SEMANADA: ÚLTIMOS 7 ARTIGOS

09 fevereiro 2019

O Pequeno Genial

09 fevereiro 2019 3 Comentários
O CAMPEONATO TEVE INÍCIO SEM CHALANA. MAS HOUVE TRÊS DAS SETE CADERNETAS DE CROMOS PUBLICADAS EM 1976/77 QUE APOSTAVAM NELE!


O Benfica foi derrotado na primeira jornada, 4 de Setembro de 1976, por 0-3. no estádio do Sporting CP. Estava dado o mote.



Na 5.ª jornada o Benfica estava em... 13.º lugar, a seis pontos do Sporting CP 
Chalana estreou-se a titular, na 2.ª jornada, em 11 de Setembro de 1976, no empate a dois golos, frente ao SC Braga, na «Saudosa Catedral». Jogou os 90 minutos mais os "descontos". Tinha 17 anos, sete meses e um dia. Mas o Benfica continuou a fazer maus resultados: E 1-1 (GD Estoril Praia, na Amoreira); V 1-0 (Clube Académico de Coimbra, na «Saudosa Luz», em 25 de Setembro de 1976, com golo de Chalana aos 53 minutos. Tinha 17 anos, sete meses e 15 dias); e D 1-2, em Setúbal, frente ao Vitória FC, na 5.ª jornada. Cinco jogos... quatro pontos em dez possíveis!  



Conquistou o TRIcampeonato - para ele o segundo seguido - com nove pontos de avanço, em 30 jornadas 
Depois da derrota na 5.ª jornada foi sempre a seguir. Nos 25 jogos que restavam o Benfica manteve-se invicto: 22 vitórias com três empates,  na 12.ª jornada (a dois golos, SC Beira-Mar, em Aveiro com Eusébio de amarelo-e-preto desesperado a tentar marcar um golo a José Henrique), 22.ª jornada (a um golo com o CF "Os Belenenses" (verdadeiro) na «Saudosa Catedral») e na 24.ª jornada (a um golo, em Guimarães, no Municipal, antes de ser D. Afonso Henriques, frente ao Vitória SC). Chalana nas 30 jornadas só não jogou em duas: a tal primeira e na 6.ª (Benfica, 2 - Boavista FC, 1). Marcou nove golos. Só Néné conseguiu mais, com 23, entre estes doze assistências de Chalana. Néné falhou oito minutos, com 2 962 minutos em 30 jogos. Chalana com 2 473 "falhou" 47 minutos nos 28 jogos em que participou. O Benfica foi campeão na 27.ª jornada, a três do final, frente ao SC Beira-Mar (V 4-0) de... Eusébio! 


Uma imagem irrepetível depois de 1976/77 devido ao estúpido acidente na operação a Vítor Martins que o inutilizou para o Futebol, passando a empregado administrativo no Benfica!

Na Taça de Portugal
Três eliminatórias, um golo (4-0 nos 5-1 ao SC Espinho nos dezasseis-avos-de-final, na «Saudosa Catedral». Depois a copiosa derrota, por 0-3, frente ao Sporting CP, em que saiu pouco depois da meia-hora com 0-1 no marcador.



Na Taça dos Clubes Campeões Europeus
Dois jogos, uma derrota (0-2) e um empate (0-0) frente a um clube modesto campeão na RDA, o FK Dínamo Dresden, em 15 e 29 de Setembro de 1976, logo nos dezasseias-avos-de-final/1.º eliminatória. O Benfica só com portugueses não tinha meio-campo com força para estas equipas atléticas.Não aparecem Colunas todos os anos! Aliás NUNCA! O presidente Borges Coutinho bem avisou na assembleia geral, em 29 de Outubro de 1976, que era para terminar a utilização exclusiva de portugueses. Os associados votaram contra. E teriam de esperar-se mais dois anos para se acertar o Benfica com o Tempo do Futebol. 


A selecção jogou com: Fonseca (Varzim SC), Artur (SLB), Humberto Coelho (PSG), José Mendes (Sporting CP) e Taí (FCP); Celso (FCP), Alves (US Salamanca) e Oliveira(FCP); Néné (SLB), Victor Batista (SLB) e Chalana (SLB). Depois, ao intervalo Laranjeira (SCP) para o lugar de Humberto Coelho e Manuel Fernandes (SCP) para o lugar de Oliveira. Manuel Fernandes marcou o golo, após um ressalto, aos 70 minutos

O pequeno genial de Neves de Sousa
Numa crónica intragável (quem quiser pode ler aqui) no jornal «Diário de Lisboa» ficou a "alcunha" mais famosa de final dos Anos 70. O pequeno genial apelidado por Neves de Sousa na sua estreia pela selecção nacional, logo como titular jogando os 90 minutos, num jogo do apuramento falhado para o Mundial de 1978 cuja fase final decorreu na Argentina. Nesse dia 17 de Novembro de 1976 Chalana contava 17 anos, dez meses e sete dias. E foi o melhor em campo.



