SEMANADA: ÚLTIMOS 7 ARTIGOS

14 novembro 2020

Uma Pedra Sobre as Eleições: Mais Vozaria, Menos Votaria

14 novembro 2020 7 Comentários

AS ELEIÇÕES DO BENFICA, EM 2020, SERÃO UM DIA "ESTUDADAS".



Como brincar com coisas sérias.

NOTA INICIAL1: Fui apoiante da Lista D (Rui Gomes da Silva) nas eleições. 

 

NOTA INICIAL2: Os Órgãos Sociais que tomaram posse, em 29 de Outubro de 2020, têm toda a legitimidade para cumprir o mandato até 2024.


Vou iniciar hoje uma série de textos acerca das eleições

Apesar de pensar que o assunto estava encerrado continuo a ser solicitado, no dia-a-dia, por Benfiquistas que querem saber o que penso acerca do ocorrido. Como nunca me escondo atrás de pseudónimos, por isso, assino este blogue com o meu nome (e associado n.º 7 700 desde a renumeração de 2015) não tenho medo e quero ser responsabilizado pelo que digo e escrevo, eis este primeiro de seis, como expliquei aqui, em 10 de Novembro de 2020 (clicar).

 

Desde 2006 que as eleições no Benfica são realizadas através de voto electrónico

E eu desde 2009 que voto nulo. Só me enganaram em 2006 (clicar). Depois foi ir falando com algumas pessoas e perceber que o sistema não é fiável naquilo que considero o mínimo aceitável pois depende em confiar que é gerido por "gente de bem e honesta"! Mas se assim fosse as eleições nacionais não necessitavam de ser monitorizadas por uma entidade independente, a CNE (Comissão Nacional de Eleições). O Partido ou Partidos que estivessem no poder certamente que são "gente de bem e honesta" podendo organizar eleições. Mas o que conta não é isto. O que interessa é a transparência, rigor e fiabilidade do processo.

 

Em 2020 eis que houve convergência

Todas as candidaturas que surgiram em 2020, a desafiar o presidente da Direcção desde 2003, aceitavam que podendo haver voto electrónico teria de haver comprovativo físico e exigiam que este fosse contado, só podendo haver tomada de posse dos novos Órgãos Sociais quando fossem anunciados os resultados do apuramento de resultados pelo voto físico (papel).

 

Vamos aos ses...

1. Se todas as candidaturas exigiam voto físico é porque não confiavam na transparência do processo eleitoral. Se confiassem porquê gastar tempo, criar um tema e esbanjar dinheiro num processo descartável? E a não confiança é um sentimento qualitativo nada tendo a ver com resultados quantitativos: número de votantes ou percentagem de afluência/abstenção (que continua incógnita); diferenças percentuais entre listas, ou seja, tenha a lista vencedora 99 por cento ou 51 por cento. É uma questão de princípios éticos. Não é de interesses;

2. Se havia um presidente da Direcção - que põe e dispõe - quer na Direcção, quer nos outros dois Órgãos Sociais (Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal) fazendo de 19 dirigentes o que lhe apetece - embora alguns se tenham "revoltado" de vez em quando desde 2003 e pedido a demissão ou a não reeleição - que se recandidatava e pela primeira vez aceitava que existisse comprovativo físico é porque entendia - ou alguém o aconselhou - que era legítimo duvidarem do sistema de voto implementado no Clube desde 2006.

 

Vamos aos mas...

Depressa se percebeu que tudo não passava de encenação. Resta saber se de alguns ou de todos. O tempo o dirá.

1. O inenarrável - talvez o pior, em desfaçatez e incompetência, dirigente com responsabilidades efectivas e electivas em quase 117 anos de história do Clube - Virgílio Duque Vieira (presidente da Mesa da Assembleia Geral, em substituição) com a sua habitual incapacidade cívica e tonteria inata demonstrada em assembleias gerais, particularmente numa, começou desde cedo a mostrar que quem mandava era mesmo ele em tudo e que tudo seria feito como ele queria ou como quem queria o mandava informar os outros que seria assim e não havia alternativa. Os votos físicos só seriam contados se houvesse uma diferença "poucochinha" entre as duas listas mais votadas. Incrível. Nem numa eleição para delegados de turma quando andava no Liceu;

2. Os representantes da Lista A - sabendo-se que o candidato a presidente da Direcção - tinha remodelado a Direcção e optado por mudar por completo os principais dirigentes (presidências e vice-presidências) dos outros dois órgãos sociais nem tomaram posição pública ou perante os sócios. Rui Pereira como candidato a presidente da Mesa da Assembleia Geral e depois das eleições de facto... devia ter tomado posição. Andou desaparecido. Quem não deve não teme e por isso a Lista A também deveria ter exigido que os votos físicos fossem contados, independentemente do número de votantes e das diferenças de percentagem entre listas. Rui Pereira pode ter algum tique adquirido em alguma instituição mas deve começar a entender que deve dar explicações aos sócios sempre que estes as solicitarem com lisura e que os associados do Benfica não lhe devem qualquer tipo de obediência, mas apenas respeito e reconhecimento. Respeito por ser o presidente da Mesa da Assembleia Geral e reconhecimento por ser um dos vinte dirigentes eleitos, por isso, merecedor de toda a consideração por parte dos restantes associados.

