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13 julho 2019

Dia 13 da Época 116: Ser Brioso Frente à «Briosa»

13 julho 2019 1 Comentários
O SEGUNDO JOGO OU O ÚLTIMO ANTES DE COMEÇAREM OS JOGOS COM MAIOR GRAU DE DIFICULDADE.


Foi o "Glorioso" que inaugurou o estádio depois de remodelado, embora o local do relvado seja o mesmo (a velha Igreja de São José tem "assistido" a tudo), as bancadas é que têm crescido e modificado/modernizado. O Benfica venceu, por 3-1, em 29 de Outubro de 2003. O primeiro futebolista do Benfica a marcar um golo foi Sokota.

Em Coimbra deve ser o mesmo que frente ao RSC Anderlecht com a "vantagem" do adversário de hoje ser mais acessível. É impensável não vencer um clube do segundo escalão mesmo sendo de pré-época, mas na pré-temporada estão todos.

O plantel dos 30 vai ter em Coimbra o seu final
Se é que não leva já um "corte" de cinco ou seis. Depois segue-se a digressão pelos EUA onde não devem ir mais que 23 futebolistas - em 4 de Agosto, tudo tem que estar definido - ainda que até 31 de Agosto possa haver mexidas em três ou quatro futebolistas, entre dispensados e equipa B ou por troca - abertura de "vaga" - com aquisições.

      ASSIM VAI O PLANTEL DE 33 GLORIOSOS
NOTAS: Minutos jogados; TitularSuplente utilizadoSuplente utilizado substituídoL - Lesionado; F - Férias;  A – Assistências para goloG – Golos

Depois de ter sido despromovida a primeira vez, em 1947/48, a equipa da academia coimbrã ascendeu à I Divisão, em 1949/50, estreando-se no novo campo construído no Calhabé (substituindo o Campo de Santa Cruz) com o nome de Municipal, inaugurado em 20 de Janeiro de 1949. Este campo que começou por não ter cobertura, depois teve camarotes com cobertura na lateral do lado do rio Mondego vai receber, pela 75.ª vez, o "Glorioso" entre jogos para o campeonato nacional, Taça de Portugal, Taça da Liga, Supertaça e particulares, frente a seis clubes adversários. O melhor marcador do «Glorioso» neste estádio? Quem havia de ser! Eusébio com 12 golos

A AAC  e as circunstâncias políticas portuguesas
A «Briosa» foi um dos clubes mais importantes do Futebol português - e ainda é um baluarte do desporto em Portugal, em particular no feminino - mas foi muito tempo protegida por Legislação própria (a «Lei Escolar») que praticamente a impedia de não estar presente no primeiro escalão do futebol em Portugal. Com o 25 de Abril de 1974 tudo mudou e a AAC deixou de estar protegida. Ainda houve uma tentativa de resolver trazer para o clube o poder económico da região, desligando-se da Universidade de Coimbra, alterando o nome de AAC para CAC (Clube Académico de Coimbra, durante dez temporadas: 1974/75 a 1983/84) mas não resultou. A cidade de Coimbra e região envolvente não têm dimensão económica para manter um clube entre os vinte melhores em Portugal. E se o primeiro escalão tivesse os clubes que devia ter, não mais de 12, a AAC dificilmente alguma vez voltaria ao primeiro escalão. Com 18 é possível.

PRESENÇAS DA AAC NO PRIMEIRO ESCALÃO 
25 de Abril de 1974
N.º
Épocas
I Divisão
(primeiro escalão)
II Divisão/Liga de Honra
(segundo escalão)


Antes


38
(40)
14: 1934/35 - 1947/48


1948/49
23: 1949/50 - 1971/72


1972/73
01: 1973/74





Depois




26
(46)
05: 1974/75 - 1978/79


1979/80
01: 1980/81


03: 1981/82 - 1983/84
04: 1984/85 - 1987/88


09: 1988/89 - 1996/97
02: 1997/98 - 1998/99


03: 1999/2000 - 2001/02
14: 2002/03 - 2015/16


04: 2016/17 - 2019/20 (?)

