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12 novembro 2021

Quando Eles Temiam

12 novembro 2021 1 Comentários

E OS SEUS ADEPTOS TREMIAM.



Nestes tempos entediantes sem jogos do «Glorioso» resta Benficar acerca do Futuro ou do Passado. 

 

Nos últimos dias a conversa com um leitor deste blogue foi acerca de um "famoso" livro

Que li quando foi publicado em Portugal, em Março de 2001, e não me entusiasmou ao contrário dos adeptos que o leram em português ou no original em inglês. Este livro é uma espécie de crónicas e memórias de um adepto do Arsenal FC entre 1968 e 1992, ou seja, escrito durante a temporada de 1991/92 e publicado, no Reino Unido, na "ressaca" da eliminação do Arsenal FC pelo Benfica, no seu estádio, nos oitavos-de-final de onde surgiram os oito clubes que depois divididos em dois grupos apuraram os finalistas - vencedores dos dois grupos - da primeira Liga dos Campeões, em 1991/92, embora a UEFA considere que esta apenas teve início em 1992/93 ainda que o modelo tenha sido exactamente o mesmo.  

 


Nunca me entusiasmei com o modo como os adeptos ingleses se interessam pelo Futebol

Sempre os vi obcecados, insuportáveis, irresponsáveis e irracionais capazes de cometer atrocidades -  ajustes de contas - utilização do futebol e dos clubes aproveitando a visibilidade que este desporto tem, para alcançarem outros objectivos. Quando a tragédia de Heysel ocorreu (29 de Maio de 1985) já pensava assim e confirmou-se. Aliás a tragédia patrocinada pelos adeptos do Liverpul FC, ironicamente, facilitou a vida aos outros clubes pois os ingleses dominavam o futebol na UEFA. Como o estão a fazer agora, mas por motivos diferentes. Digo facilitou pois o FC Porto foi campeão europeu em 1987 quando os clubes ingleses estavam impedidos de competir, tal como o Benfica foi a duas finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 1988 e 1990, ainda sem clubes ingleses. Com clubes ingleses tudo teria sido diferente. Curiosamente o Arsenal FC, em 1991/92, significou o regresso dos clubes ingleses depois de cinco temporadas de "castigo". E seriam eliminados pelo «Glorioso». O modo como sempre senti a relação de adeptos ingleses com o futebol ficou escrita, daí as descrições num livro de um adepto arsenalista fanático não me terem entusiasmado. Só confirmado. Agora a relação entre os adeptos e os clubes é tão assolapada como na maior parte dos países mas há uma singularidade que sempre me pareceu existir e que o tempo confirmou. Eles interessam-se, essencialmente, pelas equipas e futebolistas e pouco pelo dirigismo. É como se não houvesse diferença entre equipa e clube. Há e é bem grande. Uma equipa é o modo como os clubes competem e não a essência dos clubes. Estes organizam-se para poderem ter plantéis de onde se formam equipas que jogam competições. Os ingleses já nem têm clubes. Pelo menos grandes clubes. Têm clubes que foram fundados e estão sediados em localidades inglesas mas não são ingleses. São empórios financeiros árabes, russos, americanos ou de outros que se chegam à frente, os compram e eles - ingleses - vendem com a maior facilidade e à vontade do Mundo. Inacreditável para de quem se diz terem tanto apego aos seus clubes. Podem ser fanáticos por um clube mas daí a gostarem dele vai uma grande distância. Ou gostam dele mesmo que esteja na mão de outros. Estranha forma de gostar dos clubes. Gostam mais de quem tem muito dinheiro para os comprar e gostam ainda mais dos futebolistas que jogam nos clubes dos quais são adeptos, principalmente, se jogarem e vencerem. Sem clubes, já só têm equipas.  


Fui "desenterrar" o livro que estava já no "arquivo morto"

Eis a descrição nas páginas 299 e 300 (últimas do livro) onde há referências ao «Glorioso». A tradução é manhosa mas quem conhece o modo como são apurados os clubes e os regulamentos das competições ultrapassa com facilidade esses erros, mesmo assim fiz algumas anotações para não haver equívocos. De notar o modo adjectivado como um adepto do Arsenal FC em meados da década de 90 respeitava o «Glorioso» e a «Saudosa Catedral».  




Outros tempos...

 

Alberto Miguéns





1 comentários
  1. Esta forma de gostar de futebol dos Ingleses que o Alberto descreveu faz lembrar os EUA - franquias em que as equipas mudam de cidade como quem muda de camisa a belo prazer dos seus donos (os tais empórios financeiros)...
    Vai ser difícil para o nosso Benfica sobreviver na Europa com estes colossos endinheirados.

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