3. Os elementos das Listas B e D estiveram muito mal porque foram recuando e com isso legitimaram o resultado das eleições. Se duvidavam do sistema eleitoral (por isso exigiram alterações), sabiam que iam perder. Se sabiam que iam perder não tinham necessidade de concorrer. Ou havia contagem dos votos físicos, sempre, independentemente dos números (duvidando do processo a quantificação desse processo é um mero acto administrativo) ou desistiam aconselhando os seus apoiantes a não irem sequer votar por o processo estar viciado. Se já sabiam que a Lista A venceria deixavam que vencesse por 99 por cento!

4. O que levou a Lista B e D sabendo que iam perder (por isso exigiram voto físico por duvidarem do voto electrónico), aceitarem que os votos em papel não seriam contados - pois nunca seriam derrotados por "um poucochinho" mas por um "poucochão" para que não houvesse contagem dos votos físicos - e assim legitimar o voto vencedor na Lista A? Não me parece que a Lista B (João Noronha Lopes) e a Lista D (Rui Gomes da Silva) tenham entendido "ir a votos" com a mesma intenção, embora sabendo que iam perder (ou então não tinham exigido impressão de voto em papel). Talvez um dia se saiba! Eu irei dar a minha opinião quando escrever acerca destas duas listas.  


Continuarei fiel aos meus princípios de Cidadania 

Que se sobrepõe ao Benfiquismo. Seja quem for que esteja a dirigir o Benfica, enquanto eu conseguir deslocar-me para votar, nunca votarei num sistema eleitoral como o actual. Jamais o farei. Continuarei a votar nulo.


Para mim

A civilidade, urbanidade, universalismo e Cidadania estão acima do Benfiquismo. Não confio neste tipo de voto electrónico, como não confiava em 2009, 2012 e 2016, por isso votei em 2020 como votei nessas últimas eleições.

 

Não acredito neste tipo de votação, mas acredito que possa haver voto electrónico

Mas realizado de outra forma. Como.

1. O Benfica organiza as Eleições (o Regulamento Geral do Clube aprovado pelos associados em 1968 devia estar actualizado, não estando devia ser criado um Regulamento Eleitoral de acordo com os candidatos a presidente da Mesa da Assembleia Geral de cada Lista);

2. A entidade que supervisiona a votação, modelo e sistema, tem de ser uma empresa de informática certificada e conceituada;

3. O Regulamento Eleitoral devia contemplar:

3.1. Entrega prévia a todas as Listas concorrentes dos cadernos eleitorais discriminando quantos associados (e quais) têm direito a um voto, cinco votos, vinte votos e cinquenta votos;

3.2 Entrega posterior a todas as Listas concorrentes dos cadernos eleitorais com os associados que exerceram o seu direito de voto votaram assinalados para saber quem foram os votantes (podendo ser divulgado para saber se houve alguém que tivesse votado por ele ou eles sem que fosse ele ou eles).

4. Declaração dos resultados eleitorais obtidos na votação electrónica, de forma provisória, até ser concluída a recontagem obrigatória dos votos físicos (em papel).

 

Foi-me dito em 2010 ou 2011

Por quem organizou os anteriores actos eleitorais que «se não fossem pessoas de bem e honestas podiam viciar eleições», alterando o sentido de voto, votando por quem sabem que não terá condições para votar ou sabendo quem votou em quem, pois o voto só é secreto se não quiserem comparar a cronologia do carregamento de votos no cartão com a cronologia de voto no descarregar os votos nas urnas electrónicas. Podiam fazer trafulhice. Só nunca fizeram nem farão por serem gente honesta e de bem. Acredito, mas para mim sobrepõe-se sempre esta frase. SEMPRE:




Como quero que tudo seja transparente

Não aceito ter dúvidas que posso ser enganado, mesmo que acredite que sejam todos gente de bem e honesta. Também quero que pareçam. Por isso continuarei a votar nulo, como em 2009, 2012, 2016 e 2020.


Assim vai o clube, de entre outros, Borges Coutinho...

 

Alberto Miguéns


NOTA FINAL: Atenção aos comentários. São todos bem-vindos, desde estarem totalmente de acordo com a minha opinião como estarem totalmente em desacordo com ela. Têm é de ser comentários que estejam relacionados com o que foi escrito no texto, como é evidente. O tema é "Credibilidade das eleições: tiveram ou não?" Não faz sentido comentar o que não foi motivo de comentário, como já expliquei (clicar)

7 comentários
  1. as percentagens são falsas, se fizer as contas vai perceber isso

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. pelo numero total de votantes, e votantes em cada lista, que consta no site do Benfica, fazendo ao contas as percentagens OFICIAIS SÃO FALSAS

      Eliminar
  2. O clube que em tempos foi dirigido pelo Srº Borges Coutinho, vai mal e é uma sombra do que era

    ResponderEliminar
  3. Sendo os resultados verdadeiros, a lista com mais interesse na contagem dos votos seria a lista A. Ninguém dessa lista manifestou vontade nesse sentido (também é preciso ter em conta que é a uma lista com a vontade de uma só pessoa).

    ResponderEliminar
  4. Infelizmente sabemos que se fosse apenas uma lista a anunciar no dia das eleições que só aceitaria os resultados após os votos físicos, as pessoas dessa lista seriam qurimadas em praça pública por toda a máquina propagandística que está instalada no clube e na comunicação social. É uma luta muito desigual, infelizmente. E a Lista B ainda viu ataques inesperados da Lista D, este poderia apenas vir a ser mais um.

    ResponderEliminar

Artigos Aleatórios

Apoio de: