Comparando os 16 clubes - a sua distribuição pelos países - mostram que as surpresas, mesmo no Futebol, tendem a diminuir. A menos que este 2019/20 seja uma excepção no que se irá passar nas próximas temporadas.
Ajuste directo na fase a eliminar da Liga dos Campeões
Os melhores são os que têm mais: Espanha e Inglaterra com quatro clubes; Alemanha e Itália com três clubes; e França com dois clubes. Estão aqui os 16 emblemas que vão definir o Campeão Europeu 2019/20 e talvez muito mais...
A UEFA é cada vez pressionada pelos grandes clubes europeus
Que querem evitar eliminações precoces que coloquem em causa as contas com gastos excessivos, em português moderno "fair-play financeiro". Esta pode ser a base para uma futura competição a pontuar: 16 clubes (não quer dizer que sejam estes, mas por país poderá ser esta a distribuição ) garantem oito jogos por semana - terça, quarta e quinta-feira - num total de 30 jornadas (semanas). Permitirá numa primeira fase conciliar competições nacionais e europeias. Depois - o sucesso desta experiência deve estar garantido - avançam para uma competição a pontuar com o dobro dos clubes, ou seja 32 e libertam-se das competições (pelo menos dos campeonatos nacionais) - Espanha e Inglaterra com oito cada, Alemanha e Itália com seis cada e França com quatro. Haverá futebol todos os dias, sete dias por semana 40 semanas por ano! Não me parece haver outra saída para ter os melhores futebolistas do Mundo e garantir sustentabilidade financeira. A UEFA/FIFA aceitam ou sujeitam-se que os clubes não permitam ter nas selecções nacionais os seus futebolistas organizando uma competição à margem da UEFA e consequentemente da FIFA. Claro que isto não passa de eu estar para aqui a fazer palpites e construir cenários futuristas. Mas...
Se tal acontecer o Benfica não pode ficar parado
Apenas a pretender negociar futebolistas para abastecer esse campeonato. É evidente que tal cenário é atractivo para empresários e para os amigos destes pois pode sempre haver uma distribuição de "ma$$aroca" embora um campeonato "fechado" permita não pagar transferências (os futebolistas fora do circuito vão querer entrar nestes clubes) e sem gastos em transferências, os vencimentos de todos - futebolistas, treinadores e dirigentes - upa, upa...
O Benfica tem de liderar a criação de uma liga alternativa (uma espécie de II Divisão)
Que mais tarde force as promoções e despromoções entre as duas. Se houver a tal primeira fase a 16, o Benfica deve juntar mais 15 clubes. se passar a 32 deve juntar mais 31. Não pode é ficar parado. Esta fase de internacionalização corresponde ao que se passou nos aos 40, em Portugal, com o fim dos campeonatos regionais que se dizia ser impossível de ocorrer. Mas foi e hoje até nem contam - já ninguém se lembra do que se passou - como competições oficiais! O Benfica tem de estar atento. Em relação aos anos 40 portugueses, não pode quer ser o que outros pensaram ser. Sobreviver com as transferências para os "clubes nacionais" mantendo-se grandes nas competições regionais que imaginavam continuar a ter grande importância por serem "históricas". Então não foram. Só escrevendo acerca do que se passou no campeonato distrital de Lisboa. Uns clubes para sobreviver juntaram-se: Carcavelinhos FC e União FL para dar origem ao Atlético CP, em 1942; e GD "Os Fósforos", Chelas FC e Marvilense FC, em 1946, dando origem ao Clube Oriental de Lisboa. Outros regrediram: Casa Pia AC, Luso FC Barreiro, FC Barreirense, GD CUF Barreiro e SG Sacavenense, por exemplo. Outras acabaram ou quase: Unidos FC Lisboa, Arroios DC, Palmense SF ou Vitória CL, por exemplo.
Mesmo que "desapareçam" 32 grandes clubes (alguns apenas "novos ricos")
Ainda ficam muitos clubes com prestígio e popularidade, além de mais clubes desses cinco países, que podem não entrar no tal grupo dos "Super 32" para se organizar uma competição concorrente e, esta sim, verdadeiramente continental (Europa) com um ou dois clubes de 15/20 dos principais campeonatos de países europeus. Mas tem de ser o Benfica a liderar com o AFC Ajax, FK Crvzena Zvezda, FC Steaua (todos campeões europeus), RSC Anderlecht, FK Dínamo Kiev, Galatasaray SK e Olympiakós CFP, por exemplo.
Cuidado, Benfica!
Alberto
Miguéns
excelente artigo, mais uma vez, e a colocar o acento nos assuntos verdadeiramente importantes; não por acaso um blog de referência.
ResponderEliminaras movimentações são bem profundas e intrincadas. aqui um excelente resumo no el pais - https://elpais.com/deportes/2019/12/12/actualidad/1576171339_351392.html.
há duas questões que gostaria de colocar:
. a compra de raúl de tomás (no Sport Lisboa e Benfica não há lugar para rdt) por 20 milhões de euros não terá sido um beija mão a florentino perez para ao menos ter um pequeno lugar à mesa?
