OPINIÃO
Aos 28 anos eis o enorme Coluna, capitão do "Glorioso", entre Cavém e Jacinto Santos. E como reluz na Luz o magnífico Ramón de Carranza |
Na temporada de 1963/64, após a saída
de José Águas, Coluna foi nomeado capitão da equipa. Com dez épocas no Benfica
e aos 28 anos, o futebolista tinha todas as características para capitanear o
Clube. Mário Coluna era o indomável dínamo do colectivo, o resistente pulmão
pelo qual respiravam os seus colegas, a máquina capaz de fazer quebrar a
resistência dos adversários, o astuto e hábil cérebro que sabia imprimir o
andamento mais conveniente, ora multiplicando a velocidade, ora retendo a bola
nos seus maravilhosos pés para quebrar o ritmo. era um magnífico exemplo para
todos, colegas, adversários e público, do Benfica ou do emblema adversário.
Papa torneios
O Benfica arrasa em Cádis com a conquista do prestigiado
torneio andaluz de Verão, "despachando FC Barcelona (V 3-2) e AS
Fiorentina (V 7-3).
Bicampeonato Nacional
Com 46 pontos, deixando o 2.º classificado a seis de
diferença, o "Glorioso" sagra-se campeão nacional pelo segundo ano
consecutivo. Coluna é mais uma vez o esteio da equipa e plantel. Em 26
jornadas, participa em 23 com 2070 minutos e dois golos. É o 5.º Glorioso com
mais tempo jogado.
Taça de Portugal
Conquistado o título de campeão nacional os futebolistas com
o "Manto Sagrado" juntam-lhe a conquista da Taça de Portugal, após
uma final épica, derrotando por 6-2 o FC Porto, 2.º classificado no campeonato
nacional. Sem espinhas. Com 720 minutos em oito encontros e dois golos o
capitão Coluna é o 6.º futebolista do Benfica com mais tempo de utilização.
Grande Capitão. Eterno Capitão. No final pela primeira vez como capitão na tribuna
de honra do Estádio Nacional para receber a Taça de Portugal.
Desastre Europeu
A campanha europeia ficou-se pelos quatro jogos em duas
eliminatórias. Coluna participou em três, num total de 270 minutos, falhando a
recepção, na 2.ª mão da 1.ª eliminatória, ao Distillery FC de Belfast na
Saudosa Luz. O capitão foi Costa Pereira. No jogo seguinte, já com Coluna,
aquelas seis bolas aos barrotes das duas balizas da Catedral deitaram tudo a
perder na neve e frio de Dortmund, frente ao Borússia local.
Solicitações variadas
A época encerrou como se iniciara. O Benfica a corresponder
às inúmeras solicitações de toda a Europa e Mundo para verem o Benfica, Eusébio
e Coluna.
1963/64
Competições
|
Jogos
|
Golos
|
Adversários
|
Golos
|
TOTAIS
|
44
|
5
|
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Campeonato Nacional
|
23
|
2
|
||
Taça de Portugal
|
8
|
2
|
||
Taça Clubes Campeões Europeus
|
3
|
-
|
||
Torneio Ramon de
Carranza
|
2
|
-
|
||
Torneio de Florença
|
2
|
-
|
||
Taça de Ouro da
Imprensa
|
1
|
-
|
||
Particulares internacionais
|
3
|
-
|
||
Particulares nacionais
|
2
|
1
|
NOTA: A vermelho troféus (e/ou) títulos conquistados
Alberto Miguéns
NOTA: Em Defesa do Benfica declara luto pelo
falecimento de Coluna, com um fumo negro sobre o rosto do EDB. E em homenagem
ao Eterno Capitão o EDB evocará de hora a
hora durante as próximas 18 horas o percurso desportivo de um futebolista
inigualável.