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05 maio 2022

Revolução Interior? E a Exterior?

05 maio 2022 5 Comentários

A HABITUAL PRIMEIRA PÁGINA DO JORNAL «A BOLA» QUANDO AS ÉPOCAS NÃO CORREM BEM.



E que só servem para anestesiar os Benfiquistas, encher o Ego dos situacionistas e apequenar a Grandeza do Benfica!

 


É necessário no interior do Clube mudar mais que apenas futebolistas

Claro que já todos percebemos que o principal "foco da mudança", entre 2021/2022 e 2022/2023 vai estar na culpabilização de uma parte do plantel. É o habitual. Foi assim em muitas temporadas, principalmente desde a palermice que Manuel Damásio/Artur Jorge conseguiram fazer no final de 1994/1995. Com poucos resultados em mais de 25 anos. 

1. É evidente que o plantel tem-se mostrado insuficiente para poder responder, em cada temporada, às exigências do maior e melhor clube português. Essencialmente por ser desequilibrado. Há posições com excesso de futebolistas e outras com falta deles. As diferenças entre defesa-direito (André Almeida, Valentino, Gilberto e no início de época ainda Diogo Gonçalves) com a lateral-esquerda (Grimaldo e Gil Dias, que até à saída de Jorge Jesus foi tentativa falhada de adaptação) é uma evidência que ultraja a Gloriosa História. Nunca vi nada assim no Benfica. Em 118 temporadas. Só existir um médio-defensivo (Weigl) com um mínimo de competência é vergonhoso!

2. Outra triste característica é a falta de qualidade de muitos dos futebolistas que integram o plantel n.º 118! Cerca de 40/45 por cento não tem qualidade para honrar o «Manto Sagrado» mas a "culpa" é de quem os contratou. A menos que outro treinador mostre que afinal a "culpa" foi da "desorganização organizada" reinante no Clube desde 2017/2018 quando em vez de ganhar o título que desorganizaria "por completo" o FC Porto, se andava entretido com o empresário César Boaventura, em Dezembro de 2017, a "empandeirar" o treinador Rui Vitória para Inglaterra;

3. Alguns futebolistas são demasiado caros - contrato e encargos - para o valor que mostram ter. Repito: a menos que outro treinador mostre que afinal a "culpa" foi da "desorganização organizada" reinante no Clube desde 2017/2018 quando em vez de ganhar o título que desorganizaria "por completo" o FC Porto, se andava entretido com o empresário César Boaventura, em Dezembro de 2017, a "empandeirar" o treinador Rui Vitória para Inglaterra;

4. A (re)contratação de Jorge Jesus foi um erro colossal e a sua substituição - com alteração táctica num período decisivo da temporada no campeonato nacional e fase final da Taça da Liga - um remendo que não podia resultar. Nélson Veríssimo foi mais vítima que culpado;

5. Os responsáveis da Benfica Futebol SAD mostraram ser inaptos, incapazes e demasiado débeis (Feira de Vaidades que no «Glorioso», geralmente se transforma, em Fogueira de Vaidades) para gerir o Futebol de um clube como o Benfica.

EXIGE-SE PARA 2022/2023

Se a aposta é em Roger Schmidt há que dar-lhe meios - futebolistas à medida de um Clube Mítico, responsabilidade de fazer de um grupo um plantel conquistador (dois futebolistas por posição de valor semelhante, um mais experiente e outro mais jovem, mas promessa consistente) e dirigentes que assumam a Grandeza do Clube, protegendo treinador e jogadores do «Futeluso». Deixem as vaidades em casa e assumam o Benfiquismo no Benfica!

 

Os dirigentes têm de saber actuar, logo desde início, face ao que vem negativamente do exterior

Se tivesse que fazer uma proporção diria que a "Revolução Exterior" até representará 6 em 10 e a "Revolução Interior" 4 em 10, ou seja, é mais importante o cuidado a ter com o que se antevê que venha de fora para prejudicar o trabalho de Roger Schmidt e dos futebolistas colocados à sua disposição. Há que alterar o plantel, ter um treinador ambicioso e com ideias rejuvenescidas, além de dirigentes mais focados no Clube que neles próprios (mas isso será 4 em 10). É necessário logo de início estabelecer um lema "O Benfica tem que se dar ao respeito para ser respeitado":

1. Perceber o grau de influência do FC Porto na organização do Futebol português. Como faz, quando e onde. Não é quando as competições estão perdidas que aparecem os gurus da comunicação do Benfica a chorar pelos pontos perdidos. É antes de os perder que se deve assumir o antagonismo para os que estão a prejudicar o Benfica;

