EU SOU COMO 99,99 POR CENTO DOS ADEPTOS. NÃO PERCEBO NADA DE
FUTEBOL.
Mas também sou como 99,99 por cento dos adeptos. Falo de Futebol
como se fosse perito no assunto.
Rui Vitória e a dinâmica
É com expectativa que anseio pelos jogos dos próximos dois meses
(Agosto e Setembro) quando serão disputadas seis jornadas do 83.º campeonato
nacional, as duas jornadas iniciais da 62.ª Liga dos Campeões, bem como a 38.ª
Supertaça portuguesa já no próximo domingo. Tudo isto por ainda não ter visto –
embora também não fosse expectável por ainda não ter começado a época competitiva – capacidade para substituir o jogador
(Renato Sanches) que foi fundamental para recuperar o atraso pontual no
campeonato nacional e a boa campanha europeia (quartos-de-final) na Liga dos Campeões. É que ele
actuava numa posição (médio-ofensivo-mas-muito-mais-que-isso) que é fundamental
na dinâmica táctica de Rui Vitória.
CALENDÁRIO DE JOGOS (JULHO /
SETEMBRO)
Mês
|
Dia
|
Adversário
|
Competição
|
Local
|
|
J
U
L
H
O
|
03
|
DOM
|
|||
06
|
QUA
|
||||
10
|
DOM
|
||||
14
|
QUI
|
E 0-0 (E 3-3; gp)
|
Torneio
Algarve
|
Faro/Loulé
|
|
15
|
SEX
|
||||
16
|
SÁB
|
V 4-0
|
Torneio
Algarve
|
Faro/Loulé
|
|
20
|
QUA
|
D 0-1
|
Particular
|
Sheffield
|
|
23
|
DOM
|
||||
24
|
SEG
|
V 2-0
|
Particular
|
Altach/Áustria
|
|
27
|
QUA
|
E 1-1 (D 5-6; gp)
|
IX
Troféu Eusébio
|
SLB
|
|
31
|
DOM
|
D 2-3
|
Particular
|
Lumiéres
|
|
A
G
O
S
T
O
|
03
|
QUA
|
|||
07
|
DOM
|
SC
Braga
|
Supertaça
|
Aveiro
|
|
10
|
QUA
|
||||
13
|
SÁB
|
CD
Tondela
|
Primeira
Liga.01
|
Fora/Tondela
|
|
17
|
QUA
|
||||
21
|
DOM
|
Vitória
FC Setúbal
|
Primeira
Liga.02
|
Casa/
SLB
|
|
24
|
QUA
|
||||
27
|
SÁB
|
CD
Nacional
|
Primeira
Liga.03
|
Fora/
Choupana*
|
|
31
|
QUA
|
||||
S
E
T
E
M
B
R
O
|
04
|
DOM
|
Jogos das Selecções
|
||
07
|
QUA
|
Jogos das Selecções
|
|||
11
|
DOM
|
FC
Arouca
|
Primeira Liga.04
|
Fora/Aveiro**
|
|
14
|
QUA
|
Liga
Campeões.01
|
?
|
||
18
|
DOM
|
SC
Braga
|
Primeira
Liga.05
|
Casa/
SLB
|
|
21
|
QUA
|
||||
25
|
DOM
|
GD
Chaves
|
Primeira
Liga.06
|
Fora/
Chaves
|
|
28
|
QUA
|
Liga
Campeões.02
|
?
|
NOTA: *
Fortes probabilidades de poder ser adiado para data incerta; ** Apenas uma possibilidade
Rui Vitória e os triângulos sobrepostos
Que Rui Vitória prefere actuar, em 4.5.1, com cinco médios (a
defender) que depois podem dar mais profundidade nas alas a atacar – porque com
três médios-centro pode haver compensações nas alas ou “corredores”, (segundo o
actual futebolês) é um dado assente. Que Rui Vitória com Jonas é “obrigado” a
jogar com dois avançados (4.4.2) também se sabe. Neste esquema dinâmico um
médio-ofensivo (o «oito» em futebolês) para um treinador que não tem por modelo
táctico este esquema, um jogador tem de ter características muito particulares.
