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26 dezembro 2019

Taça da Liga: Proibido Subestimar

26 dezembro 2019 7 Comentários
CONSIDERO QUE É UMA COMPETIÇÃO NÃO PRIORITÁRIA PARA CONQUISTAR.


Mas é inadmissível o Benfica não vencer a fase de grupos. E o que pensei ser pontual e excepção (2017/18) ameaça tornar-se regra. Em três temporadas o Benfica é eliminado duas vezes numa fase que tem obrigação de vencer sempre. Pode haver um percalço e não o conseguir mas, no formato actual, admite-se ser eliminado no grupo uma vez por década nunca o que se está a passar.


O formato actual favorece os quatro primeiros classificados no campeonato nacional da temporada anterior
Pois são cabeças-de-série e disputam o primeiro jogo, no seu terreno, frente ao segundo melhor da temporada anterior. Vencendo o primeiro jogo fica quase assegurada a presença nas meias-finais. O Benfica esta temporada foi displicente tal como em 2017/18 frente ao SC Braga e pagou esse facto. Não vencendo este primeiro encontro é o adversário que sair da «Catedral» com um empate ou vitória que passa a ter vantagem e dificilmente a desperdiçará pois é uma competição muito mais fácil de conquistar que qualquer das outras duas: Taça de Portugal (só contando com muita sorte nos sorteios e competência em  todos os jogos e incompetência se pela frente aparecer o SL Benfica ou o FC Porto) e Campeonato Nacional (neste momento, tal como desde 2001/02, apenas acessível ao Benfica e FC Porto. E que desde 1974/75, ou seja, em 45 edições o FC Porto conquistou 23 (2+2+1+1+2+5+2+4+3+1), o Benfica triunfou em 17 (3+1+2+1+1+1+1+1+1+4+1), restando quatro (1+1+1+1) para o Sporting CP e uma para o Boavista FC). Vedado o acesso a clubes que não o Benfica e o FC Porto).

Fazendo aqueles dilemas estúpidos mas que todos gostamos de fazer
Se me dissessem. Preferes que o Benfica conquiste 100 Taças da Liga e nunca seja campeão nacional ou seja campeão nacional e nunca mais conquiste Taças da Liga? Apesar da tal estupidez própria destes dilemas nem hesitava. Escolhia a segunda. Mas regressando à realidade admito que o Benfica seja eliminado nas meias-finais (por jogar mal (2012/13), ser incompetente (2016/17) ou prejudicado (2018/19) ou mesmo com estas ocorrências a existirem numa final o que ainda não ocorreu pois o «Glorioso» nunca foi derrotado numa final da Taça da Liga. Mas não conseguir vencer o grupo quando o Regulamento está concebido para ter os quatro melhores clubes (SL Benfica, FC Porto, Sporting CP e SC Braga) na fase final? É desleixo!

Uma competição com as características da Taça da Liga
Uma série de três jogos, a uma volta, não permite distracções na competição, nem subestimar o jogo frente ao adversário, teoricamente, mais complexo. O que o Benfica tem feiro nos últimos anos é exactamente o que o Sporting CP e o FC Porto fizeram nas temporadas em que não se apuraram para as meias-finais. Subestimar a competição. A diferença está em que o Benfica (e ainda bem) não vem depois justificar que não tinha interesse nenhum na competição. Isso além de ser mentira - como foi quando os outros dois clubes justificaram a sua incompetência - era irresponsável. O Benfica tem que jogar sempre para conquistar as competições em que participa e vencer os jogos que disputa, sejam para competições oficiais (como é a Taça da Liga) sejam particulares. A grandeza histórica do Benfica a isso obriga. A conquista da Taça da Liga nunca foi impedimento para ser Campeão Nacional. Em sete triunfos na Taça da Liga, quatro (57 por cento) foram em temporadas com o «Glorioso» a sagrar-se Campeão Nacional.

E compreendo que há que estabelecer prioridades
Tendo os futebolistas, de momento em melhores condições, para abordar o Campeonato Nacional e a Liga dos Campeões/Liga Europa. Mas com o actual modelo da Taça da Liga é possível compatibilizar isso e vencer o respectivo grupo. Depois conquistar o troféu em Janeiro já é outro assunto. Por exemplo, com o calendário a tornar possível dois jogos "praticamente" consecutivos com o Sporting CP (17.ª jornada da Liga NOS e final da Taça da Liga) seria óbvio uma gestão para derrotar o Sporting CP e depois descompressão maior no jogo da Taça da Liga até tendo em conta a ida a Paços de Ferreira para a 18.ª jornada da Liga NOS. 

Claro que tendo em conta o antes e o depois da primeira jornada da Taça da Liga
Mesmo com o Benfica, naquela fase, com dificuldades em jogar bem no campeonato nacional houve mudanças a mais que ajudaram à eliminação do Benfica na fase final (a quatro) da 13.ª Taça da Liga. O Benfica da 6.ª para a 7.ª jornada fez uma alteração (saída de De Tomás e entrada de Gedson, passando de 4.4.2 para 4.5.1) sem que se sentisse grande melhoria. Quando o 4.5.1 passou a ser Pizzi, Gabriel, Taarabt, Chiquinho e Cervi) aí "a cantiga passou a ser outra"! E quando chegar Rafa a "melodia" vai afinar ainda mais... Regressando aos jogos. O Benfica entre Moreira de Cónegos e a Taça da Liga (1.ª jornada) fez (não contando com o guarda-redes) sete alterações (em dez) apenas mantendo Rúben, Taarabt e Seferovic. Sete alterações são demasiadas para manter rotinas frente ao Vitória SC que sabia ser esse o jogo-chave (como foi) para dar a passagem para discutir a conquista da Taça da Liga, em Braga. Menos rotinas num grupo que nem estava a jogar bem é "meio-caminho" para antecipar insucessos. Depois, da Taça da Liga para a jornada seguinte da Liga NOS, também na «Catedral» em dez futebolistas só manteve quatro (Rúben, Gedson - embora com funções diferentes, Taarabt e Seferovic). Entre Moreira de Cónegos e este jogo (uma semana) o treinador manteve as rotinas. 