A «Glorioso Vida de Chalana» em 1976/77
No final da temporada ainda disputou uma competição oficial que os "especialistas do Futebol em coisa alguma ignoram", instituída pela FPF e conquistada pelo SC Braga frente ao GD Estoril Praia que eliminou o Benfica - na "secretaria" com uma derrota por 0-3 - depois de um empate a dois golos na «Saudosa Catedral». Chalana participou em cinco dos seis jogos marcando quatro dos 13 golos do Benfica. Foi nesta competição que o guarda-redes Bento marcou um golo ao Sporting CP de grande penalidade. Foram 52 jogos com 19 golos no total. O Benfica disputou 28 jogos marcando 16 golos, com passagens pelos torneios de Vigo, Braga e Ibérico de Badajoz. No torneio de Braga (conquistado) Chalana fez os dois jogos marcando um golo ao Vitória SC Guimarães. Com o SC Braga fez uma assistência para Néné facturar o golo que permitiu conquistar o bonito troféu que está exposto no Museu do Benfica. Deitem-no fora pois ao que parece estes jogos e golos não contam.

E eis que entra em cena Romão Martins facilitando o Bi do FCP em 197/78 e 1978/79 para além do título n.º 15 do SCP em 1979/80! 

Alberto Miguéns

3 comentários
  1. Uma série magnífica de textos de Chalana com factos que desconhecia totalmente.

    Chalana faz parte das minhas primeiras memórias enquanto consciente do facto de ser Benfiquista.

    Rogério Pipi é o mais antigo antigo jogador do Benfica que, felizmente, ainda está entre nós. É no entanto natural que a sua antiguidade faça com que não seja tão popular entre a actual massa adepta pois a larga maioria nunca o viu jogar. Assim, Chalana deve, sem surpresa e acredito sem problema algum, ser considerado o mais popular, o mais querido de todos os antigos jogadores do Benfica.

    Não vi Coluna. Não vi Eusébio. Vi Chalana e isso ninguém me tira. Vi-o jogar no princípio dos anos 80. Chalana era a alegria do Estádio da Luz e mesmo da maioria dos Estádios onde jogava. Sentia-se a diferença. Chalana recebia a bola e punha o Estádio em suspenso. A magia do toque e da sua habilidade natural fazia com que deslizasse no campo, contornando os adversários, deixando-os para trás, em busca de linha final ou por vezes da baliza. "Um, dois, já está". Era a alegria de quem o via, a recompensa do bilhete pago, a esperança dos Benfiquistas de que mais tarde ou mais cedo o Benfica teria uma forma de vencer.

    Chalana é uma lenda. Toni não se enganou quando na morte de Eusébio disse a Chalana que ele era agora a figura nº1 do Benfica. É claro que ele não estava preparado.

    Chalana é um puro, um homem do desporto sem compreensão nem envolvimento em qualquer prática subterrânea.

    Chalana está no futebol como esteve Eusébio e por isso é amado pelos Benfiquistas. Por isso também tem o respeito e carinho de quase todos os adeptos dos nosso maiores rivais.

    Chalana está acima de guerrilhas. Percebe-se que ele é apenas do Futebol, para o Futebol, só Futebol.

    Queira Deus que esteja connosco ainda muitos anos e que sinta sempre o carinho de todos os Benfiquistas.

    O Alberto hoje contribuiu carinhosamente para que quem não o tenha visto perceba um pouco melhor o que ele foi e contribuiu para que os que o viram tenham a noção da sorte que tiveram em vê-lo de vermelho a encantar tudo e todos. Bola colada no pé, gingando, simulando, torcendo os rins ao adversário e partindo para a linha, para o golo, dele ou de outro companheiro.

    Chalana é uma lenda do Benfica. Do Futebol Português. Chalana é Benfica. Chalana somos todos nós.

    ResponderEliminar
  2. Acho que foi o primeiro jogo de que tenho memória de ver na televisão: o Portugal-Dinamarca com a estreia de Chalana. Eu tina 9 anos e o jogo deu na RTP, a preto e branco, claro.
    Não deixa de ser estranho, numa altura em que tínhamos tantos e bons jogadores com uma equipa de sonho no Benfica, que Portugal nunca se qualificasse para fases finais de grandes competições, após 66. O Euro 84 foi a primeira vez de que tenho memória e foi inesquecível. O mundial de 86 foi um desastre...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro J. P. Gonçalves

      Só se qualificava para a fase final o primeiro classificado de cada grupo.

      Os Euros começaram por ter apenas 4 selecções (1960, 1964,1968, 1972 e 1976). Depois passaram a 8 (1980, 1984, 1988 e 1992). Em 1996 já foram 16. É muito mais fácil.

      Os Mundiais tinham o dobro dos Europeus mas era a Europa mais a Argentina e o Brasil. Os outros era para dizer que era um Mundial.

      Saudações Gloriosas

      Alberto Miguéns

      Eliminar

Artigos Aleatórios

Apoio de: