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28 dezembro 2017

Vídeotexto Sportinguista Feito à Medida

28 dezembro 2017 7 Comentários
O SPORTING CP FEZ UM FILME QUE É MESMO UM "FILME". UM FATO FEITO À MEDIDA IGNORANDO FACTOS.

A propósito de ter 18 títulos e querer ter 22. Por isso ignora-se o que incomoda, esconde-se o que atrapalha e evita-se mostrar o objectivo final. Eis o "filme" (clicar) logo aproveitado pelo jornal "A Bola" que já vai sendo tempo de tomar posição e honrar o seu passado e os seus criadores que foram exactos e coerentes. Como se mostra nesta digitalização de um excerto da página 7 da sua edição em 2 de Julho de 1945.   


Não se mostra o documento fundamental
O «Relatório e Contas da FPF 1938/39» em que está escrito a equivalência das competições. 



A Direcção da FPF em 1938/39 que assume a decisão, sabia o que valiam e equivaliam as competições, que criaram três delas, não pode ser desautorizada 80 anos depois.


Campeonato de Portugal
Dão a entender que o Campeonato de Portugal é desde a primeira edição uma competição de âmbito nacional envolvendo os campeões regionais de todo o País. Mentira! Em 1921/22 só foi disputado por dois clubes campeões regionais (FC Porto e Sporting CP), em 1922/23 por seis clubes, em 1923/24 e 1924/25 por nove clubes e em 1925/26 por 12 clubes campeões regionais. Só depois começaram a participar outros clubes que não apenas os campeões regionais. Em 1922/23 a competição foi uma caricatura. Foram seis clubes, com a equipa da Associação Académica de Coimbra (campeão regional de Coimbra) a «fazer as despesas» eliminando os campeões regionais de Braga (SC Braga), Algarve (Lusitano FC) e Madeira (CS Marítimo), pois os campeões regionais de Lisboa (Sporting CP) e Porto (FC Porto) só entraram em competição nas meias-finais. Ou seja, neste campeonato "nacional", o SCP realizou dois jogos para se sagrar campeão "nacional", o FC Porto e o CS Marítimo, um jogo cada um e a AAC realizou...quatro encontros.


A I Liga nunca se chamou Experimental (como mostra o documento da FPF)
A primeira edição (1934/35) foi uma experiência como qualquer competição que se inicia. Os quatro Campeonatos da I Liga (1934/35 a 1937/38) tiveram oito clubes - os quatro primeiros classificados no Regional de Lisboa, os dois melhores no Regional do Porto, o campeão de Coimbra e o campeão de Setúbal - tal como os três campeonatos nacionais da I Divisão (1938/39 a 1940/41) que tinham a mesma composição no apuramento. O SCP foi a primeira vez campeão nacional (em 1940/41) exactamente com oito clubes, apurados da mesma forma, como eles jocosamente designam no texto do vídeo por «em contra-relógio foi criada uma nova competição fechada a oito clubes de apenas quatro associações» (clicar para wikiscp). Em 1939/40 houve excepcionalmente dez clubes - alargamento com mais um clube do Regional do Porto e o segundo classificado no Regional de Setúbal - para permitir a participação do FC Porto pois este devia ter competido no Campeonato Nacional da II Divisão ao classificar-se em 3.º lugar no Regional do Porto. Assim temos, um contra-relógio que durou sete temporadas ou treze se considerarmos até 1946/47 (já com os campeões do Algarve e Braga), ou seja, dez clubes. Só em 1947/48 passou a haver um "modelo aberto" com promoções e despromoções e não o apuramento pelos campeonatos regionais.



A Taça de Portugal seguiu o modelo do campeonato de Portugal
Quando se diz que o Campeonato de Portugal era a competição final que apurava os melhores da I e da II Liga o mesmo se pode aplicar à Taça de Portugal. É que até 1958/59 (inclusivé) ou seja, durante 19 edições a Taça de Portugal realizava-se integralmente depois de terminados os campeonatos nacionais da I e II Divisão pois eram as classificações obtidas nesta II Divisão que permitia apurar os melhores clubes - juntando-se aos da I Divisão - que disputariam a Taça de Portugal (ver wikiscp para 1958/59).



O que quer (verdadeiraMENTE) o Sporting CP?
Quer, em 2017/18, ilegalizar os Campeonatos da I Liga e da II Liga disputados há mais de 80 anos. Porquê? Porque nunca o ganharam. E tiveram quatro oportunidades em quatro participações no Campeonato da I Liga! E claro, permitir (ainda que temporariamente), desdobrar-se do número de títulos conquistados pelo "Glorioso". É que 36 =18 + 18.

Nunca se consegue enganar todos caros sportinguistas! Valeu pelo esforço!

Alberto Miguéns


7 comentários
  1. A contabilização dos títulos de campeão da liga e campeão da taca do rei em Espanha não são, por comparação, mais um trunfo para a fundamentação da atribuição apenas de 18 títulos aos lags? E o mesmo em Inglaterra?

