HÁ PRECISAMENTE 46 ANOS O BENFICA REPRESENTOU
PORTUGAL NA EXPO'70, EM OSAKA/JAPÃO.
Tal como
havia prometido em 4 de Agosto de 2016, aquando do texto acerca da
"vénia" (clicar), eis um
dos capítulos mais brilhantes na Gloriosa História. A digressão ao Extremo
Oriente integrada na Exposição Mundial de 1970, realizada no Japão, na cidade
de Osaka.
O salto tecnológico japonês: Renascer das cinzas
A realização da Expo’70, em Osaka (quem quiser saber mais é clicar) permitiu mostrar ao Mundo a capacidade do Japão em regenerar-se passando de uma sociedade quase feudal antes da Segunda Guerra Mundial, atravessando, em 1945, a humilhação dos EUA ao ser bombardeada, em Hiroshima (6 de Agosto) e Nagasaki (9 de Agosto), com bombas nucleares, em duas das datas que envergonham a Civilização Humana, pelos danos que causaram a milhões de seres humanos sem culpa – independentemente de quem tinha ou não razão – para conseguir no dealbar dos anos 70 tornar-se uma sociedade das mais evoluídas tecnologicamente, ganhando o epíteto de saber fazer. Ou como se dizia. “Os japoneses faziam o que os americanos faziam, mas mais pequeno e resistente. E mais barato”! E que melhor para estar presente em Osaka – a Expo das inovações tecnológicas - que o “Glorioso”? O Clube que dominara o futebol europeu nos anos 60 (cinco finais na Taça dos Clubes Campeões Europeus em oito épocas, entre 1961 e 1968) sucedendo ao Real Madrid CF, que dominou o futebol na Europa nos anos 50. Para a presença no evento
foi escolhido o dia de Portugal na exposição: 24 de Agosto. Precisamente há 46
anos.
A realização da Expo’70, em Osaka (quem quiser saber mais é clicar) permitiu mostrar ao Mundo a capacidade do Japão em regenerar-se passando de uma sociedade quase feudal antes da Segunda Guerra Mundial, atravessando, em 1945, a humilhação dos EUA ao ser bombardeada, em Hiroshima (6 de Agosto) e Nagasaki (9 de Agosto), com bombas nucleares, em duas das datas que envergonham a Civilização Humana, pelos danos que causaram a milhões de seres humanos sem culpa – independentemente de quem tinha ou não razão – para conseguir no dealbar dos anos 70 tornar-se uma sociedade das mais evoluídas tecnologicamente, ganhando o epíteto de saber fazer. Ou como se dizia. “Os japoneses faziam o que os americanos faziam, mas mais pequeno e resistente. E mais barato”! E que melhor para estar presente em Osaka – a Expo das inovações tecnológicas - que o “Glorioso”? O Clube que dominara o futebol europeu nos anos 60 (cinco finais na Taça dos Clubes Campeões Europeus em oito épocas, entre 1961 e 1968) sucedendo ao Real Madrid CF, que dominou o futebol na Europa nos anos 50.
A temporada de 1970/71
O presidente Borges Coutinho escolheu um treinador inglês
para o Benfica tentar recuperar, em 1970/71, o título de campeão nacional
perdido na época anterior. Jimmy Hagan sucedia, em termos de nacionalidade
a Ted Smith, que conquistara o campeonato nacional e a Taça Latina, em 1949/50.
Procurava-se com Jimmy Hagan fazer regressar o Benfica ao ambicionado terceiro
título de Campeão Europeu, que teimava em fugir, desde 1962/63. E ele esteve
tão perto! Em 1971/72, só o campeão europeu AFC Ajax (D 0-1 e E 0-0) travou o “Glorioso”
nas meias-finais, sagrando-se Bicampeão Europeu, frente ao FC Inter Milão, com
dois golos de Cruijff.
Barros, António |
Pré-temporada
Com a primeira jornada do campeonato nacional marcada para 13
de Setembro de 1970, o dia da estreia da “vénia”, o Benfica iniciou a temporada,
em 20 de Julho (segunda-feira) com treinos na “Saudosa Catedral”. Apenas uma
aquisição: o defesa-central Barros, vindo do Leixões SC. Estavam programadas
duas digressões: entre 2 e 9 de Agosto, em Angola e Moçambique; e entre 18 de
Agosto e 7 de Setembro no Extremo-Oriente, com passagem pela Expo’70 em 24 de
Agosto.
A digressão
a África
O Benfica
realizou três jogos para o torneio “Taça Ultramar” conquistando-o após vitórias
com o Vitória FC Setúbal (2-1 em Luanda – golos de José Torres e Eusébio - e
2-0 em Lourenço Marques, com golos de Eusébio e José Torres, para não variar)
além de uma vitória, por 9-1, frente a uma selecção de Luanda, nesta cidade,
com golos de Artur Jorge (quatro), Nené (dois), Raul Águas (dois) e Eusébio.
(clicar em cima da imagem para obter uma melhor definição)
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A digressão
ao Extremo Oriente (parte I: Macau)
A
deslocação ao Extremo-Oriente iniciou-se em Macau, território ultramarino sob
administração portuguesa, com dois jogos: 4-0 (Artur Jorge (3) e Eusébio)
frente à selecção de Macau, em 20 de Agosto; e 7-0 (Artur Jorge (3), Eusébio
(2), Nené e Vítor Martins) frente à selecção (denominada misto por questões com a FIFA) de Hong-Kong, então território do
Reino Unido, em 22 de Agosto de 1970. Seguiu-se a ida à Exposição Universal, em
Osaka.
