Esta coisa de benfiquismo

A primeira vez é sempre especial. Não digo isto como forma de encontrar um fácil lugar-comum, como quem diz, uma frase feita ou o francesismo cliché. Mas agora que me foi dada a honra de poder contribuir para este grandioso espaço de apoio ao nosso querido Benfica, pretendo aproveitar o momento da melhor maneira.

Mas afinal, o que é isto de benfiquismo? Quando escrevo antes de publicar para vós, caros leitores, o programa de escrita do computador coloca um risquinho vermelho (que bela cor) por baixo da palavra. Não sabe o que é. Não querendo dar lições desta ideologia a nenhum dos meus caros que por ora leem estas singelas palavras, pelo menos seria bom fazer a máquina do século XXI entender a mesma. Vamos a isso.

Sabem aquela moça de quem nós sempre gostámos; sentimos atração; enfim, aquela física e química inexplicável da vida? Mas nunca tivemos coragem de chegar perto dela? Sentir o cheiro, a conversa, enfim, tudo dela? É assim com o Benfica. Alguns estarão a pensar: “Comigo foi logo a aviar. Logo tudo de uma vez.” Pois é. Eu também assim pensava. Todavia, quanto mais o sol e a lua se sobrepõem continuamente, mais eu gosto do glorioso Sport Lisboa e Benfica. Tal qual como se fosse uma mulher. Vou descobrindo cada vez mais coisas, entranhando e tendo cada vez mais a certeza que é ao lado dele que eu quero estar. A sério. Estou a ficar cada vez mais doido com este clube. Que nos faz vibrar de alegria, estremecer quando não vence, por vezes, enfim. Em suma, é como uma mulher: “Vamos à praia, amigo?”. Eu respondo: “Não dá. Benfica”. Palavra mágica. Querem maior prova do que esta? Até os desejos da concupiscência parecem ser satisfeitos com golos, vitórias e títulos. É ele que faz bater o nosso coração mais depressa, ou mais devagar, conforme as situações.

Legenda: É assim que temos de estar: (sempre) em união

Fotografia retirada de desporto.sapo.cv

É por isso que disse logo no início deste nosso pequeno artigo. Não quero ensinar a definição de benfiquismo a ninguém. Porque cada um sente-o de seu modo. Como disse uma das personagens históricas mais importantes da história de toda a humanidade: “Os combates não se vencem pela força; mas pela vontade” (Spartacus, 111ª.C. – 71 a.C.). E vontade nunca nos poderá faltar. Da parte de todos. Temos de remar como um todo, para o mesmo lado. Mesmo que, por vezes, isso nos custe ter de queimar a língua com certas opiniões que temos diferentemente da maioria. O mais importante é o ideal: Benfica. Nada, mas nada nem ninguém estiveram, estão ou estarão acima disso. Por isso é que o nosso Estádio se chama Estádio do Sport Lisboa e Benfica. Porque é a “coisa mais importante”.

Por falar em conjunto, até o nosso lema evoca isso mesmo: E Pluribus Unum (também pode ser com Et, como se escrevia no latim antigo e mais douto). “De todos um”. De todos o Benfica. Não vos quero maçar mais, caríssimos. Só tenho a dizer que o computador continua a não tirar o vermelhão de benfiquismo. Para nós combina muito bem. Mas o coitado deve estar estragado. Tenho de mandá-lo arranjar…

Assinado: Palmerston