O BENFICA NÃO PODE TER MEDO DO BENFICA.
Esta frase é de Borges Coutinho, presidente da
Direcção do Sport Lisboa e Benfica, entre 24 de Abril de 1969 (tomada de posse
após as eleições em 12 de Abril) e 2 de Junho de 1977 (tomada de posse do
presidente que lhe sucedeu, José Ferreira Queimado, após o acto eleitoral
realizado em 26 de Maio de 1977).
Eleições e tomadas de posse.
No Benfica não chega ganhar eleições para se ser dirigente. É
necessário tomar posse. Na história do Clube por diversas vezes houve
dirigentes que foram eleitos e que depois não aceitaram tomar posse, incluindo presidentes.
E nestes, presidentes da Direcção! Por isso um associado do SLB é dirigente do
Clube entre tomadas de posse e não entre eleições.
Este Borges Coutinho que tanto nos orgulhou... |
As sucessivas derrotas de Borges Coutinho! E a
frase!
A frase “O Benfica não pode ter medo do Benfica” curiosamente
não foi pronunciada no período em que Borges Coutinho foi presidente da
Direcção. Foi dita na terceira vez que foi derrotado, em 3 de Julho de 1967,
como “Secretário para o Futebol Profissional” numa lista presidida por José
Ferreira Queimado (31 por cento dos votos), candidato a presidente da Direcção
nas eleições vencidas por Adolfo Vieira de Brito (69 por cento). Borges
Coutinho já tinha sido derrotado duas vezes.
A primeira em 1965 (8 de Maio) como "Vice-presidente" do candidato a presidente Fernando Valentim Lourenço (44 por cento), numas eleições vencidas por António Catarino Duarte (56 por cento).
A primeira em 1965 (8 de Maio) como "Vice-presidente" do candidato a presidente Fernando Valentim Lourenço (44 por cento), numas eleições vencidas por António Catarino Duarte (56 por cento).
A segunda em 1966 (17 de Junho) foi dura. Candidato como “Vogal
do Departamento de Futebol” numa lista encabeçada pelo General João Caeiro
Carrasco teve 35 por cento dos votos. Ficou em 2.º lugar. Em 3.º lugar (cinco
por cento) ficou o presidente que se propôs à reeleição, António Catarino
Duarte, copiosamente derrotado, numas eleições em que foi eleito presidente,
José Ferreira Queimado (60 por cento), que depois sucederia a Borges Coutinho
em 1977.
Andando para trás um decénio, regressando a 1967, quando se questionava se para o Benfica não seria melhor criar um órgão que controlasse as eleições como o Conselho Leonino (SCP) ou o Conselho Consultivo (FCP), Borges Coutinho na TRIderrota (1965, 1966 e 1967, pois os mandatos até 1967 foram anuais) foi peremptório. Nem pensar. Se os sócios não nos escolheram optando por outras ideias e soluções para o futuro do Clube foi porque assim o desejaram. O Benfica não pode ter medo do Benfica!
Andando para trás um decénio, regressando a 1967, quando se questionava se para o Benfica não seria melhor criar um órgão que controlasse as eleições como o Conselho Leonino (SCP) ou o Conselho Consultivo (FCP), Borges Coutinho na TRIderrota (1965, 1966 e 1967, pois os mandatos até 1967 foram anuais) foi peremptório. Nem pensar. Se os sócios não nos escolheram optando por outras ideias e soluções para o futuro do Clube foi porque assim o desejaram. O Benfica não pode ter medo do Benfica!
Este Manuel da Conceição Afonso que tanto nos guiou... |
Amanhã I
Passam amanhã nove decénios de um acontecimento que mudou
para sempre o Clube. Uma situação que mostra como os Benfiquistas são aqueles
que em assuntos do Benfica colocam o "Glorioso" sempre à frente dos seus interesses.
Pensar como seria o Clube se o dia 5 de Agosto de 1926 não tivesse sido como
foi é sempre especular. Mas pelo que vou escrever amanhã deverá haver poucas
dúvidas que o actual Benfica seria muito diferente. Também podemos sempre
pensar que o que ocorreu em 1926 se não tem sido como foi, podia ter acontecido
em 1927 ou 1928 ou 1929 ou 1930 ou num qualquer ano. Mas seria sempre
diferente. Quando mais cedo melhor. E se o "5 de Agosto de 1926", tem sido em 1925
ou 1924 ou 1923 ainda teria sido melhor para o SLB. Será sempre especular. Foi
quando foi. E foi muito bem. Mas foi o Dia da Coragem. Para mim foi o maior dia de coragem dentro do Clube.
