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15 novembro 2020

Lista D: Desilusão

15 novembro 2020 13 Comentários

COM O DESTINO FATAL QUE SE ESPERAVA.



Relegado para último em três listas, mas se fossem cinco provavelmente também seria último!

 

NOTA INICIAL1: Fui apoiante da Lista D (Rui Gomes da Silva) nas eleições. 

 

NOTA INICIAL2: Os Órgãos Sociais que tomaram posse, em 29 de Outubro de 2020, têm toda a legitimidade para cumprir o mandato até 2024.


NOTA INICIAL3: Apesar de apoiar a Lista D estas reflexões não resultam de nenhuma conversa privilegiada. Só do que vi, pensei e senti.


Era a Lista da rotura

A única que propunha "mudança radical" com ideias estruturadas e consolidadas, mesmo quando chegou a existir a possibilidade de serem cinco, ou quatro, retirando a da continuidade, pois o presidente da Direcção propunha-se a ser reeleito. 

 

Considero (ainda que seja muito subjectivo) por não ter um conhecimento suficiente de todos e são mais de duas centenas...

Que Rui Gomes da Silva está entre os 20/15 melhores vice-presidentes da História do Clube, pelo modo como conseguiu influenciar algumas decisões da Direcção a que pertenceu e que não vou enumerar pois muitos conhecem e não vou ser exaustivo.


Aqueles que considero serem os melhores vice-presidentes da Direcção entre 1908 (quando surgiu o cargo) até 2020

Tinha boas condições para sendo eleito presidente 

Corrigir o mal que tem sido feito no Clube - desrespeito pelos Estatutos, vergonha por falta de ética e moral das últimas Direcções (que se aproveitam da grandeza do Clube para bazófia e arrogância desmedida) e tratar os associados como clientes quando são eles a essência do Clube - e na SAD - o Benfica fez cerca de mil milhões de euros em transferências - e está muito mais distante dos grandes clubes europeus em relação ao que estava quando a SAD foi constituída o que é uma aberração a todos os níveis.

 

Tinha o melhor projecto para tentar que o Benfica se recolocasse mais próximo dos grandes clubes europeus

E que não é pensar que a matriz Benfiquista é doméstica e o importante é conquistar competições de trazer por casa, como ainda anteontem foi dito. Incrível a falta de ambição (clicar). Era contra isto que Rui Gomes da Silva podia ter feito a diferença. Um Benfica de trazer por casa, com mais interesse em poder conquistar Taças da Liga (e numa II Divisão europeia sonhar com o título europeu de clube com mais finais na Liga Europa) que chegar à fase a eliminar da Liga dos Campeões.



Falhou rotundamente

Por falta de organização quando devia ser o líder em todas as vertentes das Eleições: apresentação do programa (aqui foi), dos nomes dos candidatos (foi o último) e das assinaturas (foi o último). Devia ser a Lista A e foi a D. Quem concorre a umas Eleições no Benfica tem de preparar-se como uma Nau que parte de Belém e vai para a Índia e não num barco a remos para a Trafaria. Concorrer numas eleições para derrotar alguém que tem já um clube ao seu serviço, após 17 anos de presidência, como se já não houvesse mais ninguém no Planeta que consiga ser presidente do Benfica - fazendo do Clube algo de extraordinário no Mundo do Futebol, a par do FC Porto - já nem de Nau (madeira) só um Couraçado (blindado). Confiou demasiado na verve que tem e menos na estrutura para poder fazer sobressair essa capacidade inata de dominando os assuntos poder improvisar. Saiu-se mal. Devia ter-se rodeado de uma estrutura profissional.

 

Não soube descolar, nem soube recolocar-se

1. Lançando uma candidatura a tão longa distância tem vantagens e inconvenientes. Com o ónus de ter pertencido a uma Direcção cujo presidente decidiu enfrentar quando chegou a afirmar que não o faria. Depois considerando que Luís Filipe Vieira seguiu um caminho errado sentia-se à vontade para concorrer contra, mas ficam sempre vestígios e frases que podem ser exploradas. Sempre mais contra que a favor. Sabia-se bem o que pretendia - vantagem de ter dito em 2018 que seria candidato - mas também seria desgastado por se considerar que ao apontar o que considerava de errado estava a dificultar o mandato aproveitando-se dos insucessos. No futebol português do século XXI há muito do que era a política portuguesa no final do século XIX (caciquismo) e do Estado Novo (situacionismo). Quem concorre deve estar preparado para isso. 

2. A chegada de uma candidatura que se anunciava como "forte" mas não se sabia por quem deu a machadada final no que já era débil. Era Rui Gomes da Silva contra o Mundo. Pois João Noronha Lopes (Lista B) dispunha de meios e estava disposto a utilizá-los ao contrário de Rui Gomes da Silva (Lista D). Além disso João Noronha Lopes que começou frágil soube crescer durante a campanha e tornar-se o candidato da esperança para quem desejava impedir Luís Filipe Vieira (Lista A) de continuar. Com uma estrutura profissional, em termos de capacidade de mobilização e funcionamento (os actos eleitorais são também um acto administrativo) dizimou a possibilidade da Lista D poder ser, ou dar a ideia disso, a principal possibilidade de apear Luís Filipe Vieira. Mas isso fica para a minha análise à Lista B.


