SER TREINADOR DO
BENFICA. QUANDO, COMO E PORQUÊ?
NOTA INICIAL (Feita depois de terminado
o texto): O texto está muito
grande. Mas penso que a primeira parte - até, Germano
Campos: singela homenagem - merece ser lida porque pode explicar muito
do modo como vemos (nós, Benfiquistas) os treinadores. A segunda parte é mais
uma interpretação (e justificação) daqueles que considero serem os "Quatro
Períodos" que marcam as 111 épocas do futebol do Clube em termos do que se
pretendeu dos treinadores para o futebol, contemplando quatro mudanças de
paradigma (conjunto de objectivos pretendidos).
Não tinha previsto
este texto para hoje mas no seguimento do texto de ontem, enquanto decorre o
processo de renovação do contrato com Jorge Jesus e antevendo um texto que
tenho previsto para o início da próxima semana penso que faz sentido elaborar
este texto e publicá-lo hoje.
O porquê do
Benfica ser conhecido durante muitos anos como um clube que "dava
preferência a treinadores estrangeiros"
Quando (início da
década de 70 do século XX) comecei, como
Benfiquista, a ter consciência do que se dizia do clube em relação ao futebol
levei com duas ideias:
1. O Benfica tinha a
tradição de só utilizar futebolistas portugueses;
2. O Benfica preferia
treinadores estrangeiros evitando portugueses. Por isso, em 20 campeonatos
nacionais conquistados até 1972/73, não tinha qualquer treinador português
campeão. Mais tarde percebi que não era "totalmente verdade", mas era
"quase verdade".
Mas ainda
descobri mais
Quando me comecei a
interessar em ler e investigar a Gloriosa História (depois de me inscrever como
associado do Clube em 1979) deparei-me com factos que ainda adensaram mais esta
"aparente" incongruência entre preferir jogadores portugueses e treinadores
estrangeiros. Em termos de história comparada com os outros emblemas, o Benfica
era dos clubes que mais contratava treinadores estrangeiros - Mário Wilson e
Toni, eram claramente excepções, até 1993/94 - mas foi dos mais tardios a
fazê-lo, apenas em 1929/30 teve um treinador estrangeiro (Artur John) embora
episodicamente, mas com regularidade apenas após 1936/37 (Lipo Herczka), ou seja, na
33.ª temporada a jogar futebol. Inacreditável quando o FC Porto teve
estrangeiros logo em 1906 (Cattulo
Gadda) e o Sporting CP ainda em 1921/22 (Augusto Sabbo), por exemplo. Depois
estes clubes optaram muitas vezes por treinadores portugueses e o Benfica que
tinha "chegado tão tarde aos treinadores estrangeiros" mostrava-se
pouco inclinado para o que era português!
Foi numa
conversa a propósito de outro assunto que surgiu uma ideia luminosa
Um dia fui convidado
para ir à residência de um Benfiquista Ímpar que me queria agradecer uma
evocação que fiz à sua figura enquanto Benfiquista, no jornal O Benfica,
entretanto transformado em revista mensal na gerência de Vale Azevedo. Germano
Campos é dos enormes entre todos nós. Foi delicioso falar com ele (ainda falei
mais três vezes após este primeiro encontro). Já não me lembro em qual foi, mas
estávamos a falar da actualidade do clube e eu afirmei algo do género: «O Artur Jorge é
treinador português e jogou no Benfica mas destruiu o futebol do melhor clube
português e onde ele fez história como futebolista. Ser portista assumido não
ajuda» Ao que ele responde: «No meu tempo de futebolista os sócios do Benfica não queriam treinadores no
futebol que não fossem antigos jogadores do Benfica. Tinham de ter provas de
total fidelidade ao Clube. Os sócios quando tinham cargos como dirigentes
seguiam esse princípio. Treinadores só portugueses ex-futebolistas do Clube ou
se não fossem tinham de ser estrangeiros. Ex-futebolistas de outros clubes
adversários do Benfica nunca! Nós dizíamos que eles, se treinassem o Benfica, arranjariam maneira de montar a equipa e engendrar tácticas de modo a
prejudicá-la para perder com a equipa com a qual simpatizavam e onde tinham
jogado. Nós até brincávamos com o assunto dizendo. Ouve lá se te pedissem para
treinares o Sporting ou o Belenenses, quando jogasses com o Benfica querias o
quê? Todos se riam e afirmavam. Queria ser goleado!» Não sei se foi este
o motivo que justifica o facto da exclusividade de ex-futebolistas do
"Glorioso" treinarem os plantéis até 1936/37 e depois da quase
exclusividade de estrangeiros - excepto Mário Wilson e Toni (contratados) e
Caiado, Cabrita e José Augusto (de recurso) até 1993/94. Mas que se ajusta à
História dos treinadores do Glorioso Futebol não tenho dúvidas. E que mostra o modo apaixonado como se vivia e vive o Benfica ainda tenho menos dúvidas. Esse modo simples mas eficaz de Ser Benfiquista. Confiar no que é Benfica e desconfiar do que não é!
