A agora penúltima A.G.O. (a do Orçamento) realizada, em 7 de Junho de 2019, que ilustra a disposição das três mesas dos Órgãos Sociais nas assembleias |
Claro que não deixa de ser um relato pessoal por muito que tente reportar-me aos factos objectivos.
Como é evidente não vou escrever o que já fiz em dois textos publicados, quem quiser pode consultar:
28 de Setembro pelas 02:24
28 de Setembro pelas 12:32
Entretanto surgiram pela internet publicações com algumas das 23 intervenções que ficaram reservadas para o final da assembleia geral ordinária. Esta que se publica foi das melhores - mais elaborada e coerente com laivos de ironia e humor - mas a abordar a maior parte dos assuntos que 19 das 23 intervenções salientaram.
Até considero que esta intervenção foi mais incisiva que a que despoletou a cena que ensombrou a parte final da AGO. Só que esta foi para aí a quinta intervenção e a "tal" foi a 20.ª. Só que esta foi lida e a "tal" foi de improviso, onde as palavras não são tão "medidas" além da mesa da Direcção já ter sido "fustigada" com 18 das 19 anteriores incluindo uma que considero ter feito "encher o copo" a excelente intervenção de uma jovem associadA (no feminino).
Na tal 20.ª intervenção estava-se a colocar mais uma vez em causa a falta de transparência nos negócios de Futebol e na gestão do Clube, bem como no desprezo pela informação, com o rigor possível aos sócios, parecendo que os dirigentes - não colocando em causa o tempo em que entraram para o Clube por amor ao Benfica - agora faziam parte da "engrenagem" - esta palavra é minha pois não gravei nenhuma intervenção, tendo apenas ficado com uma ideia do que foi sendo dito.
Isto provocou a ira de alguns elementos da Direcção que depois de gesticularem se levantaram enquanto o presidente da Direcção gritava impropérios, palavrões e ameaças para com o associado que estava no púlpito. Aqui há que fazer uma referência gráfica com a organização das assembleias gerais que passaram a decorrer no pavilhão 1. Já referi que foi uma melhoria terem passado do pavilhão 2 para o 1, em termos de organização e segurança. Mas não há bela sem senão. Não faz sentido o púlpito onde se fazem as intervenções estar uns seis metros à frente das mesas dos três Órgãos Sociais. Devia estar, como sempre esteve, em mais de 102 anos de Benfiquismo ao lado, entre as mesas da Direcção e da Assembleia Geral. Para os dirigentes pode estar onde está pois dirigem-se a quem está à frente mas para os restantes associados é uma excrescência, pois por vezes estão a fazer referências a quem está cinco ou seis metros nas suas costas o que é não só deselegante como inadequado, como se provou na última assembleia geral.
Devido à posição do púlpito o orador (talvez o 20.º em 23) nem se apercebeu das movimentações que ocorriam nas suas costas. Ingenuamente pensei - pois tirando a Mesa da assembleia Geral (porque a dirige, mas não manda como já ouvi dizer há três anos) - todos os associados são iguais, perante os Estatutos, numa assembleia geral, repito, pensei que algum directos se dirigiria ao presidente da Mesa da assembleia geral para pedir o uso da palavra ou para solicitar a intervenção deste perante o que o orador estava a insinuar ou a afirmar, visto o presidente da Mesa da assembleia geral considerar "normal" visto que não fez qualquer reparo à intervenção do associado-orador-do-momento.
Mas não. O presidente da Direcção levanta-se e a gritar impropérios chega-se ao púlpito, surpreende o orador pois vem das costas deste, de dedo em riste ameaça e depois coloca as mãos no pescoço - não foi no colarinho - como se diz por aí - pois o orador tinha uma camisa sem colarinho! O associado espantado nem reage com violência perante uma intimidação física. É que era um jovem de vinte e poucos anos frente a um idoso e mais de 70. Se tem havido confronto físico, provavelmente, tínhamos ficado sem presidente da Direcção a menos que os seguranças o salvassem!
Como seria de esperar grande parte dos presentes no pavilhão ficaram indignados a gritar (não vou divulgar nenhuma das expressões que ouvi por serem pouco dignificantes, quer do presidente da Direcção quer e alguns dos presentes) mas espero que fiquem lavradas em acta bem como todas as atitudes.
