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13 outubro 2022

E Depois de Paris?

13 outubro 2022 5 Comentários

UM SENTIMENTO DE QUE O BENFICA MERECIA MAIS E TALVEZ NÃO O TENHA POR SER POUCO AUDACIOSO.



Dificilmente o «Glorioso» não é apurado para os oitavos-de-final. Só uma catástrofe nos dois jogos que faltam e uma fénix renascida de Turim nos mesmos jogos impedirão a presença do Benfica no sorteio a realizar em 7 de Novembro para calendário (oitavos-de-final) a cumprir em Fevereiro de 2023.

 

Só que a sensação após os dois jogos com o PSG FC não é a melhor

O Benfica pelo que jogou nesses dois jogos devia liderar o grupo isolado e está ex-aequo na liderança com um clube sobre o qual mostrou superioridade (audácia) no primeiro jogo, na «Catedral», mas em que se acomodou no segundo, em Paris.

 

De todos os sorteios - oitavos, quartos e meias - o dos oitavos-de-final é aquele em que a "sorte e o azar" contam menos

Isto porque há cabeças-de-série. Os vencedores dos oito grupos serão cabeças-de-série defrontando os segundos classificados. É aqui que está a questão. O Benfica podia ter sido mais audaz, em Paris, para ficar mais próximo de, teoricamente, ter um sorteio mais favorável no dia 7 de Novembro. Claro que tudo isto não passa de probabilidades. Até pode ficar em segundo no grupo H, defrontar um primeiro classificado de outro grupo e ser apurado para os quartos-de-final. Estamos a falar (escrever) acerca de probabilidades. Os clubes que ficarem em segundo no respectivo grupo têm mais probabilidades de serem eliminados do que o inverso. Os melhores clubes são, geralmente, os que vencem os grupos. E destes sairá o Campeão Europeu.



Custa ver o Benfica dominar o PSG FC, na «Catedral» e depois deixar-se dominar entregando-se apenas a tentar equilibrar o jogo em Paris

Os dois jogos - nem uma semana de intervalo os separou, mas seis dias, de uma quarta-feira para a terça-feira seguinte - mostraram como no Futebol a questão nem é de nunca haver dois jogos iguais. É mesmo a de poderem existir dois jogos completamente diferentes com praticamente os mesmos futebolistas em campo. Na «Catedral» foi um jogo acerca da eficácia dos guarda-redes (os dois melhores em campo) com estes a serem espectadores no jogo seguinte. Em Paris tratou-se de um jogo acerca da ineficácia das equipas em criarem situações de golo sustentadas e com suporte para darem golo. As equipas encaixaram-se. E ataram-se num nó górdio que só duas grandes-penalidades alteraram o previsível zero-a-zero.

 

E a responsabilidade foi do Benfica

Já neste blogue se escreveu que Roger Schmidt pode mudar a história do futebol no Benfica e em Portugal, tal como outros treinadores o fizeram. Que o futebol apresentado é sério e a sério está mais que visto. Faltam os títulos, principalmente ser Campeão Nacional, para permitir que a afirmação tenha consistência. O que conta no Futebol são os títulos, os mais difíceis de conseguir. Eu percebo a lógica de Roger Schmidt na preparação do jogo em Paris. Sabia que não tinha Neres disponível e que, em Israel, o clube de Turim (Juventus FC) venceria o Maccabi Haifa FC. Este continuaria sem pontuar e o próximo adversário, Juventus FC, na «Catedral» passaria a ter seis pontos. Quando se iniciasse o jogo, frente ao PSG FC, o Benfica teria sete pontos. Interessava empatar (8 pontos) ou perder com um resultado lisonjeiro que não afectasse o decisivo Benfica versus Juventus FC, a realizar em 25 de Outubro. Só que a derrota do clube italiano em Haifa (ficando com os mesmos 3 pontos conseguidos em Turim frente ao mesmo adversário) permitia que o Benfica conseguisse ser mais audacioso e menos cauteloso em Paris. Se vencesse (dez pontos) não só estava apurado para o sorteio, como ficaria na liderança do grupo com excelente possibilidade de o vencer face ao confronto directo com o PSG FC. Assim é este, ainda que por diferença de um golo marcado, que está em melhor posição.

 


Resta esperar que nos dois confrontos que restam

O Benfica consiga fazer a diferença, para melhor, em relação ao Paris Saint-Germain FC.