Germano Campos: singela homenagem
Extraordinário
Benfiquista daí ser eleito em assembleia geral do Clube como "Sócio de
Mérito" (31 de Agosto de 1940), 33 anos depois foi "Águia de Prata"
(14 de Março de 1973) e nove anos depois a distinção suprema, a "Águia de Ouro" (26 de Março
de 1982). Se os Benfiquistas decidiram foi porque sabiam dar valor a quem entre
eles se distinguia "ainda mais"! Aliás é o facto de ultimamente (e
decerto proximamente) procurar familiares dos 33 "Águias de Ouro" já
falecidos - estão quatro entre nós - para fazer pequenas biografias de todos
eles, para uma futura História do Benfica, escrevendo acerca do modo como
exerceram o Benfiquismo que lhes permitiu o reconhecimento de todos, que
permitiu lembrar-me da "tal conversa" que descrevo atrás e desenvolver
o texto de hoje no seguimento do texto publicado ontem.
Germano Augusto
Mourão da Costa Campos foi futebolista do "Glorioso" entre os anos 20
e meados dos anos 30, jogando ao mais alto nível - 1.ª categoria ou de honra -
entre 27 de Março de 1927 e 3 de Fevereiro de 1936 com um total de 5 620
minutos em 52 jogos, com três a capitanear o Benfica. Sagrou-se campeão
regional em 1932/33. Atleta ecléctico também foi campeão no Hóquei em Campo e
foi eleito como Vogal do Departamento de Futebol no acto eleitoral de 1964 (26
de Março) chefiando o Departamento de Futebol na temporada de 1964/65 tendo
como treinador Elek Schwartz, num tempo em que os mandatos eram anuais.
Futebolista (anos 20/30) e Chefe do Departamento de Futebol (anos 60) são
factos que ainda valorizam mais o diálogo acerca dos treinadores que teve
comigo em meados dos anos 90. Alem de tudo isto é pai de uma das "Marias
do Voleibol" casada com José Magalhães (Glória do Voleibol nos anos 50/60)
e treinador das "Marias". E patriarca de uma família de
voleibolistas. Penso que o nosso João Magalhães é bisneto de Germano Campos.
AVISO INTERMÉDIO: O
facto de ter levado mais tempo do que pensava a encontrar imagens para ilustrar
um texto que ameaça ser demasiado extenso inviabilizou ter pronta a análise aos
quatro períodos do que é Ser Glorioso Treinador. Conto terminá-los durante a
próxima hora. Estão terminados. Espero não ser demasiado aborrecido para os leitores que devem ter muita paciência para ler tudo isto!
Prata da
Casa não! Ouro da Casa!