Estamos a falar do dia 8 198.º após
a fundação. 8 de Agosto de 1926. Hoje (7 de Agosto de 2016) já estamos no dia 41 070.º!
O tempo passa!
Este Bogalho que tanto nos amou... |
Farol do Benfiquismo
O que nos atrai ao Benfica é o Ideal expresso nos
futebolistas e nas equipas conquistadoras que nos deliciam enquanto crianças.
Em adolescentes percebemos que são afinal os plantéis que «conquistam» as
épocas! Somos do Benfica porque admiramos os craques. Adoramos a sua capacidade
de jogar e vencer. Depois em adultos começamos a perceber que por detrás de
tudo estão associados eleitos por outros associados que tomam as decisões e
criam (conseguem criar condições) para adquirir os passes dos melhores que o
Clube pode ter. À medida que envelhecemos, quando conhecemos a Gloriosa
História percebemos que 112 anos não são 112 dias. Foi necessário muito amor,
muitas “canseiras”, muitas boas decisões para manter ganhador um Clube que
começou tão pequeno quanto os outros e soube agigantar-se entre todos os outros. Chegar a 2016
pujante e capaz de continuar a orgulhar os Benfiquistas como sempre ocorreu. Aqui percebemos que por detrás do Ideal esteve sempre a Ideia.
Eu considero que o desenvolvimento não foi linear
Para já não falar de alguns descarrilamentos que rapidamente foram ultrapassados. E não falo só nos anos 90. Têm existido outros ao longo de quase 113 anos. Felizmente sempre ultrapassados. O Benfica é uma construção humana. Por isso está sujeito ao que os homens (e mulheres) fazem em determinados momentos. É sempre assim com qualquer organização baseada nas decisões dos seres humanos. Por vezes brilhante, outras vezes acinzentado. Felizmente no Benfica o brilho ofusca o escuro.
Eu considero que o desenvolvimento não foi linear
Para já não falar de alguns descarrilamentos que rapidamente foram ultrapassados. E não falo só nos anos 90. Têm existido outros ao longo de quase 113 anos. Felizmente sempre ultrapassados. O Benfica é uma construção humana. Por isso está sujeito ao que os homens (e mulheres) fazem em determinados momentos. É sempre assim com qualquer organização baseada nas decisões dos seres humanos. Por vezes brilhante, outras vezes acinzentado. Felizmente no Benfica o brilho ofusca o escuro.
O SLB brilha tanto que até no
negro da noite se vê!
Regressando ao desenvolvimento do Clube, considero que houve
três grandes momentos de inflexão que nos fizeram agarrar o Futuro. Ultrapassar
os obstáculos e colocar o Clube na vanguarda. Em 8 de Agosto de 1926, em 7 de
Abril de 1952 (eleição de Joaquim Ferreira Bogalho) e em 24 de Abril de 1969
(eleição de Borges Coutinho). Tudo por motivos diferentes, mas que tiveram o
mesmo significado. O Clube como projecto colectivo sustentando o Futuro no
Benfiquismo. A criação de condições para colocar o Clube na dianteira dos
restantes. E resultou. Como em tudo foi nos tempos (mandatos seguintes) que se
perceberam as mudanças. Que estas tinham significado positivo e mudavam o
Benfica para sempre cortando com o passado que ameaçava o desenvolvimento.
Foram momentos em que o Benfica se agarrou à grandeza. Em 1926 os resultados
chegaram no início dos anos 30. Em 1952 (que levou à construção da “Saudosa
Catedral” e à profissionalização do Glorioso Futebol) os resultados chegaram no
início dos anos 60. Em 1969 (política de apostar em jovens futebolistas
formados no Clube e início do processo de terminar com a exclusividade de
apenas utilizar futebolistas portugueses que “encarecia” muito as aquisições
pois os adversários percebiam as nossas limitações no “mercado” e
aproveitavam-se disso) os resultados foram conseguidos nos anos 70, mas também
na década seguinte. 1926, 1952 e 1969 são os meus faróis do Benfiquismo. Faróis
gigantescos. Porque depois há outros pequenos faróis entre estes três grandes e
depois do último grande (1969). Resta saber se actual gerência é também outro
grande farol. Oxalá que sim. Mas como nos outros só saberei quando houver uma
gerência seguinte à de Luís Filipe Vieira. E isso não sabemos, em Agosto de
2016, quando ocorrerá. É a dificuldade em ter uma ideia concreta da importância
para o futuro estando a viver-se o presente. O tempo – anos 20/30 do século XXI
- fará de Juiz! Que é sempre o melhor!
