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11 outubro 2020

Há Bom e Mau Negócio

11 outubro 2020 2 Comentários

NÃO ACREDITO QUE ALGUM ADEPTO DO FUTEBOL ACREDITE EM CONTOS DE FADAS.



Todos têm consciência que o Futebol é um Negócio. Um grande negócio e ainda bem. Tem é de ser um negócio bem feito para que o Clube tenha mais sucesso desportivo.


NOTA INICIAL: Sou apoiante de Rui Gomes da Silva. Sempre que escrever algum texto que tenha relação com as eleições colocarei esta nota. Peço desculpa aos leitores habituais (pode tornar-se repetitivo) mas há sempre quem venha pela primeira vez ao blogue e não quero equívocos. Claro que há sempre o reverso. Parece propaganda a favor de um candidato, mas entre não dizer e parecer opto por dizer mesmo que pareça.

 

Benfica Futebol SAD

Quando comprei as minhas cem acções (a mil escudos/cinco euros cada uma) foi-me dito – e a todos os Benfiquistas – que era a única, ou a melhor possibilidade, do Benfica não ficar para trás em relação aos grandes clubes europeus.

 

Como gosto da «Gloriosa História»

Desde o afastamento de Cosme Damião (8 de Agosto de 1926) que o Benfica faz do Futebol um negócio. Aliás Cosme Damião afastou-se porque percebeu que a maioria dos associados entendiam que o Benfica tinha de fazer negócio para ter melhores plantéis e com isso recuperar a hegemonia perdida durante os Anos 20 por Cosme Damião pensar que o Benfica não podia negociar (transferir e pagar) futebolistas a outros clubes. Depois tudo foi crescendo, em volume e subtileza, chegando-se ao Futebol Moderno.

 

Não vou ser exaustivo

O Benfica negoceia como todos os clubes profissionais negoceiam. Durante anos, o Benfica foi em Portugal o clube que melhor negociava com os clubes com menos capacidade permitindo ao «Glorioso» ter plantéis conquistadores. Só adquirindo futebolistas a outros clubes – e isso custava dinheiro, mas também boas práticas - o «Glorioso» podia colmatar lacunas no plantel. Por isso, em 1993/94, tinha cinquenta por cento de conquistas (30) nos 60 campeonatos realizados (desde 1934/35) e plantéis que eram o orgulho de todos os Benfiquistas quando jogava confrontos internacionais.

 

Que o Benfica continue a negociar. Tem de continuar

Mas que seja o melhor, pelo menos em Portugal, a fazê-lo conseguindo, progressivamente, ser cada vez mais forte. Que negoceie não em torno do dinheiro, das mais-valias e valores aliciantes que são tão apetecíveis, mas na perspetiva das vitórias que mesmo difíceis, são possíveis.

 

Os clubes que melhor negoceiam

São os que entendem que o negócio do Futebol serve para ficarem mais fortes. Os clubes europeus que melhor negoceiam dominam há várias épocas o Futebol nos seus países. Afastaram rivais internos para se concentrarem na Liga dos Campeões. Negociar bem não é sinónimo de negociar muito. Negociar bem é entender que devem transferir para outros clubes determinados futebolistas por um valor adequado que permita adquirir outros futebolistas de modo a reforçarem (e não apenas compor) o plantel.

 

Os clubes que pior negoceiam

São os que estão permanentemente a adquirir futebolistas que depois nem vão utilizar ou transferir elevados valores deixando que muitas das verbas se esvaiam em circuitos financeiros que não interessam. Em vez de se reforçarem os plantéis compõem-se, ou seja, arrisca-se a enfraquecer a qualidade mesmo obtendo verbas elevadas.

 

Todos os clubes negoceiam

Mas há quem negoceie para ficar mais forte – os maiores clubes europeus – e há quem o faça não se preocupando com a capacidade em ter plantéis que sejam suficientemente fortes para poderem garantir maior probabilidade de sucesso.

 

O Benfica devido à sua dimensão popular e palmarés

Pode sonhar em ser mais forte do que tem mostrado ser. Pode ficar com regularidade, nos dois primeiros lugares do seu grupo, na Liga dos Campeões. E para que isso ocorra não tem que deixar de fazer negócios. Pelo contrário. Tem é de saber fazer negócios tendo como primado e objectivo ficar mais forte e não fazê-los para mostrar que ganha “campeonatos de vendas”! Muito "à custa" de ficar mais debilitado. E o Benfica há uma década negociava melhor do que nos últimos tempos! Incompreensível. Necessitamos de ser cada vez mais criteriosos, não é menos...

 


Tal como Roma e Pavia não se fizeram num dia. O Benfica com capacidade para ombrear com os mais fortes também não! Mas tem de pensar nisso… 

 

Alberto Miguéns

2 comentários
  1. É claro que o futebol é um negócio, um grande negócio, mas tem de ser gerido por pessoas conhecedoras do Negócio e sérias.
    Saudações Gloriosas.

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  2. Negócio? Sim é inevitável neste mundo cão do deus Mercado e infelizmente vergados ao poderio financeiro dos Chelskys desta vida, por muito nojo que me dêem. Mas sendo uma inevitabilidade, que seja frontalmente assumido, por quem dirige o clube. Que haja coerência entre o que se diz e o que se faz.

    Claramente não tem sido assim que o actual presidente tem actuado pois nos seus assomos de populismo apregoa aos sete ventos que já não precisamos deixar sair os nossos talentos e curto tempo depois alega que o clube não pode "cortar as pernas" e não tem possibilidade de dar os mesmos salários.

    Sabem como é que o Benfica poderia ser realmente poderoso na Europa? Com uma superliga europeia com regras globais definidas e restritas no que toca a salários, contratações, plantéis e orçamentos, do mesmo tipo que a NBA regulamenta. Acabavam-se as negociatas de empresários, sheiks e afins a desvirtuar a modalidade e a gestão das carreiras dos jogadores passariam a focar-se nos êxitos desportivos. Mas às UEFAs corruptas não lhes interessa este tipo de transparência.

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