2. A Liga é um dos maiores "cancros" do futebol em Portugal. Pedro Proença é o pivô dessa podridão. Dar-lhe palco, enquanto patrocina os desmandos, é pactuar e ser conivente. Depois vem a choradeira dos "penáltis", árbitros e dualidade de critérios. Se Pedro Proença não consegue ser sério o Benfica tem que virar-lhe as costas. Tal como à FPF que tem em Fernando Gomes e na sua corte o modo de ajudar o FCP dando ideia que é ou são imparciais. Se não são há que ostracizá-los procurando alternativas. O Benfica tem que liderar o dirigismo português, não é com portistas e gente subserviente ao portismo (como Pedro Proença) que o Benfica conseguirá sucesso;

3. Há que ser respeitoso para quem é justo - mesmo que o Benfica perca - e ostracizar quem está ao serviço de outros interesses. 

4. Resolver "tudo isto" é fácil? Não, evidentemente, que não é! É só para quem sabe. Mas o Benfica sempre teve quem conseguisse resolver situações difíceis tornando-as fáceis, ou pelo menos, tornar menos complexo o que estava a dificultar o sucesso do «Glorioso». Conseguem ou têm de dar o lugar a quem seja capaz. Que seja o presidente Rui Costa a resolver. Era o ideal pois será o presidente da Direcção até final de Outubro de 2025. Mais fácil é fazer "Revoluções Internas" que enfrentar (e ter sabedoria para derrotar) os Poderes do «Futeluso». "Reforçar sectores" até dá para esbanjar dinheiro, com empresários, contratos a "custo zero" ruinosos, intermediações e ajustes de "deve-e-haver" com outros clubes asfixiados pelo empresário Jorge Mendes/Gestifute...como nas últimas, penúltimas e antepenúltimas.


EXIGE-SE PARA 2022/2023

Que os responsáveis pela Benfica Futebol SAD não se escondam aos primeiros insucessos devido a "terceiros" à espera que seja Roger Schmidt e os futebolistas a resolver em campo o que outros teimam em dificultar, "inclinando" relvados contra o Benfica. Repito o que já escrevi num passado próximo (clicar): «E que se preparem para uma nova frente...a dos treinadores portugueses, principalmente os que estão desempregados, são comentadores televisivos ou mesmo os que estão empregados, estando a treinar mas ambicionam chegar ao Benfica. A um resultado menos bom vão chegar-se à frente logo com um argumento básico: é necessário ir buscar um alemão para isto!? Em Portugal há melhor e são portugueses!» Tem de chegar ao fim o tempo dos dirigentes do Benfica demasiado acomodados. À espera de milagres ou que o que está torto se endireite "por si só".


Os associados do Benfica tornaram-se demasiado situacionistas e isso impede o Benfica de crescer

Na actualidade seria impossível a generalidade dos associados afastarem Cosme Damião (como em 8 de Agosto de 1926) e presidentes afastarem-se por sentirem que estavam a prejudicar o Clube por não serem, por exemplo, do agrado do Poder (como o capitão Júlio Ribeiro da Costa, em 1939) mas pode ser por perceberem que afinal não têm a sabedoria que pensavam ter. Jamais. Preferem continuar a prejudicar o Clube a cederem o seu lugar, por orgulho, mesmo que sintam que o Benfica não ganha o que devia face à sua dimensão.  

Na actualidade seria impossível, como nos Anos 60, 70 e 80, alguém candidatar-se apresentando alternativas para gerir o Clube, frente a presidentes que se recandidatavam ou frente a dirigentes indicados como sucessores. São logo apelidados de quererem "tacho" (não percebendo os situacionistas que isso é o mesmo que considerar que quem está a gerir o faz por ter um "tacho") e de não terem qualidade, como se entre milhares de associados ninguém tivesse qualidade, a não ser, quem está a gerir o Clube e o gere mal. Para os situacionistas é preferível ter maus dirigentes (porque já sabem com que contar) que apoiar quem tem ideias para mudar. E no final do mandato de quatro anos decidir se é para continuar ou se é para mudar. Não percebo o receio havendo eleições a cada quadriénio. Se defraudarem as expectativas...saem. Luís Filipe Vieira (se quisermos fulanizar) conquistou "apenas" 39 por cento dos títulos no campeonato nacional, ficou quatro vezes em 3.º e uma em 4.º, na Taça de Portugal, conquistou três troféus em 18 (17 por cento), permitiu que o FC Porto se afirmasse como melhor clube português na UEFA e continuou e continuaria a vencer eleições atrás de eleições. 

