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20 setembro 2019

A Água e a Águia

20 setembro 2019 10 Comentários
ERA UMA VEZ UMA ÁGUIA QUE GRASNAVA COMO UM TENOR.


Altaneira, imponente, perspicaz, rápida e decisiva, olhava o Sol de frente e dominava o Céu e a Terra.


Grasna
Essa Águia solitária era o orgulho de todas as outras. Caçando só tinha sucesso, em grupo era um êxtase perceber as cambiantes, o factor surpresa e a delicadeza. A Águia era o exemplo para todos. Uma referência no Céu e na Terra. 




Um dia, era uma outra vez...
A Águia deixou-se aprisionar entre um bando de perus. Uns magros e outros gordos. Uns tísicos e outros balofos. Uns de bigode e outras de buço. Uns de barba cerrada e outros com ela rala. Ralados. Muitos perus todos diferentes mas parecendo iguais. E a Águia elegante, frondosa, imponente passou a águia no meio de perus. Ficou mais um deles agindo em bando. Definhou, complicou e rebaixou. Passou a ser o aguadeiro do bando. Rapinava junto à água vendo-se no espelho dela como uma Águia mas já não voava, já não grasnava, só grugrulejava. Nessas idas à água para servir os perus ouvia rãs e coaxava. Depois junto dos perus grulhava. Outras vezes via e ouvia um pato e grassitava. Olhava-se na água e via uma águia na água que tinha asas. O pato-marreco também, mas não voava. A águia não queria voar. Desinteressara-se de voar. Dava muito trabalho voar. (Clicar)



«News» velhas de voar
«News» a voar. Mais um dia, mais uma vida de aguadeiro. De águiadeira. Via Águias lá no Céu, a mil metros, olhando o Sol e pensava. Que parva que és podendo estar no meio de perus. Que grito a soar mal aquele grasnar. Muito melhor é grulhar. Eis que junto à charca aparece um borrego a balir. «Mas que voz de soprano este animal lanzudo». Tenho de saber do biólogo que o anda a capar. Talvez um cientista estaminal que quer fazer os Eu-caliptos  choverem como um "duche" quando houver fogo por perto em Vila de Reiachos. Mas não! Este biólogo é perigoso. É Águia perspicaz e voluntariosa. Sagaz e verdadeira. Não é peru!



Ser peru é ser moderno
Até o marquetingue categoria três estrelas já me vende nas gaiolas espalhadas pelo Mundo. Quando era Águia nada disso. Era tão rápida, tão veloz, tão ágil, tão desenfreada, tão Águia que nem me conseguiam apanhar em fotografia ou filme quando mais bordar as estrelas que avistava lá no Céu. Agora tenho estrelas que são as lanternas da capoeira. Dos perus. "Glu, glu, glu", eu já sou peruáguia. Estamos a "falar" do tempo em que os animais falavam. A língua servia, essencialmente, para falar. 


Grulha
«Que lindo o meu grulhar» dizia a águia para o bando de perus. Não tão belo como o vosso mas hei-de aprender. Depois poderei ser do vosso «Grupo Coral». Do «Grupo Grulhal». «"Glu, glu, glu"... que bonito o meu glu-glu. Não "acham"!? Estou quase pronta para ser valorizado como todos os perus. E tal como vocês um dia passarei o Natal com os Humanos». No tempo em que os animais falavam uma vez era! (Clicar)




Moral da Fábula
Se és Águia e queres ser Águia, não te deixes envolver por um bando de perus. Passarás a ser águia-manca e em pouco tempo apenas mais um peru diferente de cada um dos outros mas igual a todos eles.

Acorda, Benfica!



Alberto Miguéns


NOTA: Inventei esta história ontem - quem dá o que tem... - lá pelas dez-e-meia-da-noite-coisa-e-tal por não saber o que escrever para hoje (encontrar bonecos - alguns são aproximações ao que imaginei - não foi nada fácil. Mas quem tem água...NADA).
10 comentários
  1. Sr ALBERTO que bom têr lido esta fàbula, é estes perus que pensam que não vêmos o que eles andam a fazer, espero que um dia estes perus gordos,magros,com bigode sem bigode desapareçam tal o asno que lhes tenho.VIVA A AGUIA solta aquela que voa sem têr amrras e estes perus a fazerem-lhe armadilhas a pensar que somos simple bonecos.
    VIVA O BENFICA

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  2. Caro Miguens,
    Uma bela fábula que faz pensar.
    E que falta faz, pensar.

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  3. Saudades da nossa águia altaneira. Saudades quando eu era menino e trazia vestida uma camisola vermelha, de mousse, com uma enorme águia estampada e o dizer "a águia voa mais alto".

    Que saudades desses voos altos!

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  4. Aguiadeiras alimentadas por perús com mangas de alpaca, meios perús, meios pavões.
    Uma boa "bofetada" para muitas Aguiadeiras acordarem. Presumo.

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  5. de 0 a 20, dou 18 a esta fábula. Dava 20 se entrassem em cena os ABUTRES!!!

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  6. Excelente!!! Se a maioria dos Benfiquistas fizesse a mesma leitura do atual momento do Glorioso, já os "senhores que dirigem o SLBenfica tinham levado um grande pontapé no rabiosque. Até lá ... haja esperança. Saudações Benfiquistas. José

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  7. Muito boa fábula.

    Uma das leis da sobrevivência é a capacidade de adaptação, de nos tornarmos anónimos no meio dos "perus", para não parecer mal nem desalinhar.

    Lembra aquela história do Rei vestido de nada, bajulado por toda uma corte pusilanime, e que um inocente fez acordar da letargia ilusória com uma verdade simples - mas, o Rei vai nu!

    Viva o Benfica, um clube de Águias altaneiras.

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  8. Nem mais que a águia continue a voar altaneira ,porque os perus mais cedo ou mais tarde vão cair na panela e,nessa altura que esteja uma águia que volte pronta a levar o glorioso à gloria .

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  9. Nao sou muito de blogs,mas as vezes gosto de ler o seu sr.Alberto.e que bem que me faz.limpa a alma.viva o SPORT LISBOA E BENFICA.VIVA O SR.ALBERTO.

    P.s:o dia deles esta guardado.e nao vai ser bonito....
    1992

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