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02 janeiro 2023

SLB 1923

02 janeiro 2023 1 Comentários
HÁ CEM ANOS O «GLORIOSO» COMPLETOU 19 ANOS MAS CAMINHAVA BEM RESGUARDADO RUMO AO FUTURO!


Em destaque Carlos Alberto de Faria que seria o primeiro associado distinguido em assembleia geral com a «Águia de Ouro»


Há cem anos, em 1923, há muitas Gloriosas Datas. Há notícias (e podem ser mais) de 255 ocorrências em 164 dias para doze meses. São 255 ocorrências em nove modalidades (apenas a Ginástica era recreativa praticada no ginásio da Sede). Há actividade desportiva e social. Só a política estava, já, interdita. Ao ler os três jornais desportivos, as duas revistas e os principais jornais diários de Lisboa e do Porto, pelo menos às segundas-feiras, o Benfica era o clube mais referenciado em Portugal. Não por simpatia mas por ser um clube ecléctico, que participava frequentemente em competições e organizava inúmeros eventos. E a Secretaria como desdobramento, na Baixa (rua da Rosa), aos serviços administrativos da Sede, em Benfica (avenida Gomes Pereira) funcionava em pleno junto ao gabinete onde trabalhava Cosme Damião, no Palácio do Duque de Palmela. A Imprensa era obrigada a escrever acerca do Clube. Só ignorando e escondendo a realidade não teria chegado até ao século XXI essa actividade centenária. Sem dúvida que o Ano de 1923 é o mais estimulante, desde 1904 para quem, na actualidade, lê o Benfica nas suas primeiras décadas. Em 1923 continuava a cumprir-se, em plenitude, doze anos depois, o que Cosme Damião anunciara nessa notável entrevista, em 28 de Outubro de 1911, divulgada neste blogue em 28 de Outubro de 2018 (clicar).




NOTA INICIAL: A Covid-19 serviu de desculpa para muitas ausências e intermitências mas é o que é. É ela que, continua a limitar, o texto de hoje de estar mais ilustrado e ter mais notícias da Imprensa da época. Não por ser impossível obtê-las mas por se tornar ainda moroso - e perdeu-se a "pedalada" - não justificando ocupar tanto tempo a um simples mortal que vai escrevendo acerca do Benfica nas horas que tem livres, depois do emprego, família e recreação/tempo ocupado a aprender e saborear o que os génios da Humanidade nos legaram...


Em 1923, o "Glorioso" completou 19 anos. Com quase duas décadas era já uma referência em Portugal. Depois de um ano de 1922 em que se intensificaram as digressões ao estrangeiro - Sevilha e Madrid - em 1923 o Clube deu prioridade a Portugal embora jogando frente a cinco equipas de três clubes estrangeiros, mas em Lisboa: Bezirk TVE (Hungria; dois jogos consecutivos), Nuselsky SC (Checoslováquia; dois jogos, um em Maio e outro em Dezembro) e a estreia frente a um histórico, SK Rapid Viena (Áustria) em 25 de Dezembro de 1923, por isso, assinalar-se-á em 2023 o centenário deste encontro (D 1-2, no Campo Grande, onde jogava o Sporting CP). O Benfica iniciou o ano de 1923, no Porto, jogando a 1 com o SC Salgueiros (V 4-2) passaram ontem 100 anos; em Junho (25 e 26) defrontou o Sport Faro e Benfica (V 6-1) e SC Farense (V 6-1), respectivamente; em 8 de Julho foi ao Cartaxo (V 5-1 com o Estrela FC Cartaxense); iniciou a temporada de 1923/24 no Porto - vitórias, por 2-1 e 7-1, respectivamente, frente ao SC Salgueiros (no campo da Constituição, do FC Porto) e FC Porto, este a estrear o campo Nun'Álvares, no CarvalhidoNão havendo competições de âmbito nacional, a pontuar, por isso prolongadas no tempo e espaço, o «Glorioso» "encarregava-se" de as fazer para gáudio dos habitantes locais que começaram a respeitar o Clube e a admirá-lo. Em 1927, chegaria a confirmação. O Benfica era o clube mais popular de Portugal. Digressões a Espanha com frequência além de jogos internacionais, realizados em Portugal davam uma dimensão inigualável ao «Glorioso». Foi em 11 de Março de 1923 que o Benfica realiza o último jogo no seu campo de Benfica, já com a construção de um estádio nas Amoreiras à vista, que seria inaugurado em 1925 (13 de Dezembro). Entre os dois estádios o Benfica preferiu alugar os campos ao Império LC (Palhavã) e CIF/Internacional (Laranjeiras) pois "prejudicavam menos" o jogo - melhor piso - e permitiam maior lotação - o Benfica tinha o mais forte e numeroso grupo de adeptos. Aliás, os jogos frente a equipas de clubes estrangeiros disputavam-se, preferencialmente em Palhavã, mas também no Campo Grande.


Primeira Águia de Ouro (então denominada medalha de primeira classe)

Atribuída, em 4 de Fevereiro de 1923, a Carlos Alberto de Faria pelo notável trabalho realizado em África na divulgação do Benfiquismo através do Sport Lisboa e Beira, que era considerado o melhor clube desportivo das colónias portuguesas (Angola e Moçambique) batendo-se ainda com os clubes das regiões de influência inglesa e holandesa que deram origem à Namíbia e à África do Sul.


As instalações do «Glorioso», entre a avenida Gomes Pereira e a Quinta de Marrocos, eram esplendorosas com Sede, Rinque e Campo de Ténis. Atrás um campo de Futebol com pista onde se bateram recordes nacionais. Ainda nem duas décadas tinha e já era a referência do desporto em Portugal. 



Com mandatos anuais, em 1922 não houve eleições, pois decidiu fazer-se coincidir os actos eleitorais com os anos civis, alicerçada na revisão dos Estatutos, publicados em 1923. Mantiveram-se os Órgãos Sociais eleitos em 10 de Setembro de 1921 até ao acto eleitoral a realizar em 3 de Fevereiro de 1923 com tomada de posse em 15 de Fevereiro de 1923. As eleições seguintes realizaram-se em 27 de Julho de 1924 com estes Órgãos Sociais a tomarem posse a 6 de Agosto de 1924. Foram reeleitos os três presidentes, bem como mais dez dirigentes em vinte e um. Os Órgãos Sociais passaram de 21 para 20 com a redução dos suplentes da Direcção de sete para seis.  Saídas (sete) de Fausto Figueiredo (vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral), Vítor Gonçalves (secretário do Conselho Fiscal, médio-centro e capitão da equipa de 1.ª categoria e internacional por Portugal), capitão do exército Júlio Ribeiro da Costa (ex-futebolista) e Domingos de Carvalho (vogais da Direcção), Alfredo Ribeiro Ferreira, António Lopes Serrão e António Quinino dos Santos, todos suplentes da Direcção, com as entradas (seis) do dr. (advogado) Alberto Lima (um ex-presidente da Direcção por duas vezes: um mandato em 1911 e três consecutivos, até 1913, 1914 e 1915); Cosme Damião (o projecto do campo nas Amoreiras obrigava-o a um maior envolvimento, regressando ao cargo de vice-presidente da Direcção depois de...1911, após passar por vogal e tesoureiro em anteriores Direcções); José Moreira Gomes e José Colmeiro; António Ribeiro dos Reis e Henrique de Almeida Cardoso. Alfredo Ávila de Melo passa de vice-presidente da Direcção a suplente da mesma para entrar Cosme Damião. Francisco Calejo passa de vogal da Direcção para secretário da Mesa da Assembleia Geral. Continuidade com qualidade, renovando e reforçando o Ideal. Um "Benfica de combate" face aos desafios que se adivinhavam.


Ribeiro dos Reis o avançado-centro (Futebol). Ilídio Nogueira era o guarda-redes (Hóquei em Patins)


Com eleições anuais escolhendo dirigentes dedicados e dispostos a servir o Clube sucediam-se outros de igual estirpe a cada acto eleitoral. O Benfica vivia tempos de crescimento sustentado e que contagiava os atletas para conseguirem resultados para lá da excelência parecendo conseguir o intangível.


Alargamento do eclectismo

Em 10 de Março de 1923, o Benfica estreia-se no Hóquei em Campo utilizando nos seus onzes, um misto de futebolistas e hoquistas em Patins. O Benfica venceu, por 4-1, o Hóquei Club de Portugal no nosso campo de Benfica (atrás da Sede na Quinta de Marrocos). Foi o segundo jogo da modalidade em Portugal, depois de um CIF/Internacional frente ao Hóquei Club de Portugal, com vitória do Internacional, por 5-2, em 3 de Março, uma semana antes da estreia do Benfica. O Clube praticaria a modalidade, ininterruptamente, até 1996/97, quando por uma atitude estúpida ou uma série delas a desconsiderar atletas amadores estes recusaram ser humilhados pela Direcção que obrigava o Benfica a perder por "falta de comparência" por não destacar nenhum funcionário para fazer as marcações da modalidade no pelado (campo n.º 5) atrás da piscina, nas anteriores instalações do Benfica, como é evidente. 


O Benfica praticava Futebol (ininterruptamente desde 1 de Janeiro de 1905), Ciclismo (ininterruptamente desde 11 de Junho de 1906), Atletismo (ininterruptamente desde 2 de Dezembro de 1906), Ginástica (ininterruptamente desde 6 de Janeiro de 1913), Ténis (de Campo) (ininterruptamente desde 29 de Maio de 1915), Patinagem (ininterruptamente desde 1 de Dezembro de 1916), Hóquei em Patins (ininterruptamente como Secção desde 1916 e estreia em competição desde 19 de Agosto de 1917), Luta Greco-romana (ininterruptamente desde 24 de Julho de 1919) e a estreia em 1921 (24 de Julho) do Tiro com Armas de Fogo. Ressurge a Natação (estreada em 18 de Junho de 1914) e o Pólo Aquático (estreado em 2 de Julho de 1916) com a utilização da Doca de Pedrouços, alugando o Benfica uma barraca de praia para apoio aos nadadores. O eclectismo do Clube progredia se bem que não existam - eu pelo menos não conheço - notícias de Luta Greco-romana e Tiro com armas de Fogo. O clube com 19 anos de existência mantinha nove modalidades sem interrupções (actualmente quatro ainda se mantêm assim - excluindo das nove, o Ciclismo, Ténis, Patinagem, Luta Greco-Romana e Tiro com Armas de Fogo), estreava mais uma (Hóquei em Campo) e tinha mais quatro com prática histórica. Ou seja, catorze modalidades! Um clube ecléctico para lá da potência futebolística em Portugal (campeão regional em 1919/20, nessa época pela 8.ª vez em onze temporadas). Um orgulho o Benfica, Ser Glorioso. Em 2023 ou há 100 anos, em 1923.  



FUTEBOL 1922/23
Com quatro plantéis em competição, o «Glorioso» sagrou-se campeão na quarta categoria, vencendo a I Divisão e depois o vencedor da II Divisão (Carcavelinhos FC), para apurar o campeão regional, numa final. Na terceira conquistou a I Divisão, sendo finalista com o campeão da II Divisão, mas depois de um empate a dois golos, foi derrotado, por 1-4, na finalíssima. Na primeira continuou a fazer-se sentir a "sangria" no Verão de 1920 para fundar o Casa Pia AC. Foi longa e desesperante a recuperação. Foi necessário mudar a estrutura do Futebol, em 1926, e apenas em 1932/33 se conquistaria o Regional da "Mística" doze temporadas depois do último Regional que já datava de 1919/20. Na segunda obteve o pior resultado de sempre, ou seja, desde 1908/1909 (4.º lugar) atrás do CF "Os Belenenses", Sporting CP e até do CIF/Internacional num campeonato com cinco clubes, só o Império LC fez pior. Foi a pior temporada desde sempre na secção de Futebol - o Benfica ficou pela terceira temporada sem conquistar o título na primeira categoria (o que já não ocorria desde 1908/1909), teve a segunda categoria a fazer a pior classificação de sempre em 15 edições do campeonato regional, foi vencido na final (finalíssima) pelo campeão da II Divisão na terceira categoria e conseguiu o título na quarta categoria depois de três temporadas sem o conseguir. Havia preocupação entre os Benfiquistas, mas Cosme Damião era inflexível. Como me disse Rogério Jonet em 1994 (então associado número 1 do SLB e antigo guarda-redes da quarta categoria) quando questionado em assembleia Geral ou interpelado ele afirmava, peremptório: «Não ganhámos mais uma vez? Então a categoria x (2.ª, 3.ª ou 4.ª) não conquistou o título? No Benfica não há categoria principal, pois para o Clube as equipas são todas as principais nos respectivos campeonatos». E assim com este pensamento à década de dez o Benfica ia sendo suplantado por clubes de menor dimensão na década de 20 do século XX.   


