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08 maio 2017

E Ele a Dar-lhe Que Nem Salazar

08 maio 2017 4 Comentários
UMA DAS PRIMEIRAS GRANDES VERGONHAS DO PÓS 28 DE MAIO DE 1926.



Ainda nem dois anos tinham decorrido após a "Revolução de Maio de 1926" (e à socapa) o FC Porto conseguiu ter o estatuto de utilidade pública que lhe permitia isenções fiscais e vantagens financeiras só ao alcance de "verdadeiras instituições sem fins lucrativos" como a Cruz Vermelha ou o Comité Olímpico português, por exemplo.

As verdadeiras Nove Ligas Salazar
Títulos ganhos em concorrência desleal pois o FCP beneficiava de vantagens financeiras que nenhum outro clube tinha:
1931/32 - 11.ª edição do Campeonato de Portugal (depois designado Taça de Portugal);
1934/35 - 1.ª edição do Campeonato da I Liga (depois designado Campeonato Nacional da I Divisão);
1936/37 - 16.ª edição do Campeonato de Portugal (depois designado Taça de Portugal);
1938/39 - 5.ª edição do Campeonato Nacional da I Divisão;
1939/40 - 6.ª edição do Campeonato Nacional da I Divisão;
1955/56 - 12.ª edição do Campeonato Nacional da I Divisão;
1955/56 - 33.ª edição da Taça de Portugal;
1957/58 - 35.ª edição da Taça de Portugal;
1958/59 - 14.ª edição do Campeonato Nacional da I Divisão.

Consta que foi Cândido de Oliveira, enquanto treinador do FC Porto, entre 1952/53 e 1953/54, que se apercebeu das vantagens financeiras que este tinha e alertou, quando regressou a Lisboa, os principais clubes desportivos da cidade da concorrência desleal que favorecia o principal emblema a norte de Lisboa.



"Glorioso" integrado num conjunto de cinco clubes apenas em 1960 - 32 anos depois - conseguiu usufruir das vantagens que o FC Porto tinha desde 13 de Março de 1928.



Deviam de respeitar as figuras que tanto protegeram o FCP durante o Estado Novo. Em vez de lhe cuspirem através dos media.

Alberto Miguéns

NOTA: Espero ter tempo depois do trabalho para desenvolver este assunto para publicar pela meia-noite meia dúzia de fichas de portistas verdadeiramente salazarentos. Deixem de cuspir no prato onde tanto comeram.


Em 1928, o presidente da Direcção do FC Porto era o inefável fascista Abílio Urgel Horta(clicar). Nascido em 17 de Junho de 1896, em Felgar, uma freguesia em Torre de Moncorvo, cedo rumou para a cidade do Porto, onde se formou em Medicina. Aos 31 anos, sendo presidente do FCP e tendo feito amizades, com alguns dos militares que implantaram (28 de Maio de 1926) em Portugal, a Ditadura Nacional que estaria na origem, em 1933, do Estado Novo, consegue com uma “cunha de tamanho fascista” que o Presidente da República Óscar Carmona, Manuel Rodrigues Júnior (Ministro das Finanças) e José Alfredo Mendes de Magalhães (Ministro da Instrução Pública) assinem o Decreto-Lei que fez do FC Porto o pioneiro (e único clube durante 32 anos e seis meses) detentor do estatuto de Utilidade Pública. Este médico fascizóide regressaria à presidência da Direcção portista, entre 1951 e 1953, para “sacar do Poder Autoritário e Repressivo Português” o Estádio das Antas, inaugurado pomposamente em 28 de Maio de 1952, o Dia das Comemorações Fascistas, integrando a inauguração do estádio nas celebrações dos 26 anos da implantação do Regime. O médido fascizóide foi deputado da União Nacional, em diversas legislaturas, mostrando-se particularmente activo, na VI (1953-1957), VII (1957-1961) e VIII (1961-1965). Infelizmente, já não viu a Implantação da Democracia. Como ele, certamente, se indignaria com o poder actual do FC Porto, com este a conotar o Benfica com o Regime que sempre defendeu, e com o qual o seu clube (FC Porto) tanto beneficiou. Ingratidão “pintodacostista”.

Publicamos uma sugestiva fotografia com dois figurões do Fascismo Português – Oliveira Salazar e Óscar Carmona – tendo ambos de cada lado, duas das muitas figurinhas do FC Porto, ambas (a par de Salazar) a fazer a saudação fascista. O primeiro da direita é... Urgel Horta. O primeiro da esquerda é Ângelo César.