O Glorioso Futebol
começou como amador, em 1904, e terminou como semi-amador, em 1936. Coube a Manuel Gourlade
começar a orientar as equipas do "Glorioso" ainda denominado Sport
Lisboa. Interessado por tudo o que dizia respeito ao futebol jogava como defesa
à esquerda, em 1902, nas equipas dos Catataus que dariam origem ao
"Glorioso" em 1904. Foi um dos 24 fundadores, mas...Veterano (nascido
em 25 de Outubro de 1872, tinha 31 anos aquando da fundação) preferiu dar o seu
lugar aos melhores e jogar na segunda equipa, orientando as duas. Sucedeu-lhe
Cosme Damião quando começou a mostrar-se perante os dirigentes e os seus pares um
perito em gerir equipas, formar onzes, escolher futebolistas e integrá-los nas
quatro categorias. Adversário do não amadorismo para ele o Benfica era
gloriosíssimo, não fazendo sentido andar atrás de jogadores. Os jogadores é que
deviam de andar atrás do Benfica! O certo é que os associados do Benfica em
meados dos anos 20 entenderam que não conquistar o campeonato de Lisboa desde
1919/20 começava a ser problemático para o crescimento do Clube face a outros
emblemas. E venceram Cosme Damião escolhendo um dos "dois braços-direitos"
do nosso Cosme: António Ribeiro dos Reis que tinha outra visão (e ambição) para
o Benfica mantendo o outro "braço-direito" de Cosme Damião junto de
si: Vítor Gonçalves. Três nomes com muito em comum: futebolistas de um só clube
(o Benfica), capitães e "com jeito" para orientar equipas. Ribeiro
dos Reis foi avançado-centro, Cosme Damião e Vítor Gonçalves foram
médios-centro. Com Ribeiro dos Reis o Glorioso Futebol mudou. Passou a
semi-amador, ou seja, contratar futebolistas noutros clubes assegurando-lhes
uma ocupação (que queria dizer dar-lhes dinheiro para montarem um negócio). Por
exemplo duas das primeiras contratações no pós-Cosme Damião foram Raul
Figueiredo (Tamanqueiro), médio-centro do SC Olhanense e Vítor Silva,
avançado-centro do Carcavelinhos FC. Ocupação: um carro de praça (táxi) para
Raul Figueiredo e uma oficina de estofos de automóvel para Vítor Silva. Era
assim o futebol em Portugal nos anos 20!
PERÍODO UM
Épocas
|
Troféus
|
Treinadores
|
|||||
N.º
|
Anos
|
TA
|
CR
|
TH
|
TP
|
CN
|
|
1
|
1904/05
|
Manuel Gourlade
|
|||||
2
|
1905/06
|
Manuel Gourlade
|
|||||
3
|
1906/07
|
Manuel Gourlade
|
|||||
4
|
1907/08
|
Manuel Gourlade
|
|||||
5
|
1908/09
|
Cosme Damião
|
|||||
6
|
1909/10
|
1
|
1
|
Cosme Damião
|
|||
7
|
1910/11
|
Cosme Damião
|
|||||
8
|
1911/12
|
2
|
2
|
Cosme Damião
|
|||
9
|
1912/13
|
3
|
3
|
Cosme Damião
|
|||
10
|
1913/14
|
4
|
Cosme Damião
|
||||
11
|
1914/15
|
Cosme Damião
|
|||||
12
|
1915/16
|
5
|
Cosme Damião
|
||||
13
|
1916/17
|
6
|
Cosme Damião
|
||||
14
|
1917/18
|
7
|
Cosme Damião
|
||||
15
|
1918/19
|
Cosme Damião
|
|||||
16
|
1919/20
|
8
|
1
|
Cosme Damião
|
|||
17
|
1920/21
|
Cosme Damião
|
|||||
18
|
1921/22
|
1
|
2
|
Cosme Damião
|
|||
19
|
1922/23
|
Cosme Damião
|
|||||
20
|
1923/24
|
Cosme Damião
|
|||||
21
|
1924/25
|
Cosme Damião
|
|||||
22
|
1925/26
|
Cosme Damião
|
|||||
23
|
1926/27
|
António Ribeiro dos
Reis
|
|||||
24
|
1927/28
|
António Ribeiro dos
Reis
|
|||||
25
|
1928/29
|
António Ribeiro dos
Reis
|
|||||
26
|
1929/30
|
1
|
1
|
Artur John
|
|||
27
|
1930/31
|
2
|
António Ribeiro dos
Reis
|
||||
28
|
1931/32
|
António Ribeiro dos
Reis
|
|||||
29
|
1932/33
|
9
|
António Ribeiro dos
Reis
|
||||
30
|
1933/34
|
António Ribeiro dos
Reis
|
|||||
31
|
1934/35
|
2
|
3
|
Vítor Gonçalves/
R. Reis
|
|||
32
|
1935/36
|
3
|
1
|
Vítor Gonçalves
|
NOTAS: 1. Taça do
Torneio "Jogos
Olímpicos Nacionais" disputada após finalizar o Campeonato
Regional (AFL) seria depois substituída, em termos de calendário de
competições, pela Taça de Honra de Lisboa (AFL);
2. TA -
Taças/Torneios de Abertura da temporada: 1921/22 - Taça da
AFL; e 1929/30;
1934/35; 1935/36 - Torneios Preparação da AFL
Experiência
comprovada
Depois de soluções
encontradas "dentro de casa" Ribeiro dos Reis percebeu que o Benfica
tinha de contratar treinadores com experiência e capacidade reconhecida como
vencedores. Seguiram-se treinadores estrangeiros que coincidiram com o início e
desenvolvimento do campeonato nacional, daí para muitos Benfiquistas (e não só)
parecer que o Benfica nunca tinha tido treinadores portugueses. Teve e durante
muitas temporadas, mas passam despercebidos pelo facto do futebol
pré-campeonato nacional não ter visibilidade como se o Benfica e em Portugal o
futebol tivesse início em 1935!
Um dos resultados
mais visíveis na política desportiva do futebol do Benfica como reflexo da
contratação de Lipo e Biri foi passar o futebol do Benfica a semi-profissional:
ao contratar um futebolista o clube pagava-lhe um vencimento mensal e conseguia
arranjar-lhe um emprego extra-futebol para complementar (e aumentar) o salário.
Os jogadores treinavam de manhã duas (depois três) vezes por semana e no resto
do tempo estavam no emprego.
PERÍODO
DOIS
Épocas
|
Troféus
|
Treinadores
|
||||
N.º
|
Anos
|
CR
|
CN
|
TP
|
TL
|
|
33
|
1936/37
|
2
|
V.
Gonçalves/ Lipo Herczka
|
|||
34
|
1937/38
|
3
|
Lipo
Herczka
|
|||
35
|
1938/39
|
Lipo
Herczka
|
||||
36
|
1939/40
|
10
|
4
|
Janos
Biri
|
||
37
|
1940/41
|
Janos
Biri
|
||||
38
|
1941/42
|
4
|
Janos
Biri
|
|||
39
|
1942/43
|
5
|
5
|
Janos
Biri
|
||
40
|
1943/44
|
6
|
Janos
Biri
|
|||
41
|
1944/45
|
6
|
Janos
Biri
|
|||
42
|
1945/46
|
Janos
Biri
|
||||
43
|
1946/47
|
NR
|
Biri/
Manuel Alexandre
|
|||
44
|
1947/48
|
Lipo
Herczka
|
||||
45
|
1948/49
|
7
|
Lipo
Herczka/ Ted Smith
|
|||
46
|
1949/50
|
7
|
NR
|
1
|
Ted
Smith
|
|
47
|
1950/51
|
8
|
Ted
Smith
|
|||
48
|
1951/52
|
9
|
Ted
Smith/ Cândido Tavares
|
|||
49
|
1952/53
|
10
|
Alberto
Zozaya/ C. Técnico
|
|||
50
|
1953/54
|
Conselho
Técnico/ Valadas
|
NOTA: Conselho
Técnico constituído por António Ribeiro dos Reis e Francisco Simões (teóricos)
com Valadas como técnico de campo
Treinadores
consagrados
Com a eleição de
Ferreira Bogalho como presidente da Direcção o Benfica vai mudar radicalmente o
futebol em Portugal. Passa a ser a sua vanguarda como tinha sido nos anos 10 do
século XX com Cosme Damião exigindo amadorismo responsável. Nos anos 50 o
Benfica assume o profissionalismo com Otto Glória a exigir disponibilidade
total aos futebolistas. Acabam-se os empregos extra-futebol e as desculpas para
faltar a treinos ou desconcentração nos jogos. Os futebolistas passavam a ter
profissão. Qual? Futebolistas e não empregados nisto ou naquilo! Foi o início
do período dourado do Benfica e do futebol português com o 3.º lugar no Mundial
de 1966, tendo como seleccionador... Otto Glória. Se Béla Guttmann foi Bicampeão
Europeu foi Otto Glória a criar os alicerces, entre 1954/55 e 1958/59, para o
húngaro brilhar intensamente entre 1959/60 e 1961/62.