Eleições no SLB (que irei desenvolver em Outubro)
Quando se olha para uma lista das eleições para os Órgãos Sociais do "Glorioso", entre 1906 (em 28 de Fevereiro de 1904 eram tão poucos (24) que escolheram, sem necessidade de votar) e 1963 registamos 57 actos eleitorais globais (ou seja não contando com eleições intercalares para algum dos três Órgãos). Mas apenas em dois houve duas listas. Isso parece querer dizer que em 55 actos eleitorais apenas com uma lista havia uma espécie de unanimismo. Nada de mais errado. Isso nunca existiu no Benfica. E espero (opinião pessoal) que nunca exista. Apesar de existirem listas únicas e dos associados procurarem listas de consenso - só em dois actos eleitorais, entre 1906 e 1963, tal não foi possível - procurava-se que as listas únicas fossem constituídas por associados com diferentes ideias quanto ao modo de desenvolver o Clube. Não cada um com a sua ideia, que tornaria ingovernável o "Glorioso", mas que a lista contivesse as diferentes "sensibilidades" que existiam dentro do Benfica. Os diferentes modos que se pensava poderem engrandecer o Clube. Até porque as listas eram nominais, ou seja, os associados podiam (e deviam) riscar os nomes que considerassem não adequados para gerir o clube. Querem Democracia mais evoluída que esta? Que a nossa até aos anos 60?
Veja-se como exemplo (que já utilizei na série de textos acerca de Félix Bermudes) o que ocorreu nas eleições em 1930. Percebe-se pelos nomes votados que houve em 461 sócios votantes muitos que riscaram fortemente alguns nomes. Por exemplo, António Ribeiro dos Reis com 209 votos foi riscado 252 vezes! José Ribeiro de Sousa e João Mascarenhas de Melo não sofreram um risco. Depois há uma variedade de situações mas é possível estabelecer três grupos de sensibilidades. O dos 200 votos, dos cerca de 300 votos e dos 400 votos, mais ou menos, como é evidente. A importância do número de votos era tão grande que muitas vezes os eleitos sentiam que tinham pouca aceitação dos outros associados e não tomavam posse. Subindo os suplentes a efectivos. Nestas eleições Félix Bermudes (275 votantes/186 riscados) percebeu que os associados preferiam as ideias de futuro de Manuel da Conceição Afonso (409 votantes/52 riscados) em vez das suas ideias. E por isso não tomou posse. Cerca de um mês depois procedeu-se à eleição para os cargos vagos com Manuel da Conceição Afonso a ser escolhido como presidente da Direcção. Isto prova que o facto de haver apenas uma lista (para haver unidade) procurando-se sempre o consenso não queria dizer que houvesse unanimismo. Isso é palavra inexistente no Glorioso Vocabulário. À Benfica é haver pluralismo consciente. As diversas "sensibilidades" estarem representadas entre os dirigentes. Pluralismo sem divisionismo! Assim, sim! Há Benfica!
Veja-se como exemplo (que já utilizei na série de textos acerca de Félix Bermudes) o que ocorreu nas eleições em 1930. Percebe-se pelos nomes votados que houve em 461 sócios votantes muitos que riscaram fortemente alguns nomes. Por exemplo, António Ribeiro dos Reis com 209 votos foi riscado 252 vezes! José Ribeiro de Sousa e João Mascarenhas de Melo não sofreram um risco. Depois há uma variedade de situações mas é possível estabelecer três grupos de sensibilidades. O dos 200 votos, dos cerca de 300 votos e dos 400 votos, mais ou menos, como é evidente. A importância do número de votos era tão grande que muitas vezes os eleitos sentiam que tinham pouca aceitação dos outros associados e não tomavam posse. Subindo os suplentes a efectivos. Nestas eleições Félix Bermudes (275 votantes/186 riscados) percebeu que os associados preferiam as ideias de futuro de Manuel da Conceição Afonso (409 votantes/52 riscados) em vez das suas ideias. E por isso não tomou posse. Cerca de um mês depois procedeu-se à eleição para os cargos vagos com Manuel da Conceição Afonso a ser escolhido como presidente da Direcção. Isto prova que o facto de haver apenas uma lista (para haver unidade) procurando-se sempre o consenso não queria dizer que houvesse unanimismo. Isso é palavra inexistente no Glorioso Vocabulário. À Benfica é haver pluralismo consciente. As diversas "sensibilidades" estarem representadas entre os dirigentes. Pluralismo sem divisionismo! Assim, sim! Há Benfica!
