Mário Coluna foi um desses privilegiados que nascem
para o futebol, graças ao talento inato, ao temperamento infatigável e a uma
condição física naturalmente robusta, qualidades que soube ainda acrescentar
essa raro condão de simpatia pessoal e conquista de um prestígio que fez dele
titular indiscutível na nossa equipa de honra. Um futebolista digno das
tradições do Clube e da gloriosa camisola rubra. Um jogador à Benfica!
Estreia na Selecção Nacional
Depois de ser, na 1.ª temporada (1954/55) vestido de "águia
vermelha" pedra basilar, nas equipas do Benfica que conquistaram tudo: campeonato
nacional e Taça de Portugal, estreou-se na 81.ª selecção nacional, em 4 de Maio
de 1955, no II Escócia-Portugal, disputado em Glasgow, no Estádio Hampden Park,
na derrota por 0-3 de Portugal.
Segunda temporada (1955/56)
Com a gloriosa camisola do Benfica a sua segunda época -
1955/56 - esteve longe do fulgor da primeira, com o "Glorioso" sem
conquistar qualquer título nacional.
Um Nacional desastrado ou nem tanto
Um 2.º lugar no campeonato nacional (em igualdade pontual
com o campeão, mas desvantagem no confronto directo - D 0-3 e E 1-1) não
deslustram o melhor futebol praticado em Portugal. Mas no Benfica é preciso
ganhar para conquistar. E tal não aconteceu. Coluna foi um dos quatro
totalistas (2340 minutos em 26 jornadas) com Costa Pereira, Artur Santos e José
Águas.
Sem hipóteses
Na Taça de Portugal o "Glorioso" tombou logo na
segunda eliminatória, correspondente aos oitavos-de-final, surpreendentemente afastado
pelo 3.º classificado no campeonato nacional, que ficara a seis penosos pontos
(correspondentes a três vitórias ou seis empates) do Benfica.
E a Taça Latina no final da época
Com um campeão nacional sem prestígio internacional a
preferir uma digressão ao Brasil na ânsia de copiar a do "Glorioso"
na temporada anterior o Benfica seguiu rumo a Itália para representar Portugal
na Taça Latina. Depois de eliminado pelo campeão italiano (AC Milan, com Coluna
a marcar um golo) o "Glorioso" assegurou o 3.º lugar após... 132
minutos, no segundo jogo mais longo - depois dos 146 minutos na finalíssima da Taça
Latina em 1950 - da gloriosa história do Benfica!
1955/56
Competições
|
Jogos
|
Golos
|
Adversários
|
Golos
|
TOTAIS
|
32
|
15
|
||
Campeonato Nacional
|
26
|
11
|
||
Taça de Portugal
|
1
|
-
|
||
Taça Latina
|
2
|
1
|
||
Particulares
internacionais
|
1
|
-
|
||
Particulares
nacionais
|
2
|
3
|
NOTA: A vermelho troféus (e/ou) títulos conquistados
Alberto Miguéns
NOTA: Em
Defesa do Benfica declara luto pelo falecimento de Coluna, com um fumo negro
sobre o rosto do EDB. E em homenagem ao Eterno
Capitão o EDB evocará de hora a hora durante as próximas 18 horas o
percurso desportivo de um futebolista inigualável.