Capacidade física nos embates individuais, “pulmão” QB, audácia, temperamento,
capacidade técnica, imprevisibilidade e capacidade de transportar a bola ou endossá-la
em segurança (o único predicado em que Renato Sanches é um jogador médio). De resto
tudo acima da média.
Jorge Jesus e os 85 por cento
O anterior treinador durante seis temporadas rotinou o
plantel, formatou a equipa e fez aquisições para actuarem no modelo que
preferia. O 4.4.2 mas em que os alas “fechavam inúmeras vezes os espaços mais
interiores” fazendo circular a bola (a atacar) ou cortando as “linhas de passe”
ao adversário (a defender). Só falei uma vez com ele em seis anos. Foi na
apresentação do livro “Plantel Glorioso” no início de Dezembro de 2014 para lhe
pedir um autógrafo visto constar do livro como um dos três melhores treinadores
da Gloriosa História. Eu estava à vontade. Nesse dia nem nos sete melhores o
incluiria e actualmente talvez o escolhesse como um dos cinco melhores, pois
entretanto – desde a escolha no Verão de 2014 para o livro ser editado pelo Natal – conquistou a Supertaça,
conseguiu o segundo título de campeão nacional consecutivo (desde 1983/84 que
o “Glorioso” não era Bicampeão) e conquistou mais uma Taça da Liga. Aproveitei
para o “encostar”. Por que razão teimava em jogar com quatro médios enfrentando
cinco centrocampistas quando isso depois tinha consequências negativas nos jogos de maior
dificuldade frente a adversários mais poderosos?
Mas fui eu que acabei "encostado" como seria de prever...
Disse-me ele qualquer coisa do tipo (embora simplificando a linguagem dele da ideia de jogo, das dinâmicas e etecetra): Na maior parte dos jogos de uma época (85 por cento) os nossos quatro médios devidamente treinados e rotinados têm qualidade suficiente para anular e ultrapassar as dificuldades colocadas pelos cinco centrocampistas contrários (ou seis: dando a entender que por vezes até o avançado contrário jogava a médio)! Controlado o meio-campo o Benfica fica com um poder maior - dois avançados - frente à baliza contrária. E são estes 85 por cento dos jogos – conseguindo contabilizar os três pontos - que permitem conquistar o campeonato nacional que é o principal objectivo. Nos restantes 15 por cento tenta-se equilibrar a equipa embora seja mais complexo. Mas seria sempre difícil mesmo passando de quatro para cinco médios. Se o adversário for claramente superior (dando a entender jogos na Liga dos Campeões frente a colossos) dependerá sempre muito mais deles do que de nós! Percebi. E calei-me, pois quem sabe…sabe! Quem não sabe…ouve!
Mas fui eu que acabei "encostado" como seria de prever...
Disse-me ele qualquer coisa do tipo (embora simplificando a linguagem dele da ideia de jogo, das dinâmicas e etecetra): Na maior parte dos jogos de uma época (85 por cento) os nossos quatro médios devidamente treinados e rotinados têm qualidade suficiente para anular e ultrapassar as dificuldades colocadas pelos cinco centrocampistas contrários (ou seis: dando a entender que por vezes até o avançado contrário jogava a médio)! Controlado o meio-campo o Benfica fica com um poder maior - dois avançados - frente à baliza contrária. E são estes 85 por cento dos jogos – conseguindo contabilizar os três pontos - que permitem conquistar o campeonato nacional que é o principal objectivo. Nos restantes 15 por cento tenta-se equilibrar a equipa embora seja mais complexo. Mas seria sempre difícil mesmo passando de quatro para cinco médios. Se o adversário for claramente superior (dando a entender jogos na Liga dos Campeões frente a colossos) dependerá sempre muito mais deles do que de nós! Percebi. E calei-me, pois quem sabe…sabe! Quem não sabe…ouve!