Museu do SLB (que irei desenvolver um “dia destes”)
Não me quero alongar muito neste tema, mas como não sei para onde vai resvalar o texto do dia de amanhã nada melhor que fazer profilaxia precavendo já alguns comentários do tipo "atirar barro à parede para ver se cola". E digo isto também precavendo-me de um texto menos conseguido. A 15/20 horas de o começar a fazer nunca se sabe. Será sempre feito em Liberdade com responsabilidade que aprendi ao conhecer a Gloriosa História. Mas como todos os seres humanos há dias em que a escrita me corre mais ou menos e outros em que estou pouco inspirado. Não sei como estarei amanhã. O que quero deixar já aqui "preto no branco" é que eu ao escrever o que escrevo - se resvalar para criticar algo da actualidade (e espero que não pois não me parece que algo de há 90 anos possa servir de comparação para a actualidade) - o farei sempre de acordo com o que penso e nada contra ninguém. Apenas escrevo aquilo que penso - e posso pensar mal - o que seria bom para o Glorioso Futuro. Nem nenhum ressabiamento em relação ao Museu que é logo por onde alguns vão tentar pegar para ver se...pega!
Quando alguém vier com essa conversa em algum comentário remeto-o para este texto!
Já aqui escrevi que quando aceitei, embora até fosse inicialmente com a ideia de recusar fazer parte dessa Comissão, em 6 de Junho de 2012, integrar a Comissão Intaladora do Museu para ser inaugurado em 16 de Outubro de 2012 (embora só o fosse em 26 de Julho de 2016) determinei logo (perante cinco pessoas, uma infelizmente desaparecida há pouco tempo) que as minhas funções de ligação ao Museu cessariam no momento em que fosse inaugurado. O que não quer dizer que mesmo que não colocasse essa condição fosse escolhido. Até provavelmente não seria, digo eu a tentar adivinhar. Nunca o saberei. Mas essa recusa, ou o facto de ter imposto que colaborando seria com prazo determinado não foi um capricho. Foi por não concordar com o tipo de gestão. Como Benfiquista penso que o Museu é demasiado importante para o Clube para ser dirigido por um assalariado. Para mim um Director do Museu do Benfica é um cargo ao nível de uma das presidências dos três Órgãos Sociais. Posso ser um exagerado, mas é isso que penso. Um assalariado tem tendência para justificar aquele velho adágio popular que até são todos velhos os adágios: «Mais vale cair em graça que ser engraçado». Como é evidente um assalariado no Museu tem tendência para tentar agradar ao patrão para ficar bem visto e poder pingar mais uns euros ou ter mais Poder dentro da SAD do Clube. Ainda para mais sabendo-se que o actual director quando estava na SIC (televisão) era considerado um "feroz" sportinguista!
Quando alguém vier com essa conversa em algum comentário remeto-o para este texto!
Já aqui escrevi que quando aceitei, embora até fosse inicialmente com a ideia de recusar fazer parte dessa Comissão, em 6 de Junho de 2012, integrar a Comissão Intaladora do Museu para ser inaugurado em 16 de Outubro de 2012 (embora só o fosse em 26 de Julho de 2016) determinei logo (perante cinco pessoas, uma infelizmente desaparecida há pouco tempo) que as minhas funções de ligação ao Museu cessariam no momento em que fosse inaugurado. O que não quer dizer que mesmo que não colocasse essa condição fosse escolhido. Até provavelmente não seria, digo eu a tentar adivinhar. Nunca o saberei. Mas essa recusa, ou o facto de ter imposto que colaborando seria com prazo determinado não foi um capricho. Foi por não concordar com o tipo de gestão. Como Benfiquista penso que o Museu é demasiado importante para o Clube para ser dirigido por um assalariado. Para mim um Director do Museu do Benfica é um cargo ao nível de uma das presidências dos três Órgãos Sociais. Posso ser um exagerado, mas é isso que penso. Um assalariado tem tendência para justificar aquele velho adágio popular que até são todos velhos os adágios: «Mais vale cair em graça que ser engraçado». Como é evidente um assalariado no Museu tem tendência para tentar agradar ao patrão para ficar bem visto e poder pingar mais uns euros ou ter mais Poder dentro da SAD do Clube. Ainda para mais sabendo-se que o actual director quando estava na SIC (televisão) era considerado um "feroz" sportinguista!