E não é que o presidente da Direcção depois de largar o pescoço do rapaz se dirige à bancada lateral e ameaça bater nos presentes desafiando-os. é claro que muitos, cederam ao impulso, e correram bancada abaixo. Então é que me apercebi que mesmo nas filas junto ao piso havia muito segurança disfarçado de associado assistente da assembleia que fizeram barreira não deixando que o presidente da Direcção (com 70 anos) pudesse bater naquela malta toda. Alguns dos associados que estavam na bancada tinham "caparro" para dar e vender!
Nunca assisti a nada semelhante, nem em reuniões de condomínio.
Depois houve alguma acalmia com o presidente da Direcção a pedir ao orador que se fosse retratar, este foi, o presidente da Direcção falou e regressou ao seu lugar. Seguiram-se as últimas três intervenções mas já não consegui perceber nada tal a exaltação. Sei que foi uma rapariga, um associado que costuma intervir em todas as assembleias (pelo menos duas vezes, e muitas vezes com razão, em minha opinião) e por fim o dedicado António Pica que tem um carinho muito grande pela Formação e apreço pelo presidente da Direcção justificando sempre com sustentabilidade e justiça o porquê desse apreço.
Fiquei atónito - pois nunca esperei ver tal situação - numa assembleia geral do clube mais democrático entre os clubes democráticos mesmo os que tinham medo da Democracia em tempo da Ditadura. Mas não era nada que não esperasse embora nunca pensei ver um presidente da Direcção a apertar o pescoço a um associado numa assembleia geral. Já por mais de uma vez - ene vezes vi quer associados, quer o presidente da Direcção violar os Estatutos do Clube com comportamentos à margem nas reuniões magnas do Clube sem que o presidente da Mesa da assembleia geral faça cumprir os Estatutos. recordemos os dois artigos que têm sido violados com frequência há mais de uma década por vários intervenientes:
Ao que consta houve, em tempos, um rei francês que afirmou:
Observando o decorrer das assembleias gerais do SLB, nos últimos tempos, fico com a ideia que a Mesa da Assembleia Geral pensa:
OS ESTATUTOS SOMOS NÓS!
Alberto Miguéns
NOTA: Espero um dia conseguir ler a acta desta assembleia geral - nem quero pensar que não esteja tudo lavrado na mesma - como li as actas de todas as assembleias gerais do SLB até 2008.
Caro Alberto,
ResponderEliminarOjovem associado já publicou a sua versão dos factos, parece-me um retrato bastante fiel: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=108157720589152&id=108125360592388&__tn__=K-R
Esse discurso que o senhor publicou creio ter sido o 4ª, penso que interviu logo a seguir a mim. O sócio agredido foi o 19º, depois dele interviram um sócio que não leu o discurso e apenas pediu a demissão do presidente, a sócia com um discurso fofinho, o velho Pica da Margem sul e o habitual Luís Correia ou Gouveia.
A sua cronologia não me parece correcta. O sócio agredido ainda foi concluir a sua intervenção, depois foram os 4 sócios inscritos para intervir e só depois no seu discurso final o presidente chamou o sócio agredido para ele se retratar. Não interpreto que ele o tenha feito, o presidente quis direccioná-lo para um discurso mas ele não se deixou intimidar e deu a sua opinião.
Gloriosas Saudações Benfiquistas
Caro Benfiquista
EliminarAdmito que tenha sido o 19.º mas tenho quase a certeza que o antónio Pica foi o último pois ele percebeu que o tal associado Luís Correia ou Gouveia queria ficar para o final, deixou inscrever-se e correu ficando atrás dele na inscrição para as intervenções. Isso eu apercebi-me pois o senhor Luís estava de vermelho e o senhor Pica de branco. Se foi respeitada a ordem o senhor Pica (que tremia que nem varas... vermelhas) seria o último, mas aceito que possa ter havido outra cronologia. eu já estava mais a falar com quem estava ao meu lado do que com atenção, como devia, ao que estavam a dizer os oradores finais.
