Com textos escritos por António Simões dificilmente se
encontra algum que esteja correcto a não ser que não tenha datas e situações. Que
sejam ficção. Este que foi enviado é misto. Quanto à ficção nada se pode dizer.
António Simões é perito em fazer floreados como se tivesse a idade de Matusalém
ou tenha adquirido, em «TransportarMadeira/Hollywood», uma cápsula para viajar no tempo.
Inventa que se farta. E copia à grande e à António Simões. Eis a digitalização
enviada pelo leitor deste blogue, de parte da página 39, publicada em 16 de
Janeiro de 2020.
(clicar em cima da imagem para obter melhor visualização)
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Alberto
Augusto
É uma das maiores glórias do Benfica. Jogou nove temporadas
no Benfica» repartidas por dois períodos (8 + 1) - 1917/18 a 1924/25; e 1928/29 - com 10 703 minutos, em 119
jogos, com 32 golos marcados. Fez parte das equipas que conquistaram dois
títulos de campeão regional – 1917/18 e 1919/20 - e três troféus oficiais: 1919/20
e 1921/22 (Taça de Honra da AFL) e 1921/22 (Taça da AFL). Fica o registo mas
não é dele que hoje, aqui no blogue, se escreve.
Antes
algumas curiosidades que fazem do texto de António Simões uma aldrabice pegada
Mas como não é em relação ao Benfica siga, embora se registe:
1. O primeiro futebolista a jogar no Brasil de certeza que não
foi Alberto Augusto. José Belo que foi do CIF/Internacional para o Sporting CP
na mesma leva em que o Sporting CP se abasteceu no «Glorioso», no Verão de
1907, jogou no Fluminense FC, em 1912! E sabe-se lá se antes não esteve outro!
2. Alberto Augusto não pode ter ido, para o Brasil, integrado
no Vitória FC Setúbal, antes de 1925, simplesmente porque a primeira vez que o
Vitória FC foi ao Brasil estávamos no Verão de… 1929!
Luís Vieira
Pois é! Se antes de Alberto Augusto chegar ao Brasil já lá
tinha estado José Belo, depois deste e antes de Alberto Augusto, jogou no
Brasil uma das maiores glórias do Benfica: Luís Vieira. Quase vinte anos mais
velho que Alberto Augusto, Luís Vieira foi para o Brasil, no Verão de 1913,
integrando uma selecção da AFL e por lá ficou quatro temporadas: 1913 a 1916. Com contrato, ou seja, pago para jogar. Regressou a Portugal, para voltar a jogar no Benfica. Futebolista formado no
Clube - em 1905 já aparecia pelas Terras do Desembargador, às Salésias - estreou-se na 1.ª categoria, em 17 de Novembro de 1907, fazendo o último
jogo, em 16 de Fevereiro de 1919. Foi um dos futebolistas que jogando na 2.ª categoria em 1906/07 foi inscrito em 1907/08 no campeonato para a 1.ª categoria, devido à deserção dos melhores futebolistas do «Glorioso» para o Sporting CP, no Verão de 1907. No total foram (apenas na primeira categoria)
nove épocas (6 + 3) com 10 435 minutos, em 117 jogos com 72 golos.
Integrou equipas que conquistaram cinco campeonatos regionais: 1909/10,
1911/12, 1912/13, 1916/17 e 1917/18. Os valores de Luís Vieira (e Alberto
Augusto) são elevadíssimos tendo em conta a escassez de jogos e competições
comparando com a actualidade, por isso é que não é justo embrulhar tudo no
mesmo. Se estabelecermos a percentagem de utilização face ao total de tempo
jogado pelo Benfica, estes dois futebolistas estão entre os 150 mais utilizados
pelo Benfica e já são 1 185 com a estreia de Weigl. Alberto Augusto e Luís
Vieira ainda jogaram juntos em dois jogos para o campeonato de Lisboa (27 de
Janeiro de 1918 e 16 de Fevereiro de 1919) em duas vitórias, respectivamente, 2-1
(Sporting CP no nosso campo de Benfica) e 5-1 (Internacional/CIF, no seu campo
das Laranjeiras). Este o jogo da lesão e que seria o último de Luís Vieira.
