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26 dezembro 2021

Em Defesa de Gralha

26 dezembro 2021 9 Comentários

CORRIGINDO GRALHAS...INVENTADAS APESAR DE AINDA HAVER GRALHAS POR INVENTAR...POR ESTE CAMINHO DE DESLEIXO.



Erros sem nexo e que desprestigiam futebolistas porque mentem e provocam equívocos.

 

Desta vez o visado foi José Maria Gralha

A propósito da passagem do centenário de estreia da Selecção Nacional, em 18 de Dezembro de 1921. Quando li a página 36 do jornal semanário «Expresso» nem queria acreditar no que estava a ler. Tive de voltar atrás e pensar que era equívoco. Eis uma das passagens.

 


José Maria Gralha ter 16 anos em 18 de Dezembro de 1921 era simplesmente impossível

Pois o futebolista antes de rumar à fundação do Casa Pia AC (3 de Julho de 1920) foi formado no «Glorioso» onde jogou quatro épocas ou três e meia, a meia de início: 1916/17, 1917/18, 1918/19 e 1919/20. Se tivesse 16 anos no final de 1921 quantos tinha no final de 1916? Só faltava dizer que ainda andava de gatas e já era campeão regional na 4.ª, 3.ª e 2.ª categoria (clicar para um texto que contém a descrição dos títulos publicado em 2 de Janeiro de 2021; clicar) não sendo campeão na primeira (pelo Benfica) pois nunca se estrearia nesta por ter optado por ir fundar o Casa Pia AC em vez de ter permanecido junto de outros casapianos que disseram não à saída: Cosme Damião, António Ribeiro dos Reis e Vítor Gonçalves.

 

Como provar que José Maria Gralha não tinha 16 anos em 18 de Dezembro de 1921 data da estreia da selecção nacional?

Recorrendo a quem o consegue pois não seria trabalho inútil já que o futebolista não podia ter 16, nem 17, nem 18, nem 19 anos... E não tinha! Tinha 22 anos, três meses e  26 dias, pois nasceu em 22 de Agosto de 1899.

 


Como podiam dizer - há quem seja capaz de tudo até negar o que não pode ser negado - que a ficha estava errada eis a confirmação absoluta

O registo de baptismo do nosso Gralha que cem anos depois de se estrear pela selecção nacional foi desrespeitado com uma gralha gigantesca por quem tem obrigação de confirmar uma certeza tão absoluta que é querer saber o que não é possível saber. Para se saber quem é o mais novo ou mais velho tem que se obter as datas rigorosas de nascimento de TODOS os intervenientes numa competição, clube ou selecção. Sabe-se que José Maria Gralha não tinha 16 anos, mas só se poderá saber quem é o mais novo ou mais velho, numa competição, clube ou selecção, tendo registos credíveis de todos e isso está muito longe de existir. Resta inventar para criar ilusão de que se conhece e domina um assunto. Só que nunca se consegue enganar todos durante todo o tempo. Rui Miguel Tovar já devia ter percebido isso há muito tempo, mas teima em não respeitar, neste caso, a memória e familiares de José Maria Gralha, o Casa Pia AC, a selecção nacional, a FPF (embora esta não se dê, actualmente, ao respeito) e o Sport Lisboa e Benfica, onde o futebolista se formou e jogou a partir dos 17 anos.  

 


Não há equívocos

Nasceu no número cinco da calçada da Memória, em Belém/Lisboa, a 22 de Agosto de 1899, foi baptizado em 24  de Dezembro de 1899 - passaram anteontem 122 anos - casou em 5 de Setembro de 1931, aos 32 anos, vindo a falecer muito novo, a dois meses e meio de completar 45 anos, com uma hemorragia cerebral, em 6 de Junho de 1944, pelas nove horas da manhã. 



Rui Miguel Tovar publica tanto em tão pouco tempo

Que já deve ter acumulado para cima de 5 mil gralhas. Por isso esta "Gralha" ao Gralha até é uma gota no Oceano ou um grão de areia no Deserto sendo Rui Miguel um sportinguista. É mais Deserto embora meta água...e muita!

 


Também podiam publicar a fotografia da primeira selecção nacional

Sem retirar um jogador, que até foi o que marcou o golo, o primeiro da selecção, mas até podia ser outro qualquer, pois os onze tinham direito a estar e não estão. Estão dez e deviam estar onze.


A Primeira Seleção Nacional foi quase toda formada no Benfica: 8 em 11. 18 de dezembro de 1921; campo O'Donnell (Madrid); D 1-3. Da esquerda para a direita: Jorge Vieira (Sporting CP), José Maria Gralha (Casa Pia AC, ex-SLB, entre 1916/17 e 1919/20), Augusto Lopes (Casa Pia AC), António Pinho (Casa Pia AC, ex-SLB, entre 1918/19 a 1919/20 e 1928/29 a 1929/30)António Ribeiro dos Reis (SL Benfica, desde 1914/15), Raul Nunes (dirigente/secretário da U.P.F, depois F.P.F.), capitão da selecção nacional, Cândido de Oliveira (Casa Pia AC, ex-SLB, entre 1914/15 a 1919/20, capitão do SLB), Artur Augusto (FC Porto, ex-SLB, entre 1914/15 a 1920/21 e 1923/24 a 1925/26), Vítor Gonçalves (SL Benfica, desde 1916/17), João Francisco (Sporting CP), Carlos Guimarães (Internacional/CIF, ex-SLB entre 12916/17 e 1917/18) e Alberto Augusto (SL Benfica, desde 1917/18, marcador do primeiro golo da seleção nacional, de grande penalidade, batendo o lendário Zamora).