Eu tenho outro entendimento para o cargo
Mas como mando ZERO limito-me a fazê-lo em conversas e aqui neste blogue. Para mim um Director do nosso Museu devia ser alguém que não necessitasse de ser remunerado para ser mesmo Director do Museu do Benfica e não ter tendência para valorizar o presidente sicrano, beltrano ou fulano, conforme forem eleitos nos próximos anos. E seria uma grande figura da Cultura Portuguesa reconhecida entre os seus pares. Até propus nomes: Mega Ferreira, Medeiros Ferreira (entretanto falecido) e António Barreto (se é de facto Benfiquista) pois nem sei se algum destes nomes aceitaria, mas também nunca ninguém lhes perguntou. Ou perguntaram e eles mostraram exactamente aquilo que são. Independentes! Num aparte como se vê eu nunca pensaria em dirigir o Museu. Era querer mal ao Benfica! E isso eu não quero! O que eu queria era uma grande figura da Cultura Portuguesa que engrandeça o espaço Museu como peça de cultura e não um edifício "mais-ou-menos" administrativo. E seria depois esse Director que escolheria a sua equipa, essa sim assalariada, mas dirigida por um não assalariado. Fazia toda a diferença. E não há qualquer garantia que fosse eu um dos escolhidos pelo "tal" Director até porque ao que consta "tenho mau feitio". Mas só no Benfica. O que é curioso! Para mim o Museu está acima de qualquer pessoa. E muito acima de mim. Não quer dizer que um dia não "trabalhe" no Museu, mas de certeza que só o farei com um tal Director independente, se ele me escolher e depois se aceitar as condições que lhe colocarei. E que "apesar" do mau feitio serão bem simples como num destes dias vou exemplificar neste blogue. Também vos digo. Se um dia eu aceitar trabalhar no Museu com um Director assalariado, com o actual ou com outro presidente, têm todo o dever e direito de vir aqui ao blogue - pegar neste texto - e insultar-me como mentiroso, aldrabão, vendido e charlatão. Mereço esses adjectivos e até outros muito "piores" que não me atrevo a escrever mas merecerei ouvir ou ler. Façam isso. Peço-lhes!
Amanhã II
Se pudesse escolher duas viagens no tempo a primeira seria ao
dia 28 de Fevereiro de 1904. Vê-los a treinar de manhã, almoçar no Café do Gonçalves
ou no António das Caldeiradas e depois à tarde assistir aos 24 gigantes a
fundar o Clube numa das dependências da Farmácia Franco. Vê-los a nomear a
Comissão Administrativa. E Cosme Damião a fazer a lista com aquela letra
certinha numa folha de papel liso (sem linhas) dignas de um secretário da Casa
Palmela, que era a sua ocupação profissional.
A segunda viagem seria ao dia 8 de Agosto de 1926. Perceber a
coragem de «saber ser Benfiquista». Acompanhar as angústias de um punhado de
magnânimos que souberam colocar o Benfica acima da gratidão e do reconhecimento.
Tanto que lhes deve ter custado fazer o que tinha de ser feito. Como devem ter
sofrido. Quantas vezes não devem ter pensado e repensado se fazia sentido. Quantas vezes não devem ter pensado em desistir. Se
não estavam a trair. Se não estavam a ser ingratos e a seguir por caminhos tortuosos
de que mais tarde se arrependeriam. Um punhado de valentes que souberam pensar, decidir e agir. Contra o estabelecido. Uma Gloriosa Revolução. Foi o que foi!
Há 90 anos passou-se algo que só posso
enaltecer, no texto de amanhã, com o título: “Isto É Tão Benfica!”
