Não Têm Mais Nada Para Dizer, Fazer ou Escrever?

EM PORTUGAL SÓ HÁ UM BICAMPEÃO EUROPEU: O "GLORIOSO"

Estou a fazer este texto dia 13 de Maio, ou seja na véspera da final frente ao Sevilha FC, para ser editado pelo meio-dia de 14 de Maio, por isso não sei o desfecho da final da Liga Europa, como é óbvio. É lamentável que os adeptos do Benfica, alguns até com mais responsabilidade do que "simples adeptos" se deixem levar por uma suposta maldição que nunca ninguém leu porque nunca esteve ou foi escrita, a não ser textos que falam da sua existência! Dela que nunca existiu. Porque se existisse há muito que já a tinham publicado. Foi uma invenção de quem não era do Benfica e queria desmoralizar e pressionar com uma espécie de "factor extra" as habituais presenças em fases adiantadas das competições europeias, entre os anos 60 e o início da década de 90. O que é lamentável é que os adeptos, alguns, do Benfica embarquem em supostas maldições propagando uma ideia que é uma mentira. Até achando graça e depois ficando especados perante o insucesso. E digo que é mentira! E repito. É MENTIRA! A menos que apareça escrita e datada dos anos 60. De 1962 ou 1963 aquando da primeira saída ou de 1966 ou 1967 depois do segundo, e definitivo, abandono. De centenas/ milhares de textos que li acerca do passado do Benfica o que mais se assemelha a essa maldição são duas conversas em que o ex-treinador lamenta-se que era mais fácil ter sucesso desportivo no Benfica quando os futebolistas tinham menos reconhecimento público e menos posses económicas, porque não era fácil lidar com "comendadoris". Outra meio lamento, meio constatação que sendo Portugal um país pobre não poderia ombrear com potências como as que emergiam no "milagre económico europeu": Alemanha, Holanda, Bélgica, Inglaterra, Itália e até Espanha. Ou seja nem nos próximos cem anos um clube português seria bicampeão europeu como o Benfica brilhantemente foi em 1960/61 e 1961/62.

Nós temos alimentado e somos consumidos por uns media terceiro mundistas, para gáudio da imprensa dos países anglosaxónicos. Uns media próprios de países subdesenvolvidos que se preocupam mais em "bonecadas" e pechisbeque que informar e esclarecer o que deve ser esclarecido. Que se preocupam mais em justificar insucessos com maldições do que valorizar o trabalho, dedicação, ser metódico e coerente e menos em denunciar o amiguismo, a cunha, o tráfico de influências e a corrupção que vai dar tudo ao mesmo. Quer dizer que estamos mais perto de África e América Latina do que da Europa, apesar de nos armarmos sempre em superlativos da cultura europeia.

Aquilo que não passou de um lamento e constatação, passou a maldição? Então todos os dias há maldições, gente e gentalha em alucinação constante, pois passa-se o tempo em mil e um programas - dedicados em exaustão ao futebol - de televisão, jornais e rádios a dizer que os clubes portugueses nunca terão dimensão económica para ganhar a "Champions", nome pomposo e pedante para "Liga dos Campeões"! Estão a lançar maldições?! Constantemente!

Primeiro era que um clube português nem nos próximos cem anos seria bicampeão europeu (ou seja conquistar em duas épocas consecutivas a Taça dos Clubes Campeões Europeus).

Depois (quando o "Glorioso" passou a estar em várias finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1963, 1965, 1968, 1988 e 1990) passou à maldição de que o Benfica NUNCA MAIS ganharia uma Taça dos Clubes Campeões Europeus.

Agora - que o "Glorioso" chega a "outras" finais europeias - é que o Benfica NUNCA GANHARÁ UMA FINAL EUROPEIA NO FUTEBOL, seja ela qual for. Nem a Liga Europa, nem a Taça UEFA, nem sequer a Taça das Cidades com Feiras ou a Taça dos Vencedores das Taças alguma vez fizeram parte da cartilha do treinador da maldição.

Se o Benfica conquistar a Liga Europa, nem assim se vão calar, pois vão passar à versão anterior: "O Benfica NUNCA MAIS ganhará uma Liga dos Campeões", ou "Champions" como os mastronços-da-bola-armados-em-intelectuais-pouco-eruditos-mas-que-pelo-menos-falam-bilingue-gostam-de-botar-faladura-da-boa".

Repararam que eu nunca falei em Béla Guttmann

Alberto Miguéns