Apostou praticamente tudo nos debates

A possibilidade de Rui Gomes da Silva contrariar as outras candidaturas estava na realização de debates, terreno onde seria superior. Como não houve, nem com a Lista A nem entre as outras listas, reduziu a possibilidade da Lista D afirmar-se e poder recuperar o terreno perdido com a chegada de João Noronha Lopes.

 

Era o que tinha que mostrar mais firmeza (e não o fez)

Na questão da contagem dos votos físicos Rui Gomes da Silva não podia ter cedido um milímetro. Cedeu tudo. Se alguém não podia ceder era ele por ter sido eleito com voto electrónico, em 2009 (frente à lista liderada por Bruno Costa Carvalho) e em 2012 (frente à lista liderada por Rui Rangel). Devia ter recusado ir à Eleição sem ter a garantia da contagem dos votos impressos. E foi. Pagou com juros. Ou obrigava a contar os votos ou permanecia como alternativa para 2024 se quisesse continuar a sê-lo. Assim acabou.


A volúpia de "medir forças" com a Lista B tirou-lhe discernimento

Com a entrada de João Noronha Lopes (e da Lista B) na campanha e o crescimento da popularidade deste até ao dia das eleições Rui Gomes da Silva não quis ceder. Percebendo que sem contagem dos votos físicos a vitória da Lista A estava assegurada, preferiu disputar o segundo lugar com a Lista B. Numa tentativa de garantir ser a alternativa para 2024 ou quando houvesse eleições, se entretanto forem antecipadas. Perdeu.


Para o presidente actual...desde 2003

Sendo ele o maior incómodo, pois continuaria a colocar questões e questionar decisões, entre 2020/2024, atirá-lo para último com menos de mil votantes foi o ideal. Arrumou com qualquer hipótese de voltar a candidatar-se. Só uma catástrofe no Benfica o traria de volta e isso ninguém quer! Nem ele que já era Benfiquista (pelo pai) antes de o ser (nascer).


Para a Gloriosa História - memória colectiva - ficará dele muito pouco

Será recordado, daqui a 30 anos, a cada eleição quando os media colocarem aquelas estatísticas dos recordes de votação no SLB pelos que agora têm dez anos ou ainda estão para nascer até 2030, como o candidato dos 603 votantes. Injusto pelo que fez durante uma vida como Benfiquista. Justo pelo que não soube fazer quando se candidatou à presidência da Direcção.


Os erros pagam-se caro...

 

Alberto Miguéns


NOTA FINAL: Atenção aos comentários. São todos bem-vindos, desde estarem totalmente de acordo com a minha opinião como estarem totalmente em desacordo com ela. Têm é de ser comentários que estejam relacionados com o que foi escrito no texto, como é evidente. O tema é "Candidatura e resultados eleitorais da Lista D" Não faz sentido comentar o que não foi motivo de comentário, como já expliquei (clicar)

13 comentários
  1. Alberto, faltou a questão das trapalhices da lista. Lourenço? Gabriel? Afinal, nada.

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    1. Caro

      Não fulanizei referindo qualquer outro nome pois essa situação é complexa. Não sei se eles negaram que se fosse eleito colaborariam com ele, mas não podiam aceitar estando ligados ao Benfica.

      O Mundo é complexo e as pessoas ainda o tornam mais. Talvez eles tenham dito sim, se...

      Saudações

      Alberto Miguéns

      NOTA: Eu fui convidado por um candidato a vice-presidente na Lista B disse-lhe que colaboraria se JNL fosse eleito e nunca o escrevi (embora o meu mediatismo e importância seja ínfimo) mas sempre tenho aqui um espaço onde posso escrever...

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    2. Assunto encerrado, bem hajas.

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  2. RGS "foi arrumado" por ter feito parte de "um governo de direita", quando toda a gente sabe que da social-democracia à direita vai uma distância infinitamente maior (veja-se o exemplo dos países do norte da Europa!) do que aquela que separa o Partido Comunista da ditadura. LFV faz parte da esfera do PC. Todos os truques que esse partido faz nas eleições desde o 25 de abril aconteceram nas do SLB, desde "toques" a "convidar a derrotar a direita", à não contagem dos votos físicos e ao ser feito o transporte e guarda das urnas de voto por "camaradas de confiança". RGS não levou em linha de conta que, "nas ditaduras", quem está no poleiro utilizará tudo o que lhe for permitido para se manter, pois havia uma necessidade enorme "do camarada" presidente tentar limpar todas as pistas que o possam comprometer. Nos próximos 4 anos vai ser "o coitadinho do povo" que nada ganha por culpa da oposição, como se fosse a oposição que comprou e vendeu os ativos dos plantéis que ele tem destruído mais o mister 10%.

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    1. Mais um alienado a debitar propaganda da classe dominante, de política percebes pouco pá, dedica-te só ao Benfica.

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  3. Se não teve capacidade para uma campanha competente de um mês, depois de ter tido 2 anos de avanço contra outro candidato, que garantias dá para ser um presidente competente?

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  4. Uma das maiores injustiças (porventura a maior de todas alguma vez acontecida) em atos eleitorais benfiquistas. Pelo benfiquista que sabemos que é, pela defesa do clube que fez nos vários fóruns em que participou, pela mudança e pelo novo rumo que propunha no seu programa, merecia muito mais.
    Foi vítima da falta de organização da sua estrutura, de se anunciar como candidato cedo demais, de não apresentar o apoio de nomes de peso na nação benfiquista, das participações semanais com textos para o NBG - o que, no meu entendimento, cansou muitos sócios e levou-os a considerá-lo um vulgar maldizente e um procurador de «tacho», e por exibir um discurso (escrito e falado) que tinha muito da política. Outro fator decisivo, foi, claro, a apresentação da candidatura de Noronha Lopes - como é que foi possível tanto sócio embarcar naquele bluff, naquela mentira, é caso, a meu ver, de estudo.
    Não quero acreditar que Rui Gomes da Silva seja um passado sem regresso, caro Miguéns. A vida dá muitas voltas, e ele continua a ser o benfiquista que nós sabemos que é.

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  5. Boa analise... e o meu maior desgosto destas eleições!!!
    A meu ver o único com programa para um futuro melhor!!!

    Este resultado só vem demonstrar que sem apoios (capitais) por trás de uma candidatura não se pode lá chegar...

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  6. Concordo com quase tudo excepto "ideias estruturadas e consolidadas" que não vi em lado nenhum... Nem num programa, nem nas comunicações que fez através da imprensa ou Facebook.

    No actual futebol dizer que se vai lutar para ser campeão europeu sem referir qual a estratégia financeira e entrando em rotura com o parceiro estratégico Mendes sem apontar alternativas não são ideias estruturadas e consolidadas. São vamos para lá e depois se vê...

    Quando JNL entrou na corrida RGS parece ter feito birra contra este e contra os sócios por estes claramente darem apoio àquele quando RGS já se propunha como alternativa há anos. Achou-se desconsiderado e em vez de aderir a uma candidatura conjunta como fez o movimento Servir o Benfica preferiu arriscar para ser uma espécie de consciência moral e alternativa para 2024 e deu-se muito mal. E mereceu, porque colocou o ego à frente dos interesse do Benfica! JNL pode ter algumas facetas semelhantes a Vieira, nomeadamente ter por trás interesses semelhantes (teorias da conspiração ou da treta que RGS e seus aliados ajudaram a amplificar), mas seria um upgrade enorme face a Vieira e a possibilidade de sairmos do buraco desportivo e judicial em que estamos metidos.

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  7. Só para acrescentar que se houve alguém que teve os meios para se afirmar nos midia foi efectivamente RGS... Dois anos num programa de TV não chegaram? O erro foi a forma como foi fazendo oposição... Poderia ter sido um sério concorrente a Vieira mas cedo se percebeu que ia cair com enorme estrondo... Como diz no texto, o mal que lhe padeceu foi e é exactamente aquele que aponto a Vieira e sua equipa... Arrogância, prepotência, soberba e falta de humildade... O RGS pensou que bastaria o seu nome para lhe conferir um estatuto que ele pensou ter entre os adeptos do Benfica e que não tinha, depois, com a chegada do Noronha foi o fim... Depois de ler e ouvir algumas coisas, confirmo exactamente a opinião que sempre tive dele, um politico cheio de palvras feitas e demagogia barata, então aquela tirada de desespero em que com ele o Benfica em 4 anos seria campeão europeu é de bradar aos céus.

    Repito... Foi uma pena que um politico com a experiência dele não tenha percebido que a partir do momento que se diz candidato À presidência do Benfica, deveria se ter remetido ao silêncio ou a palavras de circunstância, deveria ter abandonado o programa de TV e os escritos no NGB, de forma a preparar e a preparar-se para as eleições. Não o fez e andou a queimar-se em lume brando durante dois anos... Enfim...

    Att
    Pedro Simões

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  8. O Vilavinhos também tem custas no cartório.Então ele não sabia que o LFV era Presidente do Alverca,sócio do Sporting e do FCOPORCOS?

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  9. Eu votei RGS, e penso que daria um grande Presidente.
    No inicio nem ponderei votar nele, mas foi melhorando o discurso, embora no final se tenha perdido completamente.

    Não sei se não terá nova oportunidade, mas face ao escasso numero de apoiantes penso que chegou o fim da sua jornada de luta.

    Vamos ver como corre "o mandato desportivo" prometido por Vieira.

    Viva o Benfica.

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