OPINIÃO
Como
todos nós sabemos as equipas do “Glorioso” na temporada de 2009/10 jogavam mais do
que as da época passada e as desta temporada. Como todos nós sabemos, mas vale a
pena, por vezes, reflectir sobre isso, em termos de conquista de títulos, o
facto de se “jogar mais”, não é importante. No futebol o que conta são os
pontos obtidos pela diferença de golos conseguida pelas equipas. Uma equipa
que marque mais golos (1 ou 20) que outra, obtém três pontos. Se marcar tantos
golos como o adversário obtém um ponto. Quem tiver mais pontos no final da
competição conquista o título em disputa. Não contam as exibições. Os
espectáculos não dão pontos. Uma equipa pode jogar “pior” que outra e conseguir
– com sorte, eficácia ou/e vigarice - uma vitória derrotando o “espectáculo”.
Três temporadas com Jorge
Jesus a treinador
Com
Jorge Jesus, em 2009/10, o Benfica conquistou o título a jogar muito
(muitíssimo) mais que o 2.º classificado (SC Braga) mas só conquistou o título
na última jornada.
Em
2010/11, o Benfica fez melhores exibições, com espectáculo, em cerca de 90 por
cento das 30 jornadas em relação ao FC Porto! Mas… ficou em 2.º lugar… com o FC
Porto a sagrar-se campeão invicto. E só houve grandes exibições do “Glorioso”
após a 4.ª jornada quando a nossa distância para o FC Porto já ia em… nove
pontos (três para doze). Entre a 4.ª jornada (roubados em Guimarães) e a 21.ª
jornada, quando fomos roubados em Braga, seguiram-se dezasseis vitórias em 17
jornadas, a praticar o melhor futebol da Liga. Já o campeonato estava entregue.
Em
2011/12, o Benfica tem praticado, na globalidade, o melhor futebol, entre os 16
emblemas da Liga. E, também, foi-se distanciando do FC Porto, aliando às
melhores exibições a conquista de pontos, conseguindo cinco de vantagem, já na
“aproximação” ao jogo da II volta, à 21.ª jornada, na recepção ao FC Porto.
Após a 17.ª jornada, o SLB tinha 48 pontos e o FC Porto, 43, com a derrota 1-3
em Barcelos, ou seja cinco de vantagem. Bastou Vítor Pereira lançar o alerta
“Entreguem já as faixas de campeão ao Benfica” para o outro Vítor Pereira
perceber que tinha que proteger o tacho. Cinco pontos de avanço, o Benfica a jogar em
grande, com um Rodrigo, avançado demolidor, cheio de confiança e apuramento de forma, com um FC Porto medíocre, tudo isto a poucos jogos da recepção podia permitir –
pois há jogos que nem os árbitros "mais pintas” conseguem viciar -, com a
vitória na “Catedral” do “Glorioso” sobre os andróides a conquista do título.
Com nove jogos por disputar, face a um calendário, teoricamente mais fácil,
oito pontos de avanço (com vantagem no factor desempate) tornavam o Campeonato
quase uma certeza para o Benfica e praticamente uma ilusão para o FC Porto.
Entraram os medíocres do costume em acção – Xistra, Hugo Miguel (este um
novato) e Proença.
O que mudou em 2010/11 e
2011/12 em relação a 2009/10?
Mudou
o comportamento dos árbitros em relação ao nosso treinador. Jorge Jesus era um
treinador conotado com o Sistema, pelas declarações que fazia, enquanto
treinador adversário, quando defrontava o Benfica e o FC Porto. “Um dia” o EDB
colocará digitalizações das suas declarações após ter defrontado o Benfica e o
FC Porto, entre 2001/02 e 2008/09. Percebia-se que, mais cedo ou mais tarde,
seria treinador do FC Porto, tal como se percebeu com Villas-Boas e se percebe
com Domingos Paciência e Leonardo Jardim. Pedro Emanuel, Jorge Costa e Sérgio
Conceição, por exemplo, continuam a “tarimbar”. Foi com alguma surpresa que vi
Jorge Jesus assinar pelo Benfica! Eu sempre pensei que ele fosse para o FC
Porto!
Ter boa Imprensa e “estar
bem” nos árbitros
Quando
chegou ao Benfica, tivemos uma temporada inolvidável. Recordemos que – eu que
já faço a estatística dos jogos com acompanhamento factual (e não histórico)
desde 1987/88 - fiquei estupefacto. Pela primeira vez tínhamos mais grandes
penalidades assinaladas a nosso favor que o FC Porto. Pela primeira vez
tínhamos muito mais faltas BEM assinaladas em relação aos adversários. E estes
deixavam de ter tanta impunidade! Pela primeira vez os nossos adversários eram
penalizados com muito mais cartões que os nossos futebolistas. O futebol
português estava de regresso à normalidade. Nem dava para acreditar. Seria para
manter!? NÃO FOI. Na temporada seguinte (2010/11) e nesta (2011/12) tudo
regressou “à normalidade” como no tempo de Quique Flores, Fernando Santos, Koeman,
Trapattoni, Camacho, Jesualdo Ferreira, José Mourinho, Heynckes, Souness, Manuel
José, Autuori, Artur Jorge, Eriksson (88/89 a 91/92), Ivic (1992/93) e Toni.