CAMPEÕES REGIONAIS DE LISBOA (1906/07 - 1922/23)

Época

1.ª categoria

2.ª categoria

3.ª categoria

4.ª categoria

Campeão

SLB

Campeão

SLB

Campeão

SLB

Campeão

SLB

1906/07

Carcavellos

2.º

-----------

-----------

-----------

1907/08

Carcavellos

3.º

-----------

-----------

-----------

1908/09

Carcavellos

2.º

Internacional

3.º

CS Império

3.º

-----------

1909/10

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

-----------

1910/11

Internacional

2.º

SL Benfica

SL Benfica

-----------

1911/12

SL Benfica

GS Cruz Quebrada

3.º

SL Benfica

Sporting CP

4.º

1912/13

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

Sporting CP

3.º

1913/14

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

1914/15

Sporting CP

2.º

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

1915/16

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

1916/17

SL Benfica

Vitória FC Setúbal

2.º

SL Benfica

SL Benfica

1917/18

SL Benfica

SL Benfica

GD Fábrica Seixas

2.º

GF Benfica

2.º

1918/19

Sporting CP

2.º

SL Benfica

SL Benfica

SL Benfica

1919/20

SL Benfica

SL Benfica

União FL

2.ºs

GF Benfica

3.ºs

1920/21

Casa Pia AC

4.º

SL Benfica

SL Benfica 

GF Benfica

F

1921/22

Sporting CP

2.º

Vitória FC Setúbal

F

SL Benfica 

Carcavelinhos FC

F

1922/23

Sporting CP

3.º

CF “Os Belenenses”

4.º

União FL

2.º

SL Benfica

TOTAIS

8 em 17

47 %

10 em 15

67 %

11 em 15

73 %

6 em 12

50 %

NOTAS: Em 1908/09 o campeonato da 3.ª categoria foi organizado pelo SC Império com autorização da Liga Portugueza de Futebol; Em 1917/18  e 1919/20 na 3.ª categoria o SLB classificou-se em 2.º lugar na série 1 e não foi apurado para a final entre os vencedores das séries 1 e 2; Em 1919/20 o SLB na 4.ª categoria classificou-se em 3.º lugar na série 1 e não disputou a final entre os vencedores das séries 1 e 2; Em 1920/21 houve nova orgânica nos campeonatos com duas divisões. A I Divisão para os “históricos” (SL Benfica, Sporting CP, CS Império e Internacional/CIF) e a II Divisão para os “recentes” (CF “Os Belenenses”, Casa Pia AC, Vitória FC Setúbal e Carcavelinhos FC). O campeão regional disputava-se entre o vencedor da I Divisão e o da II Divisão se este vencesse o 4.º classificado da I Divisão, o que ocorreu. NOTAS: Em 1908/09 o campeonato da 3.ª categoria foi organizado pelo SC Império com autorização da Liga Portugueza de Futebol; Em 1917/18  e 1919/20 na 3.ª categoria o SLB classificou-se em 2.º lugar na série 1 e não foi apurado para a final entre os vencedores das séries 1 e 2; Em 1919/20 o SLB na 4.ª categoria classificou-se em 3.º lugar na série 1 e não disputou a final entre os vencedores das séries 1 e 2; Em 1920/21 houve nova orgânica nos campeonatos com duas divisões. A I Divisão para os “históricos” (SL Benfica, Sporting CP, CS Império e Internacional/CIF) e a II Divisão para os “recentes” (CF “Os Belenenses”, Casa Pia AC, Vitória FC Setúbal e Carcavelinhos FC). O campeão regional disputava-se entre o vencedor da I Divisão e o da II Divisão se este vencesse o 4.º classificado da I Divisão, o que ocorreu. Na primeira categoria o Benfica foi terceiro classificado na I Divisão e na segunda categoria ficou em quarto lugar. Nas restantes duas categorias, foi finalista em ambas.