Na actualidade os associados do Benfica - ao contrário do que sempre ocorreu - não servem para dirigir segundo a maioria desses mesmos associados. Serviram para fazer do Benfica, o maior e mais popular clube português, mas agora já só servem para gerar receitas. Só para pagar quotas, pagar bilhetes e comprar produtos Benfica. Para gerir só servem os que estão a gerir - e mal - o Clube há anos e anos. Ninguém tem competência. Caso único no Mundo. Se não fosse a "Justiça" o presidente Luís Filipe Vieira que (voltando a fulanizar) conquistou sete títulos para o Benfica e dez para o FC Porto (é o segundo melhor presidente do FC Porto depois de Pinto da Costa pois nenhum outro presidente portista conseguiu "conquistar" dez títulos de campeão nacional para o FC Porto) continuaria na presidência até querer. Pois ninguém era mais competente do que ele. Antes pelo contrário. É só incompetentes a quererem beneficiar do que de bom ele fez. Caricato. O presidente Rui Costa também é intocável e insubstituível, mas provavelmente já vai dar uma "dobradinha" de avanço ao FC Porto. E não há ninguém mais competente do que ele. Vamos esperar por 2022/2023 para perceber se a sua primeira temporada foi incompetência ou reflexo, ainda, da incompetência do presidente que o antecedeu. Volto a escrever o que já escrevi que não passa de um "achamento". Em quatro anos de mandato - 2021/22 a 2024/25 -  não me parece, ele e os que o rodeiam e "desajudam", que consiga conquistar algum - em quatro - campeonato nacional, mas se conquistar dois, nas Eleições de 24, 25 ou 31 de Outubro de 2025, votarei nele se ele anunciar a sua recandidatura. A minha exigência é tão baixa que contento-me com 50 por cento de campeonatos nacionais, entre 2021/2022 e 2024/2025. E não me importa de prescindir, no curto prazo (2025) de outros valores que até considero mais importantes que a questão numérica dos títulos, só que esta é prioritária para permitir "alavancar" todas as outras de carácter ético, transparência e de honra.

O situacionismo entre os associados do Benfica chegou a um ponto tal que se torna surreal. O sportinguista Domingos Soares de Oliveira completará 25 anos de associado, em 16 de Agosto de 2029, podendo por isso - mantendo-se o actual ponto n.º 2 do artigo n.º 61 dos Estatutos - candidatar-se a presidente do Benfica, a partir dessa data. Pois haverá uma maioria de associados que vai dizer que ele é a única alternativa viável - todos os outras que se apresentarem - serão incapazes, inúteis e querem "tacho" porque Luís Filipe Vieira e Rui Costa deixaram um "Benfica apetecível". E que ele tem 25 anos de experiência e os outros não têm nenhuma. Será que o Benfica se transformou num clube risível? Isto não se passa em nenhum outro grande clube!  

 

Nos próximos anos vai existir uma luta titânica entre Benfica e FC Porto para saber qual o clube nacional que representará Portugal entre os grandes emblemas europeus

Com a previsível aproximação do FC Porto ao «Glorioso» em títulos no Campeonato Nacional - esta temporada ficarão a sete - e na Taça de Portugal (também devem ficar a sete), durante o mandato do presidente Rui Costa, quem vier a seguir terá uma tarefa gigantesca para que o Benfica não seja ultrapassado pelo FC Porto, nos próximos 10/12 anos. É que depois de ultrapassarem o Benfica em número de campeonatos nacionais e Taças de Portugal, fazerem-no em número de adeptos é uma questão de tempo. De mais tempo, mas de tempo. Foi assim que o FC Porto ultrapassou o Sporting CP. Primeiro em títulos nacionais e depois em simpatizantes. Entre 2035 e 2040 muito ficará decidido. E 2022/2023 é fundamental para começar a inverter o descalabro das últimas temporadas. Em 2003/2004, há 19 temporadas, o FC Porto "estava" a dez campeonatos (20/30) e a onze Taças de Portugal (16/27). Em 2021/22, deverá ficar a sete, em cada competição.

A generalidade dos Benfiquistas, no passado, por serem exigentes, conscientes, ambiciosos e confiarem neles mesmos, fizeram do Benfica o maior clube português. E o Benfica nunca morrerá.

A generalidade dos Benfiquistas, na actualidade, por serem situacionistas, acomodados, acobardados e não confiarem nos outros mas só naqueles que pertencem ao universo do que conhecem, vão fazer com que o Benfica deixe de ser o maior clube português. O Benfica nunca morrerá, mas sujeita-se a deixar de ser o maior e melhor clube de Portugal.

Depois que não se queixem que a culpa disso é dos portistas e dos sportinguistas.


