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08 maio 2019

O Primeiro de Cinco (e Algo Mais)

08 maio 2019 1 Comentários
HÁ PRECISAMENTE 58 ANOS O «GLORIOSO» DEU INÍCIO A UM PENTACAMPEONATO.

O Glorioso Plantel de Basquetebol dos Anos 60 que começou a ser Pentacampeão em 8 de Maio de 1961, retratado no Pavilhão dos Desportos, no topo do Parque Eduardo VII, em Lisboa, depois de um jogo frente ao CF "Os Belenenses" (a confirmar brevemente os respectivos nomes). E que fotografia! Junto ao «Discóbolo» que é da autoria de José Netto, «Glorioso Futebolista» entre 1904/05 e 1907/08

Realizou-se, em 8 de Maio de 1961, a 14.ª e última jornada do 29.º campeonato nacional de Basquetebol. O Benfica conquistava o título pela quarta vez, depois de 1939/40 e 1945/46-1946/47 (Bicampeonato) mas mais do que isso deu início a uma série de cinco conquistas consecutivas, entre 1960/61 e 1964/65. Aliás o «Glorioso» já era campeão desde a 11.ª jornada (a faltarem três para o final) como pode ser lido no jornal «Diário de Lisboa» (clicar). Um período brilhante pautado pela batuta do presidente Maurício Vieira de Brito (a dar as condições financeiras) e pelo inesquecível treinador José Teotónio Lima.

Treinador extraordinário. Um dos nomes mais gloriosos da nossa história ímpar
A chegada do conceituado Teotónio Lima, em 20 de Agosto de 1956, revolucionou a modalidade. Foi ele que reconstruiu a equipa com valores emergentes, melhorou a qualidade técnica dos atletas e desenvolveu sistemas tácticos inovadores e alternativos. Podemos dizer que introduziu em Portugal o basquetebol científico. Actualizado com o melhor que se fazia pelo mundo, corrigia os atletas mostrando-lhes fotografias onde apontava os erros e enaltecia as virtudes. Entre as muitas jogadas estudadas, trabalhadas nos treinos e explanadas nos jogos avulta, por exemplo, a “couve-flor”.

Nova orgânica no eclectismo
O eclectismo nos anos 50 sofreu muito, em termos de conquistas, com a construção e inauguração (1 de Dezembro de 1954). Nesse tempo o «dinheiro não esticava» com o presidente Ferreira Bogalho adverso a contrair empréstimos bancários que depois tivessem efeitos na competitividade do «Glorioso Futebol». Aliás ele considerava que foi o erro - «esse cancro que nos corroeu durante décadas» - de Cosme Damião a fazer empréstimos avultados para erguer o estádio nas Amoreiras (anos 20) que obrigou o Benfica a perder futebolistas para o Sporting CP permitindo o hegemonia deste clube, entre 1946/47 e 1953/54, com sete títulos (3 + 4) em oito temporadas. Concluído o Estádio e profissionalizado o Futebol, havia condições para recomeçar a conquistar títulos no Ciclismo (a segunda modalidade do clube) e restantes desportos.

A maior potência nacional do Basquetebol regressou para ficar
Iniciou-se em 1960/61 – 35.ª época do «Glorioso Basquetebol» - uma nova era, premiando a persistência e a boa vontade dos Benfiquistas, que mesmo face a adversidades no passado, nunca desistiram. Logo no primeiro encontro da temporada, em 21 de Outubro de 1960, na 1.ª jornada do Regional, estabeleceu-se o recorde de diferença de pontos, na V 104-17, com o GD Tabacos, no Pavilhão dos Desportos. Pela primeira vez o Benfica obtinha uma diferença de 87 pontos, melhorando em seis, o anterior recorde de V 89-9 (81 pontos) que datava de 1945, há 15 anos! Depois… conquistou-se “tudo”: Regional (Bicampeonato), Nacional (primeiro de cinco títulos consecutivos), Taça de Portugal (V 79-45, em Leiria, frente à equipa da Associação Académica de Coimbra) e ainda no final da temporada, a Taça de Angola, após derrota, por 58-57, do Sporting CP, em 21 de Junho de 1960. Foi a melhor temporada, em 35 anos (1927/1961) da modalidade no Clube!

