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13 outubro 2020

Matine no Quarto Anel

13 outubro 2020 3 Comentários

AOS 73 ANOS FALECEU MATINE, FUTEBOLISTA DO «GLORIOSO» ENTRE FINAL DOS ANOS 60 E A DÉCADA DE 70.



Nunca me tinha acontecido. Estar no funeral de um Glorioso Futebolista (Ângelo) e darem-me a notícia (pelo repórter da BTV, Nuno Saraiva) que acabara de falecer outro! Chegado agora a casa há que ir pesquisar


Natural de Lourenço Marques (actual Maputo)

Augusto Matine nasceu, em 13 de Fevereiro de 1947, chegando a Lisboa, em Novembro de 1966, com 19 anos e nove meses, com um contrato em que era cedido provisoriamente para ser observado, ou como se dizia à época...cedido "à experiência", transferido do Clube Central de Lourenço Marques, onde tinha jogado as últimas quatro temporadas. Integra a categoria de Reserva, estreando-se  num jogo em 1 de Dezembro de 1966, nas comemorações do 12.º aniversário da «Saudosa Catedral» em que a Reserva, vence por 6-0, uma «Selecção das Filiais do Clube». Como foi aprovado o Benfica acertou por 200 contos a sua transferência. Na categoria de Honra, estreia-se em 8 de Outubro de 1967, com 20 anos e quase oito meses. Faleceu em 13 de Outubro de 2020.



Foram cinco temporadas (4 + 1)

Devido ao empréstimo envolvido na transferência de Victor Batista do Vitória FC Setúbal para o Benfica. Matine jogou quatro temporadas no Benfica (1967/68 a 1970/71) foi cedido ao Vitória FC Setúbal (1971/72) e regressou ao Benfica (1972/73) acabando cedido, definitivamente, para Setúbal a partir de 1973/74. Pelo «Glorioso» jogou 95 encontros, num total de 6 433 minutos, marcando um golo. Foi campeão nacional em 1970/71 e 1972/73, esteve na conquista da Taça de Portugal em 1969/70 e da Taça de Honra de Lisboa, em 1972/73. Vestiu pela última vez o «Manto Sagrado» em 23 de Junho de 1973.


1967/68

Contratado em Moçambique foi elemento importante na categoria de Reserva apenas estando presente em dois jogos, nas duas mãos dos dezasseis-de-final, para a Taça de Portugal, frente ao CD Montijo, em que o Benfica apresentou a categoria de Reserva, vencendo, respectivamente, por 4-1 (Montijo) e 9-0 («Saudosa Catedral»).

 

1968/69

Centrocampista possante, com grande capacidade técnica a colocar a bola, mesmo a distância longa, solidário e  voluntarioso integrou a delegação do Clube que iniciou a temporada no Brasil e Argentina. Neste país defrontou o CA River Plate (E 3-3) e o Clube Nacional Montevideu (D 1-2) ambos os encontros disputados no recinto do popular clube de Buenos Aires. Foram os únicos encontros de Matine pela categoria de Honra.

 

1969/70

Titular na categoria de Reserva joga os dois encontros para a Taça de Honra de Lisboa com o Benfica a perder o troféu na final frente ao CF Os Belenenses" no desempate por menor número de pontapés de canto a favor! No final da época, com o afastamento de Otto Glória, passando José Augusto a treinador promovendo este algumas alterações no plantel, sendo a mais notória o afastamento de Coluna e a promoção de Matine. Este está presente nos últimos 19 encontros da equipa de Honra, com oito no campeonato nacional, nove na Taça de Portugal, jogando a final que o «Glorioso» conquistou e participa na digressão à Jugoslávia para jogos com o FK Dínamo Zagrebe (D 0-2) e NK Hajduk Split (E 1-1). A terminar a época (10 de Maio de 1970) estreia-se na selecção nacional.



1970/71

Fixa-se no plantel da equipa de Honra participando em 40 dos 58 mas apenas com 17 completos. A sua irregularidade era um pecha que tinha urgência em ser corrigida. No campeonato nacional joga em 15 das 26 jornadas, em seis dos sete jogos para a Taça de Portugal e em três dos quatro jogos disputados pelo Benfica na Taça dos Clubes Vencedores das Taças. No final da temporada o Benfica contrata Victor Batista ao Vitória FC Setúbal, com Matine a ser incluído na transferência, cedido por empréstimo. A título definitivo são cedidos José Torres (que aceitou de bom agrado) e Praia. 

1972/73

Regressa ao Benfica depois de estar integrado na selecção portuguesa que disputou a Minicopa, entre 11 de Junho e 9 de Julho de 1972, com doze futebolistas do «Glorioso» (embora Matine fosse convocado pelo que tinha jogado no Vitória FC Setúbal) em 20 seleccionados. Matine participou em quatro dos oito jogos, com dois a titular, frente às selecções do Chile e da República da Irlanda. Como suplente utlizado frente ao Equador e Argentina. Na equipa do Benfica joga 30 dos 64 jogos, mas apenas onze completos. Com oito jornadas (em 30) e dois jogos na Taça de Portugal sagra-se campeão nacional. Nesta temporada conquista o importante torneio "Taça de Honra de Lisboa" disputado pelos quatro melhores clubes de Lisboa segundo a classificação no campeonato anterior e que chegou a ser disputado por quatro dos seis melhores clubes nacionais: SL Benfica, Sporting CP, CF "Os Belenenses" e Atlético CP.


25 de Junho de 1972. Da esquerda para a direita. De cima para baixo: Félix Mourinho, Adolfo, Humberto Coelho, Messias, MatineArtur e José Henrique; Néné, Artur Jorge, Eusébio (capitão), Peres e Toni 


Depois de três temporadas no Vitória FC Setúbal (1973/74 a 1975/76), segue para o Portimonense SC (1976/77), Lusitano GC Évora (1977/78), CD Aves (1978/79) e GD Torralta (Alvor/Portimão) onde joga em 1979/80, na Vila das Aves e nesta equipa-bandeira do empreendimento hoteleiro algarvio como jogador-treinador. Depois seguiu a sua vida, sempre ligado ao desporto, como treinador ou dirigente, em Portugal ou em Moçambique.


Obrigado, Campeão

 

Alberto Miguéns


NOTA: Magnífica composição, a abrir o texto, do dedicado leitor deste blogue Victor João Carocha.

3 comentários
  1. Uma sucessão trágica de partidas. Agora Matine.
    Jogador possante e raçudo que deu contributo valoroso em épocas deslumbrantes para o futebol Benfiquista.
    Descansa em Paz, campeão. Obrigado, Matine.

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  2. Paz à sua Alma, no regresso a Casa.

    Viva o Benfica.

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  3. Ainda ouço o radialista brasileiro na Minicopa: "Matine o grandalhão do tamanho de um guarda roupa".
    (cheguei a defrontar o Matine no torneio de futebol do CIF).
    RIP.

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