O SPORTING CP FEZ UM FILME QUE É MESMO UM
"FILME". UM FATO FEITO À MEDIDA IGNORANDO FACTOS.
A propósito de ter 18 títulos e querer ter 22. Por isso ignora-se
o que incomoda, esconde-se o que atrapalha e evita-se mostrar o objectivo
final. Eis o "filme" (clicar) logo aproveitado pelo jornal "A Bola" que já vai sendo tempo de tomar posição e honrar o seu passado e os seus criadores que foram exactos e coerentes. Como se mostra nesta digitalização de um excerto da página 7 da sua edição em 2 de Julho de 1945.
Não se mostra o documento
fundamental
O «Relatório e Contas da FPF 1938/39» em que está escrito a
equivalência das competições.
A Direcção da FPF em 1938/39 que assume a decisão,
sabia o que valiam e equivaliam as competições, que criaram três delas, não
pode ser desautorizada 80 anos depois.
Campeonato
de Portugal
Dão a entender que o Campeonato de Portugal é desde a primeira
edição uma competição de âmbito nacional envolvendo os campeões regionais de
todo o País. Mentira! Em
1921/22 só foi disputado por dois clubes campeões regionais (FC Porto e Sporting CP), em 1922/23 por
seis clubes, em 1923/24 e 1924/25 por nove clubes e em 1925/26 por 12 clubes
campeões regionais. Só depois começaram a participar outros clubes que não
apenas os campeões regionais. Em
1922/23 a competição foi uma caricatura. Foram seis clubes, com a
equipa da Associação Académica de Coimbra (campeão regional de Coimbra) a «fazer
as despesas» eliminando os campeões regionais de Braga (SC Braga), Algarve
(Lusitano FC) e Madeira (CS Marítimo), pois os campeões regionais de Lisboa
(Sporting CP) e Porto (FC Porto) só entraram em competição nas meias-finais. Ou
seja, neste campeonato "nacional", o SCP realizou dois jogos para se
sagrar campeão "nacional", o FC Porto e o CS Marítimo, um jogo cada
um e a AAC realizou...quatro encontros.
A I Liga
nunca se chamou Experimental (como mostra o documento da FPF)
A primeira edição (1934/35) foi uma experiência como qualquer
competição que se inicia. Os quatro Campeonatos da I Liga (1934/35 a 1937/38)
tiveram oito clubes - os quatro primeiros classificados no Regional de Lisboa,
os dois melhores no Regional do Porto, o campeão de Coimbra e o campeão de
Setúbal - tal como os três campeonatos nacionais da I Divisão (1938/39 a
1940/41) que tinham a mesma composição no apuramento. O SCP foi a primeira vez campeão
nacional (em 1940/41) exactamente com oito clubes, apurados da mesma forma,
como eles jocosamente designam no texto do vídeo por «em contra-relógio foi criada uma nova
competição fechada a oito clubes de apenas quatro associações» (clicar para wikiscp). Em 1939/40 houve excepcionalmente dez clubes - alargamento com
mais um clube do Regional do Porto e o segundo classificado no Regional de
Setúbal - para permitir a participação do FC Porto pois este devia ter
competido no Campeonato Nacional da II Divisão ao classificar-se em 3.º lugar
no Regional do Porto. Assim temos, um contra-relógio que durou sete temporadas
ou treze se considerarmos até 1946/47 (já com os campeões do Algarve e Braga),
ou seja, dez clubes. Só em 1947/48 passou a haver um "modelo aberto"
com promoções e despromoções e não o apuramento pelos campeonatos regionais.
A Taça de
Portugal seguiu o modelo do campeonato de Portugal
Quando se diz que o Campeonato de Portugal era a competição final
que apurava os melhores da I e da II Liga o mesmo se pode aplicar à Taça de
Portugal. É que até 1958/59 (inclusivé) ou seja, durante 19 edições a Taça de
Portugal realizava-se integralmente depois de terminados os campeonatos
nacionais da I e II Divisão pois eram as classificações obtidas nesta II
Divisão que permitia apurar os melhores clubes - juntando-se aos da I Divisão -
que disputariam a Taça de Portugal (ver wikiscp para 1958/59).
O que quer
(verdadeiraMENTE) o Sporting CP?
Quer, em 2017/18, ilegalizar os Campeonatos da I Liga e da II Liga
disputados há mais de 80 anos. Porquê? Porque nunca o ganharam. E tiveram quatro
oportunidades em quatro participações no Campeonato da I Liga! E claro, permitir (ainda que
temporariamente), desdobrar-se do número de títulos conquistados pelo
"Glorioso". É que 36 =18 + 18.
Nunca se consegue enganar todos caros sportinguistas! Valeu
pelo esforço!
Alberto Miguéns
A contabilização dos títulos de campeão da liga e campeão da taca do rei em Espanha não são, por comparação, mais um trunfo para a fundamentação da atribuição apenas de 18 títulos aos lags? E o mesmo em Inglaterra?