O que está a faltar ao Benfica nas últimas temporadas na Taça da Liga
É coerência. Não subestimar a competição tal como não deve ser sobrevalorizada. O Benfica está a cometer erros semelhantes aos que cometiam o FC Porto e o Sporting CP. Nas edições até 2016/17 foi inteligente na forma como geria os jogos mais complexos da fase de grupos da Taça da Liga. E deixou de o ser... Por isso tem sido, justamente, afastado das meias-finais. Assim para a história fica um grupo que "trabalhou para o boneco". Infelizmente.

      PLANTEL NA TAÇA DA LIGA 2019/20
NOTAS: Minutos jogados; TitularSuplente utilizado;  Suplente não utilizadoConvocado não utilizado; L - Lesionado; S - Suspenso (expulsão no Campeonato Nacional);  A – Assistências para goloG – Golos; B - Jogos na Equipa B (Segundo Escalão)

Cada vez que o Benfica não se apurar para as meias-finais da Taça da Liga para mim é uma desilusão. Um insucesso inaceitável.

Alberto Miguéns

7 comentários
  1. Concordo plenamente consigo. E irrita-me solenemente benfiquistas que pensam diferente e desvalorizam competições. Uma coisa é prefeir uma competição em relação a outra e ter prioridades, outra bem diferente é desvalorizá-las. E no caso da Taça da Liga até a considero sentimentalmente importante, pois foi com a Taça da Liga que o Benfica recuperou o hábito de vitória, pois há 10 anos atrás quando não ganhávamos nada, fomos ganhando estas o que permitiu aos nossos jogadores habituarem-se a jogar finais enquanto outros subestimavam. Nenhuma competição deve ser desvalorizada.

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  2. Bom dia, caro Alberto. Revejo-me inteiramente com aquilo que diz. Também para mim é uma frustração o facto do Benfica, na taça da Liga, não ir sequer à "Final Four". No entanto não concordo que o trabalho tenha sido "para o boneco": as experiências foram feitas e os minutos de jogo foram dados a quem menos joga. No mínimo serviu para ajudar a decidir com quem realmente BL pode contar para as competições que faltam, Campeonato/Europa/Taça. Aliás, é mais que sabido que em janeiro haverá emagrecimento do plantel.

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  3. Finalmente alguém que pensa exatamente como eu... É chover sobre o molhado, mas esta gente não aprende a encarar o Benfica com seriedade. Andamos mais preocupados em decorar a árvore do que em cuidar dela para não morrer.

    O Bagão fala sobre os artificialismos do Natal e sobre o uso excessivo que as pessoas fazem da tecnologia. Talvez seja esse o problema do Benfica hoje em dia. Tudo muito artificial e tecnológico em demasia. Muito planeamento estratégico, muito dado estatístico para trabalhar mas uitos yes man, muita gente sem qualquer amor ao clube, gente sem noção da sua história e principalmente gente sem noção do que faz mover o monstro Benfica.

    Falta de "filingue" e de "saveuare fere" como diria o badalado treinador do flamengue... Ou traduzido para uma linguagem mais laica... Falta de sentimento e de competência.

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  4. Pois,eu nao concordo nada com o escrito.Se o treinador nao da minutos aos jogadores menos utilizados,onde e que da?

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    1. Caro José Santos

      Tem todo o direito de dar a sua opinião. Mas será que faz sentido, até para quem é pouco utilizado ter minutos num desporto como o Futebol em que são necessárias rotinas? Os próprios jogadores sabem que quando se faz isso o jogo tem tudo para correr mal. É para dar rotinas, entrosamento e perceber como funciona melhor o grupo em campo que se fazem as pré-épocas. Então se é só para dar minutos porque jogou o Rúben os dois jogos iniciais, no terceiro era desnecessário! Em dez futebolistas em campo, retirar sete até os outros três jogam mal. Se for comparar com as temporadas em que o Benfica se apurou para as meias-finais da Taça da Liga também se davam minutos a menos utilizados, mas não foi a mexer tanto. O que ganharam esses jogadores em terem mais minutos? Praticamente nada. Além das críticas de tudo e todos. Até os que eram ou foram depois titulares. Claro que a Taça da Liga é para utilizar os elementos menos utilizados no campeonato nacional e na Liga dos Campeões, mas não de um modo drástico. Principalmente no primeiro jogo. Esse jogo é para ser preparado para vencer com futebolistas que assegurem probabilidades elevadas de o Vencer. O Benfica e os futebolistas não beneficiaram, em nada, de terem minutos na Covilhã e em Setúbal. Tempo desperdiçado. Ao contrário da vitória no primeiro jogo. Até podiam ter jogado os mesmos na Covilhã e Setúbal. Tudo seria diferente.

      Gloriosas Saudações

      Alberto Miguéns

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  5. Ora bem! O Benfica não pode (nem deve) menosprezar nenhuma competição. É tudo para vencer. Claro que sabemos que não ganhará sempre tudo, mas deve haver da parte da direção, das equipas técnicas e dos jogadores a ambição e o querer de ganhar sempre. O que nem sempre se tem visto ultimamente.
    Somos o Sport Lisboa e Benfica, e há hoje gente no clube que parece saber muito pouco do seu passado glorioso e dos sentimentos e exigências dos benfiquistas.

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