OPINIÃO
ÁLVARO
GASPAR
Nascimento: 10 de
Maio de 1889
Primeiro jogo:
Desconhecido (por enquanto)
Primeiro jogo referenciado (3.ª categoria): 20 de Dezembro de 1908 (19
anos)
Primeiro jogo na 2.ª categoria: 24 de Outubro de 1909 (20 anos)
Estreia na 1.ª categoria: 25 de Setembro de 1910 (21 anos)
Último jogo na 1.ª categoria: 1 de Março de 1914 (24 anos)
Último jogo na 1.ª categoria: 1 de Março de 1914 (24 anos)
Último jogo com o
"Manto Sagrado": 11 de Abril de 1915 (25 anos)
Falecimento: 3 de
Setembro de 1915 (26 anos)
Funeral: 5 de
Setembro de 1915 (para o Cemitério da Ajuda)
Tal como referi em 1
e 5 de Março as informações acerca do futebolista Álvaro Gaspar concentram-se
entre 1910/11 e 1913/14.
1908/1909
(19 anos)
Em que
época começou a jogar?
Pela Ficha de
Inscrição que deve ter sido preenchida no início de 1912/13, quando Álvaro
Gaspar tinha 23 anos, ele escreveu que jogava há sete anos sempre no SL Bemfica
(ainda e até 1945 com mê) sem interrupções. Deve ter sido preenchida antes do
início da época, pois segundo Rogério Jonet essa era a prática no Clube. Todos
a preenchiam até o Capitão-Geral (treinador e organizador das equipas) Cosme
Damião. Se jogava há sete anos e ininterruptamente, começou em 1905/06 ou 1906/07.
A estrutura
do futebol gloriosíssimo
Para além das três
categorias com futebolistas escolhidos em função das suas capacidades sem
preocupação da idade o Sport Lisboa criou uma equipa de Infantis, que naquele
tempo significava futebolistas "exclusivamente jovens", ou seja, sem
veteranos. E deviam de ser além de muito novos, atletas franzinos com pouca
capacidade física. Pois se a tivessem integravam uma das três categorias. O
Benfica só criou uma 4.ª categoria (ou seja com futebolistas escolhidos em função
das suas capacidades e não da idade) em 1909/10, com estreia em 14 de Novembro
de 1909.
Estreias das categorias
Categoria
|
1.ª
|
2.ª
|
3.ª
|
4.ª
|
Época
|
1904/05
|
1904/05
|
1906/07
|
1909/10
|
Data
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1
Janeiro
|
19 Fevereiro
|
3
Fevereiro
|
14
Novembro
|
Resultado
|
V 1-0
|
V 1-0
|
V 3-0
|
V 1-0
|
Adversário
|
Grupo do Campo de Ourique
|
Grupo do Campo de Ourique
|
Internacional (CIF)
|
Sport Grupo Palhavã
(1.ª categoria)
|
1908/09 -
Uma época de afirmação
Depois da junção
entre o Sport Lisboa e o Sport Benfica os clubes mantiveram a sua
individualidade, como ficara definido na acta de junção. Não houve eleições. Os dirigentes do SLB continuaram os mesmos do Sport Benfica (eleitos em 28 de Junho e com tomada de posse
em 3 de Julho de 1908) tendo já a preocupação - pois as "negociações"
para a junção em 13 de Setembro de 1908, estavam em curso - de preencher o
lugar da vice-presidência da Direcção com Alfredo Alexandre Luís da Silva, um
dos principais sócios do Sport Benfica mentores da necessidade de junção para
permitir ter uma grande equipa de futebol a jogar na Quinta da Feiteira, em Benfica.
Bom interlocutor e com fortes relações de amizade com muitos dos futebolistas
do Sport Lisboa, Alfredo Silva era o elo de ligação entre os dirigentes do
Clube e os dirigentes do Futebol (que funcionava com autonomia): Cosme Damião e
Manuel Gourlade, este cada vez com mais dificuldades em manter-se como "técnico"
por ter a sua actividade profissional nas docas de Lisboa onde, por falar
fluentemente francês e inglês (pelo menos) era intérprete dos navios que
aportavam a Lisboa.
Os
futebolistas do Sport Lisboa e Benfica mantinham-se os do Sport Lisboa
As três equipas que o
SLB mantinha em actividade movimentaram quatro dezenas de futebolistas. Apenas
um (Germano de Vasconcelos) não tinha a proveniência de Belém ou da Casa Pia.
Mas tinha experiência como futebolista em grupos que se organizavam em Lisboa.