Campeonato Nacional 1960/61
As temporadas iniciavam-se com os pioneiros campeonatos regionais que apuravam, desde 1932/33 para o campeonato nacional. O Regional era constituído por oito clubes (14 jornadas) em que se apuravam os quatro primeiros que se juntavam os dois primeiros do Porto, o campeão de Coimbra e o campeão de Setúbal perfazendo oito emblemas para serem disputadas 14 jornadas. A superioridade do «Glorioso» foi avassaladora.

RESULTADOS DO BENFICA NO 29.º CAMPEONATO NACIONAL
Adversário
1.ª volta
2.ª volta
Res
S
Jor
Res
S
Jor
Sporting CP
V 57-56
C
1
V 65-50
F
8
FC Porto
V 63-53
F
2
V 49-47
C
9
FC Barreirense
V 48-40
C
3
D 40-46
F
10
Sport Algés e Dafundo
V 61-33
F
4
V 72-36
C
11
SC Vasco da Gama (Porto)
V 82-47
C
5
V 35-29
F
12
Associação Académica Coimbra
V 50-33
C
6
D 38-45
F
13
CF "Os Belenenses"
V 64-43
F
7
D 44-45
C
14
NOTAS: Em Lisboa eram utilizados conforme as necessidades os seguintes recintos: Pavilhão dos Desportos (jogos entre os três grandes de Lisboa), Ginásio do IS Técnico e Campo de São Bento (do C.N.N.); no Porto, o campo da Constituição (FC Porto) e o de Vila Meã (SC Vasco da Gama); no Barreiro, o Ginásio do FC Barreirense; em Coimbra, o campo de Santa Cruz, atrás do campo de futebol

«CINCO BASE» NA TEMPORADA 1960/61

Um plantel de classe para "dar e vender"
Centrado em cinco basquetebolistas de qualidade superior: Joaquim Carlos Coelho, Júlio Campos, José Alberto, Fernando Furtado e João Pires (capitão) que sendo excelentes podiam ser multifacetados durante os jogos entre bases e pivôs, extremos e postes. Como suplentes: Carlos Galhoz, Vítor Pinto, Luís Santos, Reis Pires e Jorge Silva.

PLANTEL 1960/61
Basquetebolistas
(10)
N.º
Posição
habitual
Tit
(14)
SU
(14)
Pontos
(768)
João Pires (capitão)
?
Extremo
14
-
87
José Alberto
?
Pivô
14
-
162
Joaquim Carlos
?
Base
14
-
118
Fernando Furtado
?
Extremo
13
1
153
Reis Pires
?
Poste
4
10
94
Luís Santos
?
Poste
-
13
52
Carlos Galhoz
?
Extremo
1
9
37
Júlio Campos
?
Base
8
-
42
Jorge Silva
?
Poste
-
7
10
Vítor Pinto
?
Base
2
4
13
   NOTA: Ao contrário das estatísticas do «Glorioso Futebol» as estatísticas do «glorioso Basquetebol» são apenas retiradas de uma publicação sem verificação de simultaneidade de informação corroborada por outras publicações


Para amanhã repor uma injustiça neste blogue
Evocar um dos mais significativos Benfiquistas dos «Primeiros Tempos». O escultor José Netto o autor do «Discóbolo» que continua a dar grandeza ao salão de entrada do Pavilhão dos Desportos (actual pavilhão Carlos Lopes que nunca lá correu ao contrário de António Livramento que foi o desportista que mais o abrilhantou).


Tão Glorioso, o Benfica!

Alberto Miguéns

1 comentários
  1. Para que se saiba que o basquetebol do SL Benfica é Glorioso a vencer há muitas décadas não há como ler este belo texto com marca de autor.
    E acredito que o texto de amanhã será mais um saboroso naco de Benfiquismo.
    Obrigado.

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