Nada tenho contra, antes pelo contrário, que se assinalem efemérides

Mas é fundamental não criar erros que depois são copiados até à exaustão porque é mais fácil "emprenhar pelos ouvidos" pelo que outros dizem ou escrevem que pesquisar. Assim não. Então é melhor é estar quieto.


Respeitem as pessoas e a História do Futebol, por favor!

 

Alberto Miguéns


NOTA: Agradecimento a Victor João Carocha (fundamental para deslindar idades e falecimentos de futebolistas pioneiros no Futebol Português) e a Hélder Tavares, do Casa Pia Atlético Clube (só com ele e é tão fácil falar com ele no estádio Pina Manique, é possível falar/escrever com rigor das primeiras selecções nacionais. É básico por isso só erra quem quer por presunção ou negligência

9 comentários
  1. Um lapso lamentável porque envolve José Maria Gralha, um notável jogador que já cá não está para repor a verdade. Lamentável porque uma simples verificação poderia evitar o destaque - errado - que foi dada à idade do jogador. Não é a verificação de dados, em particular de dados aos quais se dá destaque - uma das tarefas primárias de um jornalista? Afinal não são treinados para isso? E não ganham o seu sustento com o que escrevem? Todos erramos, mas de uma forma grosseira, porque preguiçosa ou desleixada, parece pouco aceitável. Afinal, estamos na era da internet que pode e deve ser usada até... para consultar as fontes originais!

    Os que não ganham a vida com isso e que ainda assim queimam as pestanas para verificar dados, fazem-no porque têm profundo respeito e admiração pelos pioneiros do futebol português. Aqueles que tinham precárias condições para treinar mas que se esforçavam ao máximo pela paixão pelo jogo e pelo seu Emblema. Esse pioneiros são merecedores do respeito pelo seu nome e pela sua história.

    Obrigado ao Alberto, pela iniciativa que teve em repor a verdade. Honra e memória a José Maria Gralha.

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    1. E claro!!! Um Obrigado a si Sr. Victor Carocha pela sua investigação histórica e a sua inestimável ajuda ao Sr. Alberto Miguéns.... Como investigador de história local, sei muito bem a preocupação que temos em tentar dignificar a história com a verdade... Por vezes poderemos errar, mas de uma forma insconsciente e não de uma forma desleixada e preguiçosa, como disse... Um abraço Glorioso.

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    2. Obrigado, Sr. Ricardo Pereira.
      Que o próximo ano seja marcado por muitos comentários bem mais alegres para o nosso Benfiquismo. Um abraço Glorioso.

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  2. Muito bem Alberto Miguéns, os jornalistas desportivos actuais nem para lhe engraxar os sapatos servem!!!

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    1. Jornalistas desportivos já não existem, agora só há CARVOEIROS.

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  3. A verdade a seu dono ,a preguiça é inimiga da verdade ,ganhar dinheiro com mentiras é grave porque induz outros em erro ,força sr. Alberto .

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  4. Caro Sr. Alberto Miguéns... Felizmente temos pessoas como o Sr. que estão sempre atentas às chamadas inverdades históricas.. Infelizmente os jornais, as televisões e a nossa FPF dão cobertura a um pequeno núcleo de ditos especialistas de história do futebol que pouco investigam seriamente... É a sociedade das 'cunhas' que temos e um mal dos tempos salazaristas que infelizmente perdura... Mais uma vez obrigado por continuar a pugnar pela verdade histórica do nosso futebol.... Um abraço Glorioso.

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  5. Jornalistas desportivos ou tropa-fandanga escrevinhadora, peneirenta e arrogante? Quantos e quantos não passam de uns madraços e plagiadores que copiam nas redes sociais e publicam tal e qual. Muitos nem sabem falar. Dizem /juniores/ e /seniores/ como se as sílabas tónicas fossem (ju) e (se), quando deveriam pronunciar juni(o)res e seni(o)res, já que as sílabas tónicas são (o) - são levados pela maneira como se pronunciam /júnior/ e /sénior/, erro que qualquer miúdo do 3º ano já não comete. Pronunciam a palavra /rubrica/ tomando como sílaba tónica (ru), quando é (bri), pois a palavra é grave e não esdrúxula, devendo pronunciar-se à semelhança da palavra /paprica/. E os exemplos de maus tratos à língua-mãe nunca mais acabariam. Jornalixeiros, isso é que tantos matutos que ganham a vida a escrevinhar sobre o desporto (e não só!) e a induzir em erro quem os lê, são.
    Muito obrigado ao Alberto, sempre atento e disposto a repor a verdade.

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  6. Num País onde se falsificam dados como quem bebe um copo de agua isto é normal.

    Não é o FCPorto que tem uma data de fundação oficial que toda a gente sabe ser uma invenção mas continua a ser replicada à exaustão?

    Daqui a meia dúzia de dias temo que se vá oficializar uma nova contagem de títulos oficiais, em nome da "verdade desportiva" de quem domina os bastidores do nosso cada vez mais triste e entristecido futebol.

    A verdade e os factos são demasiado importantes para serem menorizados.

    Viva o Benfica.

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