Auditoria? Talvez com um Desenho!

COM UM HIATO MAIOR DO QUE O DESEJADO VOU ESCREVER ACERCA DO RELATÓRIO DA AUDITORIA.

Já passou uma semana, mas as duas Assembleias Gerais adicionadas a afazeres profissionais e particulares, impediram que escrevesse o que pensei no dia em que foi publicado e lido o Relatório da Auditoria realizado pela Ernst & Young.

 

Não me parece que haja ilegalidades de modo a criminalizar alguém a nível judicial, mas como Benfiquista senti-me muito inconformado, triste e amargurado

Embora existam práticas a roçar o limite da ilegalidade: inexistência de documentos, cópias a substituírem os originais (por isso suscetíveis de truncagem), falta de transparência, etc., que não sou particularmente "especialista" nestes assuntos, embora tenha falado com "especialistas" que garantem haver práticas mais danosas do que eu penso.

 

Interessa-me mais como Benfiquista (parte 1) mas...

Como pequeno (e simbólico) accionista considero que além de manifesta má gestão houve negligência, desleixo e danos reputacionais, envolvendo suspeitas de dinheiro desviado por quem devia de zelar por ele. 

Interessa-me mais como Benfiquista (Parte 2)

É confrangedor o número de vezes (em 51 possibilidades) que se repete:

1. US11, Lda;

2. «... representando n vezes por cento do valor de aquisição. Os Guidelines da FIFA estabelecem que a comissão não deverá ser superior a 3 por cento da remuneração bruta»;

3. «... encontrando-se assim acima (n vezes por cento) da Guideline da FIFA estipulada, que estabelece que a comissão não deverá ser superior a 10 por cento da transferência.»

4. «Apurámos que esta última empresa se encontra sedeada num paraíso fiscal...»

 

Três exemplos 

Sem ter necessidade de escolher entre os 51. Foi quase, quase, ao acaso. Escolher os que permitiam fazer uma cópia rápida e com alguma qualidade para leitura.

Como Benfiquista não gosto de falta de transparência e da existência de muita opacidade

Como associado deveria haver muito mais equidade e respeito pela Ética Benfiquista (que fez do Benfica um clube popular, invejado pelos adeptos dos outros clubes). Durante décadas havia orgulho em ser o Benfica o único clube a apresentar anualmente relatórios e contas onde tudo batia certo, enquanto os outros não apresentavam contas ou apresentavam continhas. Nos relatórios do Benfica até o gasóleo era contabilizado (comparando com os gastos no ano anterior) para os associados saberem o que se andava a fazer com o seu dinheiro no seu Clube. O Benfica era respeitado (e invejado) por se dar ao respeito.

Os fluxos inflacionados de capital não vão para Paraísos Fiscais por acaso

Vão para lá porque depois nessa "financeirização escondida" quem inflaciona as transferências é ressarcido nas suas contas bancárias, também em Paraísos Fiscais, da habilidade que exerceu "em legalidade".

Não me revejo, minimamente, nisto

E não embarco na teoria de que se não for assim o Benfica não consegue boas contratações. O que vejo é que é, essencialmente, nas contratações que se sabe serem de futebolistas vulgares - impossível alguma vez vestirem o «Manto Sagrado» - que se fazem as maiores "habilidades". Só que após centenas de "habilidades" os fluxos de euros são aos milhões. «Grão a grão...» lá diz o Povo! Quero é que volte um Benfica em torno destes valores:

Ulisses Santos... o Bom Samaritano?

 

Alberto Miguéns