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22 agosto 2017

O Ciclismo, os Poetas e o Benfica

22 agosto 2017 2 Comentários
UMA HOMENAGEM E UM AGRADECIMENTO. E O BENFICA PELO MEIO. SENDO ESTE MEIO, TUDO!



Há uns dias fiz uma referência ao Ciclismo e noutro ao presidente Bento Mântua a propósito da estreia Centenária do Hóquei em Patins.

Os ciclistas impressionavam (e impressionam)
Até muito mais nas zonas rurais que nas áreas urbanas. Quando a «Volta a Portugal em Bicicleta» foi instituída e passou a realizar-se ao ritmo anual os ciclistas passaram de desconhecidos a heróis. No meio rural, mesmo nas cidades mais afastadas de Lisboa e do Porto, causava espanto como era possível pedalar com tamanho vigor e imprimir aquela velocidade a um velocípede. É que muitos dos espectadores do Ciclismo, que bordejavam estradas e ruas, por todo o Portugal, eram também utilizadores diários das bicicletas como meio de transporte. Por isso, sabiam bem, como era difícil pedalar com aquela velocidade e conseguir ser tão resistente, durante quilómetros e horas em etapas diárias com duas semanas para dar a "volta" ao território português.

A popularidade do Benfica cresceu
Por todo o País com a admiração por um enorme ciclista que tinha uma força sobre-humana, José Maria Nicolau. Impressionava como alguém tão pesado fazia parecer-se tão leve em cima de uma bicicleta. O seu rival, Alfredo Trindade era o oposto. Como é que alguém tão leve e esquelético tinha tanta resistência. José Maria Nicolau impressionava tudo e todos. Dos mais boçais e "analfabrutos" aos mais piegas. Dos iletrados aos poetas, os supremos dos letrados. Como um dos maiores poetas portugueses de sempre (e do século XX): Ruy Belo (1933/1978). Que a morte levou cedo, aos 45 anos (clicar para wikipédia)


Quarto livro do poeta, publicado em 1970, na colecção "Cadernos de Poesia", da editora "Publicações D. Quixote", de Lisboa;  O cuidado com este livro mereceu uma 2.º edição, com prefácio escrito, em 18 de Abril de 1978 (faleceu em 8 de Agosto de 1978) na colecção Forma da pela Editorial Presença; Lisboa. A edição fotografada é a 3.ª (primeira pela editora Assírio e Alvim, em Outubro de 2011)
(clicar em cima da imagem para obter melhor visualização)


Faleceu a ouvir a proeza do Glorioso Fernando Mendes e da equipa do Benfica. Morreu com Fernando Mendes de "camisola amarela". A sua camisola de mérito para lá do "Manto Sagrado". Em 25 de Agosto de 1969 (clicar para a notícia da etapa desse dia no jornal "Diário de Lisboa"). Completam-se na sexta-feira, 48 anos que partiu para o "Quarto Anel"
Do Louletano DC para o CF "Os Belenenses" e deste para o "Glorioso". E tem um neto Benfiquista "cinco estrelas". Tal avô, tal neto...

Quando um dia entrevistaram Cabrita Mealha
Um notável ciclista que chegou ao Benfica, em 1940, quando José Maria Nicolau deixou de correr, ele explicou de forma simples muito do que é o Ciclismo. Senhor Cabrita Mealha! Porque é tão dispendioso um clube contratar um ciclista? O ciclista respondeu: Não se faz de uma bicicleta uma mota só a comer pão-com-chouriço!


  
Quero agradecer ao familiar de Bento Mântua
Que me ofereceu um livro do Glorioso Presidente. Eu só tinha lido um (como escrevi neste texto - clicar) e eis que depois de publicada essa "posta", recebo o convite para ficar com outro. Não sendo bem um livro de autor, pois é uma recolha de poemas de outros poetas, não deixa de ter um longo prefácio. Lendo a escolha dos autores, pois a recolha foi feita em parceria com Albino Forjaz de Sampaio, fica-se com a ideia do bom gosto. Bento Mântua revela-se melhor leitor, mais erudito, do que escritor. Uma excelente recolha de poemas sobre a "mais velha profissão do Mundo" publicada, em 1938, em «O Livro das Cortesãs». É bem verdade que tudo pode mudar - língua, alfabeto, comida, roupa, bebidas, habitação e costumes - de país para país, de cultura para cultura. Mas pão, água e prostitutas são universais. Nos mais de 30 países que já visitei é uma constatação.  


Além de uma boa escolha de poetas e poemas as ilustrações são de grandes artistas. Entre eles Stuart Carvalhais que foi o responsável por redefinir o Glorioso emblema em 1929. O do meio (entre os sete) que ilustram o cabeçalho deste blogue

E o Benfica presente na poesia. Antiga ou mais recente
Como a cada vez mais conhecida e reconhecida romena Golgona Anghel (clicar para saber mais), nascida em 1979 (um ano depois do falecimento de Ruy Belo). E outras referência haverá que desconheço.

Como uma Flor de Plástico na Montra de um Talho; n.º 136 da colecção "Poesia Inédita Portuguesa"; Assírio e Alvim; Maio de 2013; Porto (Porto Editora que adquiriu a Assírio e Alvim)  

É assim o Benfica!

Alberto Miguéns
2 comentários
  1. Benfica popular, Benfica erudito, Benfica Glorioso e está tudo dito!
    Magnífico texto!

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  2. Oh pá... E eu sem saber que o Livro das Cortesãs está marginalmente ligado à Gloriosa História! Na minha próxima visita a Lisboa já o adquiro.

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