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15 outubro 2015

O Equívoco de Júlio Serrado

15 outubro 2015 39 Comentários

ESTE BLOGUE TEVE VÁRIAS SOLICITAÇÕES PARA TOMAR POSIÇÃO ACERCA DAS MAIS RECENTES DECLARAÇÕES DO HISTORIADOR SURREALISTA.


Mas é aconselhável esperar pela publicação do anunciado livro “Mitos do Futebol Português” para conhecer, ler, anotar, encontrar documentos (se for esse o caso) e criticar.

Lenga lenga do costume

Até lá temos a conversa terminada do costume, já conhecida no Benfica (enquanto lá esteve) e depois de ter saído em, pelo menos, duas entrevistas a jornais.



Ricardo Serrado defendeu também que “não há qualquer indício de que Cosme Damião tenha sido fundador do Sport Lisboa”, o clube que está na origem do atual bicampeão português de futebol, na sequência da fusão com o Grupo Sport Benfica.


“Não há qualquer referência à presença de Cosme Damião no Sport Lisboa durante 1904, ano em que o clube é criado, em nenhum dos documentos existentes”, assinalou o autor, que também é mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

NOTA: Como neste blogue já por diversas vezes se abordou este assunto vou deixando ligações para alguns dos muitos textos publicados em relação ao historiador surrealista.

O que ele conseguiu no Benfica
Foi tentar alterar a data (28 de Fevereiro de 1904), o modo (reunião à tarde, após um treino matinal) e o local (numa das dependências da Farmácia Franco, em Belém) que por tradição é apontado como o momento da fundação do “Glorioso”. Com isso retira Cosme Damião (e mais 13 associados) dos fundadores do Sport Lisboa sendo o primeiro passo para colocar a fundação em 13 de Setembro de 1908.

O equívoco
Um investigador (seja historiador ou o que quer que seja…) não pode ser preconceituoso. E ele é! E de que maneira! E continua a elaborar num equívoco – que até o levou a escrever o livro “Cosme Damião – o Homem Que Sonhou o Benfica”. É que ele pretende que a fundação do “Glorioso” seja do mesmo tipo do modo como foram fundados o Sporting CP (em 8 de Maio de 1906) e FC Porto (em 2 de Agosto de 1906). Que “tipo”? A origem destes clubes está numa personalidade (José Alvalade para o SCP e José Monteiro da Costa para o FCP). Estes dois elementos são “os principais”. São eles que têm a ideia, dão início ao processo, cativam apoiantes, polarizam as vontades e captam o dinheiro para tal. No “Glorioso” (então com o nome reduzido a Sport Lisboa) não é assim. Foi ideia de um colectivo ocorrido numa confraternização, em Belém, no Café do Gonçalves, num domingo de Dezembro de 1903 (em princípio dia 13) após uma vitória de um misto (só com portugueses) do Grupo dos Catataus e da Associação do Bem, por um golo de diferença, frente ao Grupo dos Pinto Basto (com ingleses), nos terrenos das Terras do Desembargador, às Salésias. Foi uma ideia de um grupo de futebolistas em plena euforia por uma vitória considerada inolvidável, num jogo desforra, pois 15 dias antes haviam perdido (embora só com elementos do Grupo dos Catataus). Não foi ideia de uma pessoa. Cosme Damião nunca foi considerado por quem foi fazendo e falando da história do Clube, “O PRINCIPAL” fundador, a não ser em 2010 por…Ricardo Serrado! Cosme Damião é considerado a principal figura do “Glorioso” pela importância que teve no clube entre 1904 e 1926 (e depois pelo legado que deixou aos seguidores) e não por ser uma espécie de José Alvalade ou Monteiro da Costa do Benfica.

Badana da capa de "Cosme Damião - O Homem Que Sonhou o Benfica"; Ricardo Serrado; Zebra publicações; pp. 157; 1.ª edição; Outubro de 2010; Lisboa
Insistência doentia
Só que o historiador surrealista insiste que Cosme Damião não é fundador porque não tem importância no Clube em 1904. Nem aparece referenciado. Pois não. Nem ele nem todos os que fundaram (para nós 24, para ele 10) excepto três, os dirigentes, da Comissão Administrativa, como é evidente: José Rosa Rodrigues (presidente), Manuel Gourlade (tesoureiro) e Daniel Santos Brito (secretário). Que lógica teria, sendo eleitos (escolhidos entre 24) três dirigentes Cosme Damião ter protagonismo?! Se não foi escolhido, tal como outros 21 (para nós) ou outros sete (para Ricardo Serrado), por que razão haveria de ter protagonismo?! Nem tinha sentido. Só mostraria que os três escolhidos tinham sido…mal escolhidos e não “davam conta do recado”.





Apesar de ter muita documentação (vou esperar pelo livro para a divulgar) no entanto deixo três documentos que exemplificam o que digo. Entre 1904 e 1906 só três nomes aparecem como responsáveis pelo Clube: José Rosa Rodrigues (vários), Manuel Gourlade (muitos) e Daniel Santos Brito (escassos). Como seria lógico. Foram eles os dirigentes escolhidos. Mas de certeza que o Clube não teve apenas estes três associados durante estes três anos. Os restantes treinavam, jogavam, ajudavam, propagandeavam o Clube entre amigos, etc. Como é normal e até nós fazemos agora e pertencemos ao Clube. Quantos milhares nascem, vivem e morrem como associados do Benfica e isso é apenas assunto de família e amigos?

Cosme Damião (tal como os casapianos) nem treinaram durante 1904
Mas alguns deles (António Couto, Silvestre Silva, Pedro Guedes) que nem fundadores foram jogaram o primeiro encontro em 1905. E dos fundadores apenas cinco estiveram nesse jogo (e destes apenas três dos dez indicados por RS). Em menos de um ano o Clube crescera muito. Jogavam na 2.ª categoria, mas se até da 1.ª categoria os registos são escassos quanto mais para a 2.ª categoria. Mesmo Amadeu Rocha (um dos dez fundadores para RS e 24 para nós) não há registo que estivesse em mais algum treino (dos 30 realizados entre a manhã de 28 de Fevereiro de 1904 e a manhã de 1 de Janeiro de 1905) a não ser nesse em 28 de Fevereiro de 1904.

Eu bem avisei os responsáveis no Benfica
Quando o livro de Cosme Damião foi publicado como é evidente li-o de uma penada. Fiquei com uma má ideia: contradições, inexactidões e mentiras. Incongruências acerca da personalidade e interpretações dúbias acerca de resoluções de Cosme Damião em determinados assuntos. Ora eu conhecia há mais de 30 anos (desde o início dos anos 80 do século XX) e lera durante essas três décadas entrevistas a Cosme Damião, desde o tempo de um jornal denominado "Os Sports Illustrados" (n.º 1 em 11 de Junho de 1910) até à grande entrevista ao jornal "A Bola" publicada em 5 de Março de 1945. Aliás achei muito estranho esta entrevista nunca ser citada. O autor tinha feito uma biografia e não tinha lido a principal entrevista do biografado! Assim isso explicava muito da falta de qualidade do livro.
1. Voltei a reler o livro e apontei as contradições, inexactidões e mentiras. Mais de 40! Mentiras umas dez. Descaradas;
2. Quando pude (António Melo é testemunha pois foi na sua presença) confrontei o autor (RS) com essas contradições, inexactidões e mentiras. E perguntei se conhecia a entrevista ao jornal "A Bola". Respondeu vagamente. Nim. Disse que como historiador passou muitas horas em bibliotecas a ler jornais e livros. Como ia preparado, levei uma fotocópia da entrevista. Percebi logo que não conhecia. Aliás só assim se justificava nunca a ter citado. Achei incrível. Como foi possível escrever um livro acerca de Cosme Damião e do Benfica e não ter lido a entrevista feita por Mário de Oliveira (citada várias vezes na História do SLB 1904-1954)! Inaudito! Depois indiquei-lhe incorrecções que nunca admitiu, afirmando sempre que era historiador e eu não! Ele é que tinha a "cátedra"! Disse-lhe que percebia-se que fizera cerca de 80 por cento do livro a partir da história de Mário de Oliveira e Rebelo da Silva mas fora descuidado pois truncara as informações por negligência trocando datas, horas, posições em campo, etecetra, tamanha era a confusão. Negou sempre. Fez mal em ser vaidoso e pretensioso. Um investigador deve ser humilde e metódico;
3.  Quando soube que o Benfica o contratara, aliás o livro foi aceite como sendo uma proposta do Clube (a editora Zebra estava ligada ao Benfica) para "o credibilizar e tornar conhecido junto dos Benfiquistas" e encontrei os responsáveis pelo Museu (Alcino António e António Ferreira) avisei-os que estavam a cometer um erro crasso. Que RS não era de confiança e iria aproveitar-se do Benfica - conhecendo-o melhor por dentro tendo acesso a informação particular - para depois divagar e especular para ser falado e mediatizado. Tinha ou não razão?

Como foi possível fazer uma biografia de Cosme Damião colocando 116 notas em rodapé (neste exemplo estão quatro, entre a 74 e a 77) a maior parte referente a publicações periódicas (jornais) e não haver nenhuma (nem uma) com referência à entrevista de Cosme Damião ao jornal "A Bola" de 5 de Abril de 1945? Inacreditável! Inexplicável! O desleixo e a ignorância pagaram-se caro neste caso! NOTA: Esta entrevista será publicada em digitalização das páginas 5 e 7 de "A Bola", em 2 de Novembro de 2015, para assinalar os 130 anos do nascimento do "Pai do Benfiquismo"


Doninha numa capoeira
O erro foi ter contratado este tipo de historiador para dentro do Clube. Um erro crasso que vai ter de ser pago com juros como estamos a ver. Até quando? Iremos ver! Isso deu-lhe protagonismo e acesso a informação que ele manipula a belo prazer. Foi o que ele quis. Achincalhar o Clube e ainda lhe pagaram! E tudo (apesar de ser longo e não ter interesse contar agora) porque eu disse que não concordava em fazer um Museu num local (repartido por dois pisos: do 2 em escada rolante para o 1) dentro do estádio pelo facto do espaço não ter condições para dar dignidade a um Museu do Benfica. Não vou contar outra vez a história (quem quiser ela está aqui contada é só clicar). Os responsáveis pelo facto de Ricardo Serrado andar a disparatar com à vontade deve-se a ter tido “as costas quentes” enquanto esteve no Benfica (2010 – 2012). Os responsáveis por tudo o que está a ocorrer, no que diz espeito a Ricardo Serrado, têm nome: Alcino António (vice-presidente "virtual" para o Património), António Ferreira (na realidade o responsável pelo Património), Luís Lapão (curador do Museu) e Rita Costa (Responsável pelo Centro de Documentação e Informação e filha do Responsável pelo Departamento de Sócios, Luís Costa). Está tudo ligado. E Luís Filipe Vieira que deu o aval a tudo isto, talvez pensando que ficaria na história do Clube como Pinto da Costa pensa que fica na do FC Porto por ter feito revisionismo. Foi com ele que se descobriu, finalmente, a verdade. Foi preciso ele chegar ao Benfica, a partir de Maio de 2001, para descobrir até o que ocorrera, de facto, em 1904. Daí o início do texto que foi feito e publicado para lhe agradar: «Após ter realizado uma intensa investigação sem precedentes podemos afirmar o seguinte acerca da Fundação do Clube.» Quem é que possibilitou – quem é que criou as condições - de Ricardo Serrado poder realizar uma intensa investigação sem precedentes? Os leitores sabem!

Este texto só foi retirado, contra a vontade de Ricardo Serrado, António Ferreira e Luís Lapão, após uma carta enviada por três Benfiquistas aos três presidentes dos Órgãos Sociais do SLB e, no seu seguimento, a uma reunião presidida pelo presidente da mesa da assembleia geral do SLB, entre esses três Benfiquistas "cartistas" e os três personagens "enfadonhos" acima indicados.


Ricardo Serrado é trapalhão
Os livros dele estão repletos de aldrabices. O de Cosme Damião tem tantas (às dezenas) que até ele o renega numa entrevista ao jornal “Público” em Maio de 2013:

«Como tal, devo dizer que o meu livro sobre Cosme Damião contém alguma informação que carece de revisão. Isto é, necessita de ser actualizada, nomeadamente um maior questionamento sobre a fundação do Benfica. Fiei-me em demasia nas obras já escritas. Deve-se também a informação errada que consta histórias dos clubes, que são, muitas vezes, mitificadas por má interpretação de uma fonte, desconhecimento da realidade da época ou anacronismo.»

Isto quando ele é que introduziu mentiras, à descarada. Entre uma dezena, reproduzo esta:

Imagem retirada pa página 64 de "Cosme Damião - O Homem Que Sonhou o Benfica"; Ricardo Serrado; Zebra publicações; pp. 157; 1.ª edição; Outubro de 2010; Lisboa
 Onde foi ele buscar esta fotografia?
Ao tal livro que não é de fiar («Fiei-me em demasia nas obras já escritas»). Copiou-a da página 200 não há que enganar. É uma fotografia obtida na cidade do Porto, no campo da rua da Rainha, em 28 de Abril de 1912. Quando ele, na página 64 a transforma (qual ilusionista) numa fotografia que não existe (ou pelo menos dela não há conhecimento) a da equipa que, em Carcavelos, a 10 de Fevereiro de 1907, venceu pela primeira vez os mestres do Cabo Submarino. Seis anos de diferença. Como é evidente pelas camisolas, pois já há nove futebolistas com os novos equipamentos (com atilhos) de algodão. E só não são dez porque ele e/ou os editores do livrinho fizeram questão de "tirar" do onze o nosso dedicado Henrique Costa! Apenas Francisco Pereira (irmão do famoso Artur José Pereira) está equipado com a "velha" camisola de flanela vermelha. Desta equipa de 28 de Abril de 1912 apenas um esteve nesse estrondosa vitória de 10 de Fevereiro de 1907! Quem? Precisamente Henrique Costa, o que foi "cortado"! Extraordinário!
História do SL Benfica (1904-1954); Volume I; Página 200; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; Lisboa; 1954; edição dos autores; Lisboa
Ele é que não é de fiar. Como se vê. Como Cosme Damião era uma figura secundária - futebolista da 2.ª categoria, sem cargos directivos - antes da "Crise do Verão de 1907", para dar protagonismo a Cosme Damião em 1907 (no momento mais elevado - em 10 de Fevereiro - do "Glorioso" desde 28 de Fevereiro de 1904) vai buscar uma fotografia de 1912, obtida/registada/tirada na cidade do Porto, no campo da rua da Rainha (do FC Porto), publicada correctamente na História do Benfica (1904-1954) e "transporta-a" para a Quinta Nova, em Carcavelos, seis anos antes. Para saber mais (clicar)

Mas há outros livros com aldrabices:

O Estado Novo e o Futebol; página 185; Ricardo Serrado; Lisboa; 2012; Editora Prime Books
Um extracto de um livro que descreve a passagem da sociedade Rosa & Comandita a C. Rodrigues & C.ª (Filhos), quando se previa o falecimento do fundador Cândido Rodrigues

Como os irmãos Rosa Rodrigues viviam no 1.º andar do prédio onde estava a Farmácia Franco (no rés-do-chão, rua Direita de Belém n.º 144) passaram a ser filhos do dono da farmácia! RS deverá pensar que só ele domina assuntos acerca do futebol português por isso pode dizer o que quer que a "malta engole que nem patinhos"! Para saber mais (clicar). AVISO: Se um dia pensarem que o historiador surrealista pode escrever acerca de vocês e das vossas famílias, se forem viver para Amesterdão jamais aluguem para habitar uma casa por cima de uma montra do Bairro da Luz Vermelha!

É provável que o anunciado livro »Mitos do Futebol Português» também contenha erros grosseiros.

Vamos esperar pelo livro!


Alberto Miguéns


NOTA2 (às 10:00 horas): O livro é desleixado.Um exemplo:




O que escreveu Ricardo Serrado na página 22 transforma "concelho" em "conselho". Há muito "disto". Félix Bermudes no livro é Félix Bermudez, e assim por diante...





NOTA2(às 09:50 horas): A pedido e para verificar o erro "extractos socais" em vez de "estratos sociais" acrescento a tal carta assinada por três Benfiquistas:


Exm.ºs Senhores
Presidente da Direcção
Presidente da Assembleia Geral e
Presidente do Conselho Fiscal
do Sport Lisboa e Benfica

Fomos há dias surpreendidos com uma informação aparecida no remodelado site do nosso Clube, no sector História – Fundação, assinada por uma denominada “Equipa de investigação histórica do SLB”.

Ali se afirma que, no dia 28 de Fevereiro de 1904, um “grupo de 10 indivíduos de Belém”, cujos nomes são referidos, “sedentos por criar um grupo para jogar football association”, ali realizou o seu 1º treino. E, logo a seguir, acrescenta-se: “São estes, em rigor, os fundadores do Sport Lisboa”.

Depois, acrescenta que “outros treinos se seguiram nos fins-de-semana seguintes com os mesmos 10 elementos”, para concluir que este grupo “será a base humana da criação do Sport Lisboa”.

Mas não se fica por aqui. O último parágrafo de tão infeliz prosa refere que o “Sport Lisboa não é, contudo, uma criação formal e não é uma realidade que acontece num único dia, ao contrário do que até há pouco tempo se pensava”, explicando: “corresponde, isso sim, inicialmente à vontade de um pequeno grupo de 10 indivíduos de criar uma equipa de futebol, os quais começam depois a recrutar outros de forma a fortalecer o seu grupo. É neste contexto que se juntam aos 10 fundadores outros indivíduos, alguns deles pertencentes à Casa Pia de Lisboa, outros não, oriundos de vários extractos sociais, que fortaleceram o grupo e ajudaram na construção de uma identidade que está mais ou menos completa em Agosto de 1904.”

Primeira constatação: segundo esta “equipa de investigação histórica”, ao fim de 108 anos, a acta da fundação do nosso Clube, na qual consta a assinatura de 24 fundadores, não vale nada. O Benfica, afinal, não tem 24 fundadores, mas sim apenas 10. E Cosme Damião, por exemplo, deixou de ser um dos fundadores do nosso Clube. Ele, como outros 13, foram-se juntando ao longo dos meses e em Agosto estavam, finalmente, todos juntos. A reunião realizada na Farmácia Franco na tarde de 28 de Fevereiro de 1904 não teve qualquer relevância.

Tudo isto seria cómico se não fosse bem triste e atentatório da história gloriosa do nosso Clube. Ao fim de 108 anos, fazendo lembrar tristes actuações de outros clubes, a nossa história é alterada. Admitiríamos que o fosse, caso novos e irrefutáveis documentos tivessem surgido, mas nada do que esta “equipa de investigação histórica” apresenta é novo e permite diferentes interpretações. A história dos primeiros anos do SLB foi feita por quem a viveu e está relatada de forma exaustiva na monumental História do Sport Lisboa e Benfica, em dois volumes, realizada no início dos anos cinquenta por Mário Oliveira e Rebelo da Silva, que tiveram oportunidade de contactar pessoalmente alguns dos fundadores e, nomeadamente, Cosme Damião. E essa mesma história está alicerçada em documentos existentes no Clube e que não permitem segundas interpretações.

Esse 1º treino, realizado na manhã de 28 de Fevereiro de 1904, está documentado num cartão existente no Clube e publicado nas páginas centrais do nosso Jornal de 27 de Fevereiro de 2009. Na tarde desse mesmo dia, como estava programado, esses 10 elementos que treinaram e mais 14 outros que por variados motivos não estiveram no treino da manhã reuniram-se na Farmácia Franco para fundar aquele que seria o nosso Glorioso Sport Lisboa e Benfica. A acta assinada por todos eles (por ordem alfabética) afirma: “Grupo Sport Lisboa 28/2/904 – Funda-se em Belém este Grupo, tendo-se realizado nesta data o 1º treino de football. Reunião do grupo na Farmácia Franco, na Rua Direita a Belém. Sócios fundadores”. Seguem-se os nomes e, no final, acrescenta-se: “… deliberam constituir a seguinte Comissão para gerir os destinos do grupo Presidente José Rosa Rodrigues, Secretário Daniel Brito, Tesoureiro M. Gourlade”.

Como é possível, 108 anos depois, vir alterar a história do Clube? Tudo está devidamente documentado – inclusive quem esteve presente, os dias, horas e locais de cada um dos 24 treinos realizados até 3 de Julho. Essa denominada “equipa de investigação histórica” começa por afirmar ter realizado uma “intensa investigação sem precedentes”. Mas não apresenta nenhum documento novo, antes tenta interpretar à sua maneira os primeiros tempos de vida do nosso Clube, desvirtuando a sua história.

Senhores Presidentes:

O Sport Lisboa e Benfica foi fundado há 108 anos por 24 jovens cujos nomes figuram na respectiva acta. A história do Clube não pode ser alterada (e falseada) em 2012, sem qualquer nova documentação de suporte. Apelamos pois a V. Exªs no sentido de ser reposta a verdade histórica, ao mesmo tempo que manifestamos a nossa viva preocupação pelas deturpações e erros que possam vir a ser igualmente cometidos no nosso futuro Museu Cosme Damião, curiosamente um dos fundadores do Clube agora proscritos.

Ao mesmo tempo que nos colocamos inteiramente ao dispor para qualquer esclarecimento adicional, apresentamos os melhores cumprimentos e calorosas

                                                                 Saudações Benfiquistas

Lisboa, 11-4-2012


                                                                 (assinaturas)


PS: Outras inexactidões, embora bem menos gravosas, aparecem na rubrica dedicada aos Presidentes do S.L.B. e às várias décadas, sendo ainda muito discutíveis algumas opções referentes aos jogadores mais em destaque na história do Clube.


39 comentários
  1. Excelente! E o Alberto nem disse tudo o que havia para dizer.

    Quando li a biografia do Júlio" apercebi-me também de algumas coisas como por exemplo da fotografia que o Alberto descreve. E foi exactamente por causa da camisola de flanela (1ª) versus a camisola dos atilhos (2ª) camisola. Esta última nunca poderia ser a camisola do jogo contra o Carcavellos. E depois onde estavam os irmãos Rosa Rodrigues, onde estava António Couto, Emílio de Carvalho, etc, etc?

    A entrevista de Cosme Damião ao jornal A Bola é uma pérola que qualquer Benfiquista deveria ler. Tem muitos factos relatados por quem esteve antes, durante e depois da fundação (Cosme Damião) e tem muitas frase memoráveis, algumas das quais estão no Museu que recebeu o seu nome. Infelizmente foi num blogue Benfiquista que tive a oportunidade de a ler na íntegra. Nunca no site oficial vi essa entrevista. E em minha opinião deveria esta no site na secção dedicada ao Museu.

