fernando Martins
|
3
|
Manuel Damásio
|
3
|
João Vale Azevedo
|
3
|
Manuel Vilarinho
|
3
|
João Tamagnini Barbosa
|
2
|
Mário Gusmão Madeira
|
2
|
Maurício Vieira Brito
|
2
|
Borges Coutinho
|
2
|
João Santos
|
2
|
Jorge Brito
|
2
|
Há seis presidentes que passaram pelo Benfica não conquistando qualquer campeonato nacional. Depois, com 78 por cento (apenas 22 por cento de sucesso) aparece Luís Filipe Vieira, com dois títulos em nove presenças na principal competição do futebol português.
CAMPEONATO NACIONAL (valores relativos)
TREZE PRESIDENTES COM
PIOR PERCENTAGEM
EM TÍTULOS CONQUISTADOS
Nome
|
N.º
|
%
|
João Vale Azevedo
|
o/3
|
100
|
Manuel Vilarinho
|
0/3
|
100
|
João Tamagnini Barbosa
|
0/2
|
100
|
Jorge Brito
|
0/2
|
100
|
Júlio Ribeiro Costa
|
0/1
|
100
|
António Catarino Duarte
|
0/1
|
100
|
Luís Filipe Vieira
|
2/9
|
78
|
Manuel Damásio
|
1/4
|
75
|
Mário Gusmão Madeira
|
1/3
|
67
|
Joaquim Ferreira Bogalho
|
2/6
|
67
|
Augusto Fonseca Júnior
|
2/5
|
60
|
José Ferreira Queimado
|
2/5
|
60
|
Fernando Martins
|
2/5
|
60
|
Num clube glorioso como o nosso, o "problema" de um presidente do Benfica não é quantos campeonatos conquistou. É quantos campeonatos impediu o Benfica de ganhar!
Houve até presidentes – Manuel Conceição Afonso e Júlio Ribeiro Costa, pelo menos –que alegaram como, um dos motivos para não se recandidatarem, o facto de: por falta de jeito, incapacidade de dirigir ou perseguições pessoais externas ao Clube, mas com reflexos do futebol do Benfica, não terem capacidade – apesar da dedicação – para dirigir o Clube no sentido de conquistar competições. E, segundo a sua opinião, não podiam colocar “interesses pessoais” (ser presidente do Benfica) acima dos interesses do Clube. Campeonato ou competição perdida, nunca mais conseguirá ser conquistada. Foi-se! A próxima já é outra! Outros tempos!
Comentadores, paineleiros, escribas e afins. Do "contra" ou "prós". Não devemos ser "mais papistas que o Papa"! É preciso cuidado porque por vezes o feitiço vira-se contra o feiticeiro.
Alberto Miguéns
NOTA: Dos outros títulos e modalidades, nem vale a pena comentar, porque havia que definir "títulos" (os únicos comparáveis são o campeonato nacional e a Taça de Portugal).
Que modalidades, por género e escalões?
Outro absurdo, com falácia pelo meio...
NOTA: Dos outros títulos e modalidades, nem vale a pena comentar, porque havia que definir "títulos" (os únicos comparáveis são o campeonato nacional e a Taça de Portugal).
Que modalidades, por género e escalões?
Outro absurdo, com falácia pelo meio...
Parabéns pelo seu trabalho
ResponderEliminarObrigado
Alberto Miguéns é o melhor e maior estudioso da história do nosso Clube. E incómodo! Porque fala a verdade! Na minha opinião devia ser ele a representar o SLB nesses programas de paineleiros.
ResponderEliminarObrigado Miguéns
Força caro Alberto, cumpra-se o Benfica, desmascare esse hipócritas! Como simples benfiquista, mais não poderei a fazer senão agradecer o seu empenho e dedicação ao nosso clube.
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