PERÍODO
TRÊS
Épocas
|
Troféus
|
Treinadores
|
|||||
N.º
|
Anos
|
TH
|
ST
|
CN
|
TP
|
CE
|
|
51
|
1954/55
|
8
|
11
|
Otto
Glória
|
|||
52
|
1955/56
|
Otto
Glória
|
|||||
53
|
1956/57
|
9
|
12
|
Otto
Glória
|
|||
54
|
1957/58
|
Otto
Glória
|
|||||
55
|
1958/59
|
13
|
Otto
Glória/ Valdivielso
|
||||
56
|
1959/60
|
10
|
Béla
Guttmann
|
||||
57
|
1960/61
|
11
|
1
|
Béla
Guttmann
|
|||
58
|
1961/62
|
14
|
2
|
Béla
Guttmann/ Caiado
|
|||
59
|
1962/63
|
3
|
12
|
Fernando
Riera
|
|||
60
|
1963/64
|
13
|
15
|
Lajos
Czeizler
|
|||
61
|
1964/65
|
4
|
14
|
Elek
Schwartz/ Caiado
|
|||
62
|
1965/66
|
Béla
Guttmann/ Cabrita
|
|||||
63
|
1966/67
|
5
|
15
|
Fernando
Riera
|
|||
64
|
1967/68
|
6
|
16
|
Riera/Cabrita/O.
Glória
|
|||
65
|
1968/69
|
7
|
17
|
16
|
Otto
Glória
|
||
66
|
1969/70
|
17
|
O.
Glória/ José Augusto
|
||||
67
|
1970/71
|
18
|
Jimmy
Hagan
|
||||
68
|
1971/72
|
8
|
19
|
18
|
Jimmy
Hagan
|
||
69
|
1972/73
|
9
|
20
|
Jimmy
Hagan
|
|||
70
|
1973/74
|
10
|
Jimmy
Hagan/ Cabrita
|
||||
71
|
1974/75
|
11
|
21
|
Milorad
Pavic
|
|||
72
|
1975/76
|
22
|
Mário
Wilson
|
||||
73
|
1976/77
|
23
|
John
Mortimore
|
||||
74
|
1977/78
|
12
|
John
Mortimore
|
||||
75
|
1978/79
|
13
|
John
Mortimore
|
||||
76
|
1979/80
|
14
|
19
|
Mário
Wilson
|
|||
77
|
1980/81
|
1
|
24
|
20
|
Lajos
Baroti
|
||
78
|
1981/82
|
15
|
Lajos
Baroti
|
||||
79
|
1982/83
|
25
|
21
|
Eriksson
|
|||
80
|
1983/84
|
16
|
26
|
Eriksson
|
|||
81
|
1984/85
|
22
|
Pal
Csernai
|
||||
82
|
1985/86
|
17
|
2
|
23
|
John
Mortimore
|
||
83
|
1986/87
|
27
|
24
|
John
Mortimore
|
|||
84
|
1987/88
|
18
|
Ebbe
Skovdahl/ Toni
|
||||
85
|
1988/89
|
28
|
Toni
|
||||
86
|
1989/90
|
3
|
Eriksson
|
||||
87
|
1990/91
|
29
|
Eriksson
|
||||
88
|
1991/92
|
Eriksson
|
|||||
89
|
1992/93
|
25
|
Tomislav
Ivic/ Toni
|
||||
90
|
1993/94
|
30
|
Toni
|
À procura
de soluções
Nos anos 90 o Benfica
passou a ter uma política que eu ainda não consigo perceber que lógica teve
(talvez por ser um período muito contemporâneo), pois parecem-me soluções
avulsas de ocasião. Com Jorge Jesus isso mudou. Treinador experiente
estabilizou, finalmente, o futebol do "Glorioso". Mas como este texto
já vai muito longo deixo para a próxima semana mais considerações acerca do que
é ser mau ou bom treinador.