Só voltei a ter atenção ao discurso do nosso presidente da Direcção quando referiu que era inaceitável terem votando tantos contra, 13 por cento, no melhor Relatório e Contas na História do Clube e a sair disse que não havia presidente do Clube que tivesse sido melhor que ele (ou ter feito mais que ele) em prol da grandeza do Clube.
Gloriosíssimas Saudações
Alberto Miguéns
'O preço que os homens bons pagam pela indiferença aos assuntos públicos é serem governados por homens maus.'— Platão, 'a República'
ResponderEliminar... não quero que o clube do meu 'coração' (do meu hipotálamo, + precisamente ...) seja 'governado' por 'homens maus' !!!
Veritas vos liberabit (Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará) ...
obrigado sr.alberto miguéns
Muito obrigado ao Alberto por este relato tão rico e tão lúcido.
ResponderEliminarAssumir um cargo numa Direcção do SLB traz um dever de respeito acrescido para com o Clube e para com todos os associados. Se qualquer associado se excede no uso da palavra numa Assembleia Geral então há sempre duas possibilidades:
a primeira é solicitar a intervenção do Presidente da Mesa da Assembleia Geral que tomará a acção que julgue adequada para cumprir os regulamentos;
a segunda é fazer queixa-crime caso os ofendidos achem que foi cometido um crime de difamação em praça pública. Essa são faculdades de todos os sócios presentes, incluíndo o actual Sr. Presidente.
As atitudes do Sr. Presidente são inqualificáveis e indignas do seu cargo. Por muita razão de queixa que até pudesse ter, ser arruaceiro e violento não resolve nenhum problema, antes agrava.
Ao actual Sr. Presidente da Direcção ninguém alguma vez pode tirar os méritos da obra feita. Comanda há muitos anos um Clube que progrediu muito em muitos aspectos. Essa obra foi feita com muito do seu trabalho. Dele e de todos os que escolheu para o ajudarem. Os sócios tem reconhecido o mérito ao reconduzi-lo sucessivamente nas eleições que tem vencido. Quem conheceu o Clube antes dessas Direcções sabe desses méritos. Agora, apesar dos mérito já referidos não me parece que qualquer obra feita possa justificar as acções do actual Sr. Presidente na última Assembleia Geral. O Sr. Presidente deveria também ter a humildade de perceber que algumas das suas obras e posturas são também passíveis de crítica. Caso não concorde tem sempre as faculdades que acima referi.
Uma vantagem de saber a História do SLB é que percebemos de como as glórias humanas são transitórias. Essa História ensina-nos a ter AMOR pelo Clube e HUMILDADE perante a força maior do Clube que são os seus sócios. Ensina-nos também a ter RESPEITO e ADMIRAÇÃO para com todos os que contribuíram de forma positiva para o Clube. E nem sequer me parece que os desafios enfrentados pelas Direcções lideradas pelo actual Sr. Presidente tenham sido as mais críticas para a sobrevivência do Clube. O Clube passou por fases ainda mais críticas para a sua sobrevivência quando ainda nem um dos actuais sócios era vivo.
Perante o que se passou acredito que a posição do Sr. Presidente da Mesa da Assembleia-Geral é fundamental para garantir a dignificação desta e das futuras Assembleias. Quero acreditar que o episódio será reportado na Acta. Quero também acreditar que para ele este episódio arruaceiro não será considerado normal e não merecedor da consequente aplicação dos estatutos. Se for normal então o que poderemos esperar no futuro?
Devíamos estar a viver momentos de exaltação perante vitórias internas dos últimos anos mas não estamos. É natural que os sócios questionem. É exigível que os dirigentes tenham uma postura digna e construtiva. Ninguém pede que sejam um saco de pancada nem alvo de indignidades mas há forma de lidar com isso. Infelizmente o que - apesar de haver muita coisa boa na actualidade do nosso Clube, há também situações que estão a corroer a sua vida interna. Se os actuais Órgãos Sociais não querem ver isso ou não valorizam esses sinais e ainda se preferem tomar uma atitude arruaceira e de confrontação, então penso que ninguém ganhará com isso. Não ganharão os sócios contestatários nem os não-contestatários nem muito menos ganharão os actuais dirigentes. Mais grave ainda, quem perde é o nosso Clube.
