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01 março 2012

Benfica, Clube do Regime. Deixa-me Rir…

01 março 2012 5 Comentários
OPINIÃO
            
No Benfica nunca houve medo… mesmo em tempo de ditadura. Em 9 de Janeiro de 1973, mais de um ano antes da Revolução que acabou com o Estado Novo, enquanto outros – Sporting CP e FC Porto – se encolhiam, comprometidos com o Regime, por terem dirigentes promíscuos que estavam com um pá nos clubes e outros nos órgãos do poder fascista, no “Glorioso” respondia-se à letra.





Jornal “O Benfica”
Foi no órgão oficial de imprensa do Clube, decano da Imprensa desportiva portuguesa, cujo primeiro número data de 28 de Novembro de 1942 – antes de A Bola, Record e O Jogo – que o director da publicação Paulino Gomes Júnior respondeu – com sabedoria, indignação e destreza – a um deputado da Nação, imbecil e rasteiro, que se mostrava, na Assembleia Nacional, indignado com a liberdade que se gozava no jornal “O Benfica” e a alarido que provocava a democracia eleitoral e a discussão aberta, franca e livre, que existia na apreciação de propostas em assembleias gerais do Benfica.

Manuel Paulino Gomes Júnior
É conhecido por ser o autor, de letra e música, do “Ser Benfiquista”, a canção popularizada por Luís Piçarra, aquando das comemorações das nossas Bodas de Ouro, em 1954, pois o Hino Oficial do Clube, que datava das Bodas de Prata (1929) não devia, por sugestão do SNI, a partir do início de 1945, ser exibido publicamente.
Este notável associado inscreveu-se no “Glorioso”, em 28 de Maio de 1924, sendo eleito dirigente, pela 1.ª vez, em 30 de Janeiro de 1948 e director de “O Benfica”, em 5 de Junho de 1948. Entre 1948 e 1 de Abril de 1987 esteve por cinco vezes na direcção do jornal: 1948/49, 1953/63, 1965/66, 1971/74 e 1986/87. De “pena fácil, transparente, hábil e intransigente” serviu como poucos o Clube, mantendo o jornal O Benfica como um órgão prestigiado, após o abandono do seu primeiro director, essa figura portuguesa notável e democrata, José de Magalhães Godinho. Paulino Gomes Júnior não temia escolhos, nem bajulava os poderosos. Corajoso e destemido, era de fibra e não servia ninguém. Muito menos se servia do Clube. Fidelidade ao Benfica, lealdade a quem dirigia. Um exemplo.

O que era ser director de “O Benfica”
Não havia publicação em Portugal que não bajulasse o poder, nesta atitude tão portuguesa de “andar de boné na mão a pedir uma cunha, prometer subserviência e assumir dependência para ver se sobram/caem migalhas das mesas dos poderosos, tão típicas dos “patos-bravos”. Mentira! Havia uma… O Benfica, onde a tradição era o jornal ser dirigido por personalidades conotadas com a Oposição ou reviralho: José de Magalhães Godinho (1942/46) ou Lourenço Gago (1966/67), por exemplo. Um jornal de referência, com iniciativas várias de âmbito interno, mas que defendia – para o exterior - os interesses do Clube sem tibiezas nem vacilações.

E os outros…
Enquanto o Benfica e “O Benfica” eram exemplos de coragem, no Sporting CP, pejado de fascistas e falangistas, como Cazal Ribeiro, Salazar Carreira, Maia Loureiro, Ribeiro Ferreira, Brás Medeiros e Góis Mota (entre centenas), e o FC Porto, com fascizóides como Ângelo Veloso, Urgel Horta, Cesário Bonito e Pinto de Magalhães (entre centenas) assim que se deu o 25 de Abril de 1974, ala para Espanha e Brasil, que os “telhados de vidro” eram muitos e os comprometimentos ainda maiores.

Que orgulho nesse Benfica da liberdade em tempo de ditadura. Com homens e mulheres corajosos. Mais do que hoje! Em tempos mais difíceis do que hoje! A todos os níveis. Obrigado Paulino Gomes Júnior.

És – continuas – um exemplo para os Benfiquistas… e um engulho para os BenfiQuistos e BESfiquistas.

Alberto Miguéns
5 comentários
  1. GRANDE POST.

    OBRIGADO

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  2. Caro Alberto Miguéns, porque é que insiste em justificar que o Benfica não é nem nunca foi o clube do regime? Os portistas de contumil e do aleixo só sabem ouvir o que o dono lhes diz, a dimensão desta gente que se diz portuense (nunca serão, jamais serão) só têm visão até onde os olhos alcançam.O plano para denegrir a imagem social do benfica, passou também por estes disparates que só cabem a quem tem menos de 2 dedos de testa.

    Para mim como benfiquista é um ótimo artigo histórico e como tal deve ser realçado.Parabéns.

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  3. Caro Alberto,

    Gosto de me considerar uma pessoa minimamente informada acerca da história do nosso clube, mas de facto pouco sei. No caso das personalidades que o Sr. menciona, José de Magalhães Godinho e Paulino Gomes Júnior, o meu conhecimento era deveras deficitário. Procurei online e encontrei um artigo interessante acerca de Jose Magalhaes Godinho:

    Jose Magalhães Godinho
    http://abencerragem.blogspot.com/2006/05/correspondncias-46-jos-magalhes.html

    Abraço

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  4. deviam ter vergonha pois a forma como foram buscar o eusebio (ordens expressas de OLIVEIRA SALAZAR de que por interesse nacional o Eusebio tinha que ir para o benfica e os elementos que o foram buscar eram funcionarios do benfica e agentes da PIDE ,recorde-se que o Eusebio vinha transferido do spoting de lourenco marques para o clube mae o sporting clube de portugal)e tambem a forma como iam buscar jogadores a CUF,ao SETUBAL etc quantos queriam quantos iam buscar era tudo de borla pois era com ordens do senhor comendador e se e mentira vejam na RTP MEMORIA os jogos dessa decada era so penalties inventados oicam as historias de antigos jogadores que logo ficam esclarecidos o Humberto Coelho quando era capitao do Benfica era sp levantar o braco ou fazer um gesto que o arbitro ja sabia que era para marcar livre .ou canto ou penalty,como o ditador nasceu emViseu toda a gentinha de viseu e do benfica naquela altura convinha dar graxa por isso e que o porto e o sporting tinham muitos adeptos nas colonias pois estavam longe do olhar do comendador,depois do 25 de abril aproveitando-se da cor das camisolas que coincide com as cores adoptadas pela revolucao (COMUNAS)quiseram passar por clube de cariz popular mas leiam e oicam a entrevista do antigo capitao do benfica MARIO ESTEVES COLUNA e logo ficam esclarecidos

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