Curiosidade para ver os dois médios-centro
Com Rui Vitória, como a dinâmica é diferente (por reservar
para os alas outras funções) o médio-defensivo (“seis” em futebolês) e o médio-ofensivo
(“oito” em futebolês) têm de ter características muito específicas, capacidade
de se complementarem e de interagirem como se fossem dois pêndulos em compasso
afinado como um harmónio articulado estabelecendo uma rede elástica onde se
progride (quando o Benfica avança) e onde os outros tombam (ao quererem atacar
a Gloriosa Baliza). Daí a dupla Fejsa/Renato Sanches,
em 2015/16, ter conseguido proporcionar aos
restantes nove futebolistas em campo as exibições (e resultados) melhor
conseguidas. Uma pedra angular (Renato Sanches) e um pilar (Fejsa).
Alguém para transportar jogo
Mais que expectativa resta-me querer que esteja no plantel o
jogador ou jogadores que consigam substituir Renato Sanches. No início de
2015/16 a equipa funcionava mal. Com a vinda deste, da Equipa B, tudo se
resolveu. Em 2016/17 a equação é simples. Ou está no plantel ou não me parece que seja possível “resolver”
o problema recorrendo a alguém da Equipa B. Em duas temporadas consecutivas?
Era “sorte” a mais!
Carrega Benfica. O Tetra-e-seis aqui tão perto!
Alberto Miguéns
NOTA: Talvez já ninguém se lembre. Renato Sanches fez parte dos 18 convocados para um jogo, pela primeira vez, em...2014 (18 de Outubro) para os 32 avos-de-final da Taça de Portugal, na Covilhã.
Um jogo repleto de história, para além da vitória, por 3-2, que foi o mais importante.
1. Estreia absoluta como capitão de André Almeida;
2. Estreia nos 18 convocados de Rui Fonte (além de Renato Sanches) que também não foi utilizado pelo treinador;
3. Estreia absoluta (como suplente utilizado aos 24 minutos para o lugar de Ola John) de Gonçalo Guedes;
4. Estreia como titular (ao segundo jogo) de Pizzi;
5. Estreia como titular (também ao segundo jogo) de Jonas que marcou os três golos. Depois de já ter marcado um como suplente utilizado no jogo anterior frente ao FC Arouca (V 4-0) na "Catedral"!
NOTA: Talvez já ninguém se lembre. Renato Sanches fez parte dos 18 convocados para um jogo, pela primeira vez, em...2014 (18 de Outubro) para os 32 avos-de-final da Taça de Portugal, na Covilhã.
Um jogo repleto de história, para além da vitória, por 3-2, que foi o mais importante.
1. Estreia absoluta como capitão de André Almeida;
2. Estreia nos 18 convocados de Rui Fonte (além de Renato Sanches) que também não foi utilizado pelo treinador;
3. Estreia absoluta (como suplente utilizado aos 24 minutos para o lugar de Ola John) de Gonçalo Guedes;
4. Estreia como titular (ao segundo jogo) de Pizzi;
5. Estreia como titular (também ao segundo jogo) de Jonas que marcou os três golos. Depois de já ter marcado um como suplente utilizado no jogo anterior frente ao FC Arouca (V 4-0) na "Catedral"!
Lembrava-me do jogo, do Jonas e do Guedes. Não me lembrava do Renato.
ResponderEliminarA questão de se o Benfica joga com 2 ou com 1 avançado também depende das funções do segundo avançado. Não foi assim tão raro vermos, o ano passado, Jonas a descer e actuar mais como médio (uma espécie de 8,5 ou um 10). Não só de início (onde não dava tão bom resultado), mas também no decorrer de algumas partidas. Como disse o nosso anterior, às vezes até o avançado vem atrás!
