Nascido em Lisboa, a 26 de Setembro de 1947 só tenho, por
escrever neste blogue, de lhe fazer uma evocação póstuma, pois não soube do seu
falecimento, aos 71 anos, em 6 de Março de 2019.
Já escrevi
como o conheci
Em 1971, antes de fugir à Ditadura para se refugiar em Paris. Amílcar Cabral dizia. Mando os guerrilheiros para a URSS vêm de lá anticomunistas, mando-os para Paris chegam mais comunista que eu. Conheci-o, pois éramos poucos os que gostavam de um tipo de música que em Portugal ninguém queria. A maioria gostava do nacional-cançonetismo dos festivais da televisão e do fado. Música de dor-de-corno e de estorietas-de-faca-e-alguidar. Tão poucos que éramos que todos se conheciam. Sempre a mesma centena!
Em 1971, antes de fugir à Ditadura para se refugiar em Paris. Amílcar Cabral dizia. Mando os guerrilheiros para a URSS vêm de lá anticomunistas, mando-os para Paris chegam mais comunista que eu. Conheci-o, pois éramos poucos os que gostavam de um tipo de música que em Portugal ninguém queria. A maioria gostava do nacional-cançonetismo dos festivais da televisão e do fado. Música de dor-de-corno e de estorietas-de-faca-e-alguidar. Tão poucos que éramos que todos se conheciam. Sempre a mesma centena!
Chinchilas
(final dos Anos 60)
Não lhe conheci, pessoalmente, a fase roqueira. Na rocalhada andava por outras “bandas”: Filarmónica Fraude e Quarteto 1111. Os Sheiks, Ekos, Chinchilas, Jets, Claves, etetectra, era roque rural, imitação rasca de ingleses e americanos. A evitar.
Não lhe conheci, pessoalmente, a fase roqueira. Na rocalhada andava por outras “bandas”: Filarmónica Fraude e Quarteto 1111. Os Sheiks, Ekos, Chinchilas, Jets, Claves, etetectra, era roque rural, imitação rasca de ingleses e americanos. A evitar.
Atenção ao primeiro EP (Pastoral)
Para quem não sabe ou já se esqueceu havia três discos em vinil: LP’s – três ou mais temas de cada lado (cerca de 40 a 60 minutos de duração a 33 rotações por minuto); EP´s – formato pequeno, com dois temas de cada lado (a 45 rotações por minuto); singles (os portugueses desde D. Afonso Henriques que gostam da Língua Portuguesa) a 45 rotações por minuto, com um tema de cada lado. O primeiro EP de Mário Piçarra (Pastoral) chamou a atenção, tanto que o comprei. O segundo EP (Calçada de Carriche) superou o anterior e não foi só comprar… foi saber onde ele ia tocar. E assim foi.
Para quem não sabe ou já se esqueceu havia três discos em vinil: LP’s – três ou mais temas de cada lado (cerca de 40 a 60 minutos de duração a 33 rotações por minuto); EP´s – formato pequeno, com dois temas de cada lado (a 45 rotações por minuto); singles (os portugueses desde D. Afonso Henriques que gostam da Língua Portuguesa) a 45 rotações por minuto, com um tema de cada lado. O primeiro EP de Mário Piçarra (Pastoral) chamou a atenção, tanto que o comprei. O segundo EP (Calçada de Carriche) superou o anterior e não foi só comprar… foi saber onde ele ia tocar. E assim foi.
Com uma excelente melodia num texto de antologia de António Gedeão.
Aprender com os mestres
Como Fernando Lopes Graça e a Academia dos Amadores de Música.
Depois de 25 de Abril de 1974
Surgiram inúmeros grupos de música a utilizar (principalmente o trabalho do corso, Michel Giacometti) ou fazendo mesmo recolha do Cancioneiro Popular Português. Entre outros, GAC - Grupo de Acção Cultural (segunda fase), Brigada Victor Jara (homenageando o cantor chileno que já foi evocado neste blogue, em 10 de Junho de 2017 (clicar), Raízes, Vai de Roda, Maio Moço, Ronda dos Sete Caminhos e… Terra a Terra. Foi na capa do primeiro disco deste grupo, em 1980, que vi um Mário Piçarra. Só podia ser ele por muito que a música fosse diferente. Foi só esperar por um espectáculo do grupo para confirmar. Assim foi. Resta dizer que se voltou a falar de política, de música e do… Benfica! Do Benfica! Como em 1971 e 1972.
Como Fernando Lopes Graça e a Academia dos Amadores de Música.
Depois de 25 de Abril de 1974
Surgiram inúmeros grupos de música a utilizar (principalmente o trabalho do corso, Michel Giacometti) ou fazendo mesmo recolha do Cancioneiro Popular Português. Entre outros, GAC - Grupo de Acção Cultural (segunda fase), Brigada Victor Jara (homenageando o cantor chileno que já foi evocado neste blogue, em 10 de Junho de 2017 (clicar), Raízes, Vai de Roda, Maio Moço, Ronda dos Sete Caminhos e… Terra a Terra. Foi na capa do primeiro disco deste grupo, em 1980, que vi um Mário Piçarra. Só podia ser ele por muito que a música fosse diferente. Foi só esperar por um espectáculo do grupo para confirmar. Assim foi. Resta dizer que se voltou a falar de política, de música e do… Benfica! Do Benfica! Como em 1971 e 1972.
Depois foram surgindo outros discos
E mais espectáculos. E fomos falando em alguns (poucos) deles.
E mais espectáculos. E fomos falando em alguns (poucos) deles.
Mais um disco
Com mais espectáculos de promoção, reposição e antecipação de novos temas.
Com mais espectáculos de promoção, reposição e antecipação de novos temas.
Em 1985 o último disco
E pouco depois, final de 80, deixei de o ver e de falar com ele. O que custou mais. Deixar de Benficar com o filho do "Ser Benfiquista" quando estava no início de perceber a importância de Luís Piçarra.
E pouco depois, final de 80, deixei de o ver e de falar com ele. O que custou mais. Deixar de Benficar com o filho do "Ser Benfiquista" quando estava no início de perceber a importância de Luís Piçarra.
Mais Terra a Terra
Com muito Portugal.
Ainda mais
Com Portugal sempre, apesar de se discutir que sobreviver frente à música de feira (depois denominada pimba) irei ser tarefa tão gigantesca como derrubar o Estado Novo. Foi pior. Ainda dura...
Anos 90 para diante...
Deixei de saber por onde andava, mas fiei-me que músico um dia, músico sempre. Haveria de dar sinal de... música!
Qual quê
Só em final de 2018, num acaso, soube que iria sair um disco, agora destes plastificados com capazinhas minúsculas e quando foi apresentado fui ouvir e ver.
Só em final de 2018, num acaso, soube que iria sair um disco, agora destes plastificados com capazinhas minúsculas e quando foi apresentado fui ouvir e ver.
Já não fui a tempo
Alberto
Miguéns
Caro AMiguens,
ResponderEliminarnão consegui encontrar aqui algum texto sobre Paulino Gomes Júnior, letrista e compositor do "Ser Benfiquista".
caso o tenha alguma vez mencionado, pode deixar aqui a ligação?
Grato.
Viva o Benfica
Caro Benfiquista
EliminarTem aqui embora pouco.
https://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2017/11/sete-e-meio-ii-o-benfica-como-vanguarda.html
Sudações Gloriosas
Alberto Miguéns
Muito grato.
ResponderEliminarViva o Benfica