O Situacionismo está a matar a grandeza do «Glorioso»

 

Alberto Miguéns


5 comentários
  1. Caro Alberto Miguens,
    Nao posso concordar mais com a sua analise aos dirigentes e socios/adeptos do Benfica nos ultimos 20 e muitos anos. Esta tudo dito no seu post.
    Duas decadas do testa de ferro, um projecto apenas e so de poder pessoal, de gestao dos seus interesses e dos seus "patroes", sem amor nem respeito pelo SLB e pelos seus valores, apoiado numa propaganda profissional, deixaram marcas e feridas muito dificeis de tratar.
    Que gente como Rui Costa e outros actuais dirigentes o tenham acompanhado num silencio colaboracionista e cumplice nao me ajuda a ter confianca na sua capacidade e caracter.
    Tera esta gente a competencia, Benfiquismo e coragem para operar as revolucoes internas e externas que se impoem? Ou continuarao o Benfica e o Benfiquismo a definharem ate nao passar de uma memoria longinqua?
    O tempo o dira.
    Como gostaria de estar engagnado. Mas na minha opiniao, com base no que tenho observado ate agora, as perspectivas nao sao animadoras.
    Um abraco e obrigado por manter acesa a chama do Benfiquismo.

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  2. Caro Sr. Alberto Miguéns...O Sr. tocou nos pontos concretos em que o nosso GLORIOSO se encontra neste momento...Este seu artigo deveria ser lido por todos os BENFIQUISTAS, e principalmente pelo Sr. Presidente e sua Direcção...Brilhante análise!!!! Infelizmente o nosso SPORT LISBOA e BENFICA encontra-se neste beco, que poderá ter saída se o Sr. Presidente e sua Direcção forem competentes e espertos na defesa dos interesses do nosso BENFICA...Mais uma vez, BRILHANTE...Um abraço GLORIOSO.

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  3. Excelente artigo, EXTERIORMENTE uma das soluções é exigir uma auditoria semanal às arbitragens nacionais com um comissão independente formada por 3 ex-árbitros estrangeiros aceites por todas as equipas, (tem que ser unânime) que analisariam os lances polémicos e as linhas de fora de jogo de todos os jogos da liga e com punições violentas para quem tenha 2 erros grosseiros (linhas mal definidas, vermelhos mal mostrados ou não mostrados, penaltys mal assinalados ou por assinalar) por jogo ou 6 erros grosseiros nos últimos 4 jogos - ficavam na jarra 4 semanas. E mais 4 erros grosseiros num jogo 8 semanas sem arbitrar/var.

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  4. Bravo caro Alberto Miguens. Infelizmente no nosso clube existe uma maioria de situacionistas que preferem talvez perder a dar oportunidade a outras pessoas, outras mentalidades. É urgente uma mudança interna e externa contudo nao me parece que tal vá suceder.. Tudo muito triste

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  5. O Benfica vive o drama de haver uma faixa etária na flor da vida que assistiu aos maiores feitos do futebol do clube corrupto e a período negro da nossa história.

    E que aceitam com bonomia que haja durante 20 anos um presidente do Benfica de que se duvida qual o seu clube original, que afirmou sem pudor que o Benfica é um clube de m"#d#, que "mudou" estatutos para se perpetuar no poder, que foi entronizado por Vilarinho, juntamente com os seus "amigos do betão", como dono do clube sem passar pelo crivo dos sócios, e que deu durante anos indício de práticas pouco transparentes na condução dos destinos do nosso (nosso, não dele) Clube e dos seus negócios particulares, e que se rodeou na Luz de pessoas representativas do poder asfixiante imposto pelo regime do medo criado por Pinto da Costa e Pedroto, cuja guarda pretoriana os SD age nas sombras para impor a lei do medo e da coacção.

    O seu aprendiz entretém-se nuns dias a apelidar sócios de canalhas por se atreverem a questioná-lo, noutras a prometer auditorias com prazo adiado para as calendas, e ainda noutras a abraçar o velho corrupto inimigo do Benfica.

    Calado, alheado, conformado, cobarde nas palavras e atitudes com os que transitoriamente estão no topo da mal afamada classe dirigente do futebol em Portugal, é este o delfim ungido e benzido pelos nossos consócios sempre exigentes e alertas, e a quem despreza como o demonstrou na Madeira, vestido impecavelmente com o seu Armani enquanto destratava e humilhava um humilde adepto que à sua medida contribui para que estes nossos dirigentes mantenham uma aura de celebridades instantâneas em desconformidade com os resultados que apresentam e inversamente proporcional à competência que demonstram.

    Até quando?!

    Viva o Benfica

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