Os sinais estão aí. Exige-se responsabilidade, respeito, ambição e humildade. Exige-se SER BENFIQUISTA!
Concordo com as posições de crítica ao comportamento do presidente em exercício do Benfica. Concordo igualmente com grande parte das expressões críticas e irónicas que ouvi no discurso do sócio acima publicado.
ResponderEliminarContudo, é necessário referir que falta alguma perspectiva histórica e percepção contextual às posições de crítica e ironias feitas. O Benfica e em particular a sua direção e presidente têm sofrido um ataque externo sem precedentes com base em intrigas, falsidades e planos obscuros acordados em hall de hotel a mando de figuras tenebrosas como PdC e BdC.
É certo que todos percebemos que o sistema implementado por PdC no futebol português teve como contrapartida um contra-sistema implementado por LFV. Esse contra-sistema terá pisado no risco ou mesmo ultrapassado os limites da ética e legalidade. Mas ao menos alguém teve a coragem de enfrentar e impedir que ficássemos 18 anos sem ganhar nada como o vizinho da 2ª circular. Logicamente o sistema contra-atacou com os resultados que temos visto nos últimos 2 anos.
É neste contexto, em que a esmagadora maioria dos Benfiquistas querem é espetáculo e investimentos em jogadores, que o presidente do Benfica tem a coragem de investir em infraestruturas e na formação recuperando financeiramente o clube. Garantindo uma superioridade estrutural e financeira para as próximas décadas e enfrentando os ataques organizados dos rivais com ligações nas estruturas dirigentes da liga e federação portuguesa.
Imagino o cansaço acumulado por estes dirigentes que lutando nestas frentes todas ainda têm de lutar contra a demagogia e populismo de alguns setores dentro do benfica. Alguns provavelmente a mando de interesses externos e outros sem noção do que o Benfica passou na última década do século xx e primeira do século XXI a exigirem ópera internacional quando o Benfica ainda está a consolidar as estruturas do seu São Carlos. Imagino o cansaço destes dirigentes ao fim de horas numa assembleia do Benfica a escutarem ironias, sarcasmos e críticas vazias quando estão numa luta titânica em tantas frentes.
Apesar de eu compreender esse cansaço, que em parte justifica um sentimento de revolta e de frustração que levou a um comportamento inaceitável por um presidente, esse cansaço é claramente o sinal que precisamos de uma nova direção e de um novo presidente. Um presidente que continue a obra desta direção e que lhe acrescente valor, mas que fresco e sem polêmicas possa trazer um vigor às lutas que temos de superar e uma transparência que nos faça de novo afirmar sem tibiezas a grandeza ética e desportiva do Benfica
Caro Alberto,
ResponderEliminarPeço-lhe que lute por uma acta que transcreva o que se passou na 6f.
Entretanto deixo lhe o meu testemunho sobre a AG e sobre o estado do Benfica.
http://tudoportibenfica.blogspot.com/2019/09/o-benfica-o-presidente-e-ag.html?m=1
Saudações Benfiquistas
Caro Sr.Alberto.Eu fui uns dos que desceram da bancada,para confrontar o presidente.Quem la esteve,sabe que o vieira tinha mais de 20 seguranças privados e apenas alguns de nos estavamos dispostos a algo mais....
ResponderEliminarMas vai haver mais assembleias.E nao vamos ser só 5 ou 6 dispostos a tudo..
Se o presidente pode agredir os socios....olho por olho,dente por dente.Eu sei que muita gente acha que a violencia nada resolve,mas todas as guerras envolvem sangue.Desde 6feira que nao ando bem comigo mesmo.o que aconteceu naquele pavilhao è uma das maiores vergonhas,pela qual os socios passaram.inacreditavel a comunicaçao social em portugal...
Pelos nossos fundadores,por todos aqueles que amam o Sport Lisboa e Benfica isto nao vai ficar assim.acredite Sr.Alberto a proxima assembleia gerl vai ficar nos anais da historia.sinto nojo das pessoas que estao no clube.os dias estao contados.
Existem socios dispostos a tudo,e quando digo tudo,é a TUDO....
Um grande abraço a si e Viva O Sport Lisboa e Benfica.