PERÍODO
QUATRO
Épocas
|
Troféus
|
Treinadores
|
||||||
N.º
|
Anos
|
TH
|
ST
|
CN
|
TP
|
TL
|
CE
|
|
91
|
1994/95
|
Artur Jorge
|
||||||
92
|
1995/96
|
26
|
A. Jorge/ Mário
Wilson
|
|||||
93
|
1996/97
|
Paulo Autuori/Manuel
José
|
||||||
94
|
1997/98
|
M. José/ Wilson/
Souness
|
||||||
95
|
1998/99
|
Graeme Souness/Shéu
|
||||||
96
|
1999/00
|
Jupp Heynckes
|
||||||
97
|
2000/01
|
Heynckes/ Mourinho/
Toni
|
||||||
98
|
2001/02
|
Toni/ Jesualdo
Ferreira
|
||||||
99
|
2002/03
|
Jesualdo / Camacho
|
||||||
100
|
2003/04
|
27
|
Jose António
Camacho
|
|||||
101
|
2004/05
|
31
|
Giovanni Trapattoni
|
|||||
102
|
2005/06
|
4
|
Ronald Koeman
|
|||||
103
|
2006/07
|
Fernando Santos
|
||||||
104
|
2007/08
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Santos/ Camacho/
Chalana
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105
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2008/09
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1
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Quique Flores
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106
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2009/10
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32
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2
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Jorge Jesus
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107
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2010/11
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3
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Jorge Jesus
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108
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2011/12
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4
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Jorge Jesus
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109
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2012/13
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Jorge Jesus
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||||||
110
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2013/14
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33
|
28
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5
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Jorge Jesus
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111
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2014/15
|
5
|
34
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6
|
Jorge Jesus
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112
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2015/16
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Futuro
imediato
Ainda não se sabe se
Jorge Jesus continua ou não. Penso que o melhor para o Benfica é a continuidade
da dupla Luís Filipe Vieira/ Jorge Jesus que parece ter encontrado o rumo
certo.
Desde 2004/05 (Apito
Dourado) que me parece ser mais fácil ao Benfica obter conquistas sustentadas
(não episódicas) no campeonato nacional. Seja com que dirigentes ou treinadores
for, parece-me mais fácil. Já se percebeu que o FC Porto não consegue manobrar
como o fazia antes de se saber das escutas telefónicas. O seu mentor (Pinto da
Costa) está muito mais debilitado - além da idade pesar cada vez mais - não pode
ter intervenção directa nas "questões da arbitragem" pois apontam-lhe
de imediato o Youtube. Para evitar isso necessita de terceiros, o que não é o
mesmo. Aliás é totalmente diferente. Ser Pinto da Costa a falar punha os
subservientes em sentido. Com os outros fazem "orelhas moucas"! Então
o que tem de melhor a dupla Luís Filipe Vieira/ Jorge Jesus em relação a outras no Benfica? Tem o facto de
terem feito o caminho, aberto o rasgo, para agora poderem continuá-lo. Tenho para mim que, se Jorge Jesus continuar no Clube, o Benfica arrisca-se a
conquistar três ou quatro campeonatos nacionais consecutivos. E só não serão
mais porque entretanto Pinto da Costa (com um Tetra do Benfica) será obrigado a
sair do FC Porto pela "porta pequena"! Mas reservo fundamentar, mais
e melhor, esta opinião para o início da próxima semana onde tenho previsto
fazer um texto acerca de "Ser bom ou mau treinador".
A Gloriosa
História é linda, fantástica e exemplar! Por ser transparente e vencedora!
Alberto Miguéns
PLANO
PARA AS EDIÇÕES ATÉ MEADOS DESTE MÊS
(provisório
como é evidente)
De 5 a 16
de Junho de 2015 (Sempre à meia-noite)
Sexta-feira
(de 4 para 5): Mais vale tarde que nunca!;
Sábado
(de 5 para 6): Dérbi de Lisboa em Futsal;
Domingo
(de 6 para 7): Jogo de Tricampeonato;
Segunda-feira
(de 7 para 8): Ser bom ou mau treinador;
Terça-feira (de 8 para 9): Sinto-me tão portista!;
Terça-feira (de 8 para 9): Sinto-me tão portista!;
Quarta-feira
(de 9 para 10): Os 86 vencedores da Taça da Liga;
Quinta-feira (de 10 para 11): Rola e enrola;
Quinta-feira (de 10 para 11): Rola e enrola;
Sexta-feira
(de 11 para 12): Já cá faltava eu!;
Sábado
(de 12 para 13): Mentiras Oficializadas by SLB;
Domingo
(de 13 para 14): O Mais Belo e Inigualável 138;
Segunda-feira
(de 14 para 15): Benfica tão brilhante que se vê no escuro;
Terça-feira (de 15 para 16): Os 337 campeões nacionais
Caro Miguéns,
ResponderEliminaro que lhe parece Rui Vitória para treinador do nosso Clube ? Tenho presentes as suas palavras acerca dele numa "final" de juniores que perdemos com o Sporting de Paulo Bento. E isto num post alusivo a declarações cobardes e pequenas do mesmo Rui Vitória, em Paços de Ferreira, depois de ser goleado por nós (0-5 ou 1-5).