Este era o Glorioso Benfica superiormente orientado por Cosme Damião com cinco plantéis - havia ainda a "categoria Infantil" (juniores) a jogar durante o ano de 1923, em 81 jogos, movimentando mais de uma centena de futebolistas. Não havia paralelo em Portugal. 


DESPORTO 1923
Depois da Grande Guerra que causara transtornos a todos mas com o desporto a sofrer pois muitos dos combatentes praticavam uma ou mais modalidades, havia que modernizar a organização desportiva. O Benfica como clube mais popular em Lisboa e no País - embora ainda não houvesse essa ideia com clareza, mas chegaria em 1927 com a realização da «I Volta a Portugal em Bicicleta» - estava na vanguarda. 



 JANEIRO 

EM 31 O BENFICA CONQUISTA A "TAÇA CRUZ VERDE" AO VENCER, POR 2-1, NO PROLONGAMENTO, O VITÓRIA FC SETÚBAL, NO CAMPO DE PALHAVÃ.

Não estando todos os que conquistaram a "Taça Cruz Verde" há seis futebolistas (Francisco Vieira, Herculano Santos, José Francisco Simões, António Ribeiro dos Reis, Jesus Muñoz Crespo e Alberto Augusto) que estiveram nessa conquista. Faltam Francisco Almeida, Fernando de Jesus, Vítor Gonçalves, Fausto Peres e Idílio Moura

 
 FEVEREIRO 

EM 4 O BENFICA REALIZA UMA DAS MAIS IMPORTANTES ASSEMBLEIAS GERAIS DA SUA HISTÓRIA COM QUASE 119 ANOS: APROVAÇÃO DO RELATÒRIO E CONTAS DE 1922, ELEIÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS PARA 1923, CONCESSÃO DA ÁGUIA DE OURO A CARLOS ALBERTO DE FARIA, APROVAÇÃO DO SC MARÍTIMO COMO SÓCIO HONORÁRIO E A GRANDE DECISÃO - AUTORIZAÇÃO PARA A COMPRA DE TERRENOS NAS AMOREIRAS E PLANO DE FINANCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO DE UM CAMPO DE JOGOS E ESPAÇO DESPORTIVO. 


Félix Bermudes (como habitual) um dos primeiros a aderir (o n.º 9) e mostrar o caminho dando o exemplo!



 MARÇO 

EM 10 O BENFICA ESTREIA UMA NOVA MODALIDADE - HÓQUEI EM CAMPO - VENCENDO, POR 4-1, O HC PORTUGAL, NO CAMPO DE BENFICA, ALINHANDO COM (a mesma disposição do Futebol: 2.3.5):
Luís Caldas (futebolista);
Alberto Mata (futebolista) e Mário Montalvão (tenista e futebolista);
Ilídio Nogueira (hoquista (guarda-redes), futebolista, tenista e atletismo), Vítor Gonçalves (futebolista) e João Dias de Sousa (hoquista);
Francisco Freire (futebolista), António Ribeiro dos Reis (futebolista), António Adão (hoquista, futebolista e tenista), Jesus Crespo (futebolista) e António Casanova (atletismo). 
Golos de Ribeiro dos Reis (2), Jesus Crespo e António Adão.

Uma equipa de Hóquei em Campo algumas temporadas depois da estreia



 ABRIL 

EM 29 O BENFICA ATRAVÉS DO CICLISTA ALFREDO LUÍS PIEDADE CLASSIFICA-SE EM OITAVO LUGAR NOS 50 QUILÓMETROS CLÁSSICOS DA UNIÃO VELOCIPÉDICA PORTUGUESA, ACTUAL FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE CICLISMO. 



 MAIO 

EM 20 O BENFICA VENCE UMA PROVA EM ATLETISMO NA ESTAFETA 4 x 800 METROS (Feliciano Gonçalves, Ilídio Nogueira, Luís dos Santos e Artur dos Santos) COM O SPORTING CP (2.º) E O CLUBE INTERNACIONAL DE FUTEBOL (3.º). 


Não é a mesma competição, nem no mesmo dia. Esta imagem foi obtida em 22 de Julho de 1923




 JUNHO 

EM 3 O BENFICA ESTREIA A ENTRADA DO SPORTING CP NA MODALIDADE DE HÓQUEI EM PATINS COM UMA VITÓRIA POR 5-0. O BENFICA JOGAVA ININTERRUPTAMENTE PELA SÉTIMA TEMPORADA CONSECUTIVA!


