Desde o dia que chegaste, eu percebi: ias fazer
história no Benfica. Estava escrito. E como a vida é um maniqueísmo (livre
arbítrio vs determinismo), acreditei piamente
nisso. E estava certo.
Ao
longo da história, muitos e grandiosos foram os ídolos que pintaram os
acontecimentos. Desde o touro dourado dos dez mandamentos, até Alexandre Magno,
passando Octávio César Augusto, até Péricles; nos nossos dias tivemos Vasco da
Gama, Álvares Cabral, e, para muitos, Hitler, Estaline e Mussolini. Graus de grandeza
diferentes; formas diferentes de os adorar. Mas esses não conservaram a
realidade comezinha como tu. Foste a alegria de milhões. Sem fazer mal a
absolutamente ninguém.
Legenda: craque.
Fotografia retirada de desporto.sapo.pt
Esse
teu pé esquerdo – abençoado pelos Deuses – protagonizou algumas das jogadas
mais maravilhosas que meus olhos já viram. Só equiparadas à tua humildade. À
tua lealdade… mas isso não vem em catálogos, nem se pode comprar.
Tu
foste o jogador que os adversários odiaram ter de amar…
Nada
está acima do Benfica. Da ideia Glorioso. Isso não se discute, claro. Mas o
Sport Lisboa e Benfica, como númeno, só o é, porque teve alguém que lhe deu
corpo. Muitos foram. E tu também. Por isso ficarás na memória coletiva.
Humilde
até ao fim. Até na hora da despedida.
Entraste
como um estranho, saíste como um ídolo.
Entraste
com a camisa 20. Saíste com a 10.
Entraste
como Gaitán. Saíste como Nico.
Assinado:
Palmerston