Alberto Miguéns
NOTA:Agradeço ao leitor Victor João Carocha a colaboração no envio das fotografias do seu excelente (e bem organizado arquivo) ao contrário do meu que está uma "desgraça desgraçada"!
NOTA:Agradeço ao leitor Victor João Carocha a colaboração no envio das fotografias do seu excelente (e bem organizado arquivo) ao contrário do meu que está uma "desgraça desgraçada"!
A essas três datas marcantes acrescentaria, sem qualquer dúvida, a data da eleição de Manuel Vilarinho. Na minha opinião é a data mais importante desde 1969.
ResponderEliminarSaudações benfiquistas.
Vilarinho tb ficara sempre ligado a saida de Mourinho, um dos melhores treinadores do mundo, em detrimento da vinda de Toni , um treinador completamente ultrapassado, como a historia o demonstrou
ResponderEliminarConcordo com o Anónimo, apenas com uma pequena variação: A data em que J. V. Azevedo foi derrotado é das datas mais importantes do Benfica. Desde 1904.
ResponderEliminarSaudações benfiquistas,
JR
Também penso que a eleição de Manuel Vilarinho foi uma data muito importante derrotando Vale e Azevedo. Não sei como seria o BENFICA hoje se continuasse Vale e Azevedo.
ResponderEliminarAlberto gostaria de saber a sua opinião.
CARREGA BENFICA
Caro Xavier
Eliminar1. Manuel Vilarinho foi fundamental. Teve coragem para avançar propondo aos associados uma alternativa à gestão que estava a ocorrer. Há muitos nomes que surgiram, alguns até à posteriori dizendo-se que podiam ter avançado. Mas não avançaram. Só se sabe depois de 2000. assim não passa do diz que disse;
2. Em 2016 não haveria Vale Azevedo. Mesmo que tivesse vencido as eleições em 2000, dificilmente resistiria em 2003. A não sair em 2000 sairia a seguir, talvez tivesse de antecipar as eleições;
3. Ainda está muito por explicar. Eu como me interesso pela História do Clube já falei com ele depois dele ter sido expulso de associado. Isto porque me interessa saber e conhecer o que pensam os protagonistas da história enquanto o podem e querem explicar. E ele foi legitimamente eleito pela maioria dos associados que o premiaram em detrimento de Luís Tadeu. Gosto de ler, ouvir mas, principalmente, falar com as pessoas, de funcionários a presidentes da Direcção. Depois eu faço o meu próprio juízo de valor;
4. Há quem tenha dado algumas "cambalhotas" pelo que ele me disse e depois confirmei em jornais e documentos do Clube, nas datas que me indicou. E foi ele que decidiu fazer o local de treinos no Seixal. Embora só lá colocasse a primeira pedra. E como sabemos, a segunda, terceira e por aí adiante... pedras é que contam. a primeiro só marca o local. Não faz existir nada!;
5. Ele não tinha qualquer hipótese como futuro, mesmo imediato. Estava condenado a ser condenado.
6. Deixe passar mais algum tempo. Um dia vou escrever sobre ele e pessoas à volta dele. Durante três "longos anos" foram eles que dirigiram, a pedido dos associados, em 1997, os destinos do Clube.
CARREGA BENFICA RUMO AO TETRA COM PASSAGEM PELA SUPERTAÇA
Alberto Miguéns
Obrigado Alberto.
EliminarNa verdade foi uma pena não ter ganho Luís Tadeu. Mas não podemos estar sempre a falar de "ses". Foi o que foi.
Cumprimentos,
RUMO AO 36
A demonização de Vale e Azevedo, com purgas históricas na inauguração do novo estádio e tudo, é algo que nunca percebi, mesmo tendo (ou especialmente por ter) vivido aqueles tempos. Se mais não fosse, por ter sido o primeiro a enfrentar o monstro Olivedesportos. Em termos de gestão, não sei se a de Damásio, persona mui grata pelas bandas da Luz, não foi pior. Mesmo Vilarinho, se não fosse o apoio do presidente do Alverca aquando do negócio Ovchinikov e de Mário Dias, que teria sido enquanto presidente?
ResponderEliminarCaro,
EliminarAinda é cedo para fazer essa história. Actualmente vinga a escola pintistadacosta". O arrivismo de diabolizar os dirigentes anteriores para justificar decisões mesmo erradas. Como que dizendo. Fiz mal por causa do anterior ou fiz mal mas o anterior faria pior. em política chama-se falta de sentido de Estado! No Futebol serve para esconder muito...