Pessoalmente sou completamente contra o regresso de Rui Vitória, e além da menor competência técnica, a minha opinião formou-se muito também com esse seu post, por isso tenho curiosidade em saber a sua perspectiva.
Finalmente, sendo António Melo amigo do Marco Silva (benfiquista ?), não gostaria ele que o novo treinador do Sport Lisboa e Benfica fosse Marco Silva ? A minha opção iria por aí.
Obrigado e um abraço.
Também prefiro Marco Silva a Rui Vitória. Vamos esperar pois ainda não está confirmado qual o treinador do Benfica para 2015/16. Sabe-se que não será Jorge Jesus!
EliminarSe for Rui Vitória temo que o Benfica volte a praticar um futebol débil, sem rasgo e arrojo. Se for Rui Vitória espero estar enganado e desejo que ele consiga surpreender-me. Vamos esperar.
Gloriosas Saudações Benfiquistas
Alberto Miguéns
Luís Filipe Vieira devia de se demitir .
ResponderEliminarJá agora faz um post a falar da historias dos treinadores que passaram pelo Porto, se faz favor. Mas faz com insenção.
ResponderEliminarAqui é tudo feito com isenção. Isso podia ser feito mas em relação ao Benfica. Com o FCP que se preocupem os portistas.
EliminarMas poder, podia. Treinadores que o FCP contratava nos anos 60 e 70 por ter inveja do sucesso deles no SLB, etc. Até dava uma posta engraçada...
Alberto Miguéns
RUI VITÓ O QUE??? MAS VOCES DEVEM TER SAUDADES DE VOLTAR Á LEI DA SECA !! MAS QUE PALHAÇADA É ESTA ?? SE O JORGE JESUS SAI PARA O SPORTING.. É SINAL QUE SAI O MARCO SILVA!!!! SE O MARCO SILVA SAI , ESTAO Á ESPERA DO QUE???? É TAO CERTO COMO 1 + 1 = 2 , JA SEI QUE VÁ PARA O PORTO , E DEPOIS NÓS ANDAMOS MAIS UNS 10 ANOS ou 20 ANOS , SERÁ QUE NAO APRENDEM COM OS ERROS DO PASSADO!!???? ... ESTOU MESMO LIXADO DA VIDA!! NEM PARECE QUE FUI BICAMPEAO!!!!!MARCO SILVA JAAAA!!! NAO QUERO MAIS UM FERNANDO SANTOS MAS SERÁ QUE NAO APRENDEM COM OS ERROS!! JA QUE O JESUS QUER IR , QUE VÁ .. MAS TER O MARCO SILVA DISPONIVEL E NAO FICAR COM ELE É O MESMO QUE TER O MOURINHO E NAO O APROVEITAR!!! AH É VERDADE ISSO JÁ ACONTECEU !!!!!
ResponderEliminar"O Sporting tem dinheiro. Nós temos dedicação. No imediato o dinheiro vence a dedicação. No futuro, a dedicação goleia o dinheiro."
ResponderEliminarCosme Damião
Faltou dar os parabéns ao Alberto por este lúcido e informado artigo. Notável clarividência como sempre. Sempre vendo para além do efémero.
ResponderEliminarOntem foi uma noite em que para a maior parte dos Benfiquistas as coisas se precipitaram de forma surpreendente. Com mágoa.
Mas o Benfica nunca teve indispensáveis. Nem Eusébio nem Cosme, nem Coluna, nem José Águas. Ninguém.