Há uma Associação Académica de Coimbra antes e outra depois do 25 de Abril de 1974
Até 1973/74 apenas SL Benfica, Sporting CP, FC Porto e CF "Os Belenenses" (totalistas com 40 presenças) tinham mais temporadas no primeiro escalão (I Liga e I Divisão) que a equipa de futebol da Associação Académica de Coimbra, com 38 em 40 edições, entre 1934/35 e 1973/74. Depois nas 46 edições seguintes (1974/75 a 2019/2020) além de existirem emblemas com muito mais que as 26 presenças, a AAC regista 20 temporadas no escalão secundário.

A «Lei de Opção»
O Estado Novo para proteger os clubes do "inflacionamento" dos ordenados devido à paixão clubística criou legislação para controlar os orçamentos. Como é evidente explicar legislação e ainda mais a sua evolução durante décadas é tarefa impossível neste blogue. Fica um resumo que é sempre redutor mas interessa o essencial. Os clubes tinham sempre a possibilidade de manter os futebolistas durante o tempo que quisessem. Antes de terminar o contrato comunicavam que queriam manter o jogador no clube. Este tinha duas hipóteses. Recusava sujeitando-se a ficar uma temporada inactivo podendo depois, tendo "a carta de futebolista na mão", negociar com qualquer outro clube ou aceitar. Aceitando o clube tentava melhorar o contrato propondo contratos de maior duração. Ou se o futebolista não estivesse interessado procurava negociar com outro clube que fosse do agrado do jogador. Foi assim até 1973/74. A maior parte das vezes - quando o clube entendia que os futebolistas eram imprescindíveis - negociava renovações um ano antes dos contratos terminarem pois ter futebolistas com bem-estar emocional é o ideal. Mas o que interessa, em teoria, era que até 1973/74 os clubes só prescindiam de ter o jogador se quisessem e os jogadores para "serem livres" tinham de "parar um ano" o que era um risco a evitar, por isso muito raro, mesmo em escalões secundários.

A «Lei Escolar»
No Estado Novo havia nos vários organismos do Regime (políticos e corporativos) e até no Futebol, muitos adeptos da «Briosa» o que era natural pois a Universidade de Coimbra era a mais prestigiada e a que "fornecia" mais altos funcionários, incluindo juristas e legisladores. Correndo o risco de ser simplista fez-se uma lei para proteger e dar vantagens ao futebol da AAC. Se um futebolista (geralmente os pais, pois a maioridade era aos 21 anos) entendesse que estava a ter poucas possibilidades no clube onde jogava ou os dirigentes da AAC se interessassem por um futebolista jovem contactavam o futebolista/pais para, ao abrigo da «Lei Escolar», conseguirem "tirar a qualquer clube" um jogador se este (o Encarregado de Educação) assinasse um documento em que se comprometia a terminar os estudos liceais (em Coimbra) e continuar na Universidade. Os clubes ficavam impotentes perante este pedido. A salvaguarda era que não podiam reprovar dois anos lectivos consecutivos, pois se tal ocorresse perdiam o «Estatuto» tendo de regressar ao clube de origem. Mas nem todos os clubes estavam atentos aos percursos académicos dos seus "futebolistas destacados em Coimbra". E se o futebolista concluísse uma licenciatura ficava livre para optar por seguir uma vida profissional fora do Futebol ou com a "carta de futebolista na mão" para escolher o clube para onde queria ir jogar. Isto permitia à AAC poder aliciar muitos jovens (e bons) futebolistas recrutando-os em qualquer parte do País. Além que ser futebolista-estudante universitário dava regalias no cumprimento do serviço militar o que se tornou cada vez mais importante com o crescimento das incorporações devido à Guerra Colonial. Também há o lado positivo: a formação académica de muitos jovens que não sendo assim corriam o risco de quando acabasse o futebol teriam dificuldades em encontrar emprego valorizado ou mesmo estando no futebol - num clube de escalões secundários - ficariam em pior situação financeira que conseguir um emprego como empregado muito qualificado. O certo é que a AAC beneficiou (e muito) com a «Lei Escolar» permitindo-lhe ter sempre plantéis competitivos, até na formação, pois mesmo jovens para o ensino secundário conseguiam cativar em toda a vasta Região Centro.