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  2. A minha grande pergunta é de onde vem aquela afirmação do minuto 1:47? qual a sua veracidade? Como rebatê-la?
    Outra questão, que me parece o argumento de nível lógico mais sólido deles, é que durante o que eles designam por liga experimental, esta só incluía 4 regiões enquanto que o campeonato nacional englobava clubes que vinham de todas as regiões e portanto era mais nacional. Isto é certo? Como se rebate isto?
    A verdade é que assim que vi o vídeo ver se aqui estava uma resposta é não falhaste! Mas queria ver se era possível ir mais fundo e esclarecer melhor, enfim rebater sem forma de haver possível resposta.
    Miguel

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  3. Caro Miguel

    1. Esse texto do minuto 1:47 é de um livro publicado em 1989 pelo jornalista Henrique Parreirão, então a trabalhar no Record. É dito que o jornalista Ricardo Ornelas de "Os Sports" pediu esclarecimento e foi-lhe comunicado isso! Mas Ricardo Ornelas sempre escreveu em jornais e nos livros publicados que a Taça de Portugal era a continuação do Campeonato de Portugal e os Campeonatos Nacionais da I e II Divisão a continuação dos campeonatos da I e II Liga. Mesmo em jornais e páginas de livros, editados em final dos anos 40, já digitalizadas e publicadas neste blogue. Por exemplo em 23 de Maio de 2014:

    http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2014/05/para-la-da-tricadinha-o-proximo-desafio.html


    2. Quando foi escolhido, em 1934, o modelo de um campeonato a pontuar foi decidido a I Liga comportar oito clubes (14 jornadas) para as épocas poderem conter três competições - Regionais, I e II Liga (depois I e II Divisão) e Campeonato de Portugal (depois taça de Portugal) - consultaram-se os resultados obtidos pelos clubes repartidos por associações nos 13 Campeonatos de Portugal já realizados e repartiram-se os oito clubes pelas 4 associações que obtinham melhores resultados - Lisboa, Porto, Setúbal e Coimbra. Lisboa teve quatro clubes vencedores com oito troféus em 13, o FC Porto conquistou três troféus e os clubes da AF Porto conseguiam bons resultados - a partir de 1926/27 passaram a competir mais clubes além dos campeões regionais no Campeonato de Portugal - daí repartir por 4 clubes de Lisboa e dois do Porto. Restavam dois lugares escolhendo-se os campeões de Setúbal e Coimbra por serem os distritos que apresentavam melhores resultados entre 1921/22 e 1933/34, mas principalmente após 1926/27 quando a competição foi alargada a clubes não campeões regionais. As oito vagas não foram determinadas ao acaso. tal como quando se passou de oito para dez clubes foram escolhidas as Associações do Algarve e disputado um jogo entre o campeão regional de Braga e Aveiro que Braga ganhou sempre, até 1946/57 quando terminou o apuramento pelos campeonatos regionais.

    Este é um tema complexo por já estar muito distante mas lendo a Imprensa da época e os documentos da FPF é possível verificar que foi tudo bem estudado e fundamentado. Aliás os nomes (personalidades) da Comissão que definiu as competições a pontuar - I e II Liga - são inequívocos: Plácido Duro, Virgílio da Fonseca, António Ribeiro dos Reis e Cândido de Oliveira. Com personalidades deste calibre não há que duvidar da competência da referida Comissão de 1934.

    Saudações Gloriosíssimas

    Alberto Miguéns

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  4. Num tempo das palermices (para ser meigo) das pós-verdades e dos revisionismos históricos à vontade do freguês (lei-se, acéfalos), é um bálsamo ter este oásis onde podemos vir ler os factos e conhecer a História.
    É absolutamente inacreditável que a FPF, a Liga e a imprensa não ponham um ponto final nesta história ridícula que se arrasta há anos! Fico estupefacto perante o alastrar de tanta estupidez!
    São, por isso, cada vez mais importante estes artigos do Alberto, pois sem eles, andaríamos na escuridão e à mercê desta gentalha!

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  5. Toda esta discussão é um absurdo. As evidências documentais aqui apresentadas são tão claras e conclusivas que só mesmo no tempo actual de "fake news", "alternative facts" e pouca vergonha despudorada se pode chegar a este ponto. Hoje tudo parece lícito, tudo parece permitido, desde enxovalhar nomes e inventar factos do Futebol Português, até desrespeitar os mais elementares princípios da decência e da honestidade intelectual que qualquer ser humano minimamente respeitador deveria ter. Apetece perguntar até onde o sistema judicial mostrará ainda ser resistente à espuma dos dias. Quando teremos finalmente esta gente a pagar pelo que faz e pelo que diz?

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  6. Muito bem!!!A verdade vem sempre à tona!!!!

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