    Mas o toque final veio depois quando percebi a partir de um documento inequívoco que não havia nenhum "Júlio Cosme Damião". Afinal somadas as coisas, a quem se refere a biografia que eu li no livro do Sr. Serrado?

    Como é possível que o clube tenha colocado esse livro à venda sem ter feito - de forma independente - uma verificação básica e simples nos documentos relativos ao baptismo de Cosme? Como é possível? Como é possível que um clube que investe tanto e (quase sempre) bem na criação de um Museu para dignificar a sua história, possa colocar aquele livro à venda?

    Os verdadeiros Benfiquistas não dormem. Não são fanáticos nem chatos. Apenas lhes interessa a verdade histórica.

    Se para alguns o Benfica é o meio para os Benfiquista verdadeiros o Benfica é o fim, leia-se é aquilo que interessa defender. E defender não com verborreia mas com a verdade dos factos. A verdade e o rigor que o Clube fundado em 1904 nos merece. A verdade e o rigor que alguém que morreu em 1947 nos merece.

    Fico satisfeito por o Sport Lisboa e Benfica ter pessoas que não sendo formadas em História conseguem ter a capacidade de procurar, analisar e divulgar documentos. E respeitar a verdade histórica.

    Por fim um último comentário: é extremamente infeliz que se tenha de andar a discutir isto numa altura em que a lagartada usa tudo o que pode para criar um clima incendiário. É uma vergonha.

    Quem conhece os factos está seguro do que irá acontecer em relação a esta história de "Júlios". A verdade irá impor-se. Sempre.

    Obrigado por defender o nosso Clube.

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    1. Caro VictorJ,

      Obrigado.

      Destaco a penúltima frase. Ainda pensei não fazer este texto. Melhor por ser mais rigoroso, fazê-lo mas manter em reserva para publicar após o ruído sapóide passar. Mas sabe-se lá se esse ruído vai acabar antes da publicação do livro!

      O melhor é fazer o que há que fazer! Sempre gostei de ser reconhecido como alguém que durante a vida que Deus lhe concedeu durante x anos, faz o que deve ser feito e diz o que deve ser dito!

      Saudações Gloriosas

      Alberto Miguéns

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  2. Muito obrigado pelas retificações. Eu tenho o livro do Serrado sobre Cosme Damião e confesso que o achei bastante fraco. Depois ouvi-o tecer os comentários sobre a eventual não participação de Cosme Damião na fundação do Sport Lisboa e achei que o mais provável era que Ricardo Serrado estivesse à procura de protagonismo enquanto historiador ao largar tamanha 'bomba' (também sou investigador e sei muito bem como os egos das pessoas nesta actividade se sobrepõem muitas vezes ao profissionalismo e à seriedade). Com este excelente post vejo reforçada a minha suspeita.
    Não se preocupe caro Miguéns, não debitar postas de pescada 'ex cathedra' é uma qualidade (e uma vantagem) que lhe reconheço. Continue o seu magnífico trabalho. Todos os benfiquistas lhe agradecem (ou deviam agradecer).
    Um abraço benfiquista

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  3. António Madeira15 outubro, 2015 04:46

    Saudações benfiquistas.
    Sigo com atenção o blogue de Pedro Miguéns há alguns meses e tenho descoberto o que era o Benfica antes dos anos 60, antes de o meu pai saber o que era o Benfica, portanto.
    O trabalho que Pedro Miguéns faz aqui e tem feito em prol do Benfica, merece, mais do que um aplauso, o reconhecimento de todos os benfiquistas que amam este clube e compreendem a sua grandeza. E só se pode ter essa noção, essa consciência, sabendo a História. Acredite que por poucos comentários que tenha no blogue (o que por vezes não é mau sinal) muitos benfiquistas estão atentos e lhe agradecem por defender o Benfica e ser o garante da memória da maior instituição deste país.

    Um bem-haja!

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  4. Caro Alberto Miguens,

    para si um bem haja, um exemplo de como defender a historia o nome e a dignidade do Benfica.

    luis borges

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  5. Ainda por cima no texto que foi mandado retirar por Luís Nazaré estava «extractos sociais» em vez de "estratos sociais"! Extractos são do banco! Até a língua portuguesa foi adulterada!

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    1. Caeo Edgar Seia,

      Esse é outro problema dos livros de RS. Contêm muitos erros que não se percebem como não são corrigidos. Adicionei a carta. E um erro dos muitos que há no livro, neste caso mais grave porque foi ele que introduzi um erro num texto que estava correcto o que ilustra o desleixo.

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  6. Caro Alberto,

    e notorio que este Ricardo Serrado prima pelo menos pela incompetencia e incuria na maioria dos seus livros. Se e ou nao propositada, nao o poderei dizer porque nao conheco a peca. Voltou a aparecer agora porque quer publicitar o seu proximo livro, e a verdade e que anda ha dois anos a falar do mesmo, e das supostas “incoerencias” que diz existirem na fundacao do Benfica.

    Esperaria da minha Direccao que soubesse defender a historia e a memoria do Benfica de forma adequada quando o referido livro sair com as suas mais que esperadas pantominices, mas dado que as mesmas pessoas que deixaram este Serrado entrar e usar-se do Clube da forma que o fez ainda la estao, temo que infelizmente esse nao sera o caso. E tambem infelizmente nao podemos contar com os media para realmente investigarem e fazerem o seu trabalho, porque actualmente o jornalismo e praticamente feito a secretaria, a absorver os comunicados e informacoes sem fazer nunca um verdadeiro trabalho de corroboracao.

    Mas pelo menos com a energia e dedicacao de Benfiquistas como o senhor podemos sempre ter algum vislumbre de esperanca que as mais que esperadas mentiras sejam sempre enfrentadas.