Depois de 13 de Setembro de 1908 integrou o futebol no clube, mas teve de
iniciar-se na 3.ª categoria. A sua qualidade em breve abria-lhe a titularidade
na 1.ª categoria. A autonomia do futebol era total, mas para ter "voz
activa" na Direcção do Clube, nas primeiras eleições em que votaram os
elementos do Sport Lisboa (em 26 de Fevereiro de 1909, a dois dias do Clube
completar cinco anos) foram eleitos como vogais da Direcção... Cosme Damião e
Félix Bermudes, mantendo-se Alfredo Silva na vice-presidência de João José
Pires. Nestas eleições há ainda uma curiosidade: a Mesa da Assembleia Geral
(presidida pelo "Águia de Ouro", dr. Mascarenhas de Melo, ilustre
médico de Lisboa/ Benfica) era totalmente constituída por elementos
provenientes do Sport Benfica e o Conselho Fiscal por elementos do Sport
Lisboa: Conde do Restelo, ou seja Inácio José Franco, proprietário da Farmácia
Franco como presidente; António da Costa Alves (secretário) e Manuel Gourlade
(relator). A autonomia entre os dois clubes levada ao extremo!
Campeonatos
regionais para duas categorias
Em 1908/09 a Liga
Portuguesa de Futebol decidiu organizar, pela primeira vez, dois campeonatos,
para 1.ªs e 2.ªs categorias. Para a 1.ª categoria foi o 3.º Regional e para a
2.ª categoria foi o primeiro. Inscreveram-se oito clubes (seis com 1.ª
categoria e sete com 2.ª categoria), mas apenas cinco formaram equipas para
disputarem as duas categorias (entre parêntesis as respectivas classificações):
Carcavellos C&F Club (1.º e 4.º), SL Benfica (2.º e 3.º), Internacional/CIF
(3.º e 1.º), S. União Belenense (4.º e 5.º) e Sporting CP (6.º e 6.º). O
Ajudense FC apenas disputou a 1.ª categoria (5.º classificado) e o SC
Estephania competiu na 2.ª categoria (7.º lugar).
As listas
de Cosme Damião
Há duas listas
manuscritas pelo punho de Cosme Damião, dividindo os
futebolistas pelas duas categorias, para a temporada de 1908/09. Em 1 de Maio de 1909 foi nomeado capitão-geral, para superar o afastamento de Manuel Gourlade e consolidar o poderio futebolístico do SLB.
A primeira
referência a Álvaro Gaspar, enquanto futebolista, como "meio-avançado-esquerdo"!
Em 20 de Dezembro
de 1908, na Quinta da Feiteira, em Benfica, estreia na época de 1908/09 do 3.º
grupo do SL Benfica, com vitória sobre o SG Império
À margem dos campeonatos da Liga, o Sport
Grupo Império, que se constituíra em 11 de Novembro de 1908, com jogadores do Futebol
Grupo de Campo de Ourique e do Football Cruz Negra (que se extinguiu),
organizou um torneio de terceiras categorias. A iniciativa teve depois certo
carácter oficial e a sua direcção foi entregue a uma comissão, composta por
Félix Bermudes, Raul Nunes e Franco de Araújo.
No jogo de estreia o Benfica venceu o SG
Império (depois SC Império), que apresentava um conjunto de jogadores de nome firmado em “onzes” de
maior plano. O Império não concorreu em primeiras categorias, não obstante
contar com elementos de boa classe, tendo por isso os melhores atletas na segunda
categoria. A terceira reunia o segundo conjunto de jogadores, suplentes à
segunda.
Como era apanágio do Benfica a constituição
de três grupos para actividade normal da época, escalonando criteriosamente os
futebolistas, confirmou a utilidade do trabalho em profundidade. O objectivo
era o habitual – escolher os melhores para jogar bem tentando conseguir o
melhor resultado! O Clube voltou a revelar a consistência do nosso “viveiro” de
alguns anos, com jogadores novos em todas as temporadas.
O "primeiro onze" conhecido de Álvaro Gaspar
Nesse dia 20 de Dezembro de 1908, o Benfica alinhou com: Custódio Xavier;
António Marques e Carlos Homem de Figueiredo; Germano de Vasconcelos, Marcial
Costa e Álvaro Vivaldo; Raimundo Moraes, Júlio Castro, Alfredo Vivaldo, Álvaro Gaspar e
Alberto Rio.
Neste grupo de jogadores, apenas um,
Germano de Vasconcelos pertencera ao Sport Clube de Benfica. “A excepção que
confirma a regra!” Embora fosse um desportista que já se notabilizara no
ciclismo e tivera participações em atletismo, os responsáveis pelo futebol não
tiveram problemas em integrá-lo na equipa de terceiras categorias.
Em relação à lista das inscrições, neste
primeiro “onze” da época na 3.ª categoria, estavam seis futebolistas dados como
suplentes à 2.ª categoria: Custódio Xavier, Germano de Vasconcelos, Marcial
Costa, Álvaro Vivaldo, Júlio Castro e Alberto Rio; e um (António Marques) que integrava a
lista dos elementos do 2.º grupo, e por ele jogando em 25 de Outubro e 15 de
Novembro. Restavam quatro “novos”, mas três já com alguma experiência em “teams”
infantis do Sport Lisboa: Álvaro Gaspar, Alfredo Vivaldo, Raimundo de Moraes; o
outro, Carlos Homem de Figueiredo, casapiano, um novo elemento que entrou para
o clube, já depois da junção, em 13 de Setembro.
Mais duas referências a Álvaro Gaspar sem certezas de jogos
O que diz Mário de Oliveira de Álvaro Gaspar na temporada de 1908/09?
Há na imprensa da época referência à
convocatória de Álvaro Gaspar para dois jogos da 3.ª categoria, um em 24 de
Janeiro de 1909 e outro em 5 de Março de 1909, mas não há notícia de adversários e
resultados, nem se de facto esses jogos se realizaram.
No jogo de Janeiro, em princípio frente ao
Sporting CP, estavam convocados:
Custodio Xavier;
António Marques e Carlos Homem de
Figueiredo;
Germano Vasconcelos, Marcial Costa e Álvaro
Vivaldo;
Raimundo Moraes, Júlio Castro, Alfredo Vivaldo, Álvaro Gaspar
e Alberto Rio.
No jogo referente a Março, estavam
convocados:
Custódio Xavier;
Arnaldo Sobral e Romualdo Bogalho;
Marcial da Costa, Álvaro Vivaldo e Lucas;
Júlio Castro, Barreiros, Vítor Jardim, Álvaro Gaspar
e Alberto Alves;
Suplentes: Oliveira, Mário Costa e
Jerónimo.
Depois da junção a Sede manteve-se a do Sport Clube Benfica, na actual travessa do Rio |
O que diz Mário de Oliveira de Álvaro Gaspar na temporada de 1908/09?
Muito pouco, mas na
página 101 (integrada no capítulo III, subcapítulo 7 - Um título de honra na
Imprensa) refere o seguinte: A equipa vencedora (a 1.ª categoria sobre o Sporting CP, em 24 de
Janeiro de 1909, com vitória por 2-1) deve ter alinhado como segue: João Carvalho
Persónio; Henrique Costa e Leopoldo Mocho; Luís Vieira, Cosme Damião e Artur
José Pereira; António Costa, Eduardo Corga, Constantino Encarnação, António
Meireles e Carlos França. E já que indicámos a provável constituição da
primeira categoria julgamos interessante juntar os nomes dos jogadores
convocados para os desafios de segunda e terceiras categorias que se realizaram
no mesmo dia. Segunda Categoria: João
Matos;
Alfredo Machado e Carlos Homem de Figueiredo; Alberto Alves, Domingos Simões e
Germano Vasconcelos; Francisco França, Carlos Monteiro, David Fonseca, Álvaro
Corga e Félix Bermudes. Suplentes - Henrique Teixeira, Álvaro Vivaldo, Romualdo
Bogalho e Marcial Costa. Terceira
Categoria: Custódio Xavier; António Marques e Carlos Homem de Figueiredo;
Germano Vasconcelos, Marcial Costa e Álvaro Vivaldo; Raimundo Moraes, Castro, Alfredo
Vivaldo, Álvaro Gaspar e Alberto Rio.
Aparecem aqui nomes
de jogadores que estavam no começo de uma carreira que pôde ser brilhante e
que, para alguns, se prolongou bastante, um deles, Alberto Rio, chegando, até,
a envergar a camisola de internacional (em 1922 e 1923, mais de uma década
depois!).
E um outro, Álvaro Gaspar, não esqueceu ainda como
símbolo de dedicação ao único Clube da sua vida de jogador excepcional para a
época em que brilhou. Álvaro Gaspar, que teve uma carreira fulgurante, é uma
saudade sempre viva na memória da gente antiga do Clube. Carlos Homem de
Figueiredo, vindo da Casa Pia, foi defesa e médio notável, sobretudo pelo jogo
de cabeça. Germano de Vasconcelos, avançado veloz e atleta ecléctico, brilhou
também no BENFICA. E Álvaro Vivaldo, médio excelente, foi sacrificado no posto
de médio-centro da segunda categoria, em épocas sucessivas.