O que custa é ver que o grande futebol do Benfica cujo grande responsável é Roger Schmidt

Pode ficar-se, em 2022/2023, pelos oitavos-de-final quando se tem havido audácia, com esta a traduzir-se em sucesso, poderia continuar a encantar até aos "quartos" e com sorte neste sorteio - já sem "cabeças-de-série" - até às meias-finais.

 

Vamos, Benfica!

 

Alberto Miguéns

5 comentários
  1. Neste momento a incógnita fundamental que interessa desvendar é se o Benfica tem ou não alternativas de qualidade para o 11 base.

    A nível internacional, pode estar aí, ou não, a diferença entre uma boa temporada ou uma temporada excecional. Concordo que em Turim faltou alguma ousadia. Faltou algum talento e ligação ofensiva. Faltaram alternativas no banco de suplentes.

    Depois, a nível interno, há que considerar os fatores distintivos habituais, que são o favorecimento arbitral aos FCP e o clima de guerrilha dentro e fora de campo. O Benfica terá de ser muito melhor para ultrapassar essa deformação da competitividade em Portugal. O jogo do Dragão poderá já mostrar algo.

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  2. Concordo com o Victor. Sendo que no caso, faltou qualidade para matar o jogo da semana passada, onde aí sim o Benfica foi superior em grande parte do jogo, mas perdulário. Pergunto-me se houvesse um jogador com a classe marcadora de um Cardozo, Lima ou Jonas, se não teríamos conseguido concretizar. No entanto, são "suponhamos".
    Agora é crer e querer muito que Gonçalo Ramos evolua na sua eficácia ou que sejam disponibilizados ao treinador avançados que venham adicionar mais eficácia na hora de matar o jogo. Tenho por mim que este jogo também foi muito diferente porque também o PSG o encarou de forma diferente. Após o susto da semana passada (em que só Messi safou), esta semana jogaram bem mais como equipa, anulando os pontos fortes do Benfica e sendo bem mais soolidários como equipa em campo. Vimos por diversas vezes, por exemplo, Mbappe a recuar para apoiar na defesa, algo que é muito pouco comum. Há sempre 2 equipas em campo, por mais que queiramos sempre que a nossa se sobreponha.

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  3. Concordo com a "falta de ousadia", mas...quem tinha no banco para ser ousado ? Faltam-nos extremos. Falta aquele jogador "moleque sem vergonha na cara", que tem na ponta das botas aquele futebolzinho de rua, que vai para cima de quem quer que seja sem medo algum...Ou então aquele jogador forte fisicamente que leva tudo á frente...que impõe respeito.

    Ficar em primeiro, para ser cabeça de série , seria sempre bom. Mas olhando ás classificaões e tentar adivinhar quem serão os segundos classificados...venha o diabo e escolha.
    Talvez, e reforço o talvez, até fosse bom calhar-nos uma equipa que olhasse para nós como um mero outsider, e a passagem como um dado adquirido...e pudessemos aproveitar essa sobranceria.

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  4. Desde ha muitos anos que o Benfica sofre de um processo post-traumatico, de vulnerabilidade emocional e psicologica quando nos embates com a equipa de contumil.
    Ter tido um presidente como o testa-de-ferro que dormiu sempre com o inimigo nao ajudou a recuperacao. Temos depois as arbitragens sitematicamente tendenciosas em jogos importantes, dirigismo FPF e Liga que nao gosta de nos e e aliado do poder de contumil, e todo o ambiente de odio ao Benfica que se tem generalizado em muitas areas desde a comunicacao social a outros clubes, perante a complacencia e ate colaboracao de politicos e governantes.
    Nao e um contexto facil.
    So com grandes planteis, em qualidade e mentalidade, treinadores de classe e personalidade, e dirigentes com coragem e Benfiquismo, poderemos recuperar deste trauma.
    Parece-me que estamos no bom caminho, no principio de uma caminhada dura e dificil. O status quo nao quer a recuperacao do SLB e ira resistir.
    Teem a palavra os actuais dirigentes do SLB.

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  5. Não creio que tenha havido falta de audácia. Houve falta de pernas, de organização (segunda parte foi meio caótica) e os franceses apesar de tudo o que possa ser dito, têm uma grande equipa.

    Se é verdade que se podia ter ido mais para cima, também não deixa de ser verdade que esta equipa de RS se pauta por um grande equilíbrio.

    Faria sentido ir contra os princípios da equipa por um resultado incerto e que não era imprescindível?

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