ResponderEliminarFala quem sabe!!!
ResponderEliminarA minha grande pergunta é de onde vem aquela afirmação do minuto 1:47? qual a sua veracidade? Como rebatê-la?
ResponderEliminarOutra questão, que me parece o argumento de nível lógico mais sólido deles, é que durante o que eles designam por liga experimental, esta só incluía 4 regiões enquanto que o campeonato nacional englobava clubes que vinham de todas as regiões e portanto era mais nacional. Isto é certo? Como se rebate isto?
A verdade é que assim que vi o vídeo ver se aqui estava uma resposta é não falhaste! Mas queria ver se era possível ir mais fundo e esclarecer melhor, enfim rebater sem forma de haver possível resposta.
Miguel
Caro Miguel
ResponderEliminar1. Esse texto do minuto 1:47 é de um livro publicado em 1989 pelo jornalista Henrique Parreirão, então a trabalhar no Record. É dito que o jornalista Ricardo Ornelas de "Os Sports" pediu esclarecimento e foi-lhe comunicado isso! Mas Ricardo Ornelas sempre escreveu em jornais e nos livros publicados que a Taça de Portugal era a continuação do Campeonato de Portugal e os Campeonatos Nacionais da I e II Divisão a continuação dos campeonatos da I e II Liga. Mesmo em jornais e páginas de livros, editados em final dos anos 40, já digitalizadas e publicadas neste blogue. Por exemplo em 23 de Maio de 2014:
http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2014/05/para-la-da-tricadinha-o-proximo-desafio.html
2. Quando foi escolhido, em 1934, o modelo de um campeonato a pontuar foi decidido a I Liga comportar oito clubes (14 jornadas) para as épocas poderem conter três competições - Regionais, I e II Liga (depois I e II Divisão) e Campeonato de Portugal (depois taça de Portugal) - consultaram-se os resultados obtidos pelos clubes repartidos por associações nos 13 Campeonatos de Portugal já realizados e repartiram-se os oito clubes pelas 4 associações que obtinham melhores resultados - Lisboa, Porto, Setúbal e Coimbra. Lisboa teve quatro clubes vencedores com oito troféus em 13, o FC Porto conquistou três troféus e os clubes da AF Porto conseguiam bons resultados - a partir de 1926/27 passaram a competir mais clubes além dos campeões regionais no Campeonato de Portugal - daí repartir por 4 clubes de Lisboa e dois do Porto. Restavam dois lugares escolhendo-se os campeões de Setúbal e Coimbra por serem os distritos que apresentavam melhores resultados entre 1921/22 e 1933/34, mas principalmente após 1926/27 quando a competição foi alargada a clubes não campeões regionais. As oito vagas não foram determinadas ao acaso. tal como quando se passou de oito para dez clubes foram escolhidas as Associações do Algarve e disputado um jogo entre o campeão regional de Braga e Aveiro que Braga ganhou sempre, até 1946/57 quando terminou o apuramento pelos campeonatos regionais.
Este é um tema complexo por já estar muito distante mas lendo a Imprensa da época e os documentos da FPF é possível verificar que foi tudo bem estudado e fundamentado. Aliás os nomes (personalidades) da Comissão que definiu as competições a pontuar - I e II Liga - são inequívocos: Plácido Duro, Virgílio da Fonseca, António Ribeiro dos Reis e Cândido de Oliveira. Com personalidades deste calibre não há que duvidar da competência da referida Comissão de 1934.
Saudações Gloriosíssimas
Alberto Miguéns
Num tempo das palermices (para ser meigo) das pós-verdades e dos revisionismos históricos à vontade do freguês (lei-se, acéfalos), é um bálsamo ter este oásis onde podemos vir ler os factos e conhecer a História.
ResponderEliminarÉ absolutamente inacreditável que a FPF, a Liga e a imprensa não ponham um ponto final nesta história ridícula que se arrasta há anos! Fico estupefacto perante o alastrar de tanta estupidez!
São, por isso, cada vez mais importante estes artigos do Alberto, pois sem eles, andaríamos na escuridão e à mercê desta gentalha!
Toda esta discussão é um absurdo. As evidências documentais aqui apresentadas são tão claras e conclusivas que só mesmo no tempo actual de "fake news", "alternative facts" e pouca vergonha despudorada se pode chegar a este ponto. Hoje tudo parece lícito, tudo parece permitido, desde enxovalhar nomes e inventar factos do Futebol Português, até desrespeitar os mais elementares princípios da decência e da honestidade intelectual que qualquer ser humano minimamente respeitador deveria ter. Apetece perguntar até onde o sistema judicial mostrará ainda ser resistente à espuma dos dias. Quando teremos finalmente esta gente a pagar pelo que faz e pelo que diz?
ResponderEliminarMuito bem!!!A verdade vem sempre à tona!!!!
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