Nesse sentido, dos poucos minutos de pré-temporada que vi, o Benfica tem tentado que o segundo avançado recue várias vezes para ajudar o meio campo, nomeadamente no momento sem bola.
Vamos ver como corre a época.
Olá boa tarde,
ResponderEliminarInteressante a resposta do Jesus à sua interpelação em relação ao modelo de jogo do Benfica.
Interessante e revelador.
Ele explica muito bem porque o Benfica de Jesus falhou sucessivamente na liga dos campeões.
Para ele a preocupação eram os 85% de adversários mais fracos.
E não os 15% de adversário mais fortes.
Fica também explicado porque perdeu Jesus 2 campeonatos para o Vítor Pereira.
Esqueceu-se de dizer que com outro modelo de jogo, mais seguro, o Benfica também seria sempre favorito contra esses 85% de adversários e com maior ou menos dificuldade também teria obrigação de lhes ganhar.
Os feitos que ficam para a história são protagonizados por pessoas com coragem que se assumem nas maiores dificuldades e que fazem os seus jogadores acreditarem que são tão bons como os adversários mesmo que estes sejam tidos como superiores.
De Jesus nunca ouviríamos "estamos preparados para jogar contra o Bayern" como disse R. Vitória antes do jogo de Munique.
E muito menos ouviríamos "só vou para Portugal no dia 11 de Julho e vou ser recebido em festa".
A selecção de Jesus daria 3 goleadas na fase de grupos e seria eliminada nos 1/8 ou 1/4 de final do Europeu. Com muitos elogios pelo seu futebol "bonito".
Eu por mim prefiro o Fernando Santos, que preparou a equipa para jogar contra os 15% de adversários mais difíceis!
E também prefiro o Rui Vitória que com o mesmo modelo de jogo conseguiu equilibrar melhor a equipa para jogar mais segura contra esses 15%!
Saudações gloriosas,
JR
Caro JR
Eliminar1. Sem querer estar a defender o anterior treinador (até porque já é passado), para mim, o Benfica em 2011/12 o Benfica fez a melhor campanha europeia (superior a 2015/16) desde 1989/90 vencendo o grupo (com Manchester United FC e FC Basileia), eliminou o FC Zenit e foi eliminado pelo Chelsea FC em jogos que têm muito que "contar" para além das duas finais da Liga Europa em 2012/13 e 2013/14 que também têm muito que contar. A última do Beto-teiro e da primeira nunca me hei-de esquecer que ao chegar do estádio de Amesterdão a primeira coisa que perguntei ao dono do Hostel foi se o Cardozo estava fora-de-jogo no golo anulado. O dono que era adepto do AFC Ajax e conhecia bem o árbitro dessa final respondeu sem pestanejar (traduzo do inglês): "Se o Cardozo fosse do Chelsea não estava!"
2. O FCP de Villas Boas e Vitor Pereira era fortíssimo. Em 2010/11: 27 V, 3 E e 0 D; Em 2011/12: 23 V, 6 E e 1D; Em 2012/13: 24 V, 6 E e 0 D! Puxa!
Gloriosíssimas TRIsaudações
Alberto Miguéns
Comparar Jesus com Fernando Santos é uma heresia, até porque Fernando Santos passou pelo Benfica antes de Jesus, numa equipa onde pontificavam Rui Costa, Simão, Miccoli, Karagounis e Katsouranis, uma equipa que também foi eliminada da europa pelo Celtic na champions e posteriormente pelo Getafe na liga europa. O facto de ter ganho o euro não o faz melhor que Jesus que independentemente da porcaria que fez desde então foi um dos responsáveis por recuperar alguma parte do espírito vencedor que se vê neste momento no Benfica, isto para além de nos ter dado a ver um dos futebóis mais espectaculares que foi o do Benfica 2009/10.
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