NESTE DIA EM QUE CELEBRAMOS A FUNDAÇÃO.
Comemoramos o colectivo. A consumação de uma Ideia que depois se transformou num Ideal generoso e de superação.
Em tempos...há dois anos
Foi possível saber que os 24 fundadores eram muito jovens, com uma média de 20 anos (clicar para o texto publicado em 28 de Fevereiro de 2017). Apesar dessa juventude, os 24 Fundadores souberam - por amor a essa Ideia original e inovadora - "fazer um team só com portugueses" juntando miúdos do bairro de Belém sedentos de vitórias com um grupo de casapianos veteranos "bons de bola".
Agora é possível perceber o seu percurso de vida
Com uma investigação notável Victor João Carocha conseguiu balizar o percurso de vida da maioria dos Fundadores. Para já passamos a conhecer o tempo que cada um viveu antes e depois do "Glorioso" nascer nesse Dia do Ideal Solidário (24 pares entre pares), sem protagonismos de um sobre os outros, com escolhas democráticas que iriam ser um dos pilares do Benfica para sustentar uma Glória Imorredoira.
O que dá mais prazer nestas descobertas
Além de resgatar para a memória colectiva, esses 24 pioneiros, ou seja, como escreveu Luís de Camões "libertá-los da morte" que tudo faz esquecer, é também perceber que quase todos tiveram uma vida biológica que lhes permitiu perceber que aquele gesto na Farmácia Franco não foi efémero, muito menos episódico. A maioria viveu para ter a noção que a fundação do Clube, teve um significado amplo e grandioso. Ao reunirem-se e fundarem o Clube iniciaram a vida do maior e mais popular clube português e um dos mais notáveis no Futebol Mundial. E perceberam ao longo das suas vidas que isso estava a ser uma realidade.
Quase todos viram o Benfica fazer o primeiro TRI
No campeonato nacional entre 1935/36 e 1937/38. Bem como a primeira «dobradinha», em 1942/43. Todos viram o Benfica ser altaneiro no futebol português, com oito títulos de campeão regional em onze temporadas (1909/10 a 1919/20). Viram o Benfica "só com portugueses" derrotar os ingleses do Carcavellos Club, em 1907, 1910 e 1911. Quase metade viu a conquista da Taça Latina (1950) e houve ainda quem visse que partindo-se de um pequeno grupo que dava para fazer treinos jogados de onze contra onze, o Clube chegou à Glória de se sagrar Bicampeão Europeu, em 1960/61 e 1961/62. Que orgulho não devem ter tido.
História do Sport Lisboa e Benfica 1904/1954; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; I Volume, 1.º fascículo; página 13; Lisboa, Janeiro 1954; edição dos autores
O tempo justificou na perfeição os trabalhos e canseiras de carregar barrotes e redes, regadores e cal, bandeirolas e cordas com o rectângulo de jogo definido para marcar terrenos públicos, em Belém, para poderem jogar e treinar. De modo algum foi incómodo e inadequado, face aos meios existentes, a necessidade inicial de partilhar as Gloriosas camisolas já suadas do jogo anterior, de se equiparem ao ar livre e de tomarem banhos improvisados com um balde de água fria deitado sobre as suas cabeças. Tempos difíceis, só suportáveis por Homens de rija têmpera, acima de tudo crentes naquele Ideal generoso e de superação.
Vinte e quatro indomáveis legaram a milhões um Clube com classe e irascível em nunca desistir, de não querer nunca perder ou sequer empatar. Um Clube que sabe ganhar e reconhecer a superioridade do adversário na derrota mas com isso aprende para depois os vencer na desforra (jogo seguinte).
No seu túmulo, os 24 Fundadores descansam para a eternidade, credores perenes do carinho e reconhecimento dos actuais Benfiquistas e daqueles que hão-de vir. Sabemos agora onde a maioria repousa.
Que Descansem Em Paz.
Eis o génese do Benfica. O Clube que se tornou gigante porque começou solidário. Vinte e quatro entre 24.