    Abraco benfiquista.

    Mario Guerreiro

    (peco desculpa pela falta de acentuacao, e resultado de se ter de usar um teclado ingles)

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  7. ...SR DR ALBERTO.....muito obrigado.......os verdadeiros BENFIQUISTAS, vão ficar-lhe eternamente gratos. e os vindouros filhos dos BENFIQUISTAS, vão saber que na BELA HISTÓRIA DO GLORIOSO, de entre HOMENS que se destacaram década após década(EM DEFESA DO BENFICA),também( há ,e que seja por muitos mais anos)houve um HOMEM DE NOME ALBERTO DA GRAÇA LOPES MIGUÉNS.....BEM HAJA, por com CORAGEM, chamar os bois pelos nomes(como se diz na minha terra)....ABENÇOADO MURRO NA MESA.....abraço

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  8. Caro Companheiro, Alberto Miguéns,

    Os meus cumprimentos.

    Quando o caríssimo ainda desempenhava funções no nosso jornal tive a oportunidade e o prazer de falar telefònicamente consigo umas três ou quatro vezes àcerca de diversos assuntos relacionados com o nosso Glorioso.
    Com o tempo vim a saber de uma forma cabal que o Alberto era e é a maior enciclopédia viva do Benfica. Leio os seus artigos neste seu blogue e fico "aterrado" com o seu acervo no que diz respeito ao nosso clube.
    É de facto excepcional e espero que todos os Benfiquistas tomem dele conhecimento e saibam que o Alberto é efectivamente a autoridade máxima gloriosa no que diz respeito à História do Benfica.

    Posto isto, e porque estou muito longe dos "centros de decisão" e dos bastidores de alguns factos que se passaram e passam no Benfica - neste caso no que diz respeito a estes "jogos florais" sobre assuntos históricos, datas e nomes, Cosme Damião e outros mais - não me vou pronunciar, mas interrogo-me do porquê da presença desse historiador e da forma como se desenrolaram alguns processos. No entanto no que diz respeito a estes aspectos terei obviamente de ficar por aqui, lendo sempre que possa tudo sobre este processo.

    Mas fundamentalmente o que me leva a escrever-lhe é o facto do Alberto nunca ter avançado com a elaboração de uma obra da sua autoria que levasse a todos os leitores Benfiquistas não só tudo aquilo que sabe sobre o Benfica mas aprofundando e escalpelizando muito especialmente os temas mais controversos e que o Caríssimo Companheiro tão bem defende neste blogue e noutros seus artigos e intervenções.
    Pouco me importa que o Alberto seja historiador ou não. Sei pelo que leio que é da área de Geografia e é professor, pelo que admito perfeitamente estar à vontade para se abalançar numa "odisseia" deste tipo. E olhe que pela consideração e estima que tem junto dos Benfiquistas essa sua potencial obra seria mutíssimo benvinda. Isso seria um "livrão", note bem!
    Pense nisso e avance sem medo. Está muito a tempo de o fazer e creio que em relação à sua idade é efectivamente o tempo certo. Decerto que haverá Benfiquistas com potencial financeiro suficiente para subsidiar e investir numa obra dessa dimensão, porque convenhamos, livrecos e curiosos sobre o Benfica há já demasiado oportunismo e oportunistas que tudo não passa de um aproveitamento de um mercado que é garantidamente lucro - os Benfiquistas!

    Saudações Benfiquistas.
    CA (GV)

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    1. Apoiado, Grão Vasco. A história do Benfica a quem a conhece.

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    2. Sou dos leitores que como referido acima por um outro benfiquista nao perco um artigo neste site mas que nunca emiti um comentario mas concordando com o GV inteiramente permito-me esta excepçao; Serei dos primeiros a comprar um seu eventual Livro caso venha a escrever/publicar.
      Saudaçoes Benfiquistas.
      Angelo Costa

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  9. Caro Alberto Miguéns,

    Os verdadeiros benfiquistas mais cedo ou mais tarde irão reconhcer o bem que tem feito pela VERDADEIRA história do nosso clube. O que me preocupa mais nesta telenovela mexicana, é ter protecção da direcção do nosso clube, nas pessoas de Alcino António e António Ferreia, isso é que é assustador. Não é servir o clube, mas sim servirem intresses obscuros.
    Gloriosas saudações benfiquistas

    Paulo C.

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  10. Esse gajo de historiador tem muito pouco, dá-lhe forte e feio, que esse julio nem capacidades tem para escrever a história dele proprio.

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  11. Caro Sr. Alberto Miguéns,

    Quero dar-lhe os meus mais sinceros parabéns pela forma como investiga e transmite a história do nosso Glorioso, defendendo o que há a defender e criticando o que merece crítica!

    Não é um trabalho fácil nem rápido, mas é feito com mestria e amor e isso só nos mostra o adepto verdadeiro que é!!!

    Sigo com alguma atenção o seu blog desde que o descobri, embora não tenha tempo para lhe dedicar uma análise mais profunda!

    Gostaria de surgir, e perdoe-me a ignorância se já o tiver feito, um artigo sobre os equipamentos principais e alternativos do nosso Glorioso ao longo dos anos, histórias curiosas e motivações claras e/ou obscuras para a escolha de determinadas cores. Nunca consegui entender nenhum dos tons de azul como opção para o nosso equipamento; alguns alternativos dos últimos anos até tinham a sua beleza mas outros foram, na minha opinião, autênticas aberrações! Porquê o preto que surgiu na altura de Vale e Azevedo? Julgo ter ouvido que foi uma recreação histórica de um equipamento utilizado nos primórdios do nosso clube, será verdade?

    Despeço-me com votos de continuação de um excelente trabalho sobre o maior clube português e do mundo!