Álvaro
Gaspar continuava a ascensão dentro do "Glorioso Futebol". E a
História do Benfica dava um filme. Um grande filme, com amor, ódio, traição,
coragem, ideal, paixão e resistência. Não acreditam?!
Alberto Miguéns
NOTA (À MARGEM): DIA HISTÓRICO PARA O BENFICA E PARA O FUTEBOL PORTUGUÊS
NOTA (À MARGEM): DIA HISTÓRICO PARA O BENFICA E PARA O FUTEBOL PORTUGUÊS
NOTA INTERCALAR (PARA RESPONDER A UM COMENTÁRIO DE UM LEITOR IDENTIFICADO E PODER AJUDAR EM FUTURAS PESQUISAS) Colocado em 15 de Abril de 2014 às 21.30 horas
NOTA FINAL: Por dificuldades técnicas - impossibilidade por excesso de informação - para que resulte com eficácia (publicar fotografias e documentos a ilustrar os textos) "A Vida Desportiva de Álvaro Gaspar Numa Dúzia de Datas" está programada para os seguintes dias (coincidindo com efemérides relativas à relação d Álvaro Gaspar com o Clube):
PUBLICADO
Legenda digitalizada da página 95 do Volume I da História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954 de Mário de Oliveira e Rebelo da Silva |
PUBLICADO
1. 01.Mar.2014 O
Último Jogo;
2. 05.Mar.2014 O Debutante;
3. 16.Mar.2014 O Crescimento;
4. 30.Mar.2014 A Resistência;
5. 09.Abr.2014 O Triunfo;
A PUBLICAR
6. 10.Abr.2014 O Reservista;
7. 22.Abr.2014 A Titularidade;
8. 23.Abr.2014 A Ficha;
9. 05.Mai.2014 O Brasil;
10. 10.Mai.2014 A Derradeira Glória;
11. 03.Set.2014 A Última Época;
12. 05.Set.2014 O Legado
Um excelente artigo. Muito obrigado por continuar a dar-nos esta valiosa informação e as suas interpretações.
ResponderEliminar1 - Os dados são compatíveis com a sua hipótese da questão física como factor inibitório para a estreia de Alvaro Gaspar pela 3ª categoria (tendo em conta a data declarada do seu início de actividade no clube). Aliás as fotografias denotam que atleticamente as equipas pareciam muito bem constituídas sugerindo que esse era um critério importante de seleção dos jogadores. Pelo que li, as crónicas reportavam o grande vigor - por vezes a violência - do jogo praticado. Por outro lado, presumo eu, as condições dos terrenos de jogo. Talvez os registos também sejam incompletos e mais importante não sabemos qual a frequência de comparência a treinos que Álvaro tinha. Vivendo na Graça e tendo de deslocar-se para Benfica talvez não lhe fosse fácil. Sabe-se que Cosme Damião - pelas metodologias, rigor e competitividade que tinha - defendia as virtudes do treino (veja-se a situação com Artur José Pereira).
2 - Outro aspecto interessante do artigo é que o Alberto reporta-nos vários nomes pouco conhecidos para as categorias inferiores (a informação que circula na internet é raríssima). Eu pelo menos não conhecia alguns.
2a - De entre os que conhecia, um interessou-me particularmente: Marcial Freitas Costa. Foi titular na primeira equipa e depois parecia ter desaparecido das listas. Pensei que era mais um dos que em Fevereiro de 1907 deixou o nosso clube para integrar outra equipa. Recentemente reencontrei o seu nome na lista de sócios que transitaram do Sport Lisboa aquando da fusão (na lista está também um Joel Freitas Costa, talvez seu irmão). Afinal passou a dar a sua contribuição à segunda categoria. Curioso pois era um titular regular das equipas de 1905-1906. Mostra a possibilidade de seleção que o nosso clube teve pouco tempo depois da crise de 1907 e mostra também a emergência de novos valores. Claro que nesse tempo de amadorismo, de ingenuidade, de fracas condições de treino e jogo, de incipientes tratamentos médicos, deveriam ser mais frequentes as inconstâncias de rendimento.
2b - Na fotografia da 1ª categoria de 1908/09 estão, para além de Cosme Damião, outros dois jogadores-fundadores: Eduardo Corga e Carlos França. Considerando a sua actividade como jogadores, estes dois terão sido os de maior durabilidade - batidos apenas por Cosme Damião. Ainda na fotografia, Félix Bermudes mostra bem pela pose a proponderância que tinha no clube nesses tempos.