Uma “Expo” que ficou como um marco na evolução da
civilização. Muita da tecnologia que usámos até à era do digital (CD’s e DVD´s)
– fitas de gravação vídeo VHS (desenvolvida pela VCJ – Victor Company of Japan)
por exemplo - foi apresentada pela primeira vez em Osaka. O Benfica trouxe uma
máquina de filmar e outra de visionar (para estudar treinos e jogos: do Benfica
e/ou adversários) que andou anos pelas arrecadações sem nunca ser utilizada.
Mas foi a primeira a chegar a Portugal. Em Setembro de 1970.
Uma “Expo” que mostrou o Japão como vanguarda da modernidade Mundial durante os anos 60 recebeu o Benfica, na vanguarda da Futebol Europeu (e Mundial, a par do Santos FC) entre 1961 e 1968.
A digressão
ao Extremo Oriente (parte II: Japão)
O Benfica
além de ser convidado para a Expo’70, em Osaka, cumpriu três jogos no Japão (um
em Kobe - integrado nos eventos da Expo'70 - e dois em Tóquio) e dois em Seul, na Coreia do Sul. Os encontros no
Japão foram frente à selecção japonesa, fazendo parte do programa das comemorações do
Cinquentenário da JFA (Federação Japonesa de Futebol) fundada em 10 de Setembro
de 1921. Depois de vencer, por 3-0 (Eusébio, Artur Jorge e Nené), em 25 de
Agosto, na cidade de Kobe, o “Glorioso” rumou à capital japonesa para dois
encontros. O primeiro – 29 de Agosto - foi deslumbrante, presenciado por cerca
de 60 mil espectadores (que este blogue divulga na íntegra) recorde de
assistência, no Japão, num jogo de futebol. Eusébio, 4 – Japão, 1. Com um “hat-trick”
(1-0 a 3-0) em nove minutos. Seguiu-se o jogo, em 1 de Setembro, com 6-1
(Eusébio (dois), Nené, José Torres, Jaime Graça e Vítor Martins).
Os quatro
golos de Eusébio frente à selecção do Japão, em Tóquio.
Jogo completo
com golos de Eusébio aos 13', 15', 19' (um hat-trick
em nove minutos) e 71 minutos. Informação da TV japonesa.
A digressão
ao Extremo Oriente (parte III: Coreia do Sul)
Depois do
Japão o “Glorioso” rumou a Seul, onde disputou dois jogos. Em 3 de Setembro
frente ao “Tigre Branco” (selecção B) vencendo por 5-0 (Eusébio (dois), José Torres
(dois) e Nené). O último jogo, em 5 de Setembro de 1970, frente ao “Dragão Azul”
(selecção A) com empate a um golo (Eusébio). E ficava
para trás uma digressão que mostrou o quanto o Benfica, no início dos anos 70,
estava à frente.
A “vénia” feita pelos onze futebolistas aos adeptos do Benfica, estreada, na primeira
jornada do campeonato nacional, pouco antes das 16 horas, em 13 de Setembro de
1970.
Alberto Miguéns
Os principes herdeiros são hoje os imperadores do Japão. Notável. Deferência imperial feita a um digno representante do primeiro povo ocidental a desembarcar no Japão.
ResponderEliminarQue preciosidade esse jogo. Para ver e guardar pois claro!
E a história da vénia. Não fazia ideia.
As coisas que aprendemos com o Alberto!
Muito obrigado.
As histórias Gloriosas que se lêm e vêm aqui.
ResponderEliminarEstes jogos no Japão nunca os tinha visto, nem sequer um cheirinho, mas os jogos de Luanda nos Coqueiros esses sim, eu vi com deleite.
Eu conheço o Alberto á mais de 30 anos, no estádio da Luz. O Benfica não era só desporto e no antigo estádio havia um convívio espectacular, eu passava grande parte das ferias no estádio só para ter o prazer de ouvir as historias e conversas sobre o nosso glorioso e onde se encontrava o Alberto, onde sabia tudo e mais alguma coisa sobre o SLB, deste historia até ás estatísticas. Aprendi muito com ele.
ResponderEliminarCaro António Antunes
EliminarMesmo não sabendo quem é "em concreto" lembro-me dessas conversas onde aprendíamos todos uns com os outros, mesmo que em termos de história eu pudesse ter mais informações. Mas esses convívios espontâneos serviam para aprendermos a Cultura Benfiquista que cada um trazia. Sem dúvida. Foi uma Escola, ouvir contar as vivências Benfiquistas de cada um. e perceber a grandeza do Clube. que estava nos adeptos que aprendiam com as gerações anteriores.
agradeço as simpáticas palavras. Como já tenho escrito e nunca cansarei de o dizer por entender ser verdade, o melhor elogio que um Benfiquista pode ouvir é o de outro Benfiquista. Pois trata-se de um nosso par em valor Benfiquista. e isso tem muito...valor.
Obrigado
TRIgloriosas Saudações
Alberto Miguéns