    Rafael Moniz Vieira

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    1. Caro Moniz Pereira,

      Não foi umas recreação. Depois de escolhido o preto foi justificado que num encontro frente ao AC Sparta de Praga o Benfica jogou com a camisola do SC Império. Riscas verticais amarelo e preto.

      Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns

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  12. CLAP CLAP CLAP, Alberto Miguéns, e eu aprendendo e aprendendo!!!

    Ângelo Medeiros

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  13. Caro Alberto,

    Mais uma vez fantástico na defesa da História do Nosso Clube.

    Farei um destaque a este artigo lá no nosso tasco, para que o máximo de Benfiquistas o possa ler.

    Aproveito para deixar o link com a entrevista concedida por Cosme Damião ao jornal a Bola em 1945. Tivemos o cuidado de a transcrever há coisa de 2 anos e figura na barra lateral do Blog, uma vez que se trata de um pedação importante da História do Clube que importa preservar: http://tudoportibenfica.blogspot.pt/p/artigo-de-bola-com-entrevista-cosme.html

    Continuação de bom trabalho,

    Saudações Benfiquistas
    Fred

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    1. Com a licença do Alberto,
      caro Fred queria deixar-lhe um agradecimento por me ter proporcionado a leitura integral dessa entrevista a Cosme Damião.
      Já por várias vezes tive a oportunidade de dar a conhecer essas ligações a outros Benfiquista (a última foi ontem) e sempre com enorme prazer. Um verdadeiro serviço Benfiquista.

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  14. Caro Consócio Alberto Miguéns,

    O meu muito obrigado por ter já respondido, ainda que preliminarmente, a esse sujeito. Aguardemos, pois, que a "obra" do "especialista" venha a lume.

    De outra banda, não posso deixar de lhe referir que subscrevo, na integra, o que acima referiu o nosso Companheiro "Grão Vasco". Bem sei que encetar essa "empresa" são seria coisa leviana, mas creio que deveria, seriamente, ponderar.

    Saudações Benfiquistas,
    José Gonçalves

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  15. Xavier
    Acompanho o seu blog há pouco tempo e quero desde já dar-lhe os meus parabéns pela defesa que faz do NOSSO QUERIDO BENFICA.
    Este último texto que escreveu é disso um grande exemplo e tem sempre o cuidado de provar com documentos da época a que se refere.
    Espero que continue este seu grande trabalho em prol da defesa do NOSSO GLORIOSO.
    Um grande abraço

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  16. Boa tarde Alberto.

    Tenho o meu blogue, como deve saber, e é devido ao seu trabalho aqui no EDB que a linha editorial do mesmo se foi alterando. Um blogue só de resposta imediata aos ataques exteriores ao Benfica mais umas crónicas aos jogos do clube, chega a uma altura em que perde alma.

    Lembro-me de há uns três anos, e após começar a ler todos os seus artigos, ter ido à procura das antigas revistas do "Benfica Ilustrado" que comprei nos anos 80 e 90 do passado século, bem como das revistas do meu pai dos anos 60. Com o passar do tempo de existência, o blogue estava condenado a ser um defensor do Benfica cuja data de fundação ir-se-ia perpetuar no terceiro dia de Novembro de 2003.

    Disse Não! O Alberto tinha muita história que fazia crescer ainda mais a minha paixão pelo clube. Era urgente transmitir o conhecimento que eu tinha e que o Alberto aqui publicava. O objectivo era claro, permitir aos utilizadores da internet a possibilidade de conhecer a história do Benfica. Saberem de onde viemos, como crescemos e como sobrevivemos.

    O Benfica, na minha opinião, atravessa um período quase crítico na sua história!

    1 As acções de alguns adeptos nas bancadas começam a afugentar as famílias da Catedral.

    2 A gestão deficitária dos recursos humanos, dão azo ao aparecimento de personagens como esta (entre outras) que mais não querem do que subir na vida às custas do clube e que pretendem reescrever a história do clube... Não sei com que finalidade!

    3 A actual direcção do Benfica até já foi copiada pelos dirigentes da coligação que triunfou nas recentes eleições legislativas: Criar medo no eleitorado com acções de um passado que ainda estão para ser mais bem conhecidas!

    É na defesa do Benfica face a estes ataques corporativistas, que o EDB se distingue. Responde com a verdade factual através de uma paixão centenária. A paixão/amor pelo clube tende a aprofundar-se quando conhecemos melhor o obejctivo dos nossos afectos.

    Faço minhas as palavras de um comentário anterior: Porque não Alberto? Porque não lançar-se de braços e coração abertos numa aventura do Benfica, pelo Benfica e para o Benfica?

    PS: O que ainda é muito mau, são os programas do Vitórias & Património que estão gravados com os testemunhos meio gá... Entupidos desse tal RS. Esses programas que para serem refrescados, iriam exigir esforço financeiro mas não humano!

    Aliás, esses programas deveriam incluir somente o testemunho de Benfiquistas reconhecidos (como o Alberto e o António) e não de novos e desconhecidos (talvez alpinistas) benfiquistas...

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  17. É este artigo onde transborda a amargura/dor de cotovelo (por ter sido despachado), que me deixa perplexo!

    http://i571.photobucket.com/albums/ss153/IFNR_photo/002_zpse78dbc3a.png

    Onde é que o foram encontrar para fazer o que quer que ele tenha feito ao serviço do Benfica?

    Este RS tem um percurso transversal oposto ao do pedro guerra. O guerra começou a falar mal do Vieira do Benfica e agora é assalariado. o serrado começou bem no Benfica de Vieira mas agora está a mal

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    1. O problema nem é para mim esse, é sim o de lançar a suspeita sobre a veracidade do documento, quase afirmando entrelinhas que é forjado, deixando a insinuação que Cosme Damião foi "introduzido" á pressa na história do clube, como um dos fundadores.É isto que eu leio.