Vamos esperar. O tempo dirá. Fará saber o que está escondido, se é que há algo escondido. Pode não haver. Se houver o tempo encarregar-se-à de o mostrar.
Alberto Miguéns
Subscrevo inteiramente Alberto, daí não me rever em quem diz que a segunda derrota de Vale e Azevedo foi um dia que mudou o benfiquismo, ao nível das datas que o Alberto menciona. Tudo se encerra na frase do Alberto, "ainda é cedo para fazer essa história".
ResponderEliminarConsidero que as eleições de 2000 foram muito mais importantes que as de 1969 na medida em que trouxe muito maior mudança que as eleições de 1969.
EliminarAlém do mais o Benfica era gerido exemplarmente na década de 60 e nos anos 70 manteve-se a dinâmica.
A transformação que se seguiu a eleição de 2000 trouxe inúmeras novidades, como um novo estádio,uma SAD, um modelo de estrutura/gestao diferente etc...tudo com grande impacto na vida do clube. Isto tudo comparando com a contratação de jogadores estrangeiro pesa muito.
Além do mais teoricamente contratavamos jogadores estrangeiros. O estado Novo é que os considerava Portugueses apesar dos Africanos estarem mais interessados em serem Angolanos, Moçambicanos, etc que Portugueses.
Caro Bruno Paiva,
EliminarO Benfica em 1969 vivia uma era de asfixia financeira. Que a História do futebol esconde porque mudou-se de estratégia (agora chama-se paradigma) sem ter necessidade de ficar sem vencer algum tempo. Perdeu-se o campeonato em 1969/70 mas depois conquistaram-se dois Tris consecutivos interrompidos em 1973/74. Mas com uma estrutura de futebol completamente diferente. Mérito de Borges Coutinho. Apercebeu-se do problema antes que ele tivesse expressão devastadora. O Benfica deixou de contratar futebolistas caríssimos dando mais três ou quatro "em troca" (Praia, Barros, Jaime Graça, etc.) para apostar em jovens promessas como Nené, Humberto Coelho, Sheu, Vítor Martins, etc que ainda chegavam como principiantes (juvenis) ou juniores. Borges Coutinho eliminou um passivo, reduzindo-o a zero, que se vinha acumulando desde que Maurício Vieira de Brito deixara a presidência do Clube e que só não era maior porque quer Maurício, quer o seu irmão Adolfo colocaram parte da sua fortuna do Clube.
Borges Coutinho fez uma espécie de Revolução silenciosa. Sem que as pessoas se apercebessem alterou a estrutura das contratações. E foi ele que propôs o fim do impedimento de contratar estrangeiros. Os sócios é que recusaram em assembleia geral. O tesoureiro na Direccão dele, Francisco Campas disse-me que Borges Coutinho lamentava-se que se pudesse contratar estrangeiros com Jimmy Hagan tinha conseguido chegar a uma final da TCCE e porque não vencê-la.
Alberto Miguéns
Ainda uma nota final
ResponderEliminarAinda está para se saber o resultado das actuais políticas de contratações de "activos".
Antes dos anos 90 era impossível fazer o que se faz hoje em que o sistema bancário patrocina os gastos. Em 1993 Jorge Brito disse-me que só conseguia obter dinheiro para o SLB, na Banca, dando o seu aval. Ou seja, como que hipotecando os seus bens (pessoais) para que o SLB tivesse "fundo de maneio". A Banca não se metia no futebol. Até à crise de 2008 os Bancos queriam estar dentro do Futebol. Emprestavam dinheiro, praticamente a fundo perdido. E não foi só o futebol a sacar. Foi toda a economia. Foi a financeirização da economia. Uma "Dona Branca" legal. Veja em:
http://expresso.sapo.pt/economia/2015-12-30-As-50-sombras-do-BES
Adeus ao dinheiro. Nunca mais o vêem! Isto era impossível antes de 2000!
Alberto Miguéns
Bruno, como o Alberto diz, ainda é cedo para fazer essa história. Se a bola entrasse na era Vale e Azevedo, não havia abraço do Eusébio que valesse ao "Vilavinho". Agora a bola entra, porque em termos de culto da personalidade, estamos ela por ela...
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