Carocha, Victor João
Miguéns, Alberto
Ler mais ►
Comemoramos o colectivo. A consumação de uma Ideia que depois se transformou num Ideal generoso e de superação.
Em tempos...há dois anos
Foi possível saber que os 24 fundadores eram muito jovens, com uma média de 20 anos (clicar para o texto publicado em 28 de Fevereiro de 2017). Apesar dessa juventude, os 24 Fundadores souberam - por amor a essa Ideia original e inovadora - "fazer um team só com portugueses" juntando miúdos do bairro de Belém sedentos de vitórias com um grupo de casapianos veteranos "bons de bola".
Agora é possível perceber o seu percurso de vida
Com uma investigação notável Victor João Carocha conseguiu balizar o percurso de vida da maioria dos Fundadores. Para já passamos a conhecer o tempo que cada um viveu antes e depois do "Glorioso" nascer nesse Dia do Ideal Solidário (24 pares entre pares), sem protagonismos de um sobre os outros, com escolhas democráticas que iriam ser um dos pilares do Benfica para sustentar uma Glória Imorredoira.
O que dá mais prazer nestas descobertas
Além de resgatar para a memória colectiva, esses 24 pioneiros, ou seja, como escreveu Luís de Camões "libertá-los da morte" que tudo faz esquecer, é também perceber que quase todos tiveram uma vida biológica que lhes permitiu perceber que aquele gesto na Farmácia Franco não foi efémero, muito menos episódico. A maioria viveu para ter a noção que a fundação do Clube, teve um significado amplo e grandioso. Ao reunirem-se e fundarem o Clube iniciaram a vida do maior e mais popular clube português e um dos mais notáveis no Futebol Mundial. E perceberam ao longo das suas vidas que isso estava a ser uma realidade.
Quase todos viram o Benfica fazer o primeiro TRI
No campeonato nacional entre 1935/36 e 1937/38. Bem como a primeira «dobradinha», em 1942/43. Todos viram o Benfica ser altaneiro no futebol português, com oito títulos de campeão regional em onze temporadas (1909/10 a 1919/20). Viram o Benfica "só com portugueses" derrotar os ingleses do Carcavellos Club, em 1907, 1910 e 1911. Quase metade viu a conquista da Taça Latina (1950) e houve ainda quem visse que partindo-se de um pequeno grupo que dava para fazer treinos jogados de onze contra onze, o Clube chegou à Glória de se sagrar Bicampeão Europeu, em 1960/61 e 1961/62. Que orgulho não devem ter tido.
História do Sport Lisboa e Benfica 1904/1954; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; I Volume, 1.º fascículo; página 13; Lisboa, Janeiro 1954; edição dos autores
O tempo justificou na perfeição os trabalhos e canseiras de carregar barrotes e redes, regadores e cal, bandeirolas e cordas com o rectângulo de jogo definido para marcar terrenos públicos, em Belém, para poderem jogar e treinar. De modo algum foi incómodo e inadequado, face aos meios existentes, a necessidade inicial de partilhar as Gloriosas camisolas já suadas do jogo anterior, de se equiparem ao ar livre e de tomarem banhos improvisados com um balde de água fria deitado sobre as suas cabeças. Tempos difíceis, só suportáveis por Homens de rija têmpera, acima de tudo crentes naquele Ideal generoso e de superação.
Vinte e quatro indomáveis legaram a milhões um Clube com classe e irascível em nunca desistir, de não querer nunca perder ou sequer empatar. Um Clube que sabe ganhar e reconhecer a superioridade do adversário na derrota mas com isso aprende para depois os vencer na desforra (jogo seguinte).
No seu túmulo, os 24 Fundadores descansam para a eternidade, credores perenes do carinho e reconhecimento dos actuais Benfiquistas e daqueles que hão-de vir. Sabemos agora onde a maioria repousa.
Que Descansem Em Paz.
Eis o génese do Benfica. O Clube que se tornou gigante porque começou solidário. Vinte e quatro entre 24.
Carocha, Victor João
Miguéns, Alberto