A 2.ª categoria do Sport Lisboa em 1905/06 (que seria inscrita, quase na totalidade, duas temporadas depois, em 1907/08, como 1.ª categoria). De cima para baixo. Da esquerda para a direita: (médios) Luís Vieira, Cosme Damião e Marcolino Bragança; (avançados) Félix Bermudes (capitão), Eduardo Corga, Henrique Teixeira, António Meireles e Carlos França; (defesas) José Rosa Rodrigues (à época presidente do Clube), João Persónio e José Netto Fotografia digitalizada da página 73 do Volume I da História do Sport Lisboa e Benfica 1904 - 1954 de Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; 1954; Edição dos autores |
Luís Vieira
deixou de jogar após uma lesão grave no seu último jogo com o «Manto Sagrado»
Com a fundação do CF “Os Belenenses” (23 de Setembro de 1919)
sendo ele de Belém – e vivendo em Belém – foi um dos fundadores desse clube e o
seu terceiro presidente (segundo da Direcção), entre 1922 e 1924 (clicar). Segundo os
serviços desse clube, nasceu em 1880 e faleceu em 1970. Um dos grandes nomes em toda a história do futebol português embora pareça não existir para António Simões.
Luís Vieira a jogar como avançado-centro, com o capitão Cosme Damião a observá-lo, em 10 de Março de 1912, frente ao Sporting CP, marcando um golo, em Palhavã - campo alugado pelo SLB ao SC Império - numa vitória por 4-0 Fotografia digitalizada da página 196 do Volume I da História do Sport Lisboa e Benfica 1904 - 1954 de Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; 1954; Edição dos autores |
Há sempre a
expectativa de perceber como alguém pode ser tão trapalhão
Nem sempre se descobre, mas desta vez até pelos textos serem
semelhantes é possível perceber onde foi o perito António Simões copiar
(clicar) do blogue «Glórias do Passado». Que se saiba, o primeiro futebolista português a jogar no estrangeiro foi Francisco Santos, na SS Lazio (Roma), em 1906 e 1907, quando enquanto escultor esteve a aprimorar a arte.
Este
António Simões não tem emenda. Nem ninguém que lhe puxe as orelhas…
Alberto
Miguéns
NOTA: António Simões já se queixou que "ando a persegui-lo"! Longe de mim tal atitude pidesca. Em nem leio "A Bola" - também para evitar estar sempre a "persegui-lo" a não ser que me enviem alguma notícia e sabendo que há omissões ou "marosca" não posso ignorar. Ele devia preocupar-se era em andar a enganar leitores que compram o jornal! Parece que desta vez foi um leitor a "persegui-lo" que ele é muito famoso para ter quem o persiga! Até à próxima.... que não deve tardar muito!
Enfim, uma simples pesquisa na internet e depois uma verificação simples de documentos oficiais poderia poupar o referido escriba a mais uma vergonha. Há até jornais Brasileiros que falaram recentemente de José Belo. Má pesquisa, falta de rigor e falta de verificação. Custa a ver como é que um jornal outrora tão reputado continua a ter esta degradação.
ResponderEliminarEu digo mais... Uma vergonha! Devia enfiar a viola no saco e dedicar-se à pastorícia. Sem desprimor pró meu amigo Felício de Caridade, pastor de primeira, que de ovelhas e bezerros sabe deles a história toda e dava um baile de letra a este aprendiz de escriba. Este Simões é mais um como tantos outros que por aí andam a pensar que conseguem passar entre os pingos da chuva...
ResponderEliminarO António Simões é figura que ainda merece o meu respeito apesar de nos últimos não dar uma para a caixa.
ResponderEliminarMas é a tal questão, quem anda à chuva molha-se, e quem se expõe ao escrutínio merece sempre ser escrutinado. Infelizmente para ele, não acerta uma.
Bom trabalho mais uma vez do autor do blog.