 IDADES NO ONZE TITULAR DA EQUIPA DA AAC FRENTE AO BENFICA NA FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL EM 1968/69

As particularidades da AAC
Havia sempre um misto de idades e interesses no conjunto de futebolistas da «Briosa» pois a necessidade de equilibrar os plantéis para o clube ser competitivo durante temporadas com dez meses sempre foi uma realidade no Futebol, seja há 100 anos ou na actualidade. O Benfica também teve que ceder futebolistas ou teve jogadores de passagem pelos dois clubes. Só nos dois plantéis da final da Taça de Portugal em 1968/69 há vários exemplos. Jogadores veteranos, alguns consagrados (Serafim que foi futebolista no Benfica antes de rumar a Coimbra) - depois de chegarem mesmo a internacionais por outros clubes em fases mais precoces das suas carreiras - que nada tinham em relação à Universidade até jovens que aproveitavam a estadia em Coimbra para concluírem os estudos secundários (Artur Correia que foi de júnior do SLB para Coimbra e depois regressou ao Benfica). Alguns estudavam na Universidade (Rui Rodrigues licenciado em "Farmácia" que viria para o «Glorioso»), outros andavam a "passear os livros e sebentas" (Toni do Anadia FC para Coimbra e desta para o Benfica). Para uns a AAC era um ponto de passagem para clubes de maior dimensão futebolística. Outros aproveitavam para encerrar a carreira. Os que terminavam o percurso escolar universitário tinham duas opções: continuar no Futebol (negociando com outros clubes: Artur Jorge) ou iniciar uma actividade (medicina, advocacia, engenharia, etc.) em Coimbra ou arredores e continuar a jogar na AAC até porque, nesse tempo, o número de treinos era mais reduzido - podiam e eram realizados à noite - face às exigências da actualidade). 


O "Clássico Democrático" (dois clubes interligados pelo Direito À Liberdade)
De um lado o Clube do Povo. Do outro o da inteligência da academia coimbrã. Com eleições antes do 25 de Abril de 1974. Embora na actualidade a AAC tenha pouco a ver com a Universidade. Como é vulgar em Portugal, o “Glorioso” tem ampla vantagem nos confrontos frente à equipa de futebol da AAC: mais 116 vitórias (130 vs 14) e mais 329 golos marcados (493 vs 164). No Campeonato Nacional mantém-se, igualmente, a superioridade: mais 91 vitórias (100 vs nove) e mais 245 golos marcados (359 vs 114).

         JOGOS TOTAIS DO SLB POR COMPETIÇÃO
com a equipa da Associação ACADÉMICA de Coimbra
Competição
J
V
E
D
GM
GS
TOTAIS
169
130
25
14
493
164
Campeonato Nacional
128
100
19
  9
359
114
Campeonato/Taça Portugal
  17
  13
  1
  3
47
 16
Taça da Liga
    1
     1
  -
-
3
  2
Torneios
    1
-
  -
  1
1
    2
Particulares
  22
  16
  5
  1
83
 30


