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22 março 2012

Tenham Medo. Muito Medo

22 março 2012 5 Comentários
OPINIÃO


O que é que esta notícia tem de errado?

Em que é que esta notícia nos incomoda?


Quando li a notícia detectei um erro e uma incongruência. Vamos primeiro ao erro.

Em Portugal, em 1906, nunca poderia existir um clube denominado “Velo Club de Ciclismo” porque Velo era o nome pelo qual era conhecido em Portugal o Ciclismo, daí que a actual Federação Portuguesa de Ciclismo (F.P.C.) tenha sido fundada em 14 de Dezembro de 1899 com o nome de U.V.P. – União Velocipédica Portuguesa. O clube citado na notícia, muito importante – porque muito forte - na época, e rival do “Glorioso” era o “Velo Club de Lisboa” tal como existiam outros Velo Club’s do Porto, Coimbra, etc. Detectado o erro questionei se não seria um preciosismo da minha parte tendo em conta aspecto tão específico. Para ponderar, nada melhor que dar a conhecer a notícia a alguém que perceba da história do ciclismo, para verificar o “grau” de inexactidão e repercussão da incorrecção. Mostrei o recorte de jornal (se bem que eu tivesse tido conhecimento, em 1.º lugar, através da BenficaTV) a um antigo dirigente da UVP/FPC. Assim que leu a primeira parte da notícia riu-se dizendo que o nome do clube estava incorrecto! Ou como se referiu – “nome aldrabado, pois velo é sinónimo de ciclismo". Transpondo para o futebol era como se houvesse um clube chamado – Foot Club de Futebol.

É “uma aventura” fazer legendas no futuro Museu do Benfica com inexactidões deste tipo. O Museu deve ser um espaço lúdico, didáctico, educativo, exemplificativo para todos, ou seja, deve primar pela pedagogia, cultura, exigência e rigor, para quem pouco entenda dos assuntos mas também para peritos, que ao depararem-se com os conteúdos não ridicularizem o nosso Museu.

O segundo aspecto está relacionado com o critério de selecção dos materiais e artefactos a expor. A grandeza do “Glorioso” exige que se seja muito criterioso, isto é, que se separe o essencial do acessório. Num clube como o nosso, quem escolher estará sempre a excluir muito mais, por isso há que estabelecer “malhas de rigor” para seleccionar (pois está-se, essencialmente, a excluir). Não parece acertado que sendo obrigado a excluir TANTO daquilo que é nosso - do que foi conquistado pelos atletas de “Manto Sagrado” - se possam seleccionar objectos que não estejam ligados directamente ao clube, mas sim indirectamente porque pertenceram a associados ou simpatizantes, alguns até conquistados “contra” nós, o que pode (parece) ser o caso. E nem se devem dar falsas expectativas de futura exposição aos proprietários ou familiares.

Será um duplo erro. Porque não é sério e pode criar ilusão.

É preciso rigor porque a História do Benfica não pode ser motivo de chacota. Nem de exclusão.

Alberto Miguéns



5 comentários
  1. Caro BENFIQUISTA pelo que me dá a entender pela leitura do artigo trata-se de um lapso quando foi referido o Velo Club de Ciclismo, já que logo a seguir se refere que tem uma outra peça em que tem a faixa do Velo Club de Lisboa e outra peça com as medalhas do sogro, logo o mesmo terá sido ciclista do Velo Club de Lisboa.


    Viva o BENFICA

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    Respostas
    1. Caro Luís Moura

      Claro que foi um lapso. Espero que no Museu eles estejam ausentes ou reduzidos ao mínimo.

      Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns

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  2. Inês Mata, do Departamento de Reserva, Conservação e Restauro, falou da antiguidade da peça, “A peça mais antiga que tínhamos, com data visível, era do ano de 1906. Com esta doação, este é o objecto mais antigo do espólio do Sport Lisboa e Benfica. Apesar de não estar directamente ligado ao nome do Clube, é importante pelos seus antecedentes”, afirmou

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  3. Caro Anónimo

    Espero é que, se aceitam objectos que não estão ligados ao Benfica (até ganhos "contra" atletas do Clube) nunca recusem objectos (mesmo que os considerem insignificantes) de atletas que os conquistaram/ obtiveram a servir o Clube.

    Saudações Benfiquistas

    Alberto Miguéns

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