Outro dia (30 de Junho de 1923) mas quase o mesmo cinco que defrontou o Sporting CP, apenas com Carlos Tavares no lugar de Fernando Adrião




 JULHO 

EM 8 O BENFICA ESTREIA-SE A JOGAR NO CARTAXO, EM FUTEBOL, VENCENDO POR 5-1 O ESTRELA FUTEBOL CLUBE CARTAXENSE, COM O FUTURO CICLISTA JOSÉ MARIA NICOLAU A ASSISTIR. UM DIA DIRIA NUMA LONGA ENTREVISTA QUE DEPOIS DO QUE VIU PASSOU A SER BENFIQUISTA.   


O «Glorioso» no mesmo campo, no Cartaxo, mas um ano depois. Era assim o Benfica. Ia a uma localidade e à vontade das pessoas passava a ir lá todos os anos!


 AGOSTO 

EM 5 O BENFICA REALIZA OS JOGOS DAS FINAIS DE TÉNIS (DE CAMPO) NO SEU CAMPO (COURT) JUNTO À SEDE NA AVENIDA GOMES PEREIRA. 


Um dos atletas mais eclétcicos do Clube e grande dedicação ao «Glorioso» e ao Benfiquismo. em 5 de Outubro de 1923 está presente nas duas finais, em "singulares" e "pares-homens" com o parceiro António Adão




 SETEMBRO 

EM 16 O BENFICA PARTICIPA NUMA PROVA DE NATAÇÃO - "MEIA-MILHA DO GINÁSIO" - COM DOIS NADADORES, RESPECTIVAMENTE, 7.º e 10.º CLASSIFICADOS: Francisco Afonso dos Santos e Carlos Alberto Cruz.


Assim se nadava pelo Benfica embora esta imagem seja de uns anos antes...


 OUTUBRO 

EM 7 O BENFICA VENCE, POR 5-0, O CARCAVELINHOS FC, EM PÓLO AQUÁTICO, NA DOCA DE ALCÂNTARA, PARA O CAMPEONATO REGIONAL.


Praticamente a mesma equipa de Pólo Aquático três temporadas depois


 NOVEMBRO 

EM 12 O BENFICA VENCE, POR 3-0, O IMPÉRIO LISBOA CLUB, EM FUTEBOL, PARA O CAMPEONATO REGIONAL, NO CAMPO DESTE, EM PALHAVÃ.


Imagem de um jogo realizado na temporada anterior mas frente ao mesmo adversário mas no campo de Benfica. António Ribeiro dos Reis jogou os dois encontros marcando um golo no primeiro - este da imagem - mas em 1923 os três golos foram de Jesus Muñoz Crespo


 DEZEMBRO 

EM 25 O BENFICA DEFRONTA A PODEROSA EQUIPA DO CAMPEÃO AUSTRÍACO, SK RAPID, NO CAMPO GRANDE, PERDENDO POR 1-2. GOLO DE JORGE TAVARES.

Os dois defesas do «Glorioso» nesse jogo: José Pimenta (à esquerda) e Artur Augusto (à direita) exactamente como jogaram o encontro


Muito grande era o Benfica há 100 anos! Como não amar este Clube feito de paixão e dedicação ao longo de tantas gerações?


Alberto Miguéns


NOTA (ANTES DA FINAL): Para ilustrar com qualidade aceitável agradeço a colaboração inestimável de Victor João Carocha;

NOTA FINAL: O critério foi o de escolher uma efeméride por mês, que ilustre a grandeza precoce do Clube, tentando descrever uma que tenha suporte na Imprensa com imagens, em 1923, o que nem sempre foi possível pelos motivos descritos na NOTA INICIAL. Com mais pesquisa seria possível ilustrar algumas das doze efemérides com imagens referentes a essas mesmas efemérides.
1 comentários
  1. Tão impressionante constatar como, com apenas 19 anos, o Benfica era um Clube tão dinâmico e sempre o mais querido, como ver a qualidade, quantidade e rigor da informação que o Alberto nos mostra.

    Benfica, sempre Benfica!

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