Dar lições, bem dadas, aos “estudantes”. Aprendam com quem sabe…
Numa longa tradição para o campeonato nacional (64 jogos) que já houve encontros no Municipal (49), Santa Cruz (onze), Loreto (três) e, até, na Figueira da Foz (em 2002/03), mas mantém-se a lógica: o Benfica vence. Em 64 edições, mais 39 vitórias (44 para cinco derrotas) e mais 85 golos (152 marcados para 67 sofridos). Se juntarmos as outras competições as diferenças aumentam pois o Benfica tem superioridade na Taça de Portugal e nos jogos para competições não oficiais nos quais nunca perdeu em Coimbra. Aliás, o Benfica não perde em Coimbra, desde 1973/74 e na Taça de Portugal, desde 1966/67, quando a equipa coimbrã (2.º lugar no campeonato nacional) afastou o "Glorioso" nos quartos-de-final, perdendo (D 2-3) depois para o Vitória FC (Setúbal) a Taça de Portugal num jogo com 143 minutos (90 + 30 + 23) com o golo da vitória a escassos sete minutos do final do segundo prolongamento. Em Portugal, jogo mais "extenso" que este só a finalíssima da Taça Latina em 1950, conquistada pelo Benfica, com 146 minutos!

          JOGOS COMO VISITANTE DO SLB POR COMPETIÇÃO com a equipa da Associação ACADÉMICA de Coimbra
Competição
J
V
E
D
GM
GS
TOTAIS
83
59
17
7
214
86
Campeonato Nacional
64
44
15
5
152
67
Campeonato/Taça Portugal
6
4
0
2
10
4
Particulares         
13
11
2
0
52
15

Invictos nos últimos treze jogos
Com nove vitórias consecutivas e oito (em treze) sem golos sofridos! Vamos lá somar mais uma vitória e fazer aumentar as cifras favoráveis! À Benfica!

ÚLTIMOS 50 SLB vs AAC
Jogo
N.º
Época
Comp
Sit
V
E
D
120
1985/
1986
Par
N
1-3
121
CN
F
1-0
122
CN
C
1-0
123
1986/
1987
CN
C
2-0
124
CN
F
0-0
125
1987/
1988
CN
F
4-2
126
CN
C
1-1
127
92/93
Par
F
2-1
128
93/94
Par
F
4-2
129
94/95
Par
F
4-0
130
95/96
Par
F
2-1
131
1997/
1998
CN
C
1-1
132
CN
F
2-1
133
1998/
1999
CN
C
3-0
134
TP
C
4-1
135
CN
F
3-0
136
00/01
Par
F
1-1
137
01/02
Par
F
4-0
138
2002/
2003
CN
C
1-1
139
CN
F
4-1
140
2003/
2004
CN
F
3-1
141
TP
F
1-0
142
CN
C
2-0
143
2004/
2005
CN
F
1-0
144
CN
C
3-0
145
2005/
2006
CN
F
0-0
146
CN
C
3-0
147
2006/
2007
CN
F
2-0
148
CN
C
2-0
149
2007/
2008
CN
F
3-1
150
TP
C
3-1
151
CN
C
0-3
152
2008/
2009
CN
F
2-0
153
CN
C
0-1
154
2009/
2010
CN
C
4-0
155
CN
F
3-2
156
2010/
2011
CN
C
1-2
157
CN
F
1-0
158
2011/
2012
CN
C
4-1
159
CN
F

0-0

160
2012/
2013
CN
F

2-2

161
TL
C
3-2


162
TP
F
4-0


163
CN
C
1-0


164
2013/
2014
CN
F
3-0


165
CN
C
3-0


166
2014/
2015
CN
F
2-0


167
CN
C
5-1


168
2015/
2016
CN
C
3-0


169
CN
F
     2-1    
TOTAIS
50 J - 39 7 - 4 (111/34)

NOTA: Em destaque – Jogos para o campeonato nacional no terreno do adversário deste sábado

Carrega Benfica!

Alberto Miguéns
1 comentários
  1. Este cantinho bem podia ser passado de Blogue para...BIBLIOTECA !!!

    Obrigado pela aula Dr. Miguéns!

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