O fascista Ângelo César Machado (clicar) nasceu em 4 de Março de 1900 numa pequena freguesia do distrito Viseu, concelho de Resende, denominada... Andrade. Andrade à nascença, Andrade e fascista toda uma vida. Ângelo César cruzou-se com Salazar (nascido no Vimieiro... Viseu, em 1889) na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde Salazar foi seu professor. Estabeleceu-se entre eles uma grande amizade – formou-se em 1924 – com ambos a integrarem o Centro Católico. O fascista Ângelo César esteve na fundação da Milícia Lusitana em 1927, que depois integrou a “Liga Nacional 28 de Maio”, génese da Legião Portuguesa (os delatores do Regime, popularmente designados por “Bufaria”). Ângelo César foi destacado deputado na Assembleia Nacional, fazendo a apologia de Salazar não só como militante do partido único União Nacional, mas com artigos panegíricos a Salazar e ao Fascismo publicados num dos jornais patrocinados pelo Estado Novo, o “Diário da Manhã” órgão de imprensa em que os tipógrados por vezes se “esqueciam” de colocar o “til” porque entendiam classificar melhor as notícias como “Diário da Manha”. Advogado estabelecido na cidade do Porto, enquanto deputado da fascista União Nacional - em três legislaturas {I (1935-1938), II (1938-1942) e III (1942-1945)} - foi presidente da Direcção do FC Porto, entre 1938 e 1939. Morreu em 12 de Julho de 1972, vilipendiado pelos democratas portuenses, a dois anos da Revolução dos Cravos. Que pena não ter assistido, à democracia e ao portismo que conota o Benfica com o Regime de que foi um dos mais influentes sustentáculos no Norte. Ângelo César foi um dos principais responsáveis pela organização da "Bufa Portuense" sendo, em 1937, adjunto político da primeira Junta Central da Legião Portuguesa no Norte de Portugal. Quantos democratas não teria ele "enviado" para Custóias e Peniche!? Apesar dessa vergonhosa promiscuidade - deputado fascista da União Nacional e presidente fascizóide do FC Porto, em simultâneo - o inefável medíocre nosso contemporâneo Bernardino Barros tenta branquear a sua acção fazendo-o passar por um oposicionista ao salazarismo. Têm cá uma lata, estes portistas.

O Dr. Cesário Bonito nasceu em Peso da Régua, a 1 de Agosto de 1909. Formou-se em medicina sendo discípulo de Ângelo César Machado (uma década mais velho). No FCP ocupou vários cargos directivos fazendo parte do grupo, com Urgel Horta, Ângelo César e Júlio Ribeiro Campos, entre outros, que foi dirigindo o clube portista durante os anos 40 até à década de 60, com Cesário Bonito a assumir por três vezes a presidência da Direcção: 1945/48, 1955/57 e 1965/67. Amigo de Urgel Horta que pertenceu à “Bufa portuense”, a Junta Central da Legião Portuguesa no Norte de Portugal. Divulgador da União Nacional e do espírito do Estado Novo na cidade do Porto foi uma figura temida por democratas e oposicionistas. Felizmente, aos 65 anos, quando viu a liberdade ser restaurada, refugiou-se no anonimato, só “surgindo ressuscitado” pelo poder portista na sua morte. Faleceu no Porto, aos 78 anos, em 4 de Setembro de 1987.



Machado Vaz e Oliveira e Costa respondem a Pinto da Costa na RTP3.
4 comentários
  1. ELES TEEM VERGONHA QUE A JUVENTUDE SAIBA QUEM FOI O F.C.P.POIS PERTENCERAO MESMO AO FASXISMO SEMPRE FORAO PORTUGIDOS PELO SALAZAR SE NAO TINHAO DESCIDO DUAS VEZES DE DEVISAO MAS ISTO NUS TEMPOS DE HOJE E VERGNHOSO POR ISSO ELES NEGAO MAS A HISTORIA DIZ O CONTRARIO FORÇA A DEMOCRACIA

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  2. Enquanto o clube dos andrades eram dirigidos por gente do regime e que adulavam Salazar, -e que disso retiravam dividendos- no GLORIOSO os seus dirigentes eram do povo.

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  3. Dr. Miguéns, boa tarde.

    O«Por favor, pode-nos esclarecer quanto ao facto de o Eusébio chamar de "padrinho" ao Salazar? Obrigado

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    Respostas
    1. Caro

      Não sabia. Nunca ouvi, nem li Eusébio fazer essa afirmação. Desconhecendo não posso dar qualquer opinião. Vou estar atento a entrevistas do «Melhor Futebolista Português de Sempre» para perceber, o que disse, quando disse e porque disse se é que disse!

      Saudações Gloriosas

      Alberto Miguéns

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