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26 dezembro 2017

Todos Por Um, Todos P'lo Benfica

26 dezembro 2017 2 Comentários
NESTA ÉPOCA DE REINICIO DE NOVO CICLO DE MAIS UM ANO PARA OS CRISTÃOS E A UMA SEMANA DO MESMO PARA TODOS OS OUTROS.





Nada melhor que uma das histórias mais antigas da Humanidade aplicada à divisa/lema do "Glorioso" .



Uma vara parte-se com facilidade. Só e isolada é "presa" fácil.

Um conjunto de varas unidas - um feixe delas - é impossível de ser partida.



E se unir as varas num feixe delas é da responsabilidade de todos os Benfiquistas é muito mais de quem nos dirige por isso são líderes eleitos por todos (ou pelos que entenderam, quiseram e puderam votar mas tem equivalência a todos em democracia). Não esperem é transformar o Benfiquismo num sinónimo que nunca teve em 114 anos de Gloriosa História...Acefalia.

Alberto Miguéns 

Duas notas extra-texto (ou seja, fora desse contexto, do essencial) mas ligado.

1. O lema do Benfica E PLURIBUS UNUM bem traduzido do latim até pode querer dizer «De todos Um» (e sendo o Latim uma Língua morta é sempre com suposições e comparações que se fazem "traduções"). Um dia destes, o blogue voltará ao tema até porque só se conhecem dois registos escritos no tempo em que o Latim era uma «língua viva» com E PLURIBUS UNUM: o poeta versátil Virgílio (cerca de 50 a.C.) e o orador político Cícero (cerca de 44 a.C.). Além de uma obra escrita tardiamente, em latim (embora idioma natural em teologia) de Santo Agostinho, em 398 d.C.  Agora uma coisa é certa e sabida. Os nossos fundadores quando o escolheram, entre finais de 1903 e início de 1904 deram-lhe outro sentido. Como Félix Bermudes - que só não é um dos 24 fundadores como muitos outros porque não estava nesse domingo (28 de Fevereiro de 1904) em Belém...de Lisboa. E até sempre foi referido que sendo ele dos mais "letrados de todos eles" foi quem definiu o nosso lema. Ora Félix Bermudes é peremptório quanto ao significado de E Pluribus Unum e escreveu isso, explicitamente, na primeira estrofe, no Hino do SLB datado de 1929 (Bodas de Prata). O Benfica foi fundado em 1904 por isso é preciso respeitar os fundadores que criaram o Clube para nós, mais de cem anos depois, usufruirmos e deleitarmo-nos com ele. Traduzir E PLURIBUS UNUM por aquilo que se diz ser o correcto DE TODOS UM é um abuso e desonrar Félix Bermudes e os nossos pioneiros. O DE TODOS UM em 2017 é tão ridículo como foi em 1998 achincalhar o emblema cujo ideal foi estabelecido aquando da fundação: A Águia agarrava a flâmula com as cores de Portugal e o lema/divisa «Todos Por Um» para elevá-lo para o Céu dando uma ideia dinâmica a um estático emblema. E que também está implícito no texto do Hino. Foram inteligentes e pensaram bem. Não colocaram uma "pseudo-águia" de pernas abertas a escorregar em cima de uma roda de bicicleta até porque nem existia, em 1904, essa componente do emblema.  O Clube não foi fundado ontem nem anteontem, nem por quem agora o dirige ou toma decisões comerciais vendáveis e negociadas. Até faz lembrar, em época de Natal, uma espécie de "Vendilhões do Templo" como Jesus Cristo denunciou há 2000 anos mas que parece ser difícil aprender o significado simbólico em dois milénios. O Clube foi fundado em 1904 e o ideal dos símbolos estabelecido há mais de cem anos. E os de agora e de sempre só têm de respeitar os de 1904. E não envergonhar a Gloriosa História. A ideia de TODOS POR UM é precisamente a da história da vara isolada e do feixe delas: «A União Faz a Força». E não de «Todos os 24 (em 1904) nasceu UM» ou de «Dois clubes (em 1908) surgiu UM» como alguns insinuam.




«Todos por um!» eis a divisa,
Do velho Clube Campeão,
Que um nobre esforço imortaliza,
Em gloriosa tradição.

Olhando altivo o seu passado,
Pode ter fé no seu futuro.
Pois conservou imaculado
Um ideal sincero e puro.

REFRÃO (duas vezes)


Avante, avante p'lo Benfica,
Que uma aura triunfante Glorifica!
E vós, ó rapazes, com fogo sagrado,
Honrai agora os ases
Que nos honraram o passado!


Avante, avante p'lo Benfica,
Que uma aura triunfante Glorifica!
E vós, ó rapazes, com fogo sagrado,
Honrai agora os ases
Que nos honraram o passado!


Olhemos fitos essa Águia altiva,
Essa Águia heráldica e suprema,
Padrão da raça ardente e viva,
Erguendo ao alto o nosso emblema!

Com sacrifício e devoção
Com decisão serena e calma,
Dêmos-lhe o nosso coração!
Dêmos-lhe a fé, dêmos-lhe a alma!


REFRÃO (duas vezes)

Avante, avante p'lo Benfica,
Que uma aura triunfante Glorifica!
E vós, ó rapazes, com fogo sagrado,
Honrai agora os ases
Que nos honraram o passado!


Avante, avante p'lo Benfica,
Que uma aura triunfante Glorifica!
E vós, ó rapazes, com fogo sagrado,
Honrai agora os ases
Que nos honraram o passado!


Letra: Félix Bermudes
Música: Alves Coelho (pai)
Interpretação: Orfeão Sport Lisboa e Benfica


 


2. Há por vezes - adeptos de outros Clubes, mas também já vi/li Benfiquistas - afirmar que o facto do Benfica ter tido a tradição, até 1978 e na prática até 1979, de só utilizar futebolistas portugueses mostra a natureza xenófoba do Clube. Mentira. Se havia clube que respeitava os clubes estrangeiros que jogavam em Portugal era o Benfica, em particular, os ingleses da Cruz Quebrada e de Carcavelos, mas também as equipas de clubes estrangeiros que visitavam Portugal. A tradição de «só ter portugueses» foi por acreditarem e "mostrarem" que mesmo só com portugueses era possível - ao contrário do que se dizia/pensava - derrotar equipas de clubes mistos ou com exclusividade de ingleses. E foi. Um clube fundado em 1904 provou-o ainda em 1905 (derrotando um clube misto, o Internacional/CIF) e principalmente os ingleses do Cabo Submarino (Carcavelos), invencíveis desde 22 de Janeiro de 1898 e que o "Glorioso" (passou desde esse dia a ser assim designado) em 10 de Fevereiro de 1907.











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