      Viva o Benfica.

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  18. Aproveito, após pesquisa, para deixar este documento à sua consideração Alberto (penso que já o deve conhecer).

    http://www.casapia-ac.pt/momentos.pdf

    Em1903, pode ler-se e comprovar-se que já nessa altura, Cosme Damião estava perfeitamente activo como ser interventivo na fundação de associações.

    http://1.bp.blogspot.com/-RrmieXRqKSg/UmoMb5iCE7I/AAAAAAAAKhc/l5FcoSP_bZE/s1600/CD+Equipado.jpg

    Será que este historiador leu isto...

    As minhas desculpas por tantas intervenções

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  19. Para historiador, Serrado conta muitas estórias. Incrível a falta de rigor e, pior, como falseia a História do nosso Glorioso. O homem é benfiquista, por acaso?
    Incrível, também, como a direção do clube menospreza os conhecimentos e a competência do Alberto nos assuntos relativos à História do Benfica, e despreza a sua dedicação aos mesmos. Incrível!

    Muito obrigado por tudo quanto faz pelo nosso clube e, neste caso, pela reposição da verdade, caríssimo Alberto.
    Abraço benfiquista.

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  20. Esse "Julio" Serrado, deve ser tudo menos Benfiquista- basta ver a frase que encima o texto do Record e CM para descobrir a sua cor esverdeada.
    O que o individuo pretende é publicidade gratuita, e para isso socorre-se do nome do Benfica.que é o que tudo que é gente mais ou menos ligada ao futebol faz para sobressair - veja-se a ultima biografia de Mourinho, com a frase, logo destacada na imprensa, " O Benfica não estava preparado para mim...".Só que a competência do Mourinho é inversamente proporcional Benfiquismo de Ricardo Serrado.

    Viva o Benfica!

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  21. Lamento a minha ignorância, mas o caro Alberto poderia-me esclarecer se o Cosme Damião deixou descendência? Lendo a entrevista percebe-se que casou e que teve uma filha, mas em geral sabe-se muito pouco da vida pessoal e familiar dele.

    Abraço,

    Guilherme

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    1. Caro Guilherme,

      Não lamente a sua ignorância porque todos somos ignorantes em milhões de assuntos. Nem tem obrigação de saber um assunto desses.

      Cosme Damião casou tardiamente com uma viúva com uma filha. A enteada ainda está (pelo menos aquando da inauguração do Museu era essa a realidade) viva. E esta enteada tem uma filha que tem descendentes,

      Grande abraço,

      Alberto Miguéns

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    2. Casamento com Luiza Trindade Horta, natural de Lisboa, em 5 de Julho de 1932. Cosme Damião tinha 46 anos.

      AM

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  22. Tudo muito bem,mas fica no ar a seguinte pergunta....Por que razão o benfica não lhe mete um processo em tribunal??????

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  23. Não foi este o autor do livro "o jogo de salazar"?

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  24. Obrigado Alberto Miguéns! Farei questão de lhe agradecer pessoalmente na próxima AG todo o trabalho, certamente horas e horas, em defesa da história, honra e glória do Nosso Sport Lisboa e Benfica.

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  25. Caro Alberto Miguéns,

    continue a sua "missão" em defesa do nosso Benfica! Não pare nunca!
    Sempre pela verdade, doa a quem doer, mesmo que não nos agrade!
    O seu trabalho é e será sempre de grande importância histórica!
    Já lhe disse uma vez e torno a dizê-lo... o seu trabalho será, um dia, reconhecido por todos os Benfiquistas!
    Não tenha dúvidas disso!


    Aquele abraço Benfiquista!
    Fernando Sousa


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  26. Escrevo "apenas" para lhe agradecer (mais) um excelente trabalho em prol do Benfica. Juro que me emociono facilmente com a tremenda beleza da história do nosso glorioso clube. Há coisas bonitas na história do mundo, mas a história do Benfica é como que romântica, bela...!

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  27. Caro Miguéns,

    há muito que queria "falar" consigo devido à temática Museu. Li todos os posts da altura e fiquei com a sensação de uma enorme ingratidão do Clube para consigo, ou melhor, de algumas pessoas do Clube, porque o Sport Lisboa e Benfica somos todos nós.

    Recordo que o Alberto escreveu que, à data da inauguração, havia inúmeras incorrecções (algumas absurdas) e que teria alertado quem de direito sobre elas. E que em todo o processo pré-Museu houve várias diferenças de opinião (provou-se, como no caso do stand, que o Alberto tinha razão) tendo o Alberto Miguéns cessado a sua contribuição nessa altura.

    Até o programa da BenficaTV com o mesmo nome deste blogue desapareceu da programação. O senhor e o António Melo são persona non grata para alguém do Benfica ? Foram afastados ou partiu de vocês essa decisão ?

    E, finalmente, interessa a alguém do Clube que não se saiba a Verdade ? Não quero entrar em teorias conspirativas, mas, pessoalmente, não entendo como se pode prescindir do seu conhecimento (e do António Melo também) que SEMPRE foi em prol do Benfica.

    Porventura serão coisas menores, mas queria agradecer-lhe o seu hercúleo trabalho (que de certeza lhe dará enorme prazer) pelo nosso bom nome e solidarizar-me com as suas posturas e posições (por claras, assertivas e verdadeiras) em todas estas temáticas.

    Um grande abraço

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    Respostas
    1. Caro,

      Um dia destes vou falar acerca disso. Do que podia ser feito para que o Museu fosse mais afirmativo e dinâmico. e houvesse mais rigor. Vou dar exemplos, com fotografias e documentos.

      Mas temos de deixar passar o ruído e vou dar prioridade ao livro previsto pelo RS.

      Um grande abraço

      Alberto Miguéns

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