3 - Como refere, as listas (fantásticas!) manuscritas de Cosme provam que a letra da acta de fundação é de facto da autoria de Cosme Damião. Alguma vez viu o original? O que está exposto no museu parece-me um fac-simile.
4 - Acho o folheto do Sport Lisboa e Benfica é esteticamente tão simples e tão bonito. E mostra bem como o ciclismo era proponderante - sabemos que por via do Sport Benfica.
5 - Percebo agora melhor a orgânica da nova estrutura criada pela fusão das duas colectividades. Mostra bem como havia inteligência e pragmatismo. À Benfica.
Saudações Benfiquistas
Victor João
Caro Victor João
EliminarO "problema" da falta de forma dos jogadores eram as questões profissionais e familiares. Por vezes tinham empregos com trabalho de manhã até à noite e aos sábados. Não tinham tempo para treinar. E depois casavam tinham filhos. Era complicado. Poucos conseguiam "durar" muito tempo. Por isso as categorias "inferiores" eram muito importantes pois tinham um pouco de tudo, desde miúdos até veteranos. Menos exigentes possibilitavam aos destreinados e com falta de tempo poderem jogar. Porque os jogos eram ao domingo. E domingo era dia santo. Não se trabalhava. Aliás os ingleses como tinham o sábado à tarde praticavam desporto ao sábado à tarde. Por vezes era difícil haver jogos entre portugueses e ingleses devido a essa incompatibilidade.
Nunca vi o original da acta. Mas muito do material reproduzido - fotografias e documentos - na História do SLB 1904-1954 deve ter-se perdido ou ficado esquecido na tipografia ou em casa de um deles. Tipicamente português esse desleixo. Amanhã faço... Há muita documentação - contratos de arrendamento e fichas de jogadores, por exemplo - que não devem ter voltado ao Clube!
Álvaro Gaspar quando morreu não habitava na Graça. Pelo menos a certidão de óbito indica outra morada. Consegui há pouco tempo - talvez mês e meio - uma cópia, através do responsável pelos cemitérios de Lisboa. Vou publicá-la no último dia (5 de Setembro).
Gloriosas Saudações Benfiquistas
Alberto Miguéns
Caro Alberto Miguéns,
ResponderEliminarTenho uma dúvida se me conseguir esclarecer:
Diz que em 1909 a Liga organizou o 1º regional de 2ªs categorias.
Mas Ricardo Ornelas no Nº e Nomes não lista nenhum campeonato dessas categorias em 1909.
Lista apenas o 1º campeonato de 2ªs em 1910 e o 1º campeonato de 3ªs também em 1910 (aliás como se sabe a 1ª época gloriosa do SLB, depois das outras vitórias gloriosas do Sport Lisboa, o SLB faz a tripla em 1910).
Qual a razão para este campeonato de 2ªs em 1909 não surgir na compilação?
Cumprimentos e saudações benfiquistas,
Miguel Pinto
Caro Miguel Pinto
EliminarColoquei uma nota intercalar no texto acima publicado pois não penso voltar em breve a escrever acerca da temporada de 1908/09. E certamente quando o voltar a fazer - numa data futura - poderei esquecer-me ou o leitor não ler o que depois for escrito. Por isso decidi "adulterar" o que já estava publicado fazendo esse acrescento.
O livro de Ricardo Ornelas é muito bom mas também tem falhas.
O que publico é uma digitalização retirada da História do SLB que a retirou de uma obra fundamental ler para quem quiser conhecer o início do futebol em Portugal e mesmo o início do "Glorioso".
"Meio século de Futebol", por Júlio de Araújo, curioso e paciente trabalho dactilografado, embelezado com ilustrações de vários jornais e revistas, oferecido pelo autor à Associação de Futebol de Lisboa (AFL).
Três notas finais:
1. Vi e li esta obra magnífica no início dos anos 80 na sede da AFL. Num programa "Em Defesa do Benfica" na Benfica TV em que foi convidado o presidente da AFL para divulgar os 100 anos da AFL eu pedi-lhe e ele teve a gentileza de levar o Livrão (enorme, pesado, batido à máquina de escrever pelo autor e antiga). Ao que me lembro ele disse que actualmente está digitalizada para poder ser consultada na sede da AFL. Vale MESMO a pena!
2. A AFL baseia-se nessa informação de Júlio de Araújo para saber a história inicial do futebol em Lisboa;
3. Júlio Barreiros Cardoso de Araújo foi um pioneiro do futebol em Portugal. Mais tarde, entre 1922 e 1923 foi presidente da Direcção do Sporting CP.
Gloriosas Saudações Benfiquistas
Alberto Miguéns