. a compra das acções da s.a.d. por parte do Sport Lisboa e Benfica não será uma tentativa de preparar caminho para esta revolução que se avizinha?
gostaria de acreditar que ambas as respostas fossem sim, mas tenho dúvidas.
Caro Benfiquista
EliminarFaço minhas a sua última frase:«gostaria de acreditar que ambas as respostas fossem sim, mas tenho dúvidas»
Gloriosíssimas Saudações
Alberto Miguéns
Muito bem Alberto Miguéns concordo plenamente.
ResponderEliminarNinguém em Portugal pensa e discute estes assuntos preferem atacar o nosso Glorioso.
Vai ser inevitável a Liga Europeia de clubes ninguém se iluda e nós temos de estar preparados para isso.
Lembro-me nos principios dos anos 80 começar a falar-se da Taça de Campeões como um mini-campeonato onde podiam entrar os 2 primeiros de alguns paises. Na altura diziam que era ridículo a Taça dos Campeões com equipas que não ganharam o campeonato do seu País. Pois é 10 anos depois já havia a Champions com os segundos e terceiros classificados.
É inevitável o que vai acontecer e como diz muito bem não podemos ficar parados
Bom artigo!!
ResponderEliminarestou em crer que o leilão já começou - www.abola.pt/nnh/2019-12-13/real-madrid-florentino-perez-o-fc-porto-e-querido-no-seu-pais-e-admirado-a-nive/819440.
ResponderEliminarna bola e nos tempos que correm nada é por acaso.
Caro Aberto Miguéns
ResponderEliminarNesta próxima década não vai ser criada, ainda, a super liga europeia fechada à imagem da NBA, como é vontade de Florentino Perez. E não vai ser porque esse novo formato de competição iria tirar o vigor à Perier Premier League, e à La liga, assim como às outras ligas dos 3 países restantes das 5 maiores ligas.
De facto existe um conflito de interesses para ver quem ganha a preponderância no futebol europeu as ligas ou a "champions league".
A champions league e o Campeonato do Mundo de Selecções são os maiores eventos de futebol à escala global. A premier league é uma competição que tenta rivalizar com a dimensão da champions, e a La Liga aspira a um dia ultrapassar a competição inglesa.
Ao aumentar o peso e espectacularidade da champions, estamos a tirar peso às ligas nacionais.
Pessoalmente eu gosto é de ver bom futebol e não tenho paciência par ver maus jogos.
Todos nós gostaríamos de ter ainda mais jogos entre as grandes equipas durante uma temporada. Tirando alguns jogos mais competitivos nas fases de grupos ditados por capricho do sorteio. A verdadeira liga dos campeões em qualidade de jogo e equilíbrio competitivo começa nos oitavos e quartos de final.
O que está a ser construído são três competições, representando três divisões, com um misto de clubes residentes, os melhores classificados do ranking da Uefa e que cumpram o fair play financeiro, com clubes que acedem via ligas domésticas, via ranking europeu de países da uefa e clubes que sobem da divisão inferior por terem sido os melhores classificados na época anterior.
A uma escala macro os clubes portugueses e holandeses serão os grandes beneficiados com este novo formato de competição, e particularmente o Benfica e o Ajax.
O Benfica tal como o Ajax, pelo curriculum europeu, palas infra-estruturas e organização e modelo de gestão moderno precisam dessa novo modelo de competição para darem o salto em termos de receitas como contraponto às limitações de receitas das respectivas ligas.
Na realidade poderia acrescentar o FC Porto como outro grande beneficiado, mas perante a sua debilidade económica e financeira, a caminhar para um beco sem saída, não parece ter estofo para tal.
O que o Benfica tem a fazer e que está a fazer é "trabalhar" em várias variáveis:
- desportivamente consolidar a liderança nacional sendo campeão todos os anos e aceder directamente à liga dos campeôes
- Ter os melhores desempenhos nas competições da uefa para conquistar pontos e subir no ranking de clubes, a melhor competição para tal é a na realidade a Liga Europa.
- Formar e contratar e reter os melhores jogadores aumentando as suas cláusulas de rescisão.
- Não é contraditório com o ponto anterior, mas quando não for possível reter talento vender pelo melhor preço possível, enquadrado com as respectivas clásulas de rescisão.
- Ir amortizando o passivo, nomeadamente o financeiro, gerando liquidez e construindo autonomia financeira. O que tem vindo a ser feito e se acentuará até 2023.
- Aumento dos capitais próprios da SAD através da incorporação de lucros sucessivos acumulados durante os anos, de modo a gerar liquidez financeira e riqueza económica. Dai fazer todo o sentido a OPA do Clube sobre a SAD.
O objectivo final é em 2023 estarem reunidas todas as condições para o Benfica com o incremento de receitas da reformulada Champions poder competir mais de perto, desportiva e financeiramente, com os clubes mais poderosos.
Saudações benfiquistas
David Gomes da Costa - Sócio 8999