Será que todos estes
treinadores seriam campeões no Benfica!?
Certamente
que TODOS não! Mas… alguns seriam e os que foram teriam sido de forma
categórica ficando mais uma época para tentar segundo triunfo consecutivo. Só
que as arbitragens reles e o clima de estigmatização do “Futeluso” fizeram
tanta pressão durante as épocas dos títulos que os dirigentes decidiram mudar
para melhor, sendo afinal pior: Toni (campeão em 1988/89) saiu para entrar
Eriksson (só o prestigio deste, conseguido em 1982/83 e 1983/84) permitiu
continuar após 1989/90 sem conquistar o título, e muito contestado em 1990/91
(apesar de campeão) foi corrido em 1991/92; depois foi a rábula Ivic (assinou
pelo Benfica porque foi campeão no FCP), substituído por Toni que mesmo campeão
em 1993/94 saiu porque o futebol praticado era sofrível com resultados (como o
empate caseiro com o CF Estrela Amadora, antes dos 6 a 3 de Alvalade, a quase
tirarem o título).
Treinadores das “Missões
Impossíveis”
Seguiram-se
muitos outros, incluindo Artur Jorge que… foi contratado por Manuel Damásio
porque ganhava no FCP e se ganhava num clube regional quando treinasse um clube
nacional de dimensão internacional… era a hegemonia do futebol português e
grande presença europeia. Lérias! Artur Jorge no FCP tinha “ajudas”, mas no
Benfica seria “desajudado”. Mas fazer entender isto aos dirigentes do Benfica?
Missão Impossível! Depois foi um rosário de treinadores e jogadores, uns fracos
outros fortes, como em todo o lado, mesmo no FC Porto, mas que nunca saberemos
– no “Glorioso” – se num “Futebol Normal” conseguiriam conquistar títulos. Mas
se nos andróides personagens como Artur Jorge, Ivic, Carlos Alberto Silva (2),
Oliveira (2), Fernando Santos, Robson (2), conseguiram sagrar-se campeões… não o
conseguindo em mais lado algum, depois de lá saírem, e alguns nem antes da
“Aventura Andróide”!
No
EDB vamos mostrar, com valores estatísticos, para reforçarem numericamente, aquilo que nos apercebemos quando
vemos e reflectimos acerca do futebol praticado em 2009/10, 2010/11 e 2011/12.
Uma “coisa” é certa, Jorge
Jesus não consegue colocar a equipa a desenvolver o futebol da 1.ª época, com arbitragens "normais" e as
arbitragens são, em determinados ciclos destas duas últimas épocas, muito
negativas para com o Benfica, roubando, claramente pontos, em fases decisivas
da temporada. Certamente haverá correlação entre as duas situações.
Alberto
Miguéns
NOTA1:
O facto de estarmos empenhados em comemorar no EDB os 80 anos do Andebol a
assinalar em 5 de Maio do corrente ano, obriga-nos a estarmos, por agora
concentrados, em compilar a história do nosso Andebol para depois podermos
editar durante quarenta dias consecutivos, entre Abril e Maio, textos e
fotografias a homenagear os heróis do Andebol Benfiquista. Isso impossibilita
que agora, ou brevemente, sejam divulgados esses valores estatísticos que
ilustram que o futebol da época passada e desta (apesar de faltarem oito
jornadas para terminar) se assemelham ao período pré-Jorge Jesus e não com o da
inolvidável temporada de 2009/10. Assim que terminar o Campeonato Nacional será
editado no EDB esse estudo que vai sendo devidamente documentado, tal como eu e
o António Melo gostamos!
NOTA2:
Que tipo de valores estatísticos?
Vamos analisar as últimas dez participações em Campeonatos Nacionais,
jornada-a-jornada (34 ou 30) do Benfica e do FC Porto em confronto directo com
os seus adversários. Grandes penalidades a favor e contra, assinaladas e por
assinalar; Cartões amarelos, duplos amarelos e vermelhos ao SLB e FCP e
respectivos adversários; Foras-de-jogo bem assinalados e mal assinalados, a
favor e contra; Faltas (bem e mal) assinaladas, a favor e contra; e percentagens
de posse de bola.
NOTA3:
O EDB não se esquece que está pendente uma “promessa”! Que data de 23 de
Fevereiro de 2012. E esta até será mais fácil de cumprir. Tenho quase reunida a
totalidade de informação necessária (no EDB gostamos de sustentar as nossas
opiniões), que explica porque é que a Bolsa de Londres suporta, praticamente,
todo o futebol europeu, através do poderio financeiro dos grandes magnatas que
apenas investem no futebol porque a Bolsa de Londres é o que é! Se deixar de o
ser o futebol europeu cairá como um baralho de cartas.
O Miguéns é uma sumidade em termos de sapiencia factual em relação ao Benfica mas com este post e essencialmente esta frase:
ResponderEliminar"Uma “coisa” é certa, Jorge Jesus não consegue colocar a equipa a desenvolver o futebol da 1.ª época, com arbitragens "normais"
Desiludiu-me profundamente!
Caro Carlos Alberto
EliminarMantenho tudo o que disse e em Maio vou mostrar com valores a dificuldade que os jogadores têm em desenvolver futebol quando há arbitragens como a da Mata Real. Em 2009/10 deixo-lhe apenas um número. Tivémos 12 GP's a favor em 30 jogos (ficaram 4 por marcar). Em 2011/12 temos 6 GP's a favor e 3 GP's contra. Ficaram 7 por marcar. Faltam 8 jornadas para acabar. Reveja os jogos de 2009/10 e campare-os com os desta temporada. Os árbitros não permitiam tanta agressividade como agora.
Factos são factos. Jorge Jesus é para queimar, como muitos outros no Benfica. É o Sistema.
Saudações Benfiquistas
Alberto Miguéns
Peço então desculpa, fui eu que percebi mal. Tinha entendido que as arbitragens estavam a ser normais em contraponto com facilitismo no primeiro ano.
EliminarÉ o que faz ler as coisas à pressa.
Abraço
Caro Carlos Alberto
EliminarNão precisa pedir desculpa,porque provavelmente fui eu que ao escrever não escolhi os melhores termos de modo a tornar a ideia clara.
Em minha opinião, as arbitragens não facilitaram só que não eram tão penalizadoras como o ano passado e este ano... e nos anos 10/12 anteriores à vinda de JJ. Incluindo 2004/05 (Trapattoni). Nunca devemos esquecer-nos (pelo contrário, devemos recordar isso) num campeonato com 34 jornadas, na 32.ª (SLB 61 p, SCP 58 p e FCP 57 p)fomos a Penafiel na 33.ª ser roubados (0-1) por quem (roubou-nos 3 GP'S...TRÊS) Quem? Pedro Proença. O DIA DA VERGONHA: 7 de Maio de 2005. Resultado: 1.º SCP 61 p; 2.º SLB 61 p mas desvantagem directa D 1-2 no topo do Campo Grande. Trapattoni nem queria acreditar. Depois de tanto lutar ia perder o Campeonato. Decidiu que isto - Futeluso - era de mais para ele. Felizmente Luisão (e Paraty que ouviu Ricardo dizer "FOI COM A MÃO! FOI COM A MÃO! e como não foi, foi de cabeça validou o golão. Ai, ai. Faltavam cinco minutos para terminar a 33.ª jornada e 95´para acabar o campeonato.
Saudações Benfiquistas
Um grande abraço
Alberto Miguéns
Não concordo.
ResponderEliminarNa época do título fomos prejudicados nas arbitragens e o Braga, a partir de certa altura, foi claramente beneficiado - não sei porquê mas mesmo já sendo aposta do Grande Bimbo, sempre que jogavam com os porcos era para perder.
É possível que as arbitragens tenham piorado na época seguinte. A estratégia normal não é afinal tentar matar logo o campeonato nas primeiras jornadas?
Na minha opinião o Benfica jogava claramente melhor e mais organizado futebol do que agora. Para mim isso faz uma grande diferença - por mais que nos prejudicassem, os 3 pontos eram quase certos.
Posto isto não fico admirado por ver o Jorge Jesus descrito como um "treinador do sistema". Há vários erros que ele teima em repetir e por vezes questiono-me se a "burrice" não será propositada (ex: logo na primeira época, pôr D. Luiz a titular quando tinha Coentrão disponível).
-qua
Tem todo o direito de não concordar.
EliminarJorge Jesus não tem hipóteses no Benfica, mas vai ganhar campeonatos pelo FC Porto. É só sair do Benfica. E como se percebe no texto JJ para mim vai ser tão vítima como muitos dos treinadores portugueses que por cá passaram vindos de clubes do Sistema (FCP e Boavista FC) ou da órbitra destes. Nem mais nem menos.
Em Portugal, o Benfica não tem hipóteses, seja com que treinador for, a não ser episódicamente. A prova da falta de rigor é trazerem, com insistência Trapattoni à baila. Trap arriscou-se (e muito) a não ser campeão. O SCP chegou à penúltima jornada à frente do Benfica - chegava-lhe o empate na Catedral - e consegui-o até aos 86 minutos. O SCP esteve a 4 minutos de ser campeão e o Benfica de Trapattoni de o não ser.
O SCP teve tudo para ser campeão. Mas... Dias da Cunha falou de mais... Ainda Bem.
Saudações Benfiquistas
Alberto Miguéns
JJ e o melhor treinador de longe dos ultimos anos, entao... tem ganho muitos jogos mesmo sendo altamente prejudicado. Se nao percebem isto, adeus JJ.
ResponderEliminarEu quero ele no Benfica, por muitos anos.
Belíssimo desfilar de informação, à qual junto a minha:
ResponderEliminarhttp://aminhachama